UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GUARAPUAVA / UNICENTRO CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE GUARAPUAVA PROJETO: A MELHORIA DA QUALIDADE DE VIDA PARA A CIDADANIA DO EDUCANDO COM PARALISIA CEREBRAL E SUA FAMÍLIA ATRAVÉS DA INTERAÇÃO ESCOLAR PROPOSTA DE MATERIAL DIDÁTICO – PDE GUARAPUAVA PARANÁ 2007 ANGELA REGALIO FILIPAKI PROJETO: A MELHORIA DA QUALIDADE DE VIDA PARA A CIDADANIA DO EDUCANDO COM PARALISIA CEREBRAL E SUA FAMÍLIA ATRAVÉS DA INTERAÇÃO ESCOLAR GUARAPUAVA PARANÁ 2007 S UM Á R IO INTRODUÇÃO--------------------------------------------------------------------04 1 PROPOSTA PEDAGÓGICA--------------------------------------------------06 1.1 OBJETIVOS-----------------------------------------------------------------------------06 1.1.1 Objetivo geral----------------------------------------------------06 1.1.2 Objetivos específicos------------------------------------------06 1.2 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS------------------------------------------06 2 FUNDAMENTAÇÃO-----------------------------------------------------------08 2.1 PARALISIA CEREBRAL--------------------------------------------------------------08 2.2 DEFINIÇÃO DE PARALISIA CEREBRAL------------------------------------------08 2.2.1 O diagnóstico----------------------------------------------------09 2.2.2 As causas---------------------------------------------------------11 2.2.3 Principais problemas------------------------------------------12 2.2.4 Tratamento da paralisia cerebral---------------------------13 2.3 A AUTO-ESTIMA DA PESSOA COM PARALISIA CEREBRAL---------------14 2.4 A EDUCAÇÃO DA PESSOA COM PARALISIA CEREBRAL-------------------16 2.4.1 O professor de educação especial-------------------------17 2.5 O PAPEL DA FAMÍLIA JUNTO À PESSOA COM PARALISIA CEREBRAL--18 2.6 AS PESSOAS COM NECESSIDADES ESPECIAIS E A LEI-------------------19 3 PROPOSTA DE INTERVENÇÃO--------------------------------------------20 3.1 AULA: HIDROGINÁSTICA----------------------------------------------------------20 3.2 AULA: PASSEIOS E VISITAS-------------------------------------------------------21 3.3 AULA: INFORMÁTICA----------------------------------------------------------------24 4 AVALIAÇÃO E REGISTRO DOS RESULTADOS DO TRABALHO------28 REFERÊNCIAS-------------------------------------------------------------------29 4 INTRODUÇÃO O presente caderno pedagógico apresenta encaminhamentos para uma proposta de intervenção desafiadora a ser realizada com educandos PC, estabelecendo parceria com a sua família, com a proposta de contribuir com a melhoria da qualidade de vida através da educação escolar, investindo numa interação cooperativa e partilhada que possibilite potencializar ao máximo os resultados do processo de ensinoaprendizagem. A experiência com o trabalho realizado enquanto professora, atuando com educandos paralisados cerebrais na escola especial ‘Nossa Escola’, mantida pela APAE de Irati, permitiu um aprofundamento em relação à rotina vivenciada por este alunado, tanto em seus lares, como na própria escola. Sabemos que todas as crianças necessitam de diversificados contatos sociais para a descoberta da sua própria valorização e aceitação individual. É nesse sentido que todos os envolvidos com uma criança com paralisia cerebral, principalmente a família e a escola, devem proporcionar-lhes oportunidades estimuladoras, fazendo com que sintamse verdadeiramente integrante daquela família, daquela escola, daquela comunidade, enfim, fazendo parte da vida. A articulação desta proposta de estudo, constitui-se numa reflexão, construção e intervenção em busca da melhoria da qualidade de vida das pessoas e, em especial, do educando com paralisia cerebral. As atividades planejadas envolvendo as famílias vem de encontro às necessidades deste educando contemplando os princípios políticoseducacionais orientados pela SEED, ou seja, defendem o direito do aluno ao acesso, à permanência e ao sucesso de todos eles na escola, bem como, o atendimento e respeito à diversidade. Seguem, também, o mesmo processo democrático de construção das Diretrizes Curriculares para a Educação Pública do Estado do Paraná, quando refere-se ao processo de aprendizagem e participação social do alunado. 5 Observando-se a necessidade de informação relacionada à Paralisia Cerebral, por parte da família do educando PC, o trabalho conjunto com a mesma representa um fator que muito poderá colaborar para o êxito da intervenção proposta. Portanto, torna-se imprescindível à escola investir esforços no sentido de mobilizar ações capazes de contribuir para resgatar princípios e valores que auxiliem na inclusão da família do aluno PC na sociedade, participando de seu contexto sócio-econômico-cultural, proporcionando ações educativas para que os mesmo sintam-se acolhidos e mais felizes, como cidadãos participativos. A partir do exposto, a APAE estará incorporando uma nova concepção educativa ampliando o contexto interacional dos alunos PC, apoiando ações de interdisciplinaridade, envolvendo a equipe multiprofissional, professores e equipe pedagógica. Assim, a família, mais diretamente as mães, poderão observar que os desafios para o sucesso educativo de seus filhos serão compartilhados, as dificuldades discutidas e analisadas. Desta forma, os problemas poderão se tornar menos árduos por estarem sendo enfrentados em conjunto: escola-família e educando. 6 1 PROPOSTA PEDAGÓGICA 1.1 OBJETIVOS 1.1.1 Objetivo geral: • Contribuir com a família do educando PC para que, juntamente com o próprio educando, reconheçam a contribuição da educação escolar na sua formação, buscando potencializar ao máximo as expectativas de êxito, tanto do educando PC como de sua família. 