GRUPO HOSPITALAR CONCEIÇÃO
HOSPITAL NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO
C.R. LABORATÓRIO DE ANÁLISES CLÍNICAS – SETOR DE BIOQUÍMICA
GLICOSE
SORO/PLASMA/URINA/LCR/
LÍQUIDOS BIOLÓGICOS
Automação Roche – Cobas C501
Elaborado por: Antônio do Amaral Batista
Procedimento Operacional Padrão
Data da 1ª versão: 10.03.2005
Versão/Revisão: 2/0
Data da efetivação: 20.02.2014
POP n.º: B18
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Revisado por: Daniela Sandra de Castilhos
Aprovado por: Andréa Cauduro de Castro
1. Sinonímia:
GLICOSE, GLICEMIA, GLICOSÚRIA, GLICORAQUIA. Mnemônico: GLI, GLU, GLA,
GLR, GLL.
2. Aplicabilidade:
Bioquímicos do setor de bioquímica do LAC-HNSC.
3. Aplicação clínica:
Determinação quantitativa in vitro da concentração de glicose em soro, plasma, urina, LCR e
líquidos biológicos humanos.
4. Principio do teste:
Método enzimático UV. HEXOQUINASE. Código de Aplicação: ACN 717 (soro, plasma e
líquidos biológicos).
5. Amostra:
5.1 Preparo do paciente:
Jejum de 8h. Vide POP-L4 – Coleta.
5.1.1 Coletas relacionadas, a critério médico (para investigação ou controle de diabetes):
Curva glicêmica abreviada – CGA: 0’ e 120’ após 75g de glicose. Preparo: jejum de
8h.
Curva glicêmica abreviada gestante – CGG: 0’, 60’ e 120’ após 75g de glicose.
Preparo: jejum de 8h.
Curva glicêmica (Sullivan) – GTS: 0’ e 120’ após 75g de glicose. Preparo: jejum de
8h.
Curva glicêmica prolongada – CGP: 0’, 30’, 60’, 90’, 120’ e 180’ após 100g de
glicose. Preparo: jejum de 8h.
Curva glicêmica clássica – CGC: 0’, 30’, 60’, 90’ e 120’ após 75g de glicose. Preparo:
jejum de 8h.
Curva glicêmica de hora – CGH: 0’, 60’, 120’ e 180’ após 100g de glicose. Preparo:
jejum de 8h.
Curva glicêmica insulínica – CGI: 0’, 30’, 60’, 90’ e 120’ após administração de
insulina (Medicina Nuclear). Dosa glicose no laboratório.
Curva glicêmica com dosagem de insulina – GIC: 0’, 30’, 60’, 90’ e 120’ após 75g de
glicose. Dosa glicose + insulina.
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Curva glicêmica com dosagem de insulina (zumbido) – GIZ: 0’, 30’, 120’ e 180’ após
100g de glicose. Dosa glicose + insulina.
Glicose após café – GPC. 2h após café.
Glicose após almoço – GPP. 2h após almoço.
Glicose 17h. – G17. Glicose às 17h. Sem preparo.
5.1.2 Curvas interrompidas:
Independente da origem (amb ou internado) toda a curva interrompida deverá ser refeita em
outro dia, com exceção de gestantes, que por solicitação da obstetrícia, libera-se o jejum (ou
os resultados de amostras coletadas antes da interrupção) e não se coleta a(s) amostra(s) após
a interrupção, sendo liberada via SIL a frase: "Não foi colhida a amostra de glicose após XX
minutos" e o médico decide se solicitará ou não uma nova curva.
Quando for interrompida uma curva de:
- Paciente de ambulatório (não gestante): as amostras não colhidas já ficam como falta
material e o paciente é orientado a voltar noutro dia para recomeçar a curva. O ambulatório
informa à área técnica através da papeleta de “Paciente não Coletou” e os bioquímicos
solicitam nova coleta de toda a curva.
- Paciente internado (não gestante): os bioquímicos solicitam nova coleta de toda a curva.
5.2 Tipo de amostra:
Soro: tubos sem anticoagulante, com gel separador. Plasma: tubos com Heparina Li, EDTA
ou fluoreto.
Urina: amostra e de 24h.
LCR e líquidos biológicos.
5.3 Colheita:
Quantidade mínima de sangue: 1 ml. Quantidade ideal: 5 ml.
Urina: amostra isolada ou diurese de 24h.
