FUNDAÇÃO OSWALDO ARANHA CENTRO UNIVERSITÁRIO DE VOLTA REDONDA PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO PROGRAMA DE MESTRADO PROFISSIONAL EM ENSINO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE E DO MEIO AMBIENTE JULIANA VILELA BORGES DE MIRANDA PROPOSTA DE ADAPTAÇÃO DE PROTOCOLO DE AVALIAÇÃO POSTURAL APLICADO AO DIAGNÓSTICO PRECOCE DA ESCOLIOSE NA IDADE ESCOLAR NO MUNICÍPIO DE VOLTA REDONDA/RJ VOLTA REDONDA 2010 FUNDAÇÃO OSWALDO ARANHA CENTRO UNIVERSITÁRIO DE VOLTA REDONDA PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO PROGRAMA DE MESTRADO PROFISSIONAL EM ENSINO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE E DO MEIO AMBIENTE PROPOSTA DE ADAPTAÇÃO DE PROTOCOLO DE AVALIAÇÃO POSTURAL APLICADO AO DIAGNÓSTICO PRECOCE DA ESCOLIOSE NA IDADE ESCOLAR NO MUNICÍPIO DE VOLTA REDONDA/RJ Dissertação Mestrado apresentada Profissional ao em Curso Ensino de em Ciências da Saúde e do Meio Ambiente do UniFOA, como requisito parcial à obtenção de título de Mestre. Aluna: Juliana Vilela Borges de Miranda Orientador: Prof.ª Dr.ª Prof. Dr. memorian) VOLTA REDONDA 2010 Cátia Marcelo Lacerda Genestra Sodré (in FICHA CATALOGRÁFICA Bibliotecária: Gabriela Leite Ferreira -- CRB 7/RJ - 5521 M672p Miranda, Juliana Vilela Borges de. Proposta de adaptação de protocolo de avaliação postural aplicado ao diagnóstico precoce da escoliose na idade escolar no Município de Volta Redonda / Juliana Vilela Borges de Miranda. Volta Redonda : UniFOA, 2010.42 f. Dissertação (Mestrado Profissional) – Centro Universitário de FICHA CATALOGRÁFICA Volta Redonda – UniFOA. Pós-graduação em Ensino de Ciências da Saúde e do Meio Ambiente, 2010. Bibliotecária: Gabriela Leite Ferreira -- CRB 7/RJ - 5521 Orientadora: Profa.Dra.Cátia Lacerda Sodré 1. Escoliose. 2. Avaliação postural – Idade escolar. I. Título CDD: 616.7 FOLHA DE APROVAÇÃO Aluno: Juliana Vilela Borges de Miranda Título da Dissertação: Proposta de adaptação de protocolo de avaliação postural aplicado ao diagnóstico precoce da escoliose na idade escolar no município de Volta Redonda/RJ. Orientador: Prof.ª Dr.ª Cátia Lacerda Sodré Banca Examinadora: ______________________________________ Prof.Dr.Alan Barbosa da Silveira ______________________________________ Profª.Drª Maria de Fátima Alves de Oliveira ______________________________________ Profª.Drª Cátia Lacerda Sodré DEDICATÓRIA Dedico este trabalho, as pessoas importantes da minha vida; minha família (meu time), que estão sempre ao meu lado em todos os momentos; ao meu marido, que entendeu minhas ausências nos finais de semana, mesmo sendo recém casados, a minha já amada e querida filha Maria, que estará junto de nós em agosto; aos meus pais, que sempre me apoiaram e confiaram em todas as escolhas da minha vida, aos meus irmãos, verdadeiros amigos, por saber que simplesmente posso contar com eles em qualquer momento e a minha saudosa e querida vó Dude, que dedicou sua vida a família e que faz muita falta no meio de nós. AGRADECIMENTOS Agradeço primeiro a Deus, por me fazer acreditar em mim e pela determinação para seguir em frente; Ao meu marido Guilherme e minha filha Maria, que estará em breve conosco, pela compreensão nos momentos de ausência e apoio; À minha orientadora, Prof.ª Dra Cátia Lacerda Sodré, por sua amizade, pela mansidão e profissionalismo que conduziu este trabalho; À minha tia Ana, pela paciência, dedicação e carinho que me auxiliou na finalização do meu trabalho; À minha sobrinha Júlia, pela alegria que traz a minha vida; À Angela Santos, fisioterapeuta, que despertou em mim a idéia deste trabalho; Aos colegas de turma, pelo incentivo mútuo; A todos os professores do Programa de Mestrado, pelo exemplo e dedicação, em especial ao Prof. Dr. Marcelo Genestra (in memorian), pela amizade e profissionalismo com que desempenhou o seu papel de professor. RESUMO Uma das alterações posturais que mais acomete as crianças no período escolar é a escoliose, atingindo 20% da população infantil. Durante a infância ocorrem algumas alterações psicológicas, sociais, afetivas e físicas. Dentro das físicas, estão as alterações relacionadas ao peso corporal e a estatura, que podem ocasionar modificações posturais devido ao crescimento acelerado e por experiências individuais. Sabe-se que durante o período do estirão de crescimento a escoliose tem sua evolução mais rápida, por isso é preciso compenetrar-se do fato desta ser sempre uma deformidade do crescimento. Entretanto, nesta fase, na maioria das vezes, ainda não se tem a escoliose instalada, mas sim uma pré-escoliose. Este fato reforça a necessidade de um diagnóstico precoce desta patologia. Dentro deste contexto, o objetivo central deste trabalho foi propor uma adaptação ao protocolo de avaliação postural, onde foram incluídas quatro questões subjetivas direcionadas aos pais com o objetivo de detectar nos seus filhos alterações neurológicas, psiquiátricas, visuais e auditivas. Estas alterações podem interferir na postura corporal, devendo estas crianças, ser primeiramente direcionadas e tratadas pelos respectivos especialistas. A adaptação de um protocolo de avaliação postural tem como função realizar o diagnóstico precoce da escoliose na infância, além de ser uma ferramenta de ensino que facilita o diagnóstico correto desta patologia. A proposta volta-se a inserção do mesmo no conteúdo de algumas disciplinas do curso de graduação de Fisioterapia. A partir do diagnóstico, a criança deve ser encaminhada ao especialista, para uma avaliação mais profunda, ou acompanhada durante o período necessário. Os resultados das avaliações indicarão o tratamento mais adequado ao caso. Se a criança for encaminhada para tratamento reeducativo, este deve ser bem conduzido e iniciado precocemente, podendo assim evitar a evolução e instalação da escoliose. Palavras-chave: Adaptação do protocolo, postura, escoliose, escola, ensino e saúde. ABSTRACT One of the postural changes that affect most children in the school age is scoliosis, reaching 20% of the child population. During childhood there are some psychological, social and emotional changes .Within the physical changes are the ones related to body weight and height, which can cause postural changes due to accelerated growth and individual experiences. It is well known that during the period of fast growth of the children, scoliosis has its more rapid evolution, so it is a must that we understand the fact that scoliosis is always a growth deformity. However, at this stage, in most cases, children still do not have scoliosis in place, but a pre-scoliosis. This fact reinforces the need for early diagnosis of this pathology. Within this context, the main objective of this study was to propose an introduction of a postural assessment protocol, which included four subjective questions directed to parents in order to detect children with neurological, psychiatric, visual and auditory alterations. These changes can interfere with the body posture and these children should be primarily directed to and treated by specialists in the field. This introduction of a postural assessment protocol has the main objective to perform an early diagnostic of the scoliosis development in school age, in addition to being a teaching tool that facilitates the correct diagnosis of this pathology. The proposal recommends the introduction of this methodology in the content of some subjects of the undergraduate course of physiotherapy. From the diagnosis, these children should be referred to the appropriate professional for further evaluation or to do a detailed follow-up of them during the period required. The results of these evaluations will redirect children to the correct treatment. If the child is referred for re-education treatment, it should be well conducted and if started early it can prevent the development and installation of scoliosis. Key Words: Adaptation, posture, scoliosis, school and education. SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO ................................................................................................................ 