1.1.2 Objetivos específicos: • Estimular o educando PC, bem como, sua família, para que percebam os próprios êxitos como resultados de suas condições de aprendizagem; • Favorecer oportunidades educativas para que possam contribuir para o desenvolvimento dos talentos do educando PC; • Interagir com a família do educando PC aspectos relacionados à prática metodológica, visualizando a interação entre escola e família. 1.2 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS A realização de atividades de intervenção envolverá o laboratório de informática para que os envolvidos tenham a oportunidade de interagir com os computadores, oportunizando aos interessados condição para aprender a operacionalizar. A piscina da Apae Rural será utilizada para os exercícios aquáticos, com atividades de hidroginástica. 7 No sentido de proporcionar a interação sócio-cultural, serão realizados com o grupo envolvido no projeto e, ainda, os demais participantes da instituição: passeios, visitas, caminhadas e piqueniques na cidade de Irati e visita a Curitiba para conhecimento dos pontos turísticos. Estas intervenções certamente atuarão como ações educativas mediadoras de conteúdos da cognição, favorecedoras do desenvolvimento da comunicação verbal e não-verbal com maiores contatos sociais, contribuindo para ampliar a visão de mundo e de vida dos educandos PC’s. Através das mães pretende-se acolher e/ou atingir os pais e demais membros da família para que possam conhecer melhor a realidade de seus filhos, procurando contribuir com a escola para que, juntos, façam acontecer o sucesso educativo e social desses educandos, proporcionando-lhes uma melhor qualidade de vida. Dessa forma, na primeira etapa do projeto, procurou-se apoio teórico através compreensão da de literatura definição do específica, PC, de buscando sua uma auto-estima, melhor de sua aprendizagem, da importância do relacionamento família-escola e educando e o amparo da legislação para o educando com necessidades especiais. Na segunda etapa aconteceu entrevista com a família de educandos com paralisia cerebral, inseridos em uma turma da APAE de Irati, a fim de investigar o cotidiano desses educandos e analisar a qualidade de suas atividades diárias como: lazer, responsabilidades, recreação, aprendizagens e outros, com o objetivo de se elaborar estratégias de atividades de intervenção para 2008. Na terceira etapa também conversou-se, em forma de entrevista, com professores de uma aluna com Paralisia Cerebral, inclusa na 6.ª série do Ensino Fundamental de uma cidade vizinha, Rebouças, com o objetivo de se investigar a realidade de seu cotidiano, tanto na escola como em seu lar. 8 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 2.1 PARALISIA CEREBRAL A Paralisia Cerebral (PC) foi descrita pela primeira vez, em 1860, pelo Dr. William Little e o termo, praticamente colocado por Freud em 1897, onde se empregava a expressão Paralisia Cerebral Infantil. O termo PC é usado para distinguir qualquer desordem caracterizada por alteração do movimento secundária a uma lesão não progressiva do cérebro em desenvolvimento. A PC apresenta uma gama de complexidades, e a pessoa que possui esse distúrbio terá que conviver com ele pra sempre, necessitando de bastante apoio, tanto da família, como clínico e educativo. Todos aqueles que possuem alguma deficiência, no caso a PC, merecem e devem ter acesso à reabilitação, onde encontra-se o conjunto de ações que possibilitam o desenvolvimento integral do indivíduo – biopsico-social e afetivamente – a fim de facilitar sua inserção no meio sócia em que vive. Para isso, é imprescindível a ajuda da família, pois ela é fundamental no processo de desenvolvimento, sendo a mediadora da inclusão, intervindo na integração e socialização da pessoa PC em seu meio. É importante que as instituições que prestam atendimento à essas pessoas realizem trabalhos que possibilitem criar um vínculo com a família, para que esta possa contribuir no processo de desenvolvimento das atividades realizadas pela escola, no lar para facilitar a inserção no meio em que vive a pessoa com PC. 2.2 DEFINIÇÃO DE PARALISIA CEREBRAL (PC) Segundo Gersh (in GERALIS, 2007, p. 15), “Paralisia Cerebral é uma expressão abrangente para diversos distúrbios que afetam a 9 capacidade infantil para se mover e manter a postura e o equilíbrio”. Sua maior causa é a anóxia neonatal, que ocorre por um trabalho de parto anormal ou muito prolongado, seguido da prematuridade como a segunda maior causa e com menor ocorrência encontram-se as infecções como a rubéola, o citomegalovírus, a toxoplasmose e a sífilis, assim como, as meningites e a icterícia também podem ser citadas como causadora da Paralisia Cerebral. Os distúrbios são causados através de uma lesão cerebral que ocorre antes ou durante os primeiros dias após o nascimento, que não prejudica os músculos nem mesmos os nervos que os conectam com a medula espinhal, mas, no entanto, afeta uma parte do cérebro responsável por controlar os movimentos musculares. Ainda, dependendo do local da lesão, outros problemas podem surgir como a deficiência mental, convulsões, distúrbios de linguagem, transtornos de aprendizagem, problemas de audição e visão (Ibidem). A Paralisia Cerebral também é conhecida como uma ‘deficiência ou distúrbio do desenvolvimento’, já que tem influência no modo como as crianças se desenvolvem. Crianças com Paralisia Cerebral leve conseguem se recuperar em idade escolar, no entanto, terão que conviver com ela para sempre, pois essa deficiência durará a vida toda. Além disso, o modo como ela afeta a criança depende de vários fatores, influenciando no que irá aprender e fazer no decorrer de sua vida. Cabe aos pais, portanto, ajudar seu filho que tem Paralisia Cerebral a alcançar um potencial para poder obter a melhor qualidade de vida possível (Ibidem). 