O PROFESSOR HÉLIO SIQUEIRA SILVEIRA E O USO DA APOSTILA NA DISCIPLINA GEOMETRIA ANALÍTICA Susana Ribeiro Soares1 1 IFET/Professora do Instituto Federal Sudeste Minas Gerais – Campus Barbacena [email protected] Resumo O presente artigo é parte de um projeto de pesquisa intitulado Um estudo histórico do ensino de geometria analítica no curso de matemática da UFJF1 nas décadas de 1960 e 1970. As fontes orais e documentais como depoimentos e consultas a arquivos trouxeram a veracidade dos fatos, permitindo compreender o processo de estruturação da disciplina Geometria Analítica no âmbito da UFJF. O professor Hélio Siqueira Silveira assume um lugar de destaque nesta história. Vestígios apontam que a disciplina inicialmente se apóia em um material de ensino (apostila) produzido por ele, onde se identifica uma abordagem de conteúdo de forma didática e detalhada extremamente útil a professores e alunos. A importância da apostila é claramente verificada, pois por muito tempo continuou a ser referência nos cursos de Geometria Analítica. Também é citada a apostila de um professor da UFMG, onde se percebe similaridades de natureza teórica, no tratamento dos conceitos que de alguma forma lembram as apostilas do professor Hélio. Outros aspectos comuns também foram destacados como a formação do professor e a área de atuação. O estudo histórico além de permitir identificar uma cultura de ensino de Geometria Analítica mostra que as apostilas do professor Hélio Siqueira Silveira tiveram um papel na estabilização da disciplina além da influência e relevância no processo de ensino e aprendizagem da disciplina naquele momento. Palavras-chave: Geometria Analítica, história do ensino de Geometria Analítica, material de ensino, professor. INTRODUÇÃO A palavra disciplina já foi citada com vários significados, mas não com o conceito de conteúdos de ensino, ou seja, essa não era a visão até pelo menos o início do século XIX. Estudos mais recentes mostram que o interesse em se discutir historicamente determinadas disciplinas vem aumentando e vários são os questionamentos sobre o papel de cada uma delas na concepção de um curso. Ao buscar particularidades de uma disciplina acadêmica, foi possível perceber que os estudos de Chervel quanto ao ensino secundário também se estendem as universidades. Sobre a história das disciplinas escolares temos a seguinte observação: A história das disciplinas escolares não é então obrigada a cobrir a totalidade dos ensinos. Pois sua especificidade, ela a encontra nos ensinos da “idade escolar”. A história dos conteúdos é evidentemente seu componente central, o pivô ao redor do qual ela se constitui. Mas seu papel é mais amplo. Ela se impõe colocar esses ensinos em relação com as finalidades às quais eles estão designados e com os resultados 1 Universidade Federal de Juiz de Fora concretos que eles produzem. Trata-se então para ela de fazer aparecer a estrutura interna da disciplina, à configuração original a qual as finalidades deram origem, cada disciplina, dispondo sobre esse plano, de uma autonomia completa, mesmo se analogias possam se manifestar de uma para outra. (CHERVEL, 1990, p. 186-7). Existem alguns vestígios que nos permitem fazer uso do termo disciplina escolar procurando adaptá-los ao ambiente de ensino superior, tais como: cadernos dos alunos, materiais utilizados pelo professor, métodos avaliativos, exercícios e a didática do professor. Segundo Oliveira, A observação de algumas evidências sobre a dinâmica de funcionamento das disciplinas investigadas nesta pesquisa permite considerá-las efetivamente como disciplinas, e não como conteúdos: a existência de materiais de apoio, como apostilas e cadernos, utilizados por professores e por alunos; a função dos exercícios nas práticas docentes de ensino e motivação; os métodos e abordagens usados pelos professores; as formas de avaliação; são ingredientes que têm revelado a existência de uma pedagogia própria para as disciplinas acadêmicas ministradas no ensino superior. (OLIVEIRA, 2013, p. 148-9) O tema abordado nesse artigo é parte integrante de uma pesquisa de mestrado realizada na Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) – MG. A disciplina Geometria Analítica na época de sua criação teve como referência alguns professores. Em especial, verificou-se a importância e o papel do professor Hélio Siqueira Silveira na estabilização dessa disciplina. Para entender como se deu o surgimento da Geometria Analítica na UFJF, é necessário que se faça uma pequena apresentação de como foi à criação da Universidade Federal de Juiz de Fora. Sabe-se que ela passou a existir em 23 de dezembro no ano de 1960 no governo do presidente Juscelino Kubitschek. A construção do seu projeto arquitetônico iniciou em 1965 com término em 1970. Em Juiz de Fora, antes da criação da UFJF, funcionavam as seguintes Instituições de Ensino Superior: a Escola de Engenharia, fundada em 1914, a Faculdade de Direito fundada em 1934, a Faculdade de Ciências Econômicas fundada em 1947, a Faculdade de Medicina fundada em 1952 e a Faculdade de Farmácia e Odontologia fundada em 1955. Estas Instituições, segundo Yasbeck2 (2002) se juntaram, em 1960, formando um condomínio que deu origem à Universidade de Juiz de Fora (FRAGOSO, 2011, p. 50). A antiga faculdade de filosofia e letras – FAFILE existente na cidade de Juiz de Fora, fundada em 1945, passa mais tarde a ser incorporada a UFJF. De acordo com Yasbeck (2002) citada por Fragoso (2011), em 1966, além dos cursos já existentes na faculdade, ela passa a oferecer também Matemática, Ciências Físicas e Biológicas e o de Filosofia, cursos esses que foram reconhecidos em 1968. Em 1969, os alunos que tiveram aprovação nos vestibulares realizados pelas faculdades foram matriculados nos Institutos 2 Yasbeck Dalva Carolina (LOLA) de Menezes. O Perfil e a trajetória dos professores do Ensino Superior de Juiz de Fora (1914-1960). In: Educação em foco, v. 7, set./fev, n.2, pp 173-189. Minas Gerais: UFJF, 2002. Básicos: Instituto de Ciências Humanas e Letras (ICHL), Instituto de Ciências Biológicas e Geociências (ICBG) e Instituto de Ciências Exatas (ICE). Com o término da Cidade Universitária em 1970, os cursos oferecidos pela FAFILE foram distribuídos pelas várias unidades do Campus Universitário e foram incorporados aos Institutos básicos. Entre eles, temos o de Matemática que também recebeu a referência de curso de Licenciatura. Segundo informações obtidas na página eletrônica da UFJF, o curso de licenciatura em Matemática foi criado em 1975, decreto nº 75512 de 19/03/1975. Já o curso de bacharelado em Matemática e a modalidade de Informática dentro deste curso, foram criados em 1987. EMBASAMENTO TEÓRICO-METODOLÓGICO Para a fundamentação desse trabalho foram essenciais as leituras de Viñao (2008) e Chervel (1990) sobre a produção de história das disciplinas escolares que estendemos ao ensino superior. Faz todo sentido a esta pesquisa as afirmações de Viñao que diz: A história, a análise dos livros de texto e do material de ensino como produtos pedagógicos e culturais, somente adquirem um sentido histórico pleno quando se inclui no âmbito mais amplo da história das disciplinas, especialmente quando se refere aos níveis secundário e superior de ensino (VIÑAO, 2008, p. 192). E, por se tratar de uma pesquisa histórica buscamos de maneira mais ampla embasamento nos estudos do francês Marc Bloch. Como ele mesmo destaca: Reunir os documentos que estima necessários é uma das tarefas mais difíceis do historiador. De fato, ele não conseguiria realizá-la sem a ajuda de guias diversos: inventários de arquivos ou de bibliotecas, catálogos de museus, repertórios bibliográficos de toda sorte (BLOCH, 2002, p. 82). De fato, a procura por materiais diversos ou seja, a busca pelas fontes necessárias demanda inúmeros esforços por parte do historiador. Mesmo em se tratando de uma disciplina acadêmica esse trabalho apóia-se nesses autores, por existir uma dinâmica que nos permite traçar um paralelo entre esses ambientes de ensino, respeitando as peculiaridades que são próprias de cada nível de aprendizado. A GEOMETRIA ANALÍTICA E O PROFESSOR HÉLIO SIQUEIRA SILVEIRA E sobre o aparecimento da disciplina Geometria Analítica? O que podemos dizer? No decorrer