12 1.1. Escoliose ............................................................................................................. 13 1.2. Incidência e Etiologia da Escoliose ...................................................................... 14 1.3. Gibosidade .......................................................................................................... 16 1.4. Diagnóstico Precoce ............................................................................................ 18 1.5. Ensino.................................................................................................................. 20 1.5.1. Ensino na Saúde ........................................................................................... 21 1.5.2. Ensino na Fisioterapia................................................................................... 22 2. OBJETIVOS.................................................................................................................. 24 2.1. Objetivo Geral ........................................................................................................ 24 2.2. Objetivos Específicos ............................................................................................. 24 3. MÉTODOS.................................................................................................................... 25 3.1. Protocolo Adaptado................................................................................................ 25 4. RESULTADOS.............................................................................................................. 32 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS .......................................................................................... 38 6. REFERÊNCIAS ............................................................................................................ 39 7. ANEXOS ....................................................................................................................... 41 LISTA DE FIGURAS Figura 1: Pacientes portadores de escoliose. Demonstração antes e depois do tratamento fisioterapêutico (http://www.colegiosaofrancisco.com.br/alfa/escoliose/escoliose-3.php) ..... 14 Figura 2: Teste de Adams (movimento de flexão anterior de tronco) que mostra a gibosidade na região torácica à direita (traçado) (http://www.centrodesaopaulo.com.br/ artigos_03.html) ................................................................................................................... 17 Figura 3: (A) Alinhamento pélvico frontal; (B e C) Teste de Adams (traçado) (http://www.centrodesaopaulo.com.br/artigos_03.html)........................................................ 26 Figura 4: Perfil da cintura no plano frontal (http://www.centrodesaopaulo.com.br/ artigos_03.html) ................................................................................................................... 27 Figura 5: Inclinação das clavículas e cabeça no plano (http://www.centrodesaopaulo.com.br/ artigos_03.html) ................................................................................................................... 28 Figura 6: Alterações nos joelhos dentro da faixa etária específica (http://www.centrodesaopaulo.com.br/artigos_03.html)........................................................ 29 Figura 7: Evolução normal do alinhamento dos membros inferiores (http://www.centrodesaopaulo.com.br/artigos_07.html)........................................................ 29 Figura 8: Carimbo da sola do pé após ser mergulhado na água em um papel. Aferição das medidas da largura da marca na altura do calcanhar e do arco. A largura do arco era dividida pela do calcanhar obtendo-se assim o índice do arco plantar; C) gráfico com o índice médio do arco e os desvios padrão (http://www.centrodesaopaulo.com.br/artigos_07.html) 30 Figura 9: Protocolo de avaliação postural desenvolvido por Santos.................................... 32 Figura 10:Protocolo adaptado (frente) ................................................................................. 33 Figura 11:Protocolo adaptado (verso) .................................................................................. 34 Figura 12:Total de meninos e meninas que sofreram avaliação postural ............................. 35 Figura 13:Total de crianças que apresentam alterações posturais ...................................... 36 Figura 14:Total de alterações posturais encontradas nas crianças avaliadas com a utilização do protocolo adaptado ......................................................................................................... 36 LISTA DE ABREVIATURAS ABERGO - Associação Brasileira de Ergonomia NEPE- Núcleo de Estudos e Pesquisas em Escoliose PSF- Programa de Saúde da Família NASF- Núcleo de Apoio à Saúde da Família ESF- Equipe de Saúde da Família OMS - Organização Mundial da Saúde TIC- Tecnologia da Informação e Comunicação LIONS- Liberty, Intelligence, Our Nation’s Safety/ Liberdade, Inteligência, Saúde para nossa Nação CIF- Centro Integrado de Fisioterapia 12 1. INTRODUÇÃO A infância representa um período da vida do ser humano em que ocorrem alterações psicológicas, sociais, afetivas e físicas (GRACIOLI apud DETSCH & CANDOTTI, 2001). As mudanças físicas estão relacionadas ao peso corporal e a estatura, podendo ocasionar modificações posturais devido ao crescimento acelerado e por vivências corporais que cada um experimenta nas diferentes fases da vida, além da influência da hereditariedade, de culturas, hábitos e traumatismos, (GRACIOLI apud WEIS & MULLER, 1994). Segundo Gracioli (apud Moffay & Vickery, 2002), a postura não é um fator determinado, pois sofre variações conforme as atividades realizadas durante o dia. Em um determinado exercício, por exemplo, ocorrem variações da postura por diversas vezes. De acordo com Gracioli (apud CALVETE, 2004), durante a infância a postura encontra-se em processo de desenvolvimento e é, neste período, que a adoção de uma postura incorreta poderá ter repercussão negativa no futuro. Dos 07 aos 12 anos, a postura sofre grandes transformações na busca do equilíbrio, compatível com as novas proporções do corpo. Nessa idade, em que a mobilidade é extensa, a postura se adapta a atividade que ele, o corpo, está desenvolvendo (BERTOLLINI E GOMES, 1997). No período escolar, as chances de se desenvolverem alterações posturais são maiores, principalmente na fase em que as crianças estão ingressando na quinta série do ensino fundamental. Estas alterações