Alianças Estratégicas: estudo das incubadoras de empresas Joana das Graças Caputo Lécia Márcia Caixeta Mulholland Roberto Minadeo Centro Universitário Euro Americano – UNIEURO – Brasília/DF Sumário O padrão material e a qualidade de vida de um país são determinados pelo conhecimento científico disponível e pela competência em gerar tecnologia a partir desse conhecimento. Nesse contexto, o estudo a respeito das incubadoras de empresas tem despertado o interesse de universidades brasileiras que, por meio de seus centros especializados, têm firmado alianças com empresas do setor produtivo como forma de transferência de tecnologia. Este artigo apresenta os resultados de uma pesquisa de campo realizada no Centro de Apoio ao Desenvolvimento Tecnológico da Universidade de Brasília CDT/UnB, primeiro Centro vinculado a alguma universidade do Distrito Federal a criar o programa de multincubadora de empresas, oferecendo à comunidade, aos empresários e ao governo, serviços especializados, criados para estimular novos empreendimentos e disponibilizar os meios para que haja geração e transferência de conhecimento para diversos segmentos produtivos. A metodologia utilizada foi um estudo de caso descritivo e explicativo, apoiado na coleta de dados primários. O estudo apontou que, segundo estimativas da ANPROTEC, a taxa de mortalidade das empresas brasileiras que passam pelas incubadoras pode ser comparada aos níveis registrados em empresas norte-americanas e européias, que apresentam uma redução de 70% para 20%, se comparada ao número de empresas nascidas fora do ambiente de incubadora. Os resultados da pesquisa apontam, ainda, que apesar de todo o incentivo para a integração entre mercado e academia, existem alguns obstáculos a serem vencidos, principalmente quanto aos aspectos culturais do nosso país, à falta de legislação específica e à falta de autonomia das universidades públicas. Palavras-Chave Alianças estratégicas; incubadora de empresas; parque tecnológico. Strategic Alliances: a study of business incubators Summary The standard of living and quality of a country are determined by the available scientific knowledge and by the expertise in creating technology from that knowledge. In this context, the study on business incubators has piqued the interest of Brazilian universities that, through its specialized centers, have entered into alliances with production companies as a form of technology transfer. This article presents the results of a field research conducted in the CDT / UnB, first Center linked to a university center in Federal District to create the program multiincubator, providing specialized services to the community, business people and government; and designed to stimulate new ventures and provide the means for create and transfer knowledge to various segments. The methodology was a case study descriptive and explanatory, supported by primary data collection. The study found that, according to estimates from ANPROTEC, the mortality rate among Brazilian companies that pass through the incubators can be compared to levels recorded in companies in North America and Europe, which showed a reduction of 70% to 20%, compared to the number company born out of the incubator environment. The survey results also indicate, though, that despite all the incentive to market and integration between academia, there are some obstacles to overcome, especially in terms of culture of our country, the lack of specific legislation and autonomy in public universities. Key Words Strategic alliances; business incubators; technological parks. 