2.2.1 O diagnóstico Segundo o Manual Merck (200-?, seção 23, capítulo 270) a Paralisia Cerebral, geralmente, não tem como ser diagnosticada na primeira infância. Diversos fatores podem ser observados como fraqueza, falta de coordenação, desenvolvimento insatisfatório, entre outros, como 1 sinal de possível Paralisia Cerebral. Um médico deve fazer acompanhamento dessa criança para poder dizer se a causa pode ser de Paralisia Cerebral ou de um outro distúrbio progressivo, que pode ser tratado. Quanto ao tipo, não há como diferenciar, geralmente, antes de a criança completar um ano e meio de vida, já que exames laboratoriais não conseguem identificá-la. Mas é preciso que outros tipos de distúrbios sejam descartados, devendo, o médico, solicitar exames de sangue, eletromiografia, tomografia ou ressonância magnética do cérebro, ou até mesmo, uma biópsia muscular (Ibidem). Estes exames ajudarão a esclarecer a causa da Paralisia Cerebral ou confirmar o diagnóstico de outras doenças. Seus tipos clínicos, segundo site da AACD (2007) são: espástico, extrapiramidal, atáxico e misto. O tipo espástico é o mais comum. Sua incidência chega a 75% dos casos. Neste tipo de Paralisia Cerebral há um aumento do tônus muscular, onde o grau de tensão se sente através a palpação ou do alongamento ou encurtamento passivo do músculo, sendo comum, também, o surgimento de contraturas musculares. Já no tipo extrapiramidal, a lesão se situa nos núcleos da base gerando movimentos involuntários, mas não ocorrem deformidades. Normalmente, aqui o intelecto da criança fica preservado, dentro da normalidade. O atáxico é um caso considerado raro, onde não existe a coordenação dos movimentos de origem cerebelar. Fazer seu diagnóstico não é tarefa fácil, pois o déficit motor atrapalha as provas de coordenação axial e apendicular, além de o déficit cognitivo, geralmente, ser acentuado. O tipo misto ocorre quando se encontram características de mais um tipo, como, por exemplo, a espasticidade associada à movimentação involuntária. 1 Os tipos de Paralisia Cerebral podem variar com o passar do tempo, modificando-se com a idade da pessoa. O mais comum a acontecer é com o tipo extrapiramidal, onde distonias mais severes tendem a ocorrer quando se aproxima a adolescência, aliada a uma transformação do quadro de espasticidade para a rigidez na idade adulta. Por isso, inclui-se no conceito de Paralisia Cerebral as chances de ocorrer alterações nos seus sinais e sintomas e que não há tratamento de cura (Ibidem). À Paralisia Cerebral podem vir vários problemas associados como: convulsões, estrabismo, baixa acuidade visual, dificuldade de atenção, hiperatividade, surdez, anartria ou disartria, sialorréia intensa, alterações de sensibilidade, déficit cognitivo em grau variável, alteração das funções corticais superiores, pneumonias de repetição, incontinência esfincteriana, entre outros. Por isso, uma clínica que atenda à pessoas com Paralisia Cerebral, deve ser constituída de uma gama variada de profissionais, ou seja, de uma equipe multiprofissional, tais como: médicos fisiatras, ortopedistas, neurologistas, neurocirurgiões, oftalmologistas, além de outras especialidade de apoio, técnicos das áreas de fisioterapia, terapia ocupacional, fonoaudiologia, psicologia, pedagogia e serviço social (Ibidem). Ainda, depois da realização da primeira consulta, onde médico estabelece o diagnóstico como o grau de comprometimento, o paciente passará por uma avaliação global, onde vários profissionais farão sua avaliação a fim de determinar os rumos do tratamento, delineando um programa de tratamento individualizado, com metas específicas que devem ser alcançadas através dos mais variados exercícios. Através desse programa, ocorre periodicamente a avaliação do paciente pela equipe que irá observar sua evolução motora e cognitiva traçando novas metas e objetivos sempre que preciso (Ibidem). 2.2.2 As causas 1 Segundo Leitão (1983), a origem da Paralisia Cerebral depende de muitos fatores, sendo que alguma agressão que venha a sofrer o sistema nervoso em idade precoce, poderá levar a uma lesão irreversível e não progressiva. Estes fatores, para esse esmo autor, dividem-se em três grupos: pré-natal (durante a gravidez), perinatal (durante ou logo após o parto) e pós-natal. Pré-Natal: - Toxemia gravídica; - Mau formação do Sistema Nervoso Central; - Distúrbios metabólicos graves (Ex: Diabetes); - Infecções; - Anemias graves; - Hipertensão arterial. Perinatal: - Traumatismos no parto; - Sofrimento fetal; - Distúrbios circulatórios cerebrais; - Nascimento prematuro; - Recém nascidos de baixo peso. Pós-Natal: - Asfixia; - Traumatismo cranianos; - Infecções do sistema nervoso, causadas por meningites, por exemplo. 2.2.3 Principais problemas 1 A Paralisia Cerebral causa muitos problemas nas crianças, no entanto, nem todos se relacionam com as lesões cerebrais, ou seja, dependendo da forma clínica apresentada pela criança surgem associados ou isoladamente. Por exemplo, segundo Araújo (1983), podese citar: - As Convulsões: Com ocorrência entre 30 a 40% dos pacientes, onde a freqüência e o tipo podem sofrer variações conforme o estado clínico apresentado, sendo raras algumas vezes, não influenciando no prognóstico, podendo ser facilmente tratado através de medicamentos e, em outras, ocorre frequentemente várias vezes ao dia, sendo difícil o tratamento clínico; - Os distúrbios da fala: Ocorrem frequentemente, não somente pelo comprometimento motor, o que dificulta a articulação, mas também pelo déficit de audição que pode vir associado; - Deficiências Visuais: São encontradas nas mais diversas formas, onde a mais comum é o estrabismo, podendo levar também à catarata, glaucoma, microftalmias e lesões