Por quê? Ao fazer um texto é preciso saber: Para quê? Para quem? Qual a condição de leitura? TÓPICO FRASAL Frase inicial (ou duas primeiras frases) que expressa(m) de maneira resumida a idéia central do parágrafo ALGUMAS FORMAS DE DESENVOLVER O PARÁGRAFO: Exemplo I “Argumentar que o Estado não tem poder para desarmar o cidadão de bem não faz sentido.(1) Se o poder público não tivesse legitimidade para controlar a venda de um produto que serve exclusivamente para tirar a vida de outros seres humanos, a própria noção de Estado ficaria esvaziada. Tampouco teria legitimidade para proibir a venda de tóxicos ou regular o trânsito.(2) Na prática, estaria instaurada a guerra de todos contra todos.”(3) (Armas no fogo – Editorial Folha de S.Paulo) Desmembrando esse parágrafo, temos: 1. Tópico frasal: idéia central do parágrafo. 2. Desenvolvimento do parágrafo com exemplificação. Para iniciar textos, pode-se lançar mão de fatos históricos, confrontando-os com o presente. (tema: o feminismo hoje) Oito de março é o Dia Internacional da Mulher. A data remete a uma greve de operárias têxteis de Nova York, em 1857, quando reivindicavam redução da jornada de trabalho e melhoria salarial. O desfecho foi trágico: 130 dessas trabalhadoras foram incendiadas na fábrica. Quase um século e meio depois, há mulheres que não baixaram a guarda e continuam batalhando por direitos femininos. (Ciça Vallerio, O Estado de S.Paulo, 5.4.07) Uma declaração forte lançada no início do texto surpreende o leitor, desperta seu interesse e pode levá-lo facilmente à leitura. (tema: a internacionalização da economia) A sociedade global é a do primado da informação. A notícia da queda da Bastilha demorou dez dias para chegar a Madri e vinte dias para alcançar Arras, a pouco mais de quilômetros de Paris, onde estava Robespierre. Hoje as comunicações de voz, imagem e texto são praticamente instantâneas. O mercado financeiro mundial gira 24 horas por dia, interligado pela continuidade dos fusos horários. Recursos financeiros são transferidos para qualquer parte do mundo imediatamente.(Gilberto Dupas, Economia global e exclusão social, Paz e Terra) Forma didática de inserir o assunto do texto. O mito, entre os povos primitivos, é uma forma de se situar no mundo, isto é, de encontrar o seu lugar entre os demais seres da natureza. É um modo ingênuo, fantasioso, anterior a toda reflexão e não crítico de estabelecer algumas verdades que não só explicam parte dos fenômenos naturais ou mesmo a construção cultural, mas que dão também as formas da ação humana. Consiste em citar os aspectos que serão abordados ao longo do texto. É uma fórmula bastante empregada, que facilita a organização do que se vai expor. Três paixões simples, mas irresistivelmente fortes, governaram minha vida: o desejo imenso de amor, a procura do conhecimento e a insuportável compaixão pelo sofrimento da humanidade. Essas paixões, como os fortes ventos, levaram-me de um lado para outro, em caminhos caprichosos, para além de um profundo oceano de angústias, chegando à beira do verdadeiro desespero. Expressões do tipo "Quanto ao primeiro item", "No que tange ao...", "Finalmente, no que diz respeito..." vão dar coesão ao texto. Mais um exemplo: Costuma-se tratar como duas entidades separadas a segurança pública e os “aspectos sociais” que contribuem para a violência. É possível mesmo divisar uma facção da opinião pública favorável à repressão policial como único meio de resolver o problema; e outra que propugna pela via da educação, da saúde, do lazer, do emprego etc. Na verdade, essas duas “escolas” apenas refletem aspectos de uma mesma crise, a crise do Estado brasileiro. Iniciar o texto mediante pergunta(s) desperta a atenção, o interesse do leitor para o tema, levando-o a refletir sobre ele. A(s) pergunta(s) orienta(m) o desenvolvimento do texto, todo seu processo argumentativo. (tema: conceito do belo artístico) O que é beleza? Será possível defini-la objetivamente ou será uma noção eminentemente subjetiva, isto é, que depende de cada um? (Maria