1. Introdução O propósito deste trabalho é apresentar um estudo a respeito das alianças concebidas pelas incubadoras de empresas alojadas no CDT/UnB. Na pesquisa realizada, constatou-se que o DF conta atualmente com três incubadoras de empresas, todas ligadas a universidades. A incubadora mais antiga é a do CDT/UnB, que foi criada em 1989. Em 2002, a Universidade Católica de Brasília montou a Incubadora Tecnológica de Empresas e Cooperativas (Itec), logo depois veio a Casulo, vinculada ao Centro Universitário de Brasília (UniCEUB). Juntas, as três já graduaram 81 empresas e contam com outras 27 em incubação. O presente trabalho estrutura-se da seguinte maneira: na seção 2, são descritos os aspectos metodológicos. A seção 3 é dedicada à descrição de definições e características de alianças estratégicas. As tipologias dessas alianças, com base na fundamentação teórica de diversos autores estão descritas na seção 4. As alianças entre universidades e empresas e os conceitos de incubadora são apresentados na seção 5. A seção 6 descreve, resumidamente, a experiência do CDT/UnB com os Programas Multincubadora de Empresas e Hotel de Projetos. A seção 7 apresenta os dados obtidos na pesquisa de campo, citando exemplos de empresas que passaram pelo CDT/UnB e hoje são destaques no mercado e o quantitativo de empresas incubadas desde a criação do programa. As considerações finais e as observações a respeito dos obstáculos para a integração entre mercado e academia serão relatados no item 8. 2. Aspectos Metodológicos A pesquisa é descritiva, em relação ao tema das alianças estratégicas. Quanto ao método, trata-se de um estudo de caso. Martins (2006) aponta que um estudo de caso deve ser: a) importante, por apresentar um engenhoso recorte de uma situação complexa da vida real; b) eficaz, por enunciar com detalhes o protocolo que orientou o estudo; e c) suficiente, pelo fato de que as fronteiras entre o fenômeno em estudo e o seu contexto estão claramente delimitadas, evitando-se interpretações e descrições indevidas ou não contempladas pelo estudo. Para Ikeda, Veludo-de-Oliveira e Campomar (2006), o estudo de caso é uma técnica de pesquisa qualitativa, pela qual o pesquisador se debruça sobre certo objeto, denominado caso. Serra, Costa e Ferreira (2007) apontam que a intensificação do uso da técnica de estudos de caso em pesquisa é importante no auxílio das explicações dos motivos de sucesso ou fracasso de organizações, propiciando bases para a aplicação em situações reais de concorrência. Na visão de Yin (2005), um estudo de caso é uma investigação empírica que investiga um fenômeno atual em seu próprio contexto. Além disso, aponta que a investigação de estudo de caso enfrenta uma situação tecnicamente única, na qual existem mais variáveis de interesse do que dados, assim, baseia-se em várias fontes de evidências e se beneficia do desenvolvimento prévio de conceitos teóricos para nortear a coleta e a análise de dados. Ainda quanto ao método, a pesquisa foi histórica. Segundo Lakatos e Marconi (1991), o método histórico pressupõe que as instituições se originam no passado, sendo importante pesquisar suas raízes, visando compreender sua natureza e função. O método investiga fatos, processos e instituições do passado para verificar a sua influência no presente. Foi realizada uma coleta de dados primária, mediante pesquisa de campo, em que os autores visitaram as instalações do Centro de Apoio de Desenvolvimento Tecnológico da UnB e entrevistaram o seu Gerente de Projetos, com o objetivo de obter dados que pudessem mostrar um exemplo prático de como são formadas as alianças estratégicas por meio do sistema de incubação de empresas. A entrevista foi realizada no dia 13 de junho de 2011, seguindo um roteiro de entrevista semi-estruturado (apresentado no Anexo A). 3. Definindo alianças estratégicas A literatura é consensual em reconhecer que uma aliança estratégica ocorre quando duas ou mais organizações decidem conjugar esforços para perseguir um objetivo estratégico comum (e.g. Johanson e Mattsson, 1988; Aaker, 1995). Por meio das alianças, os parceiros procuram desenvolver uma vantagem cooperativa que tenha efeitos positivos sobre o seu desempenho individual e coletivo. Contudo, relações de cooperação e alianças estratégicas são, freqüentemente, sinônimos para uma mesma realidade. Existem, de fato, diferentes formas de organização da atividade econômica que variam entre transações em mercado aberto ou integração das atividades numa hierarquia (Williamson, 1975, 1985). Nesta perspectiva, Thorelli (1986) e Lorange e Roos (1993) defendem que as relações de cooperação e alianças estratégicas podem assumir diferentes graus de integração ao longo de uma reta em que de um