UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE
ESCOLA DE ENFERMAGEM AURORA DE AFONSO COSTA
ESTÁGIO CURRICULAR I
DAVID BRANDÃO DA SILVA
POLÍTICA NACIONAL DE ATENÇÃO INTEGRAL
À SAÚDE DO HOMEM
ALCOOLISMO E TABAGISMO
ADOLESCÊNCIA E VELHICE
POLÍTICA NACIONAL DE ATENÇÃO INTEGRAL À SAÚDE DO HOMEM
A PRESENÇA DO ÁLCOOL NA VIDA DO HOMEM
Alcoolismo é a dependência do indivíduo ao álcool,
considerada doença pela Organização Mundial da Saúde. O uso
constante, descontrolado e progressivo de bebidas alcoólicas
pode comprometer seriamente o bom funcionamento do
organismo, levando a conseqüências irreversíveis1.
Segundo dados da Organização Mundial de Saúde,
cerca de 2 bilhões de pessoas consomem bebidas alcoólicas no
mundo. O uso abusivo do álcool é responsável por 3,2% de
todas as mortes e por 4% de todos os anos perdidos de vida útil.
Na América Latina, cerca de 16% dos anos de vida útil perdidos estão relacionados ao uso abusivo
dessa substância. Este índice é quatro vezes maior do que a média mundial e torna o problema da
prevenção e do tratamento dos transtornos associados ao
consumo de álcool um grande problema de saúde pública. O
uso na vida de álcool é maior para o sexo masculino quando
comparado ao feminino2.
Diversos estudos mostram que os homens e as
mulheres bebem com freqüências diferentes. O Relatório do
Banco Mundial sobre a dimensão da questão de gênero no
consumo de álcool na América Latina (2002) aponta a
tendência dos homens a beber mais e a ter mais prejuízos em
relação ao álcool. É grande a pressão social para que os homens iniciem o consumo de bebida. As
mulheres, por sua vez, sofrem mais com a violência relacionada a seu consumo. No Brasil, as
internações de mulheres por transtornos mentais e comportamentais devido ao uso de álcool, segundo
o DATASUS (2006), representaram 2% de todas as
internações por transtornos mentais e comportamentais no
SUS no ano de 2006. As internações de homens por uso
de álcool representaram neste mesmo universo 20% das
internações. Não existem, no entanto estudos mais
robustos que analisem as séries históricas destes dados2.
Na medida em que o uso do álcool, como
apontam diversos estudos, está sendo iniciado cada vez mais precocemente por homens e mulheres, as
ações de promoção e prevenção para jovens e adolescentes também merecem mais investimento e
monitoramento2.
TABAGISMO
Vários são os fatores que levam as pessoas a
experimentar o cigarro ou outros derivados do tabaco. A
maioria
delas
é
influenciada
principalmente
pela
publicidade maciça do cigarro nos meios de comunicação
de massa que, apesar da lei de restrição à propaganda de
produtos derivados do tabaco sancionada em dezembro de
2000, ainda tem forte influência no comportamento tanto
dos jovens como dos adultos. Além disso, pais,
professores, ídolos e amigos também exercem uma grande influência.
Pesquisas entre adolescentes no Brasil mostram que os principais fatores que favorecem o
tabagismo entre os jovens são a curiosidade pelo produto, a imitação do comportamento do adulto, a
necessidade de auto-afirmação e o encorajamento proporcionado pela propaganda. Noventa por cento
dos fumantes iniciaram seu consumo antes dos 19 anos de idade, faixa em que o indivíduo ainda se
encontra na fase de construção de sua personalidade3.
Em relação ao tabagismo, os homens usam cigarros também com maior freqüência que as
mulheres, o que lhes acarreta em maior vulnerabilidade a doenças cardiovasculares, câncer, doenças
pulmonares obstrutivas crônicas, doenças bucais e outras, relacionadas ao uso regular de cigarro2.
A pessoa que fuma fica dependente da nicotina.
Considerada uma droga bastante poderosa, a nicotina atua no
sistema nervoso central como a cocaína, com uma diferença:
chega ao cérebro em apenas 7 segundos - 2 a 4 segundos mais
rápido que a cocaína. É normal, portanto, que, ao parar de fumar,
os primeiros dias sem cigarros sejam os mais difíceis, porém as
dificuldades serão menores a cada dia3.
As estatísticas revelam que os fumantes comparados aos não fumantes apresentam um risco:
• 10 vezes maior de adoecer de câncer de pulmão;
• 5 vezes maior de sofrer infarto;
• 5 vezes maior de sofrer de bronquite crônica e enfisema pulmonar;
• 2 vezes maior de sofrer derrame cerebral.
Se parar de fumar agora...