são devido às mudanças que estão acontecendo no desenvolvimento do corpo e a grande quantidade de material escolar que deve ser transportado para a escola. Além disso, a forma como o material é transportado, o excesso de tempo na posição sentada (na escola, em casa, em outros cursos) e a falta de especificidade das carteiras e cadeiras podem contribuir para ampliar os desvios posturais. Esta questão se enquadra nos riscos ergonômicos que a criança se expõe durante o processo ensino-aprendizado. A ergonomia destinada a abordar os aspectos da atividade humana de forma sistêmica, contribui para o planejamento, o projeto e a avaliação das atividades e locais de trabalho/estudo, produtos, ambientes e sistemas de modo a torná-los compatíveis com as necessidades, habilidades e limitações humanas (VIEIRA & LAPA, 2006). Orientações ergonômicas quanto ao mobiliário e material transportado deveriam ser oferecidas por profissionais da área (fisioterapeutas ou com formação em ergonomia) para diminuir estes riscos para a saúde da criança. Além da questão da utilização excessiva de computadores e jogos eletrônicos, que atualmente é acessível a todas as classes sociais, distanciando cada vez mais a criança de estímulos físicos como eram as brincadeiras no passado, contato com outras crianças, com a natureza e com o próprio corpo. Os pais acabam estimulando as crianças a terem mais atividades dentro de suas casas pela violência infantil dificultando as brincadeiras em áreas externas. 13 Segundo Bienfait (1995), o diagnóstico precoce da escoliose na idade escolar e o encaminhamento para o tratamento adequado diminuem muito sua evolução, pois ela é uma das alterações que mais acometem as crianças neste período escolar, atingindo 20% da população infantil. Entretanto, a medicina, muitas vezes, se volta somente para as escolioses graves e não valoriza seu início, que é justamente a fase que se deve introduzir o tratamento reeducativo. A gravidade da escoliose em geral não está em sua causa inicial, mas em seu grau de evolução. Há uma causa inicial, em geral, e a evolução, devida ao crescimento, proporciona a continuidade do processo da doença. A pré-escoliose é o primeiro estágio de evolução de uma verdadeira escoliose. Nesse estágio é que se deve prevê-la e evitá-la. O diagnóstico precoce dos desvios da coluna vertebral é fundamental. Todas as crianças deveriam ser examinadas periodicamente nas escolas ou nos consultórios médicos, e com maior atenção na fase do crescimento rápido. 1.1. ESCOLIOSE A palavra escoliose, de origem grega, significa curvatura, sendo usada em medicina para denominar qualquer curvatura lateral da coluna vertebral. Hipócrates (14601375 a.C.), no livro De Articulationes, do Corpus Hippocratum, foi o primeiro a fazer citações sobre as escolioses, com menção sobre os aspectos clínicos e as formas de tratamento em tração. Com a descoberta dos raios-X, houve um grande avanço na avaliação e no tratamento das deformidades vertebrais. A evolução nos conhecimentos sobre as escolioses ocorreu com a Fundação da Scoliosis Research Society, EUA, em 1966. No Brasil, o primeiro curso sobre escoliose foi realizado no Hospital das Clínicas de São Paulo na década de 50 (SIZINIO et al, 2003). Fregonesi (apud CAILLIET, 1977 e BASMAJIAN, 1987) relatou que a escoliose, inicialmente definida como sendo um simples desvio lateral da coluna vertebral, tem na verdade uma conotação muito mais complexa. Devido ao maior entendimento da natureza tridimensional dessa patologia, passou a ser definida como uma deformidade nos três planos, sendo o desvio lateral no plano frontal, a rotação vertebral no plano axial e a lordose no plano sagital (FREGONESI apud FERREIRA, 2001). As deformidades vertebrais na escoliose estão intimamente relacionadas com a sua patogênese, que permanece desconhecida (escoliose idiopática) e que representa mais de 80% de todas as escolioses. Vale ressaltar que a deformidade na escoliose idiopática do adolescente envolve em geral o tronco, as costelas, os órgãos internos e a aparência da superfície da coluna (FREGONESI apud STOKES, 1988) (Figura 1). O risco evolutivo da escoliose idiopática no adolescente está diretamente relacionado ao período de 14 crescimento, com o grau de inclinação lateral da curva escoliótica e com a rotação axial da vértebra ápice da curva (Fregonesi apud GRAM MC, 1999). Antes Depois Figura 1- Pacientes portadores de escoliose. Demonstração antes e depois do tratamento fisioterapêutico. (http://www.colegiosaofrancisco.com.br/alfa/escoliose/escoliose3.php). 1.2. INCIDÊNCIA E ETIOLOGIA DA ESCOLIOSE A escoliose pode ser classificada, segundo sua etiologia, em estrutural e não estrutural. A estrutural pode ser a idiopática, a neuromuscular e a osteopática e, a não estrutural pode ser causada pela discrepância de membros inferiores, espasmo ou dor nos músculos da coluna vertebral por compressão de raiz nervosa ou outra lesão na coluna e ainda pelo posicionamento do tronco (MOLINA & CAMARGO, 2003). Geralmente, as escolioses só são diagnosticadas no período de aumento da deformidade (PEDRIOLLE, 2006). A sua origem pode vir de uma paralisia, de doenças genéticas ou hereditárias ou de outras causas identificáveis, mas 80% dos casos são idiopáticas e apesar de muito ter sido pesquisado sobre sua etiologia, nenhuma evidência conclusiva foi registrada nos pacientes (SCHROTH, 1992). 15 O prognóstico geral da escoliose depende de vários fatores, principalmente da idade de fixação da curva escoliótica e da sua magnitude. O perigo maior da escoliose idiopática acontece durante o período de crescimento na adolescência (SCHROTH, 1992). A curva tende a aumentar até a cessação do crescimento esquelético, sendo de pior prognóstico nas regiões torácicas devido à rotação da caixa torácica e conseqüente efeito sobre a respiração e sistema cardiovascular (COILLARD & RIVARD, 1996). De acordo com o Núcleo de Estudos e Pesquisas em Escoliose (NEPE) (2002), as escolioses também podem ser classificadas de acordo com a sua localização em: Escoliose Torácica 80% são torácicas direita; Rotação das vértebras para convexidade (corpos para convexidade e espinhosas para concavidade); Horizontalização das costelas da concavidade e verticalização das vértebras da convexidade; Protração/elevação/rotação superior da escápula; Retração/depressão/rotação inferior da escápula; Anteversão/elevação/rotação do ilíaco; Retroversão/elevação em menor grau; Retificação do plano sagital para as escolioses evolutivas; Horizontalização sacral (DURIGON, 2003). Escoliose Lombar 80% são lombares esquerda; Rotação das vértebras para convexidade (corpos para convexidade e espinhosas para concavidade); Protração/elevação/rotação superior da escápula em menor grau; Retração/depressão/rotação inferior da escápula em menor grau; Anteversão/elevação/rotação do ilíaco; Retroversão/elevação em menor grau; Retificação do plano sagital lombar para as escolioses evolutivas; Horizontalização sacral (DURIGON, 2003). Escoliose Tóraco-lombar 50% são tóraco-lombares direita e 50% são esquerda, 16 Rotação das vértebras para convexidade (corpos para convexidade e espinhosas para concavidade); Horizontalização das costelas da concavidade e verticalização das vértebras da convexidade; Protração/elevação/rotação superior da