do nervo óptico; - Deficiências auditivas: Por dificuldade diagnóstica em crianças com distúrbios motores e dificuldade na comunicação, podem passar despercebidas, sendo mais comum entre grupos mais distintos descendentes de patologias como a hipebilirrubinemia; - Dificuldades de aprendizagem: As crianças necessitam de acompanhamento pedagógico 1 específico e aprimorado de Educação, já que precisam de um maior tempo para aquisição de conhecimentos, devido aos diversos fatores que dificultam seu desenvolvimento que afetam também seu intelecto. Por isso, a educação dessas crianças deve acontecer numa linguagem adaptada aliada aos recursos tecnológicos na busca de novos meios de comunicação; Além dos problemas apresentados, podem surgir outros como: odontológicos, salivação incontrolável, escoliose, contraturas musculares, posturas incorretas, entre outros. 2.2.4 Tratamento da paralisia cerebral Estatisticamente, a Paralisia Cerebral afeta uma ou duas crianças em cada 1000, no entanto, é dez vezes mais comum em recém-nascidos prematuros, particularmente nos lactentes bem pequenos. Ela não se caracteriza como uma doença e também não é progressiva. Não tem cura. Seus problemas duram a vida toda. As partes do cérebro responsáveis pelo controle dos músculos são vulneráveis à lesão em recém-nascidos prematuros e nas crianças pequenas (Manual Merck, 2007). Como tratamento, a fisioterapia, assim como, a terapia ocupacional, a utilização de coletes e intervenções cirúrgicas para correções ortopédicas ajudam no controle muscular como na deambulação. Também, a fonoterapia, conhecida como terapia da fala, ajuda a criança e melhorar sua fala, além de colaborar com problemas de alimentação. Ainda, através de medicamentos anticonvulsivantes, podese prevenir as convulsões (Ibidem). Apesar de possuírem a Paralisia Cerebral, muitas crianças têm seu crescimento normal freqüentando escolas normais, claro que, desde que não apresentem grandes déficits intelectuais e físicos. No entanto, outras precisam ser tratadas com fisioterapia intensiva e ter educação especial, 1 devido as grandes limitações para enfrentar seu cotidiano, precisando sempre de assistência e tratamento diferenciado durante o decorrer de sua vida (Ibidem). Mas, apesar de todas essas dificuldades, todos aqueles que mesmo afetados gravemente pela Paralisia Cerebral podem ser beneficiados com treinamento e educação. Ainda, para ajudar na compreensão do problema e do potencial de seus filhos, os pais são informados e aconselhados sobre os procedimentos a serem tomados à medida que ocorrerem, com o intuito de ajudá-los a adquirir seu potencial máximo. Por isso, os pais devem ser atenciosos e carinhos com eles e aliados às instituições que prestam atendimento à essas pessoas, contribuirão significativamente para o desenvolvimento e sucesso de seus filhos (Ibidem). Dependendo do tipo de Paralisia Cerebral e de sua gravidade, será feito o prognóstico apropriado. Cerca de 90% das crianças que têm Paralisia Cerebral chegam à vida adulta, onde aquelas afetadas mais gravemente tem uma expectativa menor por serem incapazes de realizar seus cuidados pessoais (Ibidem). 2.3 A AUTO-ESTIMA DA PESSOA COM PARALISIA CEREBRAL É normal proteger alguém que tem algum tipo de ‘problema’, mas é preciso que se deixe conhecer suas forças e limitações, pois através da superproteção a auto-estima pode ser prejudicada. Com a pessoa que tem Paralisia Cerebral é a mesma coisa. Muitos pais não querendo que o filho fracasse fazem as coisas por ele, no entanto, isso pode criar barreiras que afetarão sua auto-estima e autoaceitação. Ele pode interpretar mal esses atos achando que é um fracasso e que não pode fazer nada sozinho, prejudicando sua educação e desenvolvimento tornando-se uma pessoa tímida, envergonhada, medrosa, isolada, imatura e até mesmo mimada e exigente. Por isso, a importância de deixar experimentar fazer algo novo, pois dessa maneira, 1 conhecendo suas limitações e forças se torna mais fácil a aceitação. Geralis (2007) comenta que, as pessoas que tem Paralisia Cerebral, por mais complicado que seja para elas deve-se deixar que experimentem suas limitações, mesmo com dificuldade progressiva, alimentar-se, vestir-se, jogar bola, brincar, comunicar-se, assim como, fazer suas escolhas. Ou seja, deixar que levem uma vida normal dentro de suas possibilidades. Elas devem experimentar a dor e a frustração como todos. É importante que o Paralisado Cerebral estabeleça contatos sociais para aprender a enfrentar o externo, ou seja, o que está fora de sua casa, que com esse tipo de estímulo ele crescerá tanto dentro como fora dela. Geralis (2007, p. 116) diz que, Pode ser mais fácil manter seu filho com paralisia cerebral em um ambiente protegido, em casa com seus familiares que o amam e compreendem. Entretanto, lembrem-se das palavras de um velho ditado: devemos abraçar bem de perto nossos filhos e deixá-los partir. Deixem seu filho experimentar suas asas e aprender a voar. Deve-se ajudar a pessoa com Paralisia Cerebral a expressar-se, a fazer perguntas, dar opiniões, fazer observações, pois se ele tiver sua comunicação limitada, sua família assim como seu professor, irão fazer interpretações, que podem ser algumas vezes incorretas, de seus pensamentos e temores na tentativa de dar uma explicação ou significado. Por isso, é importante que a família e o professor do Paralisado Cerebral o ajudem no aceitamento de sua deficiência e no desenvolvimento de sua auto-estima, pois através de uma comunicação franca é possível fazer o auxílio para aprender a lidar com os sentimentos. Além disso, é importante que se estabeleçam objetivos para o Paralisado Cerebral, pois através deles, damos sentidos à vida e 1 avaliamos nosso sucesso, o que é importante