LCR e líquidos biológicos: punção feita por médico.
5.4 Preservação e transporte:
Transportar o material colhido a temperatura ambiente e dentro das normas de segurança
legais. A amostra deve ser encaminhada ao laboratório o mais rápido possível, sendo ideal a
realização do exame dentro de 6h após a colheita. Quando o sangue é colhido e deixado a
coagular a temperatura ambiente, sem ser centrifugado, a diminuição média da glicose sérica
é de 7% por hora (5 a 10 mg/dl). A amostra de sangue sem anticoagulante deve ser
centrifugada dentro de 30 minutos após a colheita. Amostras que não possam ser processadas
neste intervalo de tempo devem ser colhidas com fluoreto (coletas externas, postos de saúde
da comunitária). Amostras de LCR devem ser analisadas no menor tempo possível após a
coleta.
Urina de 24h: na medida do possível, devem ser mantidas refrigeradas durante a colheita.
5.5 Identificação da amostra:
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Etiqueta com código de barras gerado pelo sistema de gerenciamento de dados do LAC. A
etiqueta deve ser posicionada nos fracos de colheita a partir da tampa para o fundo em linha
reta de forma que o código de barras fique visível e alinhado, sem enrugamentos.
5.6 Estabilidade e armazenamento:
A estabilidade da amostra colhida (soro ou plasma) é de 8h (24h se com fluoreto) a
temperatura ambiente (15 a 25°C), de 72h se refrigerada (2 a 8°C).
5.7 Amostras Inadequadas:
Amostras com anticoagulantes diferentes do acima preconizado. Amostras mal identificadas.
Amostras com presença de fibrina. Amostras com volume insuficiente.
6. Reagentes e materiais:
Reagentes para automação Roche / Cobas C501:
R1: Tampão MES: 5,0 mmol/l; pH 6,0; Mg2+: 24 mmol/l; ATP ≥ 4,5 mmol/l; NADP: ≥ 7,0
mmol/l; conservante.
R2: Tampão HEPES: 200 mmol/l, pH 8,0; Mg2+: 4 mmol/l, HK (levedura) ≥ 300 µkat/l; G-6PHD (E. coli): ≥ 300 µkat/l; conservante.
Reagentes para calibração e controle de qualidade:
S1: NaCl 0,9% e S2: Calibrador C.F.A.S automação.
PreciControl ClinChem Multi 1 e Multi 2.
Urina: PNA Lyphochec 1 normal (BIO-RAD) e PPA Lyphochec 2 anormal (BIO-RAD).
6.1 Preparo:
R1 e R2: prontos para uso.
Calibrador e Controle: Vide POP Calibradores / Controles
6.2 Estabilidade:
R1 e R2: estáveis até o fim do prazo de validade, quando fechados e acondicionados entre 2
e 8°C.84 dias quando abertos e em uso no analisador. Calibradores e controles: vide POP
Calibradores / Controles.
6.3 Armazenamento:
Entre: 2 a 8°C
7. Equipamentos:
Cobas C501 (Roche). Para maiores detalhes vide POPE-B19 – Cobas C501.
8. Calibração:
A calibração 2 pontos do kit é realizada a cada troca de lote e sempre que os soros controles
estiverem fora do range definido. Calibração de branco: a cada 24h e após troca de frasco.
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9. Procedimento:
9.1 Fluxo:
A amostra é centrifugada a 3000 rpm por 10 minutos pelo auxiliar de laboratório, que a leva
para a estante da mesa do Cobas C501, onde será realizada a análise pelo bioquímico, por
ordem de prioridade, primeiro as amostras dos setores de emergência, seguidas pelas
amostras de pacientes hospitalizados e, depois, pacientes ambulatoriais.
9.2 Definição do teste:
Modo de medida: Absorbância.
Modo de cálculo: Ponto final
Modo de reação: R1-S-R2
Sentido da reação: Crescente
Comprimentos de onda: 340-700 nm
Volume de amostra: 2 µl
Soro ou plasma: Intervalo do teste: 2,0-750 mg/dl
Intervalo pós-diluição: 2,0-1500 mg/dl
Sensibilidade analítica: 2,0 mg/dl
10. Controle de qualidade:
10.1 Interno:
PreciControl ClinChem Multi 1 e Multi 2.
Frequência: diariamente; a cada troca de lote; após calibração. CQI urina: diário (PNA,
PPA).