escápula; Retração/depressão/rotação inferior da escápula; Anteversão/elevação/rotação do ilíaco em menor grau; Retroversão/elevação em menor grau; Retificação do plano sagital para as escolioses evolutivas; Horizontalização sacral (DURIGON, 2003). Ricard (1999) classificou a escoliose por sua angulação: grau 1- angulação inferior a 20°; grau 2- angulação de 20 a 30°; grau 3- angulação de 31 a 50°; grau 4- angulação acima de 51°. A escoliose também pode ser classificada segundo a idade de aparição como escoliose infantil, que aparece entre o nascimento e os três anos de idade. Há uma maior prevalência da escoliose no sexo feminino em relação ao sexo masculino de 3,6: 1 (Fregonesi apud BARROS, 1997). A escoliose juvenil aparece entre quatro a dez anos de idade, na maioria dos casos é dorsal de convexidade direita e muito flexível. Seu acompanhamento é importante, pois pode progredir muito rapidamente ao nível lombar e tóraco lombar. O uso do colete é recomendado quando a angulação da escoliose estiver entre 30° e 45° e, quando essa angulação ultrapassar 45°, o procedimento é cirúrgico (RICARD, 1999). A terminologia utilizada na descrição da curva escoliótica diz que as vértebras terminais das curvas são definidas como as vértebras que inclinam ao máximo para dentro da concavidade da curva estrutural; a vértebra apical é aquela que está com maior rotação e encunhamento, cujo centro está deslocado mais lateralmente em relação à linha central (LIMA, 2002). 1.3. GIBOSIDADE A gibosidade é uma proeminência rotacional no lado convexo da curva. As vértebras são rodadas no sentido da convexidade, tem uma melhor visualização quando o paciente realiza uma flexão anterior de tronco. É uma alteração no formato da superfície do tronco e de difícil correção, provavelmente resultante da deformidade da caixa torácica, quando na região torácica, sendo este um importante componente da escoliose que ainda não é bem entendido (Figura 2). Na região lombar, a gibosidade caracteriza-se por uma proeminência 17 ou maior volume da musculatura e pode ser correlacionada com a magnitude da deformidade espinhal (MOLINA & CAMARGO, 2003). A presença de uma gibosidade pode desencadear uma série de problemas fisiológicos; isto resulta em uma melhor ventilação pulmonar no lado da gibosidade e uma menor ventilação do lado contrário. A mudança do centro de gravidade causa um desequilíbrio estático (SCHROTH, 1992). Figura 2- Teste de Adams (movimento de flexão anterior de tronco) que mostra a gibosidade na região torácica à direita (traçado) (http://www.centrodesaopaulo.com.br/artigos_03.html). A forma da giba também é variável; uma giba redonda parece ter melhor prognóstico que uma giba angular. Pode estar alojada próximo ao eixo médio e ser mais fácil de reduzir pela correção de descarga em membros inferiores (TOUZEAU et al., 2002). A terminologia para a localização da curvatura é feita conforme o local onde se encontra o seu ápice e a direção da curvatura é aquela da convexidade da curva. O conhecimento do ganho em altura e da velocidade de crescimento vertebral, em relação ao sexo e à idade, é de extrema importância (SIZINIO et al., 2003). A velocidade de crescimento está diretamente relacionada ao desenvolvimento dos caracteres sexuais secundários, sendo que o maior pico ocorrerá aproximadamente um ano após o desenvolvimento das mamas e dos pêlos pubianos nas meninas e dos pêlos pubianos, axilares e faciais nos meninos. Após um ano desse pico, ocorrerá a menarca, estando 18 praticamente terminado o crescimento em comprimento do tronco após dois anos (SIZINIO et al., 2003). As curvaturas patológicas alteram a distribuição das forças que cruzam sua concavidade, e podem chegar a deformar o quadro cartilaginoso das vértebras em pessoas muito jovens e, por conseguinte, mais adiante, as próprias vértebras. O núcleo é expulso até a convexidade, quando se reúnem condições para sua progressão. Estas pressões excessivas determinam uma série de modificações bioquímicas e histológicas que conduzem, no adulto, à degeneração discal e à osteoartrose no lado côncavo. Contrariamente, a ausência de pressão sobre a convexidade favorece seu menor conteúdo mineral ósseo (BIOT et al., 2002). A observação do pico de crescimento da adolescência é muito importante, pois a relação entre crescimento vertebral e escoliose é muito bem-estabelecida (SIZINIO et al., 2003). Os músculos e ligamentos se adaptam à deformidade e sua função sobre a postura e o movimento se encontra alterado. A caixa torácica, o diafragma e o abdome estão envolvidos na deformidade vertebral. Deles se derivam certo grau de insuficiências respiratórias restritivas, proporcional ao ângulo de escoliose e modificações espaciais do conteúdo abdominal. A função de proteção neurológica fica respeitada graças à escassa modificação que sofre a morfologia do conduto vertebral (BIOT et al., 2002). As vértebras escolióticas apresentam rotação importante no seu plano transverso, sendo que os processos espinhosos são direcionados para a convexidade e os transversos para posterior no lado convexo da deformidade, levando à torção do tronco e à conseqüente elevação das costelas, criando a giba torácica clássica (SIZINIO et al., 2003). Quanto mais jovens são as estruturas vertebrais, mais definitivas são as modificações que produzem tensões anormais, e quanto maior a estruturação da escoliose, maior será a possibilidade de evolução do efeito. A determinação do grau da deformidade é feita pelo Método de Cobb, que baseia-se no ângulo formado por perpendiculares às linhas que tangenciam a superfície superior da vértebra proximal ao centro da curva, e à linha que tangencia a superfície inferior da vértebra distal ao centro da curva, que mais se direcionam para a concavidade da curvatura (SIZINIO et al., 2003). 1.4. DIAGNÓSTICO PRECOCE DA ESCOLIOSE Bienfait (1995) destacou que, nenhum tratamento pode curar uma escoliose instalada, mas em 75% dos casos, um tratamento reeducativo bem conduzido, iniciado precocemente, poderia tê-la evitado. Com a utilização do protocolo desenvolvido por Santos e Bienfait (2001) apontando sinais que podem estar relacionados à escoliose pode-se fazer um rastreamento de crianças 19 que apresentam este tipo de problema e direcioná-las ao profissional adequado, para uma avaliação mais profunda e tratamento reeducativo apropriado. Além dos sinais já avaliados, a inclusão de outros pontos relevantes no protocolo que poderiam dar mais direcionamento à pesquisa precisam ser considerados. Alterações neurológicas, visuais, auditivas e psiquiátricas podem interferir na postura corporal, devendo o paciente ser encaminhado inicialmente a profissionais aptos a avaliarem as alterações citadas acima. Após estas avaliações e/ou tratamento adequado, os mesmos devem ser encaminhados ao fisioterapeuta, se persistir a alteração postural. A estabilidade postural é a capacidade de manter o corpo em equilíbrio, isto é, refere-se a habilidade do corpo de retornar ao ponto de equilíbrio quando exposto a uma perturbação. A manutenção do equilíbrio corporal deve-se a integração de várias estruturas, que compõe um sistema de controle chamado de sistema de equilíbrio ou sistema de controle postural (BIENFAIT, 1995). O processo de uma orientação vertical, emprega-se múltiplas referências sensoriais, incluindo