para a auto-estima. Para Geralis (2007), é importante que sejam colocados objetivos para a pessoa com Paralisia Cerebral para que desenvolva seu potencial, mas para que tenha sucesso e alcance sua auto-estima esses objetivos devem ser colocados dentro do seu alcance. Ainda, para se alcançar a auto-estima do Paralisado Cerebral, é preciso ensinar-lhe a disciplina, que lhe ajudará a construir a consciência de ser respeitado e cuidado. Mas ela deve ser ensinada com paciência, estabelecendo limites e fazendo observar as regras, tratando-o como uma pessoa normal. Geralis (2007), coloca que tanto o educador quanto a família devem se orgulhar de seu educando e filho com Paralisia Cerebral e o estar sempre incentivando: “Esta foi uma grande tentativa, você quase conseguiu”. “Todos nós cometemos erros”. “É assim que aprendemos novas coisas”. Fazer elogios ao Paralisado Cerebral é muito importante para que desenvolva sua auto-estima É preciso que se aceite a pessoa com Paralisia Cerebral como ela é; sua família, assim como, toda a comunidade escolar. Com isso, ela consegue desenvolver relações normais e usufruir de uma convivência normal tanto na família como na escola. 2.4 A EDUCAÇÃO DA PESSOA COM PARALISIA CEREBRAL A freqüência em uma escola regular de uma criança com Paralisia Cerebral vai depender do seu aspecto cognitivo, isto é, da capacidade para aprender, podendo estar até uma classe de faixa etária compatível com a sua idade. Em nosso país existem vários Centros de Educação Especial administrados pelo Governo, de filantropia e privados que prestam atendimentos à instituições essas crianças, como, possuem atendimento também, algumas dessas especializado para atender à 1 modalidades específicas como a deficiência visual e auditiva. Aquelas que possuem tetraplegia espástica que tem um comprometimento mais grave como as que têm seu cognitivo afetado levemente ou moderadamente podem freqüentar o ensino especial. No entanto, outras, que apresentam capacidade para aprender também necessitam de educação especial por possuírem alguns distúrbios sensoriais (Hospital Sarah, 2007). Além disso, independente de a escola ser pública ou particular, ambas têm a obrigação de aceitar a matrícula de qualquer aluno com deficiência, salvo se ele tem capacidade de fazer o acompanhamento do ensino regular, é o que trata a Constituição Brasileira, acarretando processo para a instituição de ensino caso rejeito o aluno. Ainda, a escola deve respeitar o ritmo de cada aluno devendo viabilizar estratégias que facilitem a aprendizagem. Se for importante a capacidade motora para a realização de atividades, deve-se respeitar a escrita lenta ou a dificuldade da fala do aluno. As limitações motoras podem ser minimizadas utilizando-se de recursos didáticos que tornem compatíveis a aprendizagem e a dificuldade de movimentação ou de outros meios que são oferecidos pela engenharia de reabilitação (Ibidem). 2.4.1 O professor de educação especial O professor de Educação Especial deve se voltar a ajudar seu aluno com Paralisia Cerebral a desenvolver suas habilidades sociais, como de auto-ajuda, cognitivas e de resolução de problemas. Primeiramente, o professor deve ter conhecimento de como o aluno é em casa, o que ele faz, como é o seu cotidiano, para então, traçar uma meta de ensino que atenda ao estilo do educando (GERALIS, 2007). O ensino normalmente deve ser individual, já que a maneira como cada educando aprende é diferente. Ele pode não ser deficiente mental, mas por limitações causadas pelo mau desenvolvimento motor, poderá necessitar de métodos e materiais de ensino adaptados de acordo com a sua deficiência (Ibidem). 1 Como o professor faz parte de uma equipe que trabalha com pessoas com Paralisia Cerebral, ele deve levar em conta as informações dos outros membros ou profissionais que também as atendem como o fisioterapeuta, o terapeuta educacional, o fonoaudiólogo, enfim, que ajudarão nos meios de adaptação do ensino através de sugestões, já que ambos têm conhecimento dos problemas motores do educando, contribuindo assim, para o seu desenvolvimento intelectual e pessoal (Ibidem). Valorizando as informações da equipe multiprofissional o professor também estará fazendo o mesmo com as informações dos pais de seu educando sobre os problemas especiais enfrentados por ele e suas capacidades. Além disso, mostrar atividades que o educando pode realizar em casa com a ajuda dos pais é importante para que ele continue a desenvolver habilidades. 2.5 O PAPEL DA FAMÍLIA JUNTO À PESSOA COM PARALISIA CEREBRAL Para o sucesso do desenvolvimento, socialização, e integração da pessoa com Paralisia Cerebral a família se constitui como parte essencial desse processo. Por isso, as instituições que prestam atendimento à essas pessoas devem realizar trabalhos que envolvam a família para que essa possa fazer parte do desenvolvimento dos trabalhos dando continuidade em casa. A Declaração de Salamanca (1997) coloca que a educação de pessoas com necessidades educativas especiais não deve ser feita apenas pelos profissionais, mas juntamente com os pais, pois através da atitude destes poderão ajudar melhor na integração social e escolar. Ainda, este devem receber orientações por parte dos profissionais para saberem como proceder e assumir suas responsabilidades. A família tem um importante papel no auxílio à socialização de uma pessoa com necessidades especiais, pois ela é o primeiro universo onde acontece as primeiras relações sociais. 