PRINCIPAIS CONCEITOS EM
INFECÇÃO HOSPITALAR
PRINCIPAIS CONCEITOS EM INFECÇÃO HOSPITALAR
CONTAMINAÇÃO
Presença transitória de microrganismos em superfície sem invasão tecidual ou
relação de parasitismo. Pode ocorrer em objetos inanimados ou em
hospedeiros.
Ex: Flora transitória das mãos.
COLONIZAÇÃO
Crescimento e multiplicação de um microrganismo em superfícies epiteliais do
hospedeiro, sem expressão clínica ou imunológica.
Ex: Microbiota humana normal.
INFECÇÃO
Danos decorrentes da invasão, multiplicação e ação de produtos tóxicos de
agentes infecciosos no hospedeiro, ocorrendo interação imunológica.
INTOXICAÇÃO
Danos decorrentes da ação de produtos tóxicos que também podem ser de
origem microbiana.
Ex: Toxinfecção alimentar.
PORTADOR
Indivíduo que alberga um microrganismo específico, sem apresentar quadro clínico
atribuído ao agente e que serve como fonte potencial de infecção.
DISSEMINADOR
É o indivíduo que elimina o microrganismo para o meio ambiente. Pode se tornar um
disseminador perigoso quando passa a ser fonte de surtos de infecção. Sendo um
profissional de saúde, deve ser afastado das atividades de risco até que se reverta a
eliminação do agente.
INFECÇÃO HOSPITALAR (IH)
É aquela adquirida após a admissão do paciente, que se manifesta durante a internação
ou após a alta e que pode ser relacionada com a internação ou procedimentos
hospitalares.
Diagnóstico das IH:
1- Princípios:
- Evidência clínica
- Exames laboratoriais
- Evidências de estudos com métodos de imagem
- Endoscopia
- Biopsias
Diagnóstico das IH:
2- Critérios Gerais:
- Quando na mesma topografia da infecção comunitária for isolado um outro
germe, seguido de agravamento das condições clínicas do pacente.
- Infecção que se apresenta >72 horas após a admissào, quando se desconhece o
período de incubação e não houver evidência clínica e/ou laboratorial no momento da
admissão.
- São também convencionadas IH, as que aparecem antes das 72 horas na
internação quando associadas a procedimentos diagnósticos e/ou terapêuticos do período.
INFECÇÃO COMUNITÁRIA (IC)
É aquela constatada ou em incubação no ato de admissão do paciente,
desde que não relacionada com a internação anterior no mesmo hospital.
São também IC:
- Infecção que está associada com complicação ou extensão da infecção já
presente na admissão, a menos que haja troca de microrganismos.
- Infecção do RN cuja aquisição por via placentária é conhecida e tornou-se
evidente logo após o nascimento. Ex: toxoplasmose, herpes simples.
- Infecção do RN associada à bolsa rota >24 horas.
INFECÇÃO PREVENÍVEL
É aquela em que a alteração de algum evento relacionado pode implicar
na prevenção da infecção. Ex: Infecção cruzada.
INFECÇÃO NÃO PREVENÍVEL
É aquela que acontece a despeito de todas as precauções tomadas.
INFECÇÃO ENDÓGENA
É a infecçào causada pela microbiota do paciente.
INFECÇÃO EXÓGENA
É a infecção que resulta da transmissão a partir de fontes externas ao
paciente.
SUPER INFECÇÃO
Quando há troca do agente etiológico na mesma topografia. Não deve ser
confundida a colonização que ocorre em pacientes graves hospitalizados com
super infecção.
INFECÇÃO METASTÁTICA
É a expansão do agente etiológico para novos sítos de infecção.
CLASSIFICAÇÀO DAS CIRURGIAS QUANTO AO POTENCIAL DE
CONTAMINAÇÀO
POTENCIAL DE CONTAMINAÇÃO
Número de microrganismos presentes no tecido a ser operado.
CIRURGIA LIMPA
- Não ocorre penetração no trato digestivo, respiratório ou urinário.
- É realizada em tecidos estéreis ou passíveis de descontaminação.
- Ausência de processo infeccioso e inflamatório local ou de falhas técnicas
grosseiras.
CIRURGIA POTENCIALMENTE CONTAMINADA
- Ocorre penetração nos tratos digestivo, respiratório ou urinário sem
contaminação significante.
- É realizada em tecidos colonizados por flora microbiana pouco numerosa ou
em tecidos de difícil descontaminação.
- Ausência de processo infeccioso e inflamatório; com falhas técnicas
descritas no transoperatório.
- Cirurgia com drenagem aberta.
CIRURGIA CONTAMINADA
- Cirurgia de obstrução biliar ou das vias urinárias.