• após 20 minutos sua pressão sangüínea e a pulsação voltam ao normal;
• após 2 horas não tem mais nicotina no seu sangue;
• após 8 horas o nível de oxigênio no sangue se normaliza;
• após 2 dias seu olfato já percebe melhor os cheiros e seu paladar já degusta a comida melhor;
• após 3 semanas a respiração fica mais fácil e a circulação melhora;
• após 5 A 10 anos o risco de sofrer infarto será igual ao de quem nunca fumou.
Quanto mais cedo você PARAR DE FUMAR menor o risco de se dar mal. Quem NÃO fuma
aproveita MAIS a vida!
A ADOLESCÊNCIA
Na adolescência, a crença na invulnerabilidade por parte dos homens é exacerbada,
vulnerabilizando-os a agravos evitáveis, por meio da não adoção de práticas preventivas, seja em
relação a uma concepção não desejada e ao risco de infecção pelo HIV/AIDS, por exemplo, e por
meio do uso abusivo de álcool e outras drogas e do envolvimento com cenários de violência, que
reafirmam sua posição social viril2.
Os altos índices de morbidade e mortalidade relativos a causas
externas entre adolescentes e jovens também merecem destaque e podem
ser compreendidos à luz da crença na invulnerabilidade e na necessidade
social de auto-afirmação.
Diante da constatação de que a epidemia de HIV/AIDS, bem como
a incidência de gravidez não planejada, vem aumentando entre adolescentes
e jovens, cabe a proposição de medidas informativas e de sensibilização
dessa população para a necessidade da adoção de práticas preventivas, que, por sua vez, requerem o
reconhecimento, por parte de adolescentes e jovens, de sua vulnerabilidade a essas condições2.
Os adolescentes homens são o principal grupo de risco
para mortalidade por homicídio na população brasileira, com
ênfase em afro descendentes, que residem em bairros pobres ou
nas periferias das metrópoles, com baixa escolaridade e pouca
qualificação profissional.
A VELHICE
A velhice deve ser compreendida em sua totalidade
porque é, simultaneamente, um fenômeno biológico com
conseqüências
psicológicas,
considerando
que
certos
comportamentos são apontados como características da velhice.
Como todas as situações humanas, a velhice tem uma dimensão
existencial, que modifica a relação da pessoa com o tempo,
gerando mudanças em suas relações com o mundo e com sua própria história. Assim, a velhice não
poderia ser compreendida senão em sua totalidade; também como um fato cultural4.
Estima-se que, para o ano de 2050, existirão dois bilhões de pessoas com 60 anos e mais em
todo o mundo. No Brasil, a população envelhece em igual velocidade, sendo que a cada ano são
incorporados à população brasileira 650 mil idosos5.
Um dos agravos à saúde com grande potencial de incapacitar o
indivíduo, principalmente na população idosa, é a depressão. Estima-se
que em 2020 a depressão será a segunda causa específica de
incapacitação nos países desenvolvidos e a primeira causa nos países em
desenvolvimento. Este transtorno psiquiátrico é muito comum entre
idosos. A depressão é uma morbidade de difícil mensuração, pois seu
quadro clínico, muitas vezes, possui apresentações atípicas e
peculiaridades como predominância de sintomas somáticos, irritabilidade
e dificuldades cognitivas, que podem dificultar o diagnóstico e o
tratamento desse transtorno de humor5.
BIBLIOGRAFIA
1
–
Alcolismo
(dicas
em
saúde).
Acessado
em
25
de
outubro.
Disponível
em:
http://bvsms.saude.gov.br/html/pt/dicas/58alcoolismo.html
2 – BRASIL. Ministerio da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações
Programáticas Estratégicas. POLÍTICA NACIONAL DE ATENÇÃO INTEGRAL À SAÚDE DO
HOMEM (princípios e diretrizes). Brasília. Ministério da Saúde: Agosto de 2008. Acessado em 15 de
outubro. Disponível em: http://dtr2001.saude.gov.br/sas/PORTARIAS/Port2008/PT-09-CONS.pdf
3
–
Tabagismo
(fique
atento).
Acessado
em
8
de
outubro.
Disponível
em:
http://www.inca.gov.br/tabagismo/frameset.asp?item=atento&link=porque.htm
4 - FREITAS, Maria Célia de; QUEIROZ, Terezinha Almeida and SOUSA, Jacy Aurélia Vieira de.
O significado da velhice e da experiência de envelhecer para os idosos. Rev. esc. enferm. USP
[online]. 2010, vol.44, n.2, pp. 407-412. ISSN 0080-6234. Acessado em 9 de novembro. Disponível
em: http://www.scielo.br/pdf/reeusp/v44n2/24.pdf
5 - HORTA, Ana Lúcia de Moraes; FERREIRA, Denise Cristina de Oliveira and ZHAO, Li Men.
Envelhecimento, estratégias de enfrentamento do idoso e repercussões na família. Rev. bras.
enferm. [online]. 2010, vol.63, n.4, pp. 523-528. ISSN 0034-7167. Acessado em 9 de novembro.
Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/reben/v63n4/04.pdf
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