a gravidade (aparelho vestibular), a superfície de apoio (sistema somatossensitivo) e a relação do nosso corpo com o ambiente (sistema visual). A atuação conjunta destes três sistemas permite a estabilização do campo visual nas diversas situações de movimento as quais o indivíduo é submetido, e assim, participa ativamente na manutenção do equilíbrio (BIENFAIT, 1995). Vários estudos correlacionam a deficiência visual com alterações na função de equilíbrio, o qual tende a torna-se insuficiente na presença de comprometimento visual. Um comprometimento do sistema de equilíbrio pode reduzir a estabilidade resultando em aumento da oscilação corporal e/ou alteração da estratégia de movimento. A lesão ou doença de qualquer uma das estruturas (por exemplo: olhos, orelha interna, receptores periféricos, medula espinhal, cerebelo, cérebro) envolvidas nos estágios de processamento da informação podem afetar o equilíbrio (OLIVEIRA e BARRET., 2008). Através do sistema vestibular, o ser humano inicia o contato com o meio circundante, sendo essencial para a aprendizagem, incluindo linguagem escrita e falada e a coordenação motora (GANANÇA & CAOVILLA, 1999). Diversos estudos têm relatado a existência de uma relação entre distúrbios vestibulares e problemas de aprendizagem. A criança desenvolve a capacidade de organizar inputs sensoriais. Inicialmente, a criança recém nascida, experimenta sensações, mas não é capaz de dar significado a elas. Com o tempo há um aumento na habilidade do cérebro em organizar sensações para produzir complexas respostas adaptativas da criança. Os inputs vestibulares e somatossensoriais têm um papel vital na criação de modelos precisos do corpo para o controle postural necessário a orientação corporal em relação a gravidade e ao meio. A disfunção vestibular costuma afetar consideravelmente a habilidade de comunicação, o 20 estado psicológico e o desempenho escolar. Isto justifica o encaminhamento adequado das crianças com este tipo de alteração, que poderia influenciar, e muito, a postura destas (GANANÇA & CAOVILLA, 1999). NEVES, MONTES e SOUZA (2009) consideram que o profissional de saúde deve usar uma linguagem compreensível e simples, adequada à realidade e que tenha como ponto fundamental, o indivíduo, buscando conhecer suas necessidades em relação à doença. Essa linguagem possibilita ao profissional exercer uma prática educativa e realizar intervenções pertinentes ao diagnóstico. O fisioterapeuta é um profissional habilitado a atuar na promoção e proteção da saúde, prevenindo e reabilitando em nível individual e coletivo. Seu envolvimento em programas de atenção primária contribui no quadro saúde-doença encontrado no país. Apesar do fisioterapeuta não ser ainda um profissional obrigatório no Programa de Saúde da Família (PSF), vale ressaltar a Portaria 154, de 24 de janeiro de 2008 (Diário Oficial da União) sobre a criação do Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF), onde diz que a equipe de Saúde da Família poderá ser composta por profissionais como Fisioterapeutas, Médicos Acupunturistas, Farmacêuticos, Nutricionistas, Assistentes Fonoaudiólogos, Médicos Pediatras, Sociais, Médicos Profissionais Ginecologistas, Psicólogos, Médicos da Educação Médicos Psiquiatras Física, Homeopatas, e Terapeutas Ocupacionais. O NASF foi criado com o objetivo de ampliar a abrangência e o escopo das ações da atenção básica. As atividades de reabilitação são voltadas para promoção e proteção à saúde em conjunto com a Equipe de Saúde da Família (ESF), incluindo aspectos físicos e de comunicação, como consciência e cuidados com o corpo, postura, entre outras (www.saude.gov.br/MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2008). O PSF é tido como uma das principais estratégias de reorganização dos serviços e de reorientação das práticas profissionais neste nível de assistência, promoção da saúde, prevenção de doenças e reabilitação. Atualmente, é definido como Estratégia Saúde da Família, ao invés de programa, que aponta sempre para uma atividade com início, desenvolvimento e finalização (www.saude.gov.br/OMS, 2008). Dentro deste contexto, VIANNA e CARVALHO (2001), citam uma preocupação de alguns pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ), em relacionar a saúde e a educação, mostrando que há um descompasso entre o avanço científico de hoje, os problemas sociais e o que o professor, que está ao lado da comunidade, sabe. 1.5. ENSINO Na comunidade primitiva, o que caracterizou a educação foi a sua forma espontânea, natural e assistemática. Educava-se pela imitação direta e inconsciente das 21 atividades dos adultos por parte da criança. Esta “pedagogia” chamava-se iniciação e consistia na transmissão, às novas gerações, das regras, costumes, tradições, tabus, mitos e técnicas rudimentares da sociedade adulta (SANTOS & PEREIRA, 1999). Numa fase mais avançada, a educação foi marcada pelo aparecimento da linguagem escrita e, posteriormente, da literatura, dando à sociedade uma consciência do passado, bem como uma norma de conduta devidamente estabelecida (SANTOS & PEREIRA, 1999). Atualmente, como produto da evolução histórica, a educação apresenta uma riqueza de métodos pedagógicos que, se de um lado é benéfica, de outro evidencia que ainda não se atingiu uma posição ideal. Com as experiências e descobertas realizadas no campo da pedagogia e da psicologia, com a grande variedade de recursos técnicos disponíveis, com a quantidade de publicações ao nosso alcance e com a rapidez com que são geradas as informações, o educador não pode se limitar à reprodução de conteúdos sistematizados. O educador precisa ser um produtor de conhecimentos que tenham significação para os educandos e os tornem capazes de distinguir o que é fragmento do que é totalidade, o que é contingente do que é necessário (SANTOS & PEREIRA, 1999). Principalmente, no ensino em saúde, onde o conteúdo são tão complexos e modificados o tempo todo. 1.5.1. ENSINO E SAÚDE As pesquisas em Ensino de Ciências têm apontado para novas experiências em curso de formação, pois o que tem sido observado entre professores e alunos são lacunas nas suas formações, tanto em nível de conteúdo como sobre concepção a respeito da natureza da Ciência (VIANNA & CARVALHO, 2001). Mudar a postura dos professores requer muito mais que acabar com “ensino tradicional” de ciências, onde a aula é transcrita no quadro-negro, seguindo uma proposta curricular tradicional elaborada coerentemente, comum nas escolas, com o conhecimento centrado no professor e no livro. Atualmente, esta estratégia baseada na memorização, com uma visão de ensino-aprendizagem sem levar em conta os aspectos de conhecimentos dos alunos, o da sociedade e seu cotidiano (VIANNA & CARVALHO, 2001) não é mais aceitável, pois alunos e professores podem produzir conhecimentos. Sabe-se que as ações educativas influenciam o estilo de vida, melhoram a relação profissional-indivíduo e os ambientes social e físico. Além disso, a educação em saúde, como uma prática social, baseada no diálogo, ou seja, na troca de sabedoria, favorece a compreensão dessa relação no processo saúde-doença e, respectivamente, o intercâmbio entre o saber científico e o popular (NEVES, MONTES e SOUZA (2009). 