lado encontram-se os mercados e do outro as hierarquias. Quando o mercado é a forma de organização predominante, não há integração absoluta das atividades das empresas e o preço é o mecanismo coordenador da atividade econômica. No caso oposto, há completa integração de atividades e o mecanismo coordenador passa a ser um processo administrativo entre unidades internas da hierarquia. Sob este aspecto, pode-se dizer que ao longo dessa reta uma aliança estratégica pode assumir, por exemplo, na proximidade dos mercados, a forma de um acordo de cooperação informal ou, mais próximo ainda do extremo da reta, um simples relacionamento comercial. No outro extremo da reta, nos limites da hierarquia, um dos parceiros pode adquirir uma participação no capital do outro, proceder a uma aquisição ou, mais próximo ainda da hierarquia, pode enveredar por uma fusão. Nesta visão da forma como as empresas se relacionam não existe uma verdadeira distinção teórica entre uma relação de cooperação e uma aliança estratégica, ou seja, como se afirmou anteriormente, relações de cooperação e alianças estratégicas são diferentes nomes para uma mesma realidade. No entanto, no entender de outros autores (e.g. Faulkner, 1992), uma aliança estratégica é uma forma de organização das atividades dos parceiros que envolve um maior grau de integração do que outras formas de cooperação. Sob esse enfoque, uma aliança estratégica estaria mais próxima das hierarquias do que outras formas de relacionamento interorganizacional como, por exemplo, acordos de cooperação não estratégicos. De acordo com Yoshino e Rangan (1996), uma aliança estratégica vincula facetas específicas das atividades-fim de duas ou mais empresas. O elo entre elas é uma parceria comercial que aumenta a eficácia das estratégias competitivas das organizações participantes, propiciando um intercâmbio mútuo e benéfico de tecnologias, qualificações ou produtos. Para os autores, uma aliança estratégica é definida quando possui simultaneamente as seguintes características: 1. Duas ou mais empresas que se unem para cumprir um conjunto de metas combinadas, permanecendo independentes depois da formação da aliança. 2. As empresas parceiras compartilham os benefícios da aliança e controlam o desempenho das tarefas especificadas. 3. As empresas parceiras contribuem continuamente em uma ou mais áreas estratégicas cruciais, como por exemplo, tecnologia e produtos. 4. Tipologia das alianças estratégicas A capacidade de sobrevivência das empresas ante o acirramento da concorrência depende em grande parte da formação de alianças estratégicas (NASCIMENTO-E-SILVA et. al., 2008). Kanter (1997) afirma que as empresas precisam romper as fronteiras para formar alianças estratégicas. Além disso, aponta três categorias de parcerias: a) alianças de serviços multi-organizacionais; b) alianças oportunistas; e c) alianças entre os envolvidos. Nas alianças de serviços, um grupo de organizações com necessidades semelhantes, geralmente o mesmo setor do mercado, une-se para criar uma nova entidade que atenda àquela necessidade comum a todas. Quando um serviço é muito caro ou muito difícil para uma única organização bancar sozinha, diversas organizações se aliam para estabelecer uma nova organização, que é controlada em conjunto por todas para suprir essa necessidade. O consórcio resultante exige dos parceiros o menor nível de mudanças, pois a interdependência dos parceiros é pequena. Ao mesmo tempo, a dificuldade na tomada de decisão que seja adequada para todos os parceiros, pode dificultar o gerenciamento dessas entidades, o que pode provocar a perda do interesse ou do comprometimento. O propósito limitado da aliança torna possível até mesmo a aliança entre empresas concorrentes (tanto estratégica quanto legalmente) para garantir que um serviço esteja disponível para todos os membros do grupo. Já nas parcerias oportunistas, as organizações vislumbram a oportunidade de ganhar uma vantagem competitiva imediata, ainda que temporária, ingressando em um novo negócio ou ampliando o antigo. A aliança abre possibilidades que não existiriam para um parceiro sozinho. Uma vez explorada essa oportunidade, nem