2 Ainda, Souza (in MARQUEZINE, 2003) coloca a possibilidade dos pais como sendo os professores de seus filhos, bem como os benefícios da integração entre a casa e a escola. No entanto, a essa integração, segundo o autor, nem os pais nem os professores ficam eximidos da responsabilidade de se questionarem sobre o seu papel ou de buscarem métodos de ensino mais adequados. Ou seja, o que se quer dizer é que a integração se mostra positiva quando concretizada, isto é, quando ocorre a possibilidade de os pais terem maior envolvimento na vida escolar de seus filhos. É através da família que a pessoa com Paralisia Cerebral conseguira atingir seu maior desenvolvimento. Se ela tem interesse na vida dessa pessoa aceitando-a como ela é, as chances de ter uma vida normal são bem maiores. Cabe à família, como visto anteriormente, deixar que o Paralisado Cerebral conheça suas forças e seus limites, a dor e a frustração, não o superproteger, deixar que experimente suas ‘asas’ dentro de suas possibilidades. Dessa forma, poderão ter um desenvolvimento mais pleno em todos os sentidos, uma boa auto-estima e uma vida praticamente normal. 2.6 AS PESSOAS COM NECESSIDADES ESPECIAIS E A LEI O Decreto 3.298 de 20 de dezembro de 1999, dispõe sobre a Política Nacional para a Integração da Pessoa Portadora de Deficiência e estabelece que deficiência é toda perda ou anormalidade de uma estrutura ou função psicológica, fisiológica ou anatômica que gera incapacidade para o desempenho de atividade, dentro do padrão considerado normal para o ser humano. “Não nos devemos deixar que as incapacidades das pessoas nos impossibilitem de reconhecer as suas habilidades” (HALLAHAM e KAUFFMAN, 1994 in SENAC, 2007). A educação é, sem dúvida, um direito da pessoa com deficiência, 2 considerando que, seja qual for sua limitação, ela não pode restringir sua cidadania. A Constituição Federal, quanto ao direito à Educação Especial, em seu Título VIII, Artigo 208, alínea IV, § 1.º, destacando o atendimento educacional especializado à pessoas com deficiência, preferencialmente, na rede regular de ensino, da mesma forma que aponta o ensino obrigatório e gratuito como direito público e subjetivo. 2 3 PROPOSTA DE INTERVENÇÃO 3.1 AULA: HIDROGINÁSTICA Exercícios aquáticos na piscina a Apae Rural nos meses quentes do ano (fevereiro, março, outubro, novembro e dezembro), interagindo através de estudos, reflexões e planejamentos com os professores de Educação Física e fisioterapeuta da APAE e os educandos com Paralisia Cerebral. As atividades aquáticas envolverão as mães dos educandos PC’s, que farão os exercícios conjuntamente com seus filhos, dentro d’água. Acreditando nos benefícios advindos de um trabalho aquático e também, na expectativa de melhorar a qualidade de vida do educando PC e de sua família serão efetuados exercícios na piscina da Apae Rural. Reconhecendo a necessidade deste educando movimentar-se, ter equilíbrio, força, respiração e outros é que se confia no sucesso desta intervenção. Baseado na ANT (Associação de Natação Terapêutica - 1986), muitos indivíduos com PC são beneficiados pelo relaxamento relativo do espasmo muscular que ocorre durante as sessões de natação, o que lhes dá prazer. Com a natação obtém-se uma melhora do controle, velocidade e força em função do tempo em que permanecerem na água. Este mecanismo será utilizado com o objetivo de melhorar a qualidade de vida do PC. Nas atividades aquáticas, a natação e a hidroginástica, proporcionam resultados benéficos tanto para os deficientes como às pessoas ditas normais, pois estudos confirmam que este é um dos esportes mais completos, desenvolvendo o aspecto físico, a agilidade, flexibilidade, força, equilíbrio, resistência, coordenação e respiração além do psico-social, inteirando as pessoas, através da descontração e dinamismo. Escobar (1985) diz que a exercitação dos dois lados do corpo nos 2 nados simultâneos e alternados e a manutenção do alinhamento postural conferem simetria à musculatura, dando-lhe condições para manter a postura estática e cinética adequadas, que é o caso dos paralisados cerebrais. Segundo Reis (1982), Skinner e Thompson (1985) in (Reabilitação de Portadores..., 2004) a temperatura da água pode ser benéfica para algumas deficiências, como a espasticidade e os efeitos terapêuticos da imersão do corpo na água são muitos como: relaxamento, manutenção e aumento da amplitude das articulações, reeducação dos músculos paralisados, fortalecimento dos músculos e desenvolvimento da força e resistência; melhora das atividades funcionais da marcha, aumento da circulação, confiança. Escobar (1985) lembra que os exercícios aquáticos também ajudam nas debilidades cardiovasculares e respiratórias e músculosposturais, evitando também atrofias musculares. Juntamente com a fisioterapeuta e as professoras de Educação Física, as aulas serão organizadas, sendo previstos exercícios de alongamento, relaxamento, adaptação, aprendizagem, fortalecimento muscular e outros. Para que as aulas se concretizem com maior prazer, as mesmas serão acompanhadas de músicas e das mães, juntamente com seus filhos, dentro d’água. Os materiais serão bóias, pranchas, espaguetes (de isopor flutuantes), bolas, arcos e outros. A seguir, o cronograma com as atividades aquáticas, hidroginástica, previstas por semana, nos meses quentes do ano: MESES FEV MAR OUT NOV DEZ N.º aula por semana 1 (60 min.) 1 1 1 1 Total de aulas/mês 2 4 4 4 2 Total de horas/mês 2 4 4 4 2 Total de minutos/mês 120 240 240 240 120 2 No final do ano de 2008 totalizar-se-ão 16 aulas de hidroginástica, com 16 horas de atividades aquáticas (960 minutos). 