22 NEVES, MONTES e SOUZA (2009)consideram que os profissionais de saúde seriam responsáveis por propiciar condições favorecedoras ao processo de aquisição de conhecimentos científicos, e possíveis mudanças no controle das doenças. Tal participação seria um meio de reforçar a responsabilidade e os direitos dos indivíduos e da comunidade por sua própria saúde. Em uma perspectiva macro, Potvin e colaboradores (1994) ressaltam que um dos princípios da base das intervenções preventivas em promoção da saúde é a participação da população em todas as fases de planejamento, desenvolvimento e realização dos programas (TORRES et al., 2003). 1.5.2. ENSINO NA FISIOTERAPIA A Fisioterapia surgiu no país a partir de 1929, com a criação do primeiro curso técnico na Santa Casa de Misericórdia de São Paulo. A motivação principal para sua criação foi o grande número de portadores de seqüelas da poliomielite, com elevada incidência de distúrbios do aparelho locomotor, bem como o crescente aumento de acidentes de trabalho. Considerada profissão recente, com menos de quarenta anos de regulamentação, a formação em Fisioterapia no Brasil evoluiu de forma lenta nas décadas de 1970 e 1980. Na década de 1990, houve uma elevação considerável do número de cursos e vagas, atingindo acelerada expansão a partir de 1997 (BISPO JUNIOR, 2009), porém de forma desregulada, com privatização do ensino e concentração geográfica dos cursos. A ampliação do número de cursos e a maior oferta de profissionais não resultaram em maior acesso da população à assistência em fisioterapia. A Fisioterapia foi regulamentada oficialmente no Brasil pelo Decreto-Lei 938 em 1969, e pela Lei Federal 6316 em 1975 (htt://PT.wikipedia.org/wiki/Fisioterapia, 2010); é a ciência que estuda o movimento humano e que utiliza recursos físicos no tratamento e cura. Com o sentido restrito à área de saúde, está voltada para o entendimento da estrutura e mecânica do corpo humano. A fisioterapia estuda, diagnostica, previne e trata os distúrbios, entre outros, da biomecânica e funcionalidade humana decorrentes de alterações de órgãos e sistemas humanos. Reúne técnicas para habilitar ou reabilitar o movimento humano. Sua competência e habilidade vão desde a origem terapêutica até o estudo da patologia e dos métodos para minimizá-la (SANTOS, 2002). Na maior parte das instituições ainda predomina o modelo tecnicista, voltado para cura de doenças e reabilitação de sequelas e por isso um dos maiores problemas que a Fisioterapia enfrenta nos dias de hoje é a saturação no mercado privado de assistências e a carência assistencial a população (BISPO JUNIOR, 2009). É preciso uma transformação do perfil profissional de acordo com a nova realidade epidemiológica. Entretanto, é comum dizer que a profissão de fisioterapeuta é promissora porque muitos cuidados 23 fisioterapêuticos são necessários na terceira idade, o que torna a prevenção um fator imprescindível. Conhecedor das patologias do sistema músculo-esquelético, assim como dos cuidados necessários e das melhores formas de reabilitá-lo, o fisioterapeuta deveria abrir frentes de trabalho ligadas à prevenção (SANTOS, 2002). A informação em saúde é considerada um veículo necessário para a gestão dos serviços, pois através dela cria-se possibilidades de orientar a implantação, acompanhamento e (re)avaliação dos modelos de atenção à saúde, envolvendo também as ações de prevenção e controle de doenças (CARDOSO et al., 2008). A maioria dos docentes do Ensino Superior, no que se refere as áreas específicas de formação técnica, não possuí formação pedagógica para exercer esse ofício. A atividade docente tem início por meio de diferentes caminhos, com diferentes histórias, aspirações e expectativas. No curso de Fisioterapia, não é diferente. Como o conteúdo é muito técnico e prático, a dificuldade do professor em direcionar o conhecimento fica muito evidente. Por isso, há a necessidade de se criar metodologias para aproximar o saber teórico do prático. Professores sem formação pedagógica buscam sua profissionalização no projeto formativo do curso, na troca dos saberes, seja com colegas professores, seja com os alunos, mediados pelo espaço do trabalho (PIVETTA, 2006). Também é pertinente apontar que o profissional da área da saúde, em função das necessidades impostas pelo advento tecnológico contemporâneo, especialmente nesse setor, desenvolva competências e saberes relativos a um "pensar e agir" que inclua as Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs) no intuito de enriquecer e ampliar sua prática profissional, sua educação permanente e sua participação social nos campos especiais em que vier a atuar (CARDOSO et al., 2008). Vale ressaltar que nenhum sistema substitui o "olhar do profissional/discente" da área da saúde diante de um usuário real; porém, o uso desses sistemas pode auxiliar na sistematização do processo de tomada de decisão, contribuindo para habilidades profissionais em saúde, como também na construção do conhecimento pelo estudante a partir de experimentos/simulações como o sistema especialista (CARDOSO et al., 2008). Por ser uma profissão muito nova, a formação de professores de Fisioterapia ainda é escassa. Existem muitos profissionais fisioterapeutas que acabam entrando na docência porque gostam da profissão e de ensinar, mas para a formação de professores fisioterapeutas, ensinar a aprender e ensinar a reabilitar são fundamentais, mas não é tudo. No entanto, aprender a ser professor se faz ao longo da trajetória de vida dos professores, o que está fortemente marcado pela inter-relação de pessoas ao longo do tempo em determinado espaço de trabalho mediado pelo projeto formativo e pelas concepções que elaboram. 24 2. OBJETIVOS 2.1. OBJETIVO GERAL Adaptar o protocolo de avaliação postural de SANTOS (2001) para diagnosticar precocemente a escoliose na idade escolar, incluindo neste, questões subjetivas aos responsáveis sobre alterações visuais, auditivas, neurológicas ou psiquiátricas, visando sua aplicabilidade em escolas municipais e em cursos de graduação em Fisioterapia, Educação Física e Medicina. 2.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS Incluir no protocolo já existente alguns ítens para melhor diagnosticar a escoliose, como dados relativos à alterações visuais, auditivas, psiquiátricas e neurológicas. Utilizar o protocolo como instrumento de avaliação postural direcionados à criança para diagnóstico precoce da escoliose nas disciplinas de Fisioterapia Preventiva e Pediátrica e no Centro Integrado de Fisioterapia (CIF); Treinar alunos do curso de Fisioterapia participantes do Programa de Iniciação Científica para uso do protocolo adaptado em escolas. 