L. Arruda e Maria H. Marins, Filosofando, Moderna) Trata-se de uma fórmula que pode ser bastante importante e, ao mesmo tempo, uma importante estratégia argumentativa, uma vez que invoca, já no início do texto, a voz da autoridade. Na década de 60 – dias de James Dean e Janis Joplin, Elvis Presley e Che Guevara, Marlon Brando e Roberto Carlos – o festejado intelectual francês Edgar Morin dava uma volta de 180 graus na suntuosa academia francesa e passava a olhar para a Cultura de Massas, como ninguém ainda o havia feito. Em um de seus textos mais conhecidos, Cultura de Massas no Século XX, escreveu que a mídia estava apta a edificar um novo Monte Olimpo, a morada dos deuses gregos. Essa nova mitologia era formada por astros de televisão, esportistas, atores e atrizes de cinema.(Denise Moraes, Imprensa, maio de 2006) O provérbio é utilizado, muitas vezes, como estratégia argumentativa, para sustentar o ponto de vista que se pretende defender ao longo do texto. O corriqueiro adágio de que o pior cego é o que não quer ver se aplica com perfeição na análise sobre o atual estágio da mídia: desconhecer ou tentar ignorar os incríveis avanços tecnológicos de nossos dias e supor que eles não terão reflexos profundos no futuro dos jornais é simplesmente impossível. Uma fórmula bastante criativa de se iniciar textos é mediante o emprego de uma ou mais frases nominais, seguida(s), em geral, de uma explicação. Uma tragédia. Essa é a explicação da própria Secretaria de Avaliação e Informação Educacional do Ministério da Educação e Cultura sobre o desempenho dos alunos do terceiro ano do ensino médio submetidos ao SAEB (Sistema de Avaliação da Educação Básica), que ainda avaliou estudantes da quarta série e da oitava série do ensino fundamental em todas as regiões do território nacional. Desabamento de shopping em Osasco. Morte de velhinhos numa clínica do Rio. Meia centena de mortes numa clínica de hemodiálise em Carajás. Muitos meses já se passaram e esses fatos continuam impunes. Escrever é aproveitar criativamente outros materiais interdiscursivos, isto é, outros textos. É muito comum, portanto, ao escrevermos sobre determinado assunto, nos reportamos a outros textos, como romances, filmes, contos, poemas, etc. Quem assistiu ao filme A rainha Margot, com a deslumbrante Isabelle Adjani, ainda deve ter os fatos vivos na memória. Na madrugada de 24 de agosto de 1572, as tropas do rei de França, sob ordens de Catariana de Médicis, a rainha-mãe e verdadeira governante, desencadearam uma das mais tenebrosas carnificinas da História (...) Tal qual o Grande Irmão de 1984, de George Orwell, o jornalista Marcelo Beraba é uma espécie de Big Brother da Folha de S.Paulo. Se não é ele quem tudo sabe, é ele quem tudo vê. Ou pelo menos tenta, lendo cuidadosamente todos os jornais de relevância no país. (Pedro Venceslau, Imprensa, maio de 2006) Introduzir um texto narrando - descrevendo um fato, uma cena de forma cinematográfica, mediante flashes, isto é, mediante frases curtas, nominais é uma forma bastante surpreendente de obter a atenção do leitor, fazendo com que ele se interesse pelo texto. Madrugada de 11 de agosto. Moema, bairro paulistano de classe média. Choperia Bodega- um bar da moda, freqüentado por jovens bem-nascidos. Um assalto. Cinco ladrões. Todos truculentos. Duas pessoas mortas: Adriana Ciola, 23, e José Renato Tahan, 25. Ela, estudante. Ele, dentista. Identifique os tipos de parágrafos apresentados a seguir: A invenção da infância "Você sabe mais do que pensa." Com essas seis palavras, Benjamin Spock iniciou Meu Filho, Meu Tesouro - e alterou radicalmente a criação dos filhos. Spock, porém, cedeu a primazia revolucionária ao bispo morávio Johann Amos Comenius, que viveu 300 anos antes. Quando aconselhou em A Escola da Infância que os bebês tivessem seus espíritos estimulados por "beijos e abraços" e escreveu que as crianças precisam brincar para aprender, Comenius se tornou um pioneiro. Veja - Especial do Milênio Mais amigável "Os computadores não são máquinas simpáticas", diz