3.2 AULA: PASSEIOS E VISITAS Juntamente com a presença da família (mães), promover passeios, visitas, caminhadas, piqueniques e outros, a locais turísticos da cidade de Irati como: Colina Nossa Senhora das Graças, Parque Aquático, Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente), assim como a própria Apae Rural. Para encerrar o ano, será realizado um passeio a Curitiba, com local ainda a ser decidido conjuntamente com a equipe pedagógica da APAE. Este último passeio poderá contar com a presença da orientadora do PDE, professora Anízia Costa Zych. Segundo a teoria sócio-histórica de Vygotsky, o desenvolvimento da inteligência é produto da convivência social e das condições biológicas de cada ser humano. Esse meio, que estimula o desenvolvimento da inteligência necessita ser intermediado pelas pessoas que convivem com a criança, no caso a família e o professor. É no seio familiar que se desenvolve, desde cedo, a autoconfiança, e isso é de suma importância para todo o sucesso do ser humano, pois o ambiente sócio-familar influencia sua forma de agir e de ser, determinando o seu desempenho escolar, social e emocional. É de suma importância que as crianças tenham contatos sociais diversificados para desenvolver suas aptidões, favorecendo a descoberta de seus talentos. Nesse sentido, os pais precisam reconhecer a importância de novos contatos como: levar seus filhos com Paralisia Cerebral ao mercado, à praça, ao parque, à feira, à loja, ao jardim, à casa dos amigos, à praia, à cidade grande, ao campo. A participação em atividades de tempo livre e a convivência com a natureza devem ser bem exploradas. Durante as visitas e os passeios os alunos com PC precisam ser acompanhados e estimulados com conversas sobre as novas 2 experiências, explorando o contexto e os contatos estabelecidos. Para Vygotsky (1994, in PERES, 2007) se a criança é excluída do contexto coletivo, isso atrasará ou impedirá o desenvolvimento das suas funções psíquicas superiores, pois o aprendizado ocorre à medidas que a criança vai exercitando seu intelecto, ou seja, quando as estruturas físicas responsáveis por essa função são estimuladas pelos fatores sócioculturais. Para o autor a organização cerebral é dinâmica e pode modificar constantemente o desenvolvimento das funções psicológicas superiores, daí a importância do meio no qual a criança vive. Ele ainda destaca que as relações interfuncionais do cérebro dependem das influências do meio exterior. O desenvolvimento e a aprendizagem são processos constituídos na interação da criança com o meio em que vive, e o desenvolvimento segue o processo de aprendizagem. Segundo o autor o professor deve investigar o processo de desenvolvimento da criança e sua capacidade de aprendizado. Para este mesmo autor é nas relações com os outros que o ser humano constrói o conhecimento, permitindo seu desenvolvimento mental, assim, o desenvolvimento da inteligência é produto da convivência social. As pessoas que convivem com o paralisado cerebral devem interagir com ela, estimulando-a sempre, promovendo assim a melhora de seu desenvolvimento uma vez que isto ocorre em várias áreas que estão interligadas: ambientais, maturacionais e orgânicas. No sentido de elevar a qualidade de vida dos educandos com Paralisia Cerebral organizou-se atividades (passeios e visitas) que desenvolvem os estímulos sociais e a interações com meio. Nessa interação com o mundo, constantemente para se o SNC adaptar do ao ser meio. humano Este modifica-se processo é a aprendizagem. (GONÇALVES, TONELOTTO; RAVANINI, 2000, in PERES, 2007) 2 Sabendo-se da importância da família como facilitadora da interação criança-meio, esta intervenção (aula passeios turísticos) também receberá a contribuição da família do educando com Paralisia Cerebral que participará junto com seu filho nos locais de visita e passeios. Sendo, também solicitado às mães, que realizem um passeio com seus filhos PC’s, para depois relatar às demais a experiência. Segundo as possibilidades, os alunos poderão: desenhar, relatar ou representar o fato. A seguir, cronograma para as atividades de 2008: MESES FEV Passeios Na própria escola Total passeios/mês 1 MAR ABR Na Apae Na colina Rural 1 MAI JUN JUL No Parque Aquático Na Unicentr o Férias 1 1 1 No final do ano totalizar-se-ão dez passeios em diferentes locais, envolvendo as mães, alunos PC’s, professora e equipe multiprofissional da escola. 3.3 AULA: INFORMÁTICA Juntamente com a presença da família (mães), promover aulas no laboratório de informática onde ambos – educando PC e mãe – desenvolverão atividades diversificadas na busca da diversão, do interesse e da aprendizagem. O trabalho componentes do será iniciado computador com às a explicitação mães. Após, das elas peças estarão experimentando operacionalização do mesmo e, a seguir, os alunos farão a mesma atividade. O computador está muito presente em nosso cotidiano: escolas, 2 lojas, mercados, bancos, escritórios, bem como, em nossas casas. A educação incorporou este instrumento ao seu cotidiano contribuindo para facilitar a inclusão digital dos alunos através de novas experiências pedagógicas, contribuindo para facilitar a vida do ser humano na sociedade. Nesse sentido, o desenvolvimento do educando com necessidades educativas especiais, também necessita se relacionar com as novas tecnologias, sobretudo, a informática. O computador é uma ferramenta de aprendizagem que pode auxiliar as atividades de ensino. As aulas tornam-se dinâmicas, viabilizando a descoberta e a aprendizagem de seu uso, oferecendo condições para a construção do conhecimento. Segundo Bautista (1997, in PEREIRA et. al., 2004) antes considerava-se que a causa das dificuldades residia no próprio educando, hoje, sabemos que a escola possui grandes responsabilidades e necessita ir ao encontro das necessidades educativas de seus educandos. Na busca de uma melhor qualidade de vida para o educando com paralisia cerebral e de sua família, organizou-se a intervenção através de atividades de lazer e recreação para ambos – mãe e aluno PC, no laboratório de informática. Os educandos e as mães poderão utilizar o teclado, seja para escrever, desenhar ou colorir. A produção e ilustração de