sempre é claro se existem bases para continuar o relacionamento. A soma das competências dos parceiros é a resposta à pergunta de por que as organizações iriam buscar uma oportunidade de negócios com parceiros experientes, em vez de empréstimos ou investidores passivos. A capacidade de alcançar escalas maiores é outro fator motivador. Porém, quando um dos parceiros já ganhou experiência com a competência do outro, a aliança pode ficar vulnerável. Muitas joint-ventures se formam porque um parceiro está ansioso para ganhar algo com o outro. Esta é uma forma de preparar-se para as novas disputas globais. Enfim, as alianças complementares tendem a ser movidas pela qualidade e pela inovação. Assim, visando cortar custos e melhorar a qualidade, muitas empresas estabelecem relacionamentos mais estreitos com seus fornecedores. Além de tornar possíveis os investimentos conjuntos em tecnologia e sistemas compatíveis que melhorem a qualidade e reduzam os desperdícios, a colocação do fornecedor na elaboração do produto pode gerar inovação ao tirar vantagem da habilidade do fornecedor no potencial de suas tecnologias. Ao mesmo tempo, é compensador ajudar os fornecedores a gerenciar melhor. Além disso, podem existir parcerias entre organizações trabalhistas e a gerência para fixar políticas conjuntamente ou administrar uma área de operações da empresa. Junior e Ribeiro (2001) apontam três tipos de aliança: a) complementaridade: a aliança visa fazer algo em que uma complementa a outra, como por exemplo, a GM e a Toyota na criação da NUMMI. A GM necessitava da tecnologia de produção enxuta, da qual a Toyota fora uma das líderes em sua concepção. A Toyota necessitava de acesso ao mercado norteamericano; b) co-Integração: forma-se uma aliança para desenvolver a mesma atividade da cadeia de valor, visando obter economias de escala. Por exemplo, diversos bancos se uniram na criação do Banco 24 Horas. Trata-se de um empreendimento que nenhum dos associados individualmente teria tido condições de realizar, e do qual todos necessitavam para poder enfrentar os elevados investimentos em Tecnologia da Informação que os líderes Bradesco e Itaú estavam aplicando; e c) aditiva: algumas empresas se aliam de modo a integrar todas as atividades da cadeia produtiva. Um exemplo é o caso dos consórcios formados entre diversas organizações para participar dos leilões de privatização da telefonia no Brasil. Kanter (1997) aponta as seguintes características das parcerias bem-sucedidas: a) O relacionamento recebe os recursos adequados, a atenção da gerência e o patrocínio – assim, não há porque entrar numa parceria se ela não tem significado estratégico; b) há um acordo para Investimento a longo prazo; c) os parceiros são Interdependentes, o que ajuda a manter o equilíbrio do poder; d) as organizações são Integradas de tal modo que os pontos de comunicação sejam administrados; d) cada um recebe Informações sobre os planos e diretrizes do outro; e f) a parceria é Institucionalizada – sustentada por uma estrutura de mecanismos de apoio, desde exigências legais a vínculos sociais, a valores compartilhados, gerando confiança. Inkpen e Ross (2001) apontam os seguintes fatores para minimizar a chance de insucesso de uma aliança: a) antes da aliança: definir metas realistas de sucesso; tangibilizar os aspectos intangíveis, como o aprendizado organizacional ou o ganho de reputação; e conceber as alianças como uma ferramenta, e não como um objetivo; e b) durante a aliança: não confiar na outra parte para solucionar os problemas e provisionar para resolução eficiente de possíveis conflitos. Robert (1998) aponta algumas situações ideais para a realização de alianças: a) aliar-se para explorar um ponto forte singular, com alguma outra empresa que também detenha algum ponto forte singular; b) fazer uma aliança quando nenhuma das partes deseja adquirir o ponto forte singular da outra parte; foi uma situação entre a 3M e a Squibb, sendo que a primeira entrou com tecnologia de química de polímeros que pode ser aplicada ao desenvolvimento de medicamentos, e a Squibb entrou com um sistema de distribuição para médicos e farmácias – e