o canadense Sidney Fels, professor da Universidade da Colúmbia Britâncica. "Poucos conseguem interagir com o micro com a mesma intimidade com que um pintor usa um pincel." Em busca de uma melhor interação, o cientista desenvolveu o Glove Talk, uma espécie de luva feita por realidade virtual que é capaz de transformar sons em linguagem de sinais, usada por surdos-mudos. Fels também é o inventor do Iamascope, um caleidoscópio que identifica o rosto do usuário e toca melodias conforme este se movimenta. Época Ser ou não Disse Alexandre Dumas que Shakespeare, depois de Deus, foi o poeta que mais criou. Aos 37 anos, já escrevera 21 peças e inventara uma forma de soneto. Era um rico proprietário de terras e sócio do Globe Theatre, de Londres. Suas peças eram representadas regularmente para a rainha Elizabeth I. Na Tragégia de Hamlet, Prícipe da Dinamarca, publicada em 1603, Shakespeare superou a si mesmo, tomando uma antiga história escandinava de fratricídio e vingança e transformou-a numa tragédia sombria sobre a condição humana, traduzida quase 1000 vezes e encenada sem cessar. Sarah Bernhardt, John Gielgud, Laurence Olivier, John Barrymore e Kenneth Branagh, todos buscaram entender o melancólico dinamarquês. Veja - especial do Milênio O armazenamento de ódios Como descrever a atual configuração do poder mundial? Desapareceu a terrível simplicidade do conflito bipolar leste-oeste, mas não voltamos ao mundo multipolar do balanço europeu no século passado, quando várias potências competiam pela liderança. Existe hoje uma única superpotência - Os Estados Unidos - com poderio global, político, militar, econômico e cultural. Mas seria exagero falar num mundo unipolar, como nos tempos do Império Romano, o qual podia impor sua vontade sem buscar ou temer coligações. Veja Decepção. Foi o que os passageiros da Air France sentiram após o anúncio de mais um cancelamento do vôo X. Com respeito e dedicação. É dessa forma que você e seus investimentos serão tratados no Citigold. Anúncio do CITYBANK - Exame Na mitologia grega, Prometeu é o titã que rouba o fogo dos deuses e é por eles condenado a um suplício eterno. Preso a uma rocha, uma águia devora-lhe constantemente o fígado. Trata-se de uma lenda altamente simbólica e aplicável à época atual. O fogo aí alude ao conhecimento, à técnica. Por esse conhecimento, por essa técnica, paga o ser humano um preço às vezes muito alto. Isso é particularmente verdadeiro no campo da medicina, sustenta, em artigo publicado no New England Journal of Medicine, o geriatra James S. Goodwin (Universidade do Texas). Zero Hora Chegam à casa ao entardecer. São um pequeno grupo de policiais. Todos uniformizados. Passeiam pela sala e olham a biblioteca. Riem com sarcasmo. Pegam o livro História da Diplomacia. "Assim que os kosovares descendentes de albaneses também querem ser diplomatas?" Mudam o tom da conversa. Gritam. "Nos dê chaves", exigem. "Pegue uma mala", ordenam. "Deixa o resto. Tens 10 minutos. Logo irás para a Albânia e nunca mais voltarás. Nem sequer poderás voltar a sonhar com Kosovo", profetizam. Zero Hora "Querer é poder", diz o ditado. Mas, em ciência a voz do povo muitas vezes está errada. Há 130 anos os cientistas querem encontrar um substituto para o sangue que, como ele, transporte o oxigênio para as células." Superinteressante 1) Citação direta. 2) Citação direta. 3) Citação indireta. 4) Interrogação. 5) Frase nominal, seguida de explicação. 6) Frase nominal, seguida de explicação. 7) Alusão a um mito. 8) Descrição de um fato de forma cinematográfica. 9) Provérbio. 1) Escreva um parágrafo sobre a violência nas universidades, utilizando uma frase nominal seguida de explicação. 2) Escreva um parágrafo sobre o aquecimento global, utilizando o recurso da descrição de um fato de forma cinematográfica. 1) Escreva um parágrafo sobre a violência nas universidades, utilizando uma frase nominal seguida de explicação. 2) Escreva um parágrafo sobre o aquecimento global, utilizando o recurso da descrição de um fato de forma cinematográfica.