textos também ficam mais reais. Desenhar e ilustrar ficam bem mais fáceis para o paralisado cerebral. O trabalho pedagógico que tem o apoio da informática tem uma compreensão mais profunda da capacidade intelectual da criança por superar a deficiência através de uma produção mais estética. Segundo Papert (1988, in SILVA, 2007), o computador por si mesmo não pode mudar os pressupostos existentes. É importante refletir que o computador não fará o processo pedagógico acontecer de forma mais adequada, mas sim de modo diferente. É sabido que no processo de aprendizagem, o meio é de grande 2 importância ao ser humano, especial ou não. Portanto, se o meio é informatizado, o computador representa mais um recurso para elevar a qualidade de vida e estimular a cognição dos educandos PC’s e de suas famílias. No laboratório de informática serão desenvolvidas atividades diversas com as mães e os educandos PC’s, orientadas pela professora: histórias, brincadeiras, jogos, músicas, pintura, desenhos e outras. Tanto as mães como os alunos estarão interagindo diretamente com o computador. O objetivo desta intervenção é despertar no PC o interesse e a motivação pela descoberta do conhecimento, observando que muitas vezes a dificuldade apresentada por ele, esconde suas reais possibilidades e manifestações. A seguir, cronograma das atividades previstas para 2008 no laboratório de informática: MESES FEV MAR ABR MAI JUN N.º aulas por semana (60 minutos) 1 aula cada 15 dias 1 1 1 1 Total de aulas/mês 1 2 2 2 2 JUL Férias Total de horas/mês 1 2 2 2 2 Total de minutos/mês 60 120 120 120 120 No final do ano somarão 18 encontros no laboratório de informática, com 18 horas (1280 minutos), despertando o interesse e a motivação pela descoberta do conhecimento. 2 As intervenções propostas para o ano de 2008 na APAE de Irati: hidroginástica (atividades aquáticas) na piscina da Apae Rural; informática, nos computadores do laboratório da APAE e, passeios e visitas aos pontos turísticos da cidade de Irati, foram elaboradas a partir de entrevista com a família (mães) dos educandos PC’s. Através de conversas informais com as mães, percebeu-se que os educandos PC’s vivem bastante isolados, sem interagir socialmente na comunidade, sendo a escola quase que seu único espaço social. O trabalho está fundamentado em bibliografia específica, cujos autores, estudiosos do assunto, contribuíram para a análise, reflexão e novas descobertas, que culminaram com a programação de três intervenções propostas, distribuídas dentro dos 200 dias letivos do ano: Hidroginástica (nos meses quentes do ano) 16 aulas 16 horas 960 minutos Passeios e visitas 10 passeios Horário a ser decidido Informática 18 aulas 18 horas 1280 minutos As intervenções deverão acontecer com a colaboração das mães, acreditando também que estarão sendo beneficiadas com a proposta, podendo melhor compreender seus filhos e, ainda, contribuir para o aumento qualitativo e quantitativo na interação com o meio social. 3 4 AVALIAÇÃO E REGISTRO DOS RESULTADOS DO TRABALHO Será realizada uma avaliação diagnóstica com registro das condutas básicas dos educandos em ficha individual, onde serão apontadas as condições favoráveis à otimização do desenvolvimento. A participação nas atividades, considerando o progresso observado, constituirá a avaliação contínua do trabalho elaborado. O projeto de intervenção estará propiciando oportunidade para a construção conjunta entre educandos e família, cuja avaliação se efetivará pela qualidade do interesse e participação, bem como, pelas produções efetuadas. 3 REFERÊNCIAS AACD. Diagnóstico de paralisia cerebral. Disponível em: <http://www.aacd.org.br/centro_clinicas.asp?sublink2=38> 08 dez. 2007. Acesso em: ANT (Associação de Natação Terapêutica). Natação para deficientes. São Paulo: Manole, 1986. DECLARAÇÃO DE SALAMANCA ESCOBAR, M. O. Natação para portadores de deficiência. Rio de Janeiro: Ao Livro Técnico, 1985. GERALIS, Elaine. Crianças com paralisia cerebral: guia para pais e educadores. 2. ed. Porto Alegre-RS: Artmed, 2007. GONÇALVES, M.; MONTEIRO, A. F. Proposta para uma família saudável ou apenas mais um exercício físico para crianças especiais? Jornal da Pestalozzi. Jun. 2007. HOSPITAL SARAH. Educação. Disponível em: <http://www.sarah.br/paginas/doencas/po/p_01_paralisia_cerebral.htm> Acesso em: 08 dez. 2007. LEITÃO,Araújo.Paralisia Janeiro:Atheneu,1983. Cerebral-diagnóstico,terapia,reabilitação.Rio de MANUAL MERCK. Saúde para a família. Tradução: Dr. Fernando Gomes do Nascimento. Disponível em: < http://www.msd-brazil.com/msd43/m_manual/mm_sec23_270.htm> Acesso em: 08 dez. 2007. MARQUEZINE, M. C. et. al. O papel da família junto ao portador de necessidades especiais. Londrina-PR: Eduel, 2003. PEREIRA, E. et. al. Tecnologias de informação e comunicação adaptadas à uma criança portadora de deficiência motora. 2004. Disponível em: <http://www.escola-sec-cascais.net/prof/TrabalhoTIC.htm> Acesso em: 04 dez. 2007. PERES, R.C.N.C. Percepção de mães de crianças com paralisia cerebral sobre o desenvolvimento motor, cognitivo e social de seus filhos. Disponível em: <www.faeso.edu.br/horus/artigos/Percepção%20de%20%20mães%20%20 de%20crianças%20com%20paralisia%20cerebr> Acesso em: 10 dez. 2007. 3 Reabilitação de Portadores de Paralisia Cerebral por Intermédio de Atividades Aquáticas (2004). Disponível em: <http://www.sld.cu/galerias/pdf/sitios/rehabilitacionbal/borgespeb_et_al.pdf> Acesso em: 17 dez. 2007. SENAC. Deficiência e competência: programa de inclusão de pessoas portadoras de deficiência nas ações educacionais do senac. Rio de Janeiro: Editora SENAC Nacional, 2002. SILVA, A. C. A educação especial frente às novas tecnologias. Disponível em: <http://www.niee.ufrgs.br/Icieep/ponencias/dos-6.htm> Acesso em: 04 dez. 2007.