Reanimação dos recém-nascidos com 21% ou 100% de oxigênio: follow-up de 18-24 meses (Resuscitation of Newborn Infants with 21% or 100 % Oxygen: Follow-up at 18 to 24 Months) Saugstad OD, et al Department of Pediatrics Research, Rikhospitalet, Oslo, Norway. Pediatrics 2003;112:296-300 Hospital Regional da Asa Sul Unidade de Neonatologia Orientador: Dr. Jefferson Resende Apresentadora: Marcelle Amorim – R3 Neonatologia Objetivo Seguimento de crianças reanimadas ao com Oxigênio a 21 % ou 100% nascer Método Resair 2 study : estudo não cego e pseudo- randomizado. -Critério de inclusão : apnéia ou gasping com FC < 80 bpm ao nascer necessitando reanimação. -Critérios de exclusão : peso ao nascer < 1000 g; anormalidades letais; hidropsia; cardiopatia congênita cianótica e natimortos (considerado aquele que nunca teve FC estabelecida). Método Dados básicos analisados no estudo original : peso ao nascer, idade gestacional, sexo, escore Apgar, freqüência cardíaca, mortalidade neonatal não sofrearam mudanças. Seguimento das crianças entre 18 e 24 meses de idade. Método Seguimento: Examinadores com experiência em pediatria, não sabiam qual tratamento dado à criança ao nascer. Questionário simples para detectar alterações neurológicas óbvias, sendo anotado a idade dos marcos de desenvolvimento. Método Marcos do desenvolvimento analisados: - Movimento de pinça dos dedos indicador e polegar, linguagem, virar a cabeça em direção ao som, andar. Paralisia Cerebral O investigador realizava um exame neurológico observando postura, tônus, movimentos espontâneos, reflexos tendíneos e concluía se o desenvolvimento era normal ou não. Método Análise estatística : - SPSS 11 para windows, OR com IC 95%; - teste não paramétrico ( 2-tailed Mann-Whitney U test) usado para distribuir as variáveis que não eram normais. Resultados Resultados Resultados Resultados Resultados Linguagem: similar nos 2 grupos Grupo O2 21% - 7% crianças não falavam, 80% falavam mais de 3 palavras e 38% construíam uma frase com uma palavra identificada. Grupo O2 100% - 2,5% não falavam, 81% tinham mais de 3 palavras e 36% construíam uma frase com uma palavra identificada. Resultados Paralisia Cerebral ou Atraso Neurológico: Grupo O2 21% : 14 (15%) crianças tiveram desenvolvimento anormal – 9 com paralisia cerebral e 5 com retardo mental ou alt. motoras. Grupo O2 100% : 12 (10%) crianças – 8 paralisia cerebral e 4 retardo mental ou alt. Motoras, além de uma com hemiparesia. OR 1,67 (95% CI: 0,73 - 3,80) Discussão O presente estudo correspondeu a 66 % da população do estudo original (62 % do O2 21% e 69% do O2 100%), considerado de alto nível. Não houveram diferenças significativas entre o grupo estudado e o que não foi seguido. Nas sobreviventes, não houveram diferenças entre os dois grupos em relação ao crescimento somático ou desenvolvimento psicomotor, além de paralisia cerebral . Discussão Os dados encontrados mostram a segurança do uso do O2 a 21% na reanimação e do O2 a 100% após 90 segundos nos casos que não responderam. Apesar disso, o estudo não exclui a possibilidade de que alguns subgrupos se beneficiassem do O2 suplementar. O efeito da reanimação dos prematuros não foi testado. Discussão Lundstrom et al mostrou que RNPT que receberam O2 a 80% ao nascer tiveram redução de 20% do fluxo sanguíneo cerebral comparado com uso de O2 21%. Solaas et al em leitões recém-nascidos mostrou uma mais rápida restauração do metabolismo cerebral e da microcirculação cortical quando usado O2 a 100%. Discussão Vento et al detectaram uma elevação do stress oxidativo ( “reduced glutathione” em eritrócitos e produtos da oxidação de mitocôndria) em RN reanimados com O2 a 100% um mês após o nascimento. Cnattingius et al encontrou que a breve exposição ao O2 100% aumenta o risco de LLA. Discussão A reanimação deveria ser guiada pela saturação de O2, para então, a suplementação de O2 ser individualizada. Um importante fator de limitação foi que o Resair 2 study não era inicialmente de seguimento. Conclusão Este estudo indicou que RN > 1000g, que ao nascer receberam O2 a 21 ou 100%, tiveram desenvolvimento similar. Enquanto houve uma tendência a menores níveis de mortalidade no grupo do O2 a 21%. Não se pode concluir por esse estudo que subgrupos de RN não devam receber O2 suplementar. Consulte os artigos: REANIMAÇÃO NEONATAL COM AR AMBIENTE VERSUS 100% DE O2 Autor (s): Jeffrey Perlman (EUA) Asfixia perinatal Autor (s): Maria Elisabeth Moreira (RJ)