da investigação foram surgindo respostas para muitos dos questionamentos. A introdução da disciplina Geometria Analítica no curso de Matemática da UFJF se deu em 1969. As especificidades da disciplina ficam evidenciadas primeiramente nas conversas informais com determinados professores do departamento de Matemática da UFJF possibilitando assim chegar ao professor Hélio Siqueira Silveira. O professor Hélio lecionou Geometria Analítica logo no início da criação do curso de Matemática e assim permaneceu por um bom tempo. Seu material de apoio, as apostilas, foram se configurando em importantes fontes para a introdução dessa disciplina no curso. Hélio Siqueira Silveira foi professor da UFJF e da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. O professor e renomado autor de livros didáticos Roberto Peixoto, no prefácio de uma destas apostilas aponta a dedicação do professor Hélio Siqueira a boa parte dos seus estudos em Matemática Pura. No magistério, o professor Hélio especializouse em Geometria Analítica e Cálculo Vetorial. A sua excelente qualidade didática, competência, dedicação, compromisso e seriedade também são consideráveis aspectos levantados pelos seus ex-alunos, professores e colegas de trabalho. O processo de estabilização da disciplina Geometria Analítica ao que tudo indica se iniciou pelas apostilas do professor Hélio. Em alguns depoimentos, essa percepção fica ainda mais clara: [...] Com relação ao Dr. Hélio Siqueira, havia uma apostila de sua autoria com a qual trabalhávamos. Devemos ter complementado também com outros livros para exercícios, mas o Prof. Hélio adotava como texto básico, essa apostila (MACIEL, 2012). Sonia Eunice Freitas Maciel, além de aluna do professor Hélio na disciplina Geometria Analítica, tornou-se sua colega de trabalho ao ingressar para o departamento de Matemática, em 1974. Para ela, as apostilas foram empregadas por um bom tempo e muitos professores as usavam pelo menos como um material complementar. Segundo Maciel, o professor Hélio adotava suas apostilas como livro texto: Quando eu ingressei na universidade, as apostilas do Dr. Hélio já eram adotadas dentro do Curso de Engenharia e passou a ser adotada também para o Curso de Matemática, a partir de 1969. O Prof. Hélio Siqueira já era professor da Faculdade de Engenharia e a Geometria Analítica, naquela época, era lecionada para os alunos do Curso de Engenharia e esse material produzido por ele já era adotado. Em 1969, com a inclusão da Geometria Analítica, a partir do primeiro período da nova grade curricular do curso de Matemática, nós passamos a cursá-la junto com os alunos da Engenharia. Praticamente todas as disciplinas dos dois primeiros anos do Curso de Engenharia também eram cursadas pelos alunos da Matemática (MACIEL, 2012). Os professores tendem a colocar em suas aulas características muito próprias, muito pessoais. Os conteúdos ministrados são elaborados detalhadamente de forma a atender as necessidades dos alunos. É o caso do ex-professor da UFJF, Lorival de Souza Lima, que com sua experiência em Geometria Analítica, elaborou um caderno que traz todo o conteúdo que considerava necessário para o aprendizado dos discentes tanto que ainda é lembrado por alguns de seus ex-alunos. Sobre este caderno afirma: Eu acho que a gente preparando a aula num caderno... Cada um tem um jeito de dar aula, eu respeito, mas o meu esquema, eu preparo a aula no caderno, aí a gente enxuga as coisas, você faz aquilo com objetividade, vê se o exemplo tá bom ou não. Você dá um curso e no segundo curso, você pode acertar algumas arestas, melhorar aquilo entendeu? Eu gosto de dar aula assim, acostumei a dar aula assim e os alunos gostam também (LIMA, 2012). O acesso ao caderno de Geometria Analítica II e a entrevista concedida pelo professor Lorival ajudam a esclarecer vários questionamentos com relação à disciplina Geometria Analítica. De imediato comprova-se por meio do seu material de ensino (caderno), que a apostila do professor Hélio Siqueira Silveira era uma das referências bibliográficas. Esta sugestão de bibliografia revela a influência das apostilas nos cursos de