25 3. MÉTODOS A pesquisa seguiu um padrão de um estudo primário, quali-quantitativo, descritivo, longitudinal e prospectivo. O grupo de estudo foi composto por 74 crianças, de ambos os sexos, com faixa etária entre 07 a 12 anos. O trabalho já fazia parte do PIC (Programa de Iniciação Científica), seguindo a Resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde, este estudo foi previamente submetido e aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa em Seres Humanos do Centro Universitário de Volta Redonda (UniFOA). Para o início do trabalho, todos os pais dos participantes deste estudo assinaram um Termo de Consentimento contendo as informações necessárias sobre objetivos e métodos referentes ao projeto. Durante o segundo semestre de 2008 e o primeiro semestre de 2009, crianças de quatro escolas foram, de forma censitária, escolhidas durante o evento desenvolvido pelo LIONS CLUB (Liberty, Intelligence, Our Nation’s Safety- Fundação beneficente que leva auxílio, esperança e cura para o mundo, concedendo subsídios aos distritos do Lions em todo mundo para projetos humanitários em larga escala que atendem as necessidades da comunidade) vinculado ao projeto Saúde e Solidariedade da Rede Municipal de Volta Redonda, que tem como objetivo levar ações sociais às comunidades mais carentes da cidade, através do atendimento pelos alunos dos mais diversos cursos do UniFOA. O curso de Fisioterapia já participa deste projeto desde 2004, sempre com atividades preventivas/promoção de saúde, e em 2005 quando assumi a responsabilidade de supervisionar esta atividade representando o curso de Fisioterapia, foi dado início a utilização do protocolo para diagnóstico precoce da escoliose. Com a utilização prática do protocolo foi observado que algumas crianças apresentavam alterações como visuais, auditivas, neurológicas e psiquiátricas que interferiam na postura corporal. Incluímos então no protocolo quatro questões subjetivas que seriam respondidas pelos pais ou responsáveis sobre estas possíveis alterações e posteriormente, quando a criança apresentava uma delas era encaminhada ao profissional da área Com a aplicação do protocolo adaptado, as crianças que apresentavam quaisquer alterações neurológicas, psiquiátricas, auditivas e visuais que poderiam interferir no aparelho músculo-esquelético, foram encaminhadas a profissionais específicos. Nestes casos, foi realizada somente uma avaliação postural comum, onde eram avaliados a pelve, membros superiores e inferiores, coluna e flexibilidade das cadeias posterior, anterior e cruzada, e posterior encaminhamento para os profissionais competentes. A coleta de dados foi realizada em consultório do CIF (Centro Integrado de Fisioterapia). Para a realização da avaliação postural, foi utilizado um protocolo que contém sinais/características que podem estar relacionados à escoliose, desenvolvido por Santos e 26 Bienfait (2001). Este protocolo é realizado com a criança na posição ortostática, e é constituído pelas seguintes análises: 1) Gibosidade- alinhamento frontal pélvico, que determina se um dos lados da pelve está mais alto que o outro (Figura 3A); inclinação anterior do tronco ou teste de Adams, que mostra a gibosidade (quando há diferença de membros inferiores são utilizados calços improvisados proporcionando a altura necessária para posicionar na planta dos pés das crianças e eliminá-la) (Figura 3B e C). A B C Figura 3-(A) Alinhamento pélvico frontal; (B e C) Teste de Adams (traçado). (http://www.centrodesaopaulo.com.br/artigos_03.html) 27 2) Perfil da cintura no plano frontal- observado de frente apresenta uma entrada maior de um dos lados da cintura (Figura 4); Figura – 4 Perfil da cintura no plano frontal (http://www.centrodesaopaulo.com.br/artigos_03.html). 3) Inclinação das clavículas e cabeça no plano frontal- observado de frente apresenta inclinação da cabeça para um dos lados (Figura 5); Figura 5 - Inclinação das clavículas e cabeça no plano frontal (http://www.centrodesaopaulo.com.br/artigos_03.html). 4) Joelhos- utilização de gráfico com definições das alterações do joelho e idade do paciente, no plano frontal, observando o paciente de frente nota-se valgismo e varismo (Figuras 6 e 7). 28 Figura 6 – Alterações nos joelhos dentro da faixa etária específica (http://www.centrodesaopaulo.com.br/artigos_03.html). Figura 7 – Evolução normal do alinhamento dos membros inferiores (http://www.centrodesaopaulo.com.br/artigos_07.html). 5) Pés- com o uso de água, molhar a sola do pé das crianças e carimbar numa folha branca para definir o apoio plantar (também é utilizado outro gráfico para análise do apoio correto, e chegar ao índice do arco plantar de cada um de acordo com a idade (Figura 8 A, B e C). A 29 B C D Figura 8 – (A, B e D) Carimbo da sola do pé após ser mergulhado na água em um papel. Aferição das medidas da largura da marca na altura do calcanhar e do arco. A largura do arco era dividida pela do calcanhar obtendo-se assim o índice do arco plantar; C) gráfico com o índice médio do arco (http://www.centrodesaopaulo.com.br/artigos_07.html). e os desvios padrão 30 3.1. PROTOCOLO PARA O DIAGNÓSTICO PRECOCE DA ESCOLIOSE (antes da adaptação) 31 Figura 9- Protocolo de avaliação postural desenvolvido por Santos. 32 4. RESULTADOS E DISCUSSÃO A importância em detectar precocemente a escoliose consiste no fato de que o tratamento, mesmo nas escolioses leves, pode ser iniciado com a finalidade de impedir ou retardar a evolução do quadro. Vale ressaltar que, em alguns casos, tratamentos não cirúrgicos, nem sempre apresentam bons resultados. Sem intervenção, a curvatura progride entre o tempo de detecção e o tempo de maturidade esquelética; o risco de progressão aumenta assim que o grau de curvatura aumenta. A proposta do uso do protocolo adaptado, (Figura 10) incidirá de forma direta e eficaz na detecção prévia da escoliose como uma alteração primária de postura, descartando outros fatores que poderiam levar a uma alteração postural. Isto faz com que o indivíduo tenha um encaminhamento correto para tratamento adequado, se necessário. 33 Figura 10- Protocolo adaptado (frente). 34 Figura 11- Protocolo adaptado (verso). As questões subjetivas, que é a adaptação realizada no protocolo, foram respondidas pelos pais ou responsáveis. Com a utilização prática do protocolo adaptado, pode-se observar como uma avaliação postural pode ser realizada de forma rápida e ao mesmo tempo eficiente. O protocolo adaptado não busca o aprofundamento de uma avaliação postural propriamente dita, mas sim diagnosticar precocemente uma escoliose que, se descoberta previamente, terá um prognóstico melhor e encaminhar as crianças que apresentaram alterações neurológicas, visuais, auditivas e psiquiátricas para tratamento adequado. Dentre as 35 crianças que participaram do projeto, aproximadamente 300 não entraram no estudo pois apresentavam alguma das alterações, como visuais, auditivas, neurológicas ou psquiátricas, através das respostas fornecidas pelos pais/responsáveis as perguntas incluídas no protocolo adaptado, que poderiam interferir na postura corporal. Estas crianças foram, portanto, avaliadas somente com uma ficha de avaliação postural simples, onde eram avaliados a pelve, membros superiores e inferiores, coluna e flexibilidade das cadeias posterior, anterior e cruzada e posteriormente, encaminhadas para os profissionais competentes. No total foram avaliadas 74 crianças, 41 meninas e 33 meninos (Figura 12). Figura 12- Total de meninos e meninas que sofreram avaliação postural. O resultado das avaliações realizadas nas Escolas Municipais de Volta Redonda, através do Projeto LIONS, Saúde e Solidariedade, mostrou que todas as crianças apresentavam pelo menos 02 sinais dos 06 ítens avaliados (Equilíbrio Pélvico Frontal e Horizontal; Clavículas; Cervical; Joelhos e Pés), sendo que 35 crianças apresentavam menos de 03 alterações enquanto 39 apresentam mais de 03 (Figura 13). Quarenta e uma crianças tinham desequilíbrio pélvico no plano frontal (EPF) e 36 apresentavam desequilíbrio horizontal pélvico (EPH); 67 tinham alterações na região cervical, 58 nas clavículas, 44 com alterações nos joelhos e 28 com alterações nos pés (Figura 14). 