10.2 Externo:
Ver tabela de CQE 3.2.3 / 3.2.54 POP B114.
11. Resultados:
11.1 Unidades:
Os resultados são expressos em miligramas por decilitro: mg/dl.
11.2 Cálculos:
O sistema Cobas C501 calcula automaticamente a concentração do analito de cada amostra.
Urinas de 24h: o volume é informado no interfaceamento e o LIS calcula o resultado.
11.3 Critérios de aceitação:
Amostras sem flags e dentro do range de normalidade são aceitas. Revisar amostras alteradas
(fora do range) e com flags. Observar aspecto da amostra para descartar presença de fibrina,
hemólise, lipemia, volume insuficiente. Amostras com flag de linearidade, repetir com
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diluição manual. Sempre que necessário, revisar resultados anteriores. Em caso de repetição,
colocar no campo de observação do resultado, exame confirmado por repetição.
12. Valores de referência:
Soro ou plasma: 70 a 99 mg/dl.
Os valores de glicose no LCR devem ser de aproximadamente 60% dos valores no plasma.
13. Valores críticos:
Valores menores que 45 mg/dl: sintomas neurológicos da hipoglicemia.
Valores maiores que 450 mg/dl: coma diabético (cetoacidose diabética).
Glicose de RN: inferior a 30 mg/dl e superior a 325 mg/dl.
14. Especificações de Desempenho:
14.1 Linearidade: Até 750 mg/dl.
14.2 Precisão:
- Fabricante: Interensaio: PCCC1: 1,3% PCCC2: 1,1%
- Validação pelo Laboratório: PCCC1: 1,40% PCCC2: 0,76%
15. Limitações do método:
15.1 Interferentes:
• Ligados a amostra:
Hemólise: nenhuma interferência significativa até um índice H de 1000 (concentração
aproximada de hemoglobina: 1000 mg/dl).
Lipemia: nehuma interferência até um índice L maior que 1000.
Icterícia: sem interferência significativa até um índice I de 60 para a bilirrubina conjugada e
não conjugada.
• Ligados ao equipamento de automação:
Aspiração de volumes inadequados de amostra ou reagentes.
16. Interpretação dos resultados:
Os hidratos de carbono fornecem glicose ao organismo. Está é o monossacarídeo mais
importante existente no sangue. O substrato de glicose é um fornecedor energético
indispensável que suporta a função celular. A degradação da glicose ocorre durante a
glicólise. As determinações de glicose são utilizadas no diagnóstico e monitorização das
doenças do metabolismo dos hidratos de carbono, incluindo diabetes mellitus, hipoglicemia
neonatal, hipoglicemia idiopática e carcinoma das células das ilhotas do pâncreas.
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Glicosúria: Presença de níveis detectáveis de glicose na urina significa que os níveis
plasmáticos excederam o limiar renal da glicose (175 a 190 mg/dl). Crianças e grávidas
podem apresentar glicosúria por diminuição do limiar renal. Valores aumentados: diabetes,
ausência de jejum, estados de stress, choque, anestesia, pancreatite aguda, uso de
medicamentos (corticosteróides, estrógenos, álcool, fenitoína, propanolol, diuréticos
tiazídicos). Valores diminuídos: hipoglicemia reativa pós-prandial, insulinomas,
prematuridade, RN de mãe diabética, hipotireoidismo, neoplasias, alcoolismo, uso de
medicamentos (insulina, sulfoniluréia...). LCR: Níveis elevados de glicose no LCR podem
ser encontrados na hiperglicemia plasmática. Valores diminuídos na hipoglicemia
plasmática, meningites bacterianas e hemorragia subaracnóidea. Líquido de ascite: Níveis
baixos de glicose ocorrem nas peritonites bacteriana, tuberculosa e carcinomatose peritonial.
Líquido pleural: Níveis de glicose abaixo de 60 mg/dl ou 50% dos valores séricos ocorrem
no empiema pleural, derrame parapneumônico, colagenoses, tuberculose pleural e derrames
malignos. Líquido sinovial: Nos derrames articulares inflamatórios e infecciosos níveis de
glicose 50% dos valores plasmáticos.
17. Biossegurança:
Usar equipamento de proteção individual (luvas, óculos etc.). Fazer a descontaminação de
bancadas e equipamentos conforme as normas de segurança do laboratório.Vide Manual de
Biossegurança.