Geometria Analítica ministrados na UFJF. Esse é um dado importantíssimo, pois por muitos anos o professor Lorival foi responsável por ministrar essa disciplina no departamento de Matemática. Figura 1: caderno do professor Lorival Fonte - Dissertação de Susana Ribeiro Soares, 2013, p. (50) A admiração pelas aulas do professor Lorival ficam na lembrança e o quanto ele era querido pela turma. Sua organização e preocupação em transmitir o conteúdo de forma clara e precisa são traços marcantes deste professor. A figura abaixo é parte das minhas anotações de um curso de Geometria Analítica e Cálculo Vetorial II, ministrado pelo professor Lorival de Souza Lima, em 1997. Novamente a apostila do professor Hélio é repassada como referência aos alunos o que reforça a sua importância no processo de ensino e aprendizagem da disciplina. Figura 2: Notas de aula (Susana) Fonte - Dissertação de Susana Ribeiro Soares, 2013, p. (52) A conversa com o professor Ricardo Bevilaqua Procópio, também revela indícios de que as apostilas mostravam o caminho certo, ou seja, o da direção que teve inicialmente a disciplina Geometria Analítica e o da sua estabilização. Formado em Matemática pela UFJF em 1974 e, desde 1977 atuando como professor do departamento de Matemática, Ricardo, apesar de não se lembrar de quem foi seu professor de Geometria Analítica tem a certeza de que fez uso da apostila do professor Hélio Siqueira a qual mais tarde acabou se transformando em um livro. A referência na época pelo menos na Analítica Plana era um texto... uma apostila do Hélio Siqueira. Que era uma referência aqui na universidade. Eram notas de aula e que virou um livro, era muito completo. Me recordo desse texto na Analítica Plana, já na parte da Analítica Espacial eu não consegui me recordar como é que trabalhávamos não. Se foi também o Hélio Siqueira ou se foi um outro texto. Não consigo me lembrar (PROCÓPIO, 2011) Figura 3: capa do livro do professor Hélio Fonte - Dissertação de Susana Ribeiro Soares, 2013, p. (69) O livro de Geometria Analítica do professor Hélio (fig. acima) ainda continuou sendo uma bibliografia muito usada por vários alunos na UFJF e que, pelo menos até o ano de 2011 se pode verificar registros de empréstimos aos alunos na biblioteca da instituição. Figura 4: planilha de empréstimo de livros Fonte - Dissertação de Susana Ribeiro Soares, 2013, p. (54) Um contato com o ex-aluno3 do professor Hélio, formado em engenharia, trouxe novas informações à pesquisa. Para ele, os conteúdos das apostilas eram muito bem transmitidos, com uma boa didática e estudados em sua totalidade durante todo o curso. Considera que apostila era um auxílio muito grande, principalmente para aqueles estudantes que desejavam estudar com antecedência os assuntos que seriam abordados na aula seguinte. [...] E às vezes a gente poderia até pela apostila, estudar antecipadamente a próxima aula. Já tinha o material, era só estudar. Naturalmente que com o professor falando sobre o assunto é mais fácil, porque qualquer dúvida ele explana aquela dúvida, explica aquela dúvida imediatamente, sem você perder tempo. Então quando você fosse estudar após a aula era muito mais fácil o entendimento, porque ele já tem todas as dúvidas eventuais que pudessem ocorrer, ele já teria explanado sobre aquele assunto na aula, mesmo porque os alunos perguntavam. Essa liberdade da gente interferir, fazer uma pergunta na aula, sempre existiu. Mas é uma recordação muito boa. Ele tinha um conceito muito elevado diante de todos os alunos, pelo menos da minha turma. Era considerado um mestre de alta competência (ex-aluno, 2012). Os depoimentos e as apostilas são importantes fontes que revelam como se deu a estruturação de um curso, o lugar ocupado por uma disciplina, ou seja, a importância de um material de apoio. A disciplina Geometria Analítica na universidade revela uma identidade e uma intenção própria de criação. Ou nas palavras de Viñao, adaptadas ao ensino superior: 3 Por motivo de doença o entrevistado não pode autorizar a divulgação de sua identidade nessa entrevista. Por esse motivo, iremos nos referir a ele simplesmente como