36 Figura 13- Total de crianças que apresentaram alterações posturais. Os resultados obtidos mostraram que 58% das crianças apresentaram mais de 03 alterações o que confirma que estas crianças deveriam ter um tratamento reeducativo adequado para evitar a evolução da escoliose. Figura 14- Tipos de alterações posturais encontradas nas crianças avaliadas com a utilização do protocolo adaptado. Um questionário sobre a funcionalidade técnica e acadêmica do protocolo,foi aplicado a 10 profissionais e professores que atuam na área de reeducação postural para avaliação da ferramenta de ensino (Anexo 1). O resultado do questionário foi positivo e com observações importantes relacionadas ao ensino, já que os cursos de fisioterapia possuem poucas ferramentas para o auxílio no processo ensino-aprendizagem. Algumas das observações: “Este protocolo é de grande relevância clínica e pedagógica.” “Excelente adaptação, muito contribuirá para a disciplina de Pediatria e para os acadêmicos do sétimo período de Fisioterapia que fazem estágio no CIF.” “Sendo uma patologia idiopática, o diagnóstico precoce da escoliose é fundamental no ensino escolar visto que o maior desenvolvimento desta é no período pré-adolescência onde é necessário o acompanhamento de profissionais qualificados. Sendo esta uma boa ferramenta no ensino em Fisioterapia.” 37 Por ser uma profissão nova e por ser extremamente prática, a facilidade de manuseio e aplicabilidade do protocolo adaptado trouxe uma nova abordagem para aprimorar a detecção precoce da escoliose por estes profissionais. O protocolo também poderá ser utilizado por Professores de Educação Física e Pediatras, que são os profissionais que tem mais contato com as crianças desta faixa etária específica. Estes profissionais poderão ter acesso ao protocolo e orientações, já que não é uma prática do seu dia-a-dia e, futuramente, também ser inserido em disciplinas específicas dos cursos de graduação de Educação Física e Medicina. Aos poucos inserir o profissional Fisioterapeuta dentro das escolas, não só para realizar o diagnóstico precoce da escoliose, bem como para avaliar outras patologias posturais que acometem as crianças e direcionar possíveis orientações e atividades dentro da escola, podendo ou não ter a participação dos pais. A apresentação do protocolo adaptado para diagnóstico precoce da escoliose foi e está sendo feita em sala de aula na Disciplina de Fisioterapia Preventiva do Centro Universitário de Volta Redonda e colocado em prática no evento LIONS por alunos do sexto e sétimo períodos de Fisioterapia que fazem parte do Programa de Iniciação Científica. A utilização do protocolo em sala de aula facilita o olhar do aluno na prática e isto é claramente percebido quando este participa de eventos externos a universidade. A implementação do protocolo adaptado como ferramenta de ensino e detecção precoce do diagnóstico da escoliose tem como principal objetivo evitar a rápida evolução da escoliose no período do estirão de crescimento. A intenção é apresentar este protocolo para o maior número de profissionais da área da saúde, inicialmente dentro do Centro Universitário de Volta Redonda, que lidam diretamente com a criança, para que estes usem e desenvolvam outros recursos, a partir deste, para melhorias e possíveis modificações deste diagnóstico. 38 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS Este estudo permitiu identificar primeiramente, um grupo de crianças que apresentavam desvios posturais importantes, podendo estar relacionados a alterações visuais, auditivas, neurológicas ou psiquiátricas e por isso estas crianças foram eliminadas do estudo e encaminhadas aos profissionais especializados. Estas crianças não foram acompanhadas posteriormente, somente direcionadas ao profissional e tratamento adequado. Em virtude do projeto acontecer cada final de semana em um bairro diferente de Volta Redonda, o contato com as crianças que foram avaliadas foi perdido, apesar de terem sido encaminhadas adequadamente e orientadas a procurarem o CIF (Centro Integrado de Fisioterapia) para tentar acompanhar o andamento do tratamento e se fosse necessário ter atendimento fisioterapêutico na própria clínica da faculdade. Também foram identificadas 74 crianças, entre o sexo feminino e masculino, que estavam aptas a participar do estudo por não apresentarem nenhuma destas alterações relacionadas acima e apresentarem mais de 03 sinais que podem estar relacionados à escoliose, e a partir destas avaliações foi constatado que 58% das crianças deveriam ter atendimento reeducativo. Este trabalho também permitiu identificar a facilidade do graduando em Fisioterapia em realizar um diagnóstico precoce da escoliose com rapidez e eficiência num ambiente sem muitos recursos, uma vez que o projeto acontecia em escolas municipais e/ou praças nos finais de semana. Com o resultado final das 74 avaliações propostas e dos questionários aplicados aos alunos participantes do Programa de Iniciação Científica e aos profissionais que atuam . nesta área foi demonstrado o resultado positivo do uso do protocolo 39 6. REFERÊNCIAS BIENFAIT, M. Os desequilíbrios estáticos: fisiologia, patologia e tratamento fisioterápico. 3.ed. São Paulo: Summus, 1995. BIOT, B.; BERNARD, J. C.; MARTY, C.; TOUZEAU, C.; STORTZ, M. Escoliosis. Encyclopèdie Médico-Chirurgicale, Paris, n. 82, p. 01-06, 2002. BISPO JUNIOR, J.P. Formação em fisioterapia no Brasil: reflexões sobre a expansão do ensino e os modelos de formação. 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Cadernos de estudos avançados, Rio de Janeiro, 2006. 41 Anexo 1 42 Anexo 2 FUNDAÇÃO OSWALDO ARANHA CENTRO UNIVERSITÁRIO DE VOLTA REDONDA PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO PROGRAMA DE MESTRADO PROFISSIONAL EM ENSINO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE E DO MEIO AMBIENTE PROPOSTA DE ADAPTAÇÃO DE PROTOCOLO DE AVALIAÇÃO POSTURAL APLICADO AO DIAGNÓSTICO PRECOCE DA ESCOLIOSE NA IDADE ESCOLAR NO MUNICÍPIO DE VOLTA REDONDA/RJ Adaptação do protocolo: Questionamento aos acompanhantes/responsáveis pela criança sobre a possibilidade destas apresentarem alterações visuais, auditivas, neurológicas ou psiquiátricas. Se for confirmado alguma destas alterações a criança é excluída do grupo analisado. A partir da análise do protocolo adaptado mostrado e explicado acima, peço que contribua para o respectivo trabalho respondendo ao seguinte questionário. Desde já agradeço sua contribuição! 1- A adaptação do protocolo contribuiu para um melhor diagnóstico? ( ) Sim 2- O protocolo ( ) Não adaptado tem eficiência no escoliose? ( ) Sim ( ) Não diagnóstico precoce da 43 3- Na sua opinião, é importante inserir o conteúdo do protocolo em disciplinas específicas do curso de Graduação de Fisioterapia, como Fisioterapia Preventiva e Pediátrica? ( ) Sim 4- ( ) Não Você considera o protocolo adaptado uma boa ferramenta de ensino dentro do curso de Fisioterapia? ( )Sim ( ) Não Comentários:_________________________________________________________ __________________________________________________________________________ _______________________________________ 44 Anexo 3