nenhuma das duas queria o ponto forte da outra; e c) formar alianças em torno de capacitações. Robert (1998) se diz contrário à realização de alianças, e aponta algumas ocasiões em que elas não são a melhor opção: a) corrigir um ponto fraco da própria empresa. Segundo o autor, a britânica Rover se associou à Honda, buscando aprimorar sua área de design, não obtendo o que desejava, e, além disso, facilitando à Honda o acesso ao mercado europeu; b) corrigir um ponto fraco da empresa à qual se está associando. O autor aponta o exemplo da fusão entre a Pharmacia – que buscava distribuição nos EUA – com a Upjohn, que carecia de novos produtos em desenvolvimento, mas, a aliança não resolveu esses pontos; c) jamais negociar tecnologia proprietária, cita a Sony, que adquiriu a tecnologia de fitas de vídeo da Ampex – que simplesmente não sobreviveu; e d) alianças em torno de produtos ou mercados. Hyder e Abraha (2006) estudam quatro casos de alianças de empresas suecas nos países bálticos, apontando três motivações subjacentes básicas: a) redução de custos; b) busca de mercados; e c) desenvolvimento e manutenção de serviços de qualidade. Lundan e Hagedoorn (2001) afirmam que certas regiões atraíram clusters de atividades de alianças estratégicas – como é o caso de empresas farmacêuticas européias e empresas norte-americanas de biotecnologia além de alianças entre empresas européias de Tecnologia da Informação e produtoras de software ou de semicondutores do Vale do Silício. Os autores afirmam que na maior parte dos setores industriais, as grandes corporações são as mais ativas na realização de alianças. Aduzem que a atividade de F&A´s está desproporcionalmente concentrada em outros setores que não o de alta tecnologia – no qual a aliança estratégica é a forma dominante de parceria. Com relação às vantagens obtidas nas alianças entre empresas, Kanter (1997) afirma que: a) esses relacionamentos podem ajudar pequenas empresas a competir com as grandes; b) oferecem flexibilidade e velocidade de acesso a novas capacidades; e c) permitem obter os benefícios oferecidos por outra organização sem os riscos e as responsabilidades do investimento acionário. O autor acrescenta, ainda, que as empresas conseguem diversas vantagens ao se tornarem aliadas de seus fornecedores, quais sejam: redução de custos, melhorias na qualidade, acesso facilitado a novas tecnologias, capacidade de desenvolver novos componentes sem precisar fazer tudo internamente, além de vantagens de marketing. Porter (1993) aponta as seguintes vantagens buscadas quando se realizam alianças empresariais: a) a busca de economias de aprendizado ou de escala, obtidas pela união de forças na comercialização, produção ou montagem; b) o acesso aos mercados locais, ou a tecnologias necessárias; c) para atender a exigências governamentais; d) diluição de riscos, como é o caso da indústria farmacêutica, que apresenta investimentos muito elevados em novas substâncias, podendo os mesmos vir a se mostrar infrutíferos; e) para condicionar a natureza da competição em um setor, licenciando, por exemplo, uma tecnologia, visando padronizar o setor. Afirma que a aliança da GM com a Toyota (NUMMMI) para a GM significou acesso ao conhecimento de manufatura. 5. Incubadora de empresas e parque tecnológico Algumas universidades brasileiras, por meio de seus centros especializados, têm firmado alianças com empresas do setor produtivo como forma de transferência de tecnologia e também como forma de captação de recursos para custear projetos de pesquisa e capacitação de seus profissionais. Assim, coloca à disposição dos novos empreendedores, bem como das empresas já consolidadas no mercado o seu capital intelectual, ambiente adequado, salas e laboratórios, onde os novos empreendedores ficam alojados durante o tempo de duração do contrato. Esse processo recebe o nome de incubadora de empresas e enquadra-se como um tipo de aliança estratégica, pois possui características que atendem ao conceito de aliança estratégica definido por Yoshino e Rangan (1996). Conforme conceitua o Ministério da Ciência e Tecnologia, incubadora de empresas são mecanismos de estímulo e apoio