ex-aluno. [...] A instituição escolar não se limita, pois, a reproduzir o que está fora dela, mas sim, o adapta, o transforma e cria um saber e uma cultura próprias. Uma dessas produções ou criações próprias, resultado da mediação pedagógica em um campo de conhecimento, são as disciplinas escolares. (VIÑAO, 2008, p.189) É interessante perceber como essas palavras ainda ficam bem colocadas e podem ser perfeitamente ajustadas ao ensino superior, apesar do tempo em que se deram tais afirmações. A GEOMETRIA ANALÍTICA EM OUTRO CONTEXTO A disciplina Geometria Analítica embora tenha adquirido diversos formatos e isso possivelmente acontece com quaisquer outras disciplinas dentro de um curso, devido muito provavelmente ao professor que é o principal responsável pela condução e elaboração do material a ser ministrado em suas aulas. Existem pontos comuns que são próprios da disciplina e são muito similares de um texto para outro. Na apostila da UMG4 que consta no acervo Benedito Castrucci da biblioteca do IME, foram percebidas algumas semelhanças com as apostilas do professor Hélio Siqueira: o autor desta apostila, Christovam Colombo dos Santos, era engenheiro e lecionava na escola de engenharia. A apostila foi também publicada pelo diretório dos estudantes de engenharia. O programa da Escola de Engenharia da UFMG5 é dividido em duas partes: Geometria Analítica e Geometria Projetiva. Quanto ao conteúdo da apostila de Geometria Analítica, este é tratado de forma bem detalhada, ao que remete à apostila de Geometria Analítica Plana do professor Hélio Siqueira Silveira. A maioria dos itens do programa é semelhante aos abordados na apostila do professor Hélio. 4 5 Universidade de Minas Gerais, atual UFMG Universidade Federal de Minas Gerais Figura 5: contra-capa da apostila (UMG) Fonte - Dissertação de Susana Ribeiro Soares, 2013, p. (102) Contudo cabe salientar que esta apostila datada de 1956 é anterior às do professor Hélio e, no entanto, apresenta um tratamento que pode ser considerado atual uma vez que incorpora as estruturas algébricas por exemplo, na utilização das matrizes para a resolução de sistemas lineares e ainda pela exposição dos conceitos de dependência e independência linear, fundamentais para o estudo da álgebra linear. CONCLUSÃO Foram descobertos traços sutis de uma cultura de ensino de Geometria Analítica que foram revelados com ajuda de importantes depoimentos e materiais diversos de ensino e de aprendizagem da disciplina. As apostilas produzidas pelo professor da UFJF, Hélio Siqueira Silveira, tiveram um considerável papel na estabilização da disciplina Geometria Analítica. A organização da apostila fruto de muita dedicação e esforço, resulta em um material de excelente qualidade. Torna-se extremamente útil para muitos professores conduzirem suas aulas e para muitos alunos direcionarem seus estudos. Os depoimentos são fontes valiosas que reforçam e realçam a influência dos textos do professor Hélio, principalmente no início do curso, o que contribui para a estruturação da disciplina Geometria Analítica na UFJF. Observa-se que a apostila da UFMG apresenta algumas semelhanças com relação a apostila do professor Hélio. Tanto o conteúdo apresentado, a produção e o papel que elas exercem no ensino de Geometria Analítica, localmente mostram algumas aproximações. REFERÊNCIAS BLOCH, M. Apologia da História ou o ofício de historiador. São Paulo: Jorge Zahar, 2001. CHERVEL, A. A História das disciplinas escolares: reflexões sobre um campo de pesquisa. In: Teoria e Educação. Porto Alegre: Pannonica, 1990. n2, p.117-229. CHOPPIN, A. História dos livros e das edições didáticas: sobre o estado da arte. Educação e Pesquisa, São Paulo, v.30, n.3, p. 549-566, set./dez. 2004 OLIVEIRA, M. C. A. O que pesquisas históricas sobre disciplinas de cursos de licenciatura em Matemática brasileiros revelam sobre essa formação? Jornal Internacional de Estudos em Educação Matemática, v. 6, p. 144-165, 2013. SOARES, S. R. Um estudo histórico do ensino de geometria analítica no curso de matemática da UFJF nas décadas de 1960 e 1970. Dissertação (Mestrado), UFJF, Juiz de Fora, 2013.