A Ficha de Dados de Segurança – Roche – para GLI Cobas C501 (no arquivo Fichas de
Biossegurança Roche, no computador do Assistente Técnico) contém:
• Identificação e composição dos componentes.
• Identificação dos perigos.
• Primeiros socorros.
• Manuseamento e armazenagem.
• Controle da exposição / proteção individual.
• Propriedades físicas e químicas.
• Estabilidade e reatividade.
• Informação toxicológica.
• Informação ecológica.
• Considerações relativas à eliminação.
• Informações relativas ao transporte.
• Outras informações.
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18. Anexos:
18.1 Diabetes – Novos Critérios de Diagnóstico
Glicemia de jejum: abstenção de ingesta calórica por pelo menos 8h. Novo limite de
normalidade: 99 mg/dl (antigo: 110 mg/dl). Glicemia de jejum entre 100 e 125 mg/dl: GJI
(glicemia de jejum inapropriada). Glicemia de jejum de 126 mg/dl ou mais, em mais de uma
ocasião: DM. Glicemia colhida ao acaso, acima de 200 mg/dl, associada a sintomas (poliúria,
polidipsia e perda de peso sem causa aparente): DM. GJI: realizar o teste oral de tolerância a
glicose: Curva glicêmica simplificada: sobrecarga de 75g de glicose (1,75g/kg p/ crianças),
amostras de jejum e 2h após: limite de normalidade para 2h: 140 mg/dl. Valor entre140 e 200
mg/dl: intolerância à sobrecarga de glicose (ISG). Valor acima de 200 mg/dl: DM. Caso um
dos critérios ocorra, a glicemia deverá ser confirmada no dia subseqüente. Pré-diabetes:
paciente com GJI (jejum: 100-125 mg/dl) e ISG (2h: 140-200 mg/dl). Diabete gestacional:
todas as mulheres grávidas à exceção das com menos de 25 anos, não obesas e sem história
familiar, devem ser testadas, entre a 24ª e 28ª semana de gestação. Teste para DG: 50g de
glicose V.º e glicemia 1h após (não necessário jejum). Valores ≥ 140 mg/dl: necessidade de
um teste completo. Confirmação: curva glicêmica de 3h com sobrecarga de 100g de glicose.
Valores limites: jejum: 95 mg/dl, 1h: 180 mg/dl, 2h: 155 mg/dl, 3h: 140 mg/dl. Diagnóstico
confirmado de DG se pelo menos dois valores ou mais dos quatro forem ≥ aos limites.
Sociedade Brasileira de Diabetes:
Glicose de jejum ou 1h após 50g (jejum dispensado). Teste positivo: jejum ≥ 85 mg/dl ou
glicemia de 1h ≥ 140 mg/dl. Nos casos positivos: teste de sobrecarga com 75g de glicose.
Teste positivo: glicemia de 2h após ≥ 140 mg/dl.
No rastreamento 1h após 50g: valores ≥ 185 mg/dl: DMG.
GHC Protocolo Clínico “Manejo e Diagnóstico do Diabetes Mellitus Gestacional”:
Rastreamento com glicemia de jejum na primeira consulta. Resultado < 85 mg/dl:
rastreamento negativo. Resultado ≥ 85 mg/dl: rastreamento positivo. Resultado entre 85 e 109
mg/dl: nova glicemia de jejum. Rastreamento positivo: 75g de glicose e glicemia 2h, entre a
24ª e 28ª semana de gestação. Valores de corte: jejum: 110 mg/dl e 2h: 140 mg/dl.
Curva glicêmica de criança (até 35 kg):
Glicose em gramas = 1,75 x peso.
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18.2 Papeleta de “Paciente não Coletou”:
PACIENTE NÃO COLETOU
Paciente: _____________________
SIL: ____________________
GESTANTE: SIM (
)
NÃO (
)
DATA: ______ / ______ / ______
PACIENTE NÃO RETORNOU: (
)
PACIENTE NÃO COMPLETOU A CURVA: (
)
COLETADOR(A): _____________________
BIOQUÍMICO(A): ______________________
GLICOSE JEJUM: __________________ mg/dl
Retirada do POPB18 - Glicose
19. Bibliografia:
Bula do kit de Glicose/Cobas C 501r-Roche.
Trabalho sobre Diabetes – Bioquímica – Laboratório HNSC. 2006.
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glicose v2.0 - Grupo Hospitalar Conceição