- Cirurgia em tecidos recentemente traumatizados e abertos, colonizados por
flora bacteriana abundante cuja descontaminação seja difícil ou impossível.
- Ocorrência de falhas técnicas grosseiras.
- Ausência de supuração local.
- Inflamaçào aguda na incisào e cicatrizaçào de segunda intenção.
CIRURGIA INFECTADA
É toda intervenção cirúrgica realizada em qualquer tecido ou órgão em
presença de processo infeccioso (supuração) e/ou tecido necrótico.
PROGRAMA DE CONTROLE DE INFECÇÃO HOSPITALAR (PCIH)
Conjunto de ações desenvolvidas -> redução máxima da incidência e da
gravidade das IH.
COMISSÃO E CONTROLE DE INFECÇÃO HOSPITALAR (CCIH)
Órgão de assessoria da direção da instituição composta por profissionais de
nível superior, formalmente designados, constituída por:
- Membros Consultores (representantes dos serviços médico, de enfermagem,
farmácia hospitalar, laboratório de microbiologia e da administração do
hospital).
- Membros Executores (obedecendo à relação de 2 técnicos de nível superior->
200 leitos, sendo um dos membros preferencialmente da enfermagem).
CCIH EM HOSPITAIS COM LEITOS DE PACIENTES CRÍTICOS (UTI,Berçário de
Alto Risco, Queimados, Transplantados, Hemato-Oncológicos, AIDS)
Membros Executores-> acrescidas 2 horas/semana de trabalho para 10 leitos
ou fração.
COMPETÊNCIAS DA CCIH
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Elaborar o Regimento Interno da CCIH.
Manter e avaliar o PCIH.
Implantar Sistema de Vigilância Epidemiológica.
Adequar, implementar e supervisionar normas e rotinas.
Promover educação em serviço.
Implantar política de uso racional de antimicrobianos.
Cooperar com a ação do órgão de gestão do SUS.
Interagir com os demais setores e serviços do hospital.
Aplicar medidas que visem controlar a IH.
CABERÁ À AUTORIDADE MÁXIMA DA INSTITUIÇÃO:
 Constituir e nomear formalmente a CCIH.
 Propiciar infra-estrutura para funcionamento da CCIH.
 Aprovar e fazer respeitar o Regimento Interno da CCIH.
 Garantir a participação do representante da CCIH nos órgãos colegiados
deliberativos da instituiçào.
 Garantir o cumprimento das recomendações pela Coordenações Municipal,
Estadual / Distrital e Nacional do CIH.
COORDENÇÃO MUNICIPAL – COMPETÊNCIAS:
 Coordenar as ações de controle de IH na rede hospitalar do município.
 Participar do planejamento, programação e organização da rede regionalizada
e hierarquizada do SUS, em articulação com a Coordenação Estadual / Distrital
de CIH.
 Prestar apoio técnico às CCIH dos hospitais municipais.
 Informar à Coordenação Estadual os indicadores de IH estabelecidos.
COORDENÇÃO ESTADUAL/DISTRITAL – COMPETÊNCIAS:
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Definir diretrizes de CIH.
Estabelecer normas para prevenção e controle de IH.
Prestar apoio técnico, financeiro e político aos municípios.
Coordenar, avaliar e divulgar os indicadores epidemiológicos.
Informar à Coordenação Nacional os indicadores de IH estabelecidos.
COORDENAÇÃO NACIONAL DE CIH – ANVISA/MS – COMPETÊNCIAS:
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Definir diretrizes de controle de IH.
Aprovar a descentralização das ações de prevenção e controle de IH.
Coordenar as ações nacionais de prevenção e controle de IH.
Estabelecer critérios, parâmetros e métodos de controle de IH.
Promover e difundir os conhecimentos na área de controle de IH.
Cooperar com a capacitação técnica dos profissionais de saúde para o
controle da IH.
Identificar serviços ou centros de pesquisas no território nacional para
estabelecimento de padrões técnicos de referência no País.
Prestar cooperação técnica, financeira e política aos Estados, Distrito Federal
e Municípios.
Estabelecer sistema nacional de avaliação e divulgação nacional dos
indicadores de magnitude e gravidade das IH.
Planejar ações estratégicas em cooperação técnica com as Coordenações
Estaduais / Distrital e Municipais.
Acompanhar, avaliar e divulgar os indicadores epidemiológicos de IH.
COORDENAÇÃO NACIONAL (ANVISA/MS)
COORDENAÇÃO ESTADUAL / DISTRITAL
COORDENAÇÃO MUNICIPAL
PCIH / CCIH
Agrad. Profª Glória Maria Andrade
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