logístico, gerencial e tecnológico ao empreendedorismo inovador e intensivo em conhecimento, com o objetivo de facilitar a implantação de novas empresas que tenham com principal estratégia de negócios a inovação tecnológica. De forma geral, o projeto de incubadoras é um mecanismo que estimula o surgimento e o amadurecimento de novas empresas. O presidente da Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos de Tecnologias Avançadas (Anprotec), Guilherme Plonky explica que incubadora de empresas é “uma solução para o empreendedorismo inovador e reduz a perda de bons negócios” (AGNER, 2011). De acordo com a Anprotec, 85% das incubadoras estão ligadas às universidades ou aos centros de pesquisa, muitos deles vinculados ao serviço público federal ou estadual. Essa situação é especialmente brasileira, já que esse não é o cenário mundial do movimento. A explicação está na raiz da incubação no Brasil. O mecanismo surgiu em 1984, por iniciativa do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) que criou o programa brasileiro de parques tecnológicos, com o objetivo de melhorar a cooperação entre o mercado e as universidades, visando aumentar o aproveitamento do capital intelectual existente nas universidades. Os parques tecnológicos são centros de laboratórios que fazem pesquisas de novos produtos, com financiamento privado e conhecimento acadêmico. Segundo Ana Lúcia Vitale, secretária-adjunta de Desenvolvimento Tecnológico e Inovação do Ministério da Ciência e Tecnologia, os parques são estratégias de desenvolvimento regional, por essa razão precisam estar voltados para a vocação econômica da região onde se situa. Os primeiros parques surgiram nos Estados Unidos e foram implantados no Brasil anos mais tarde. Em 1958, surgiu a primeira experiência de incubação de empresas nos Estados Unidos. Na capital do Brasil, esse modelo de incentivo ao empreendedor começou em 1986, quando a Universidade de Brasília (UnB) criou o programa de incubadora de empresas no CDT/UnB. No entanto, faltavam mecanismos que a tornasse mais próxima da sociedade. Não somente com ensino, pesquisa e extensão, mas com efetiva transferência de conhecimentos gerados na universidade para o bem-estar da sociedade. O país experimentava a abertura política com novos condicionantes para as instituições e para a sociedade. 6. A experiência do Centro de Apoio e Desenvolvimento Tecnológico da Universidade de Brasília (CDT/UnB) Nesse cenário, a UnB inovou ao criar o CDT/UnB. De forma pioneira em universidades públicas, esse Centro concentrou diversas atividades para relacionar universidade, governo e setor empresarial num único lócus de responsabilidade e gestão. Desse modo, já antecipando o que anos mais tarde estudiosos da relação universidade-sociedade-empresa chamariam de tríplice hélice: impulsionadora do desenvolvimento tecnológico como ingrediente de desenvolvimento econômico e social da região ou de sua área de influência. O CDT/UnB também é responsável pela proteção do conhecimento gerado na Universidade de Brasília e já ajudou cerca de 100 patentes que estão disponíveis para serem transferidas à sociedade. O centro atua ainda na promoção de empreendimentos baseados na economia social e solidária, assim como na área de arte e cultura. O Centro foi fundado em 1986 para ser o pólo tecnológico do Distrito Federal. Nos três primeiros anos, o CDT/UnB dedicava-se a fornecer suporte tecnológico para manutenção de equipamentos eletrônicos de uso interno da Universidade de Brasília. No entanto, durante sua existência o CDT/UnB fez muito mais do que isso e contribuiu para o avanço econômico e social do DF, ao gerar trabalho, renda e sustentabilidade e consolidar parcerias e negócios. Sua missão é apoiar e promover o desenvolvimento tecnológico, a inovação e o empreendedorismo em âmbito nacional, por meio da integração entre a universidade, as empresas e a sociedade em geral, contribuindo para o crescimento econômico e social. As atividades do CDT/UNB são estabelecidas a partir de quatro eixos de atuação, que são: a) desenvolvimento empresarial: abriga o Hotel de Projetos e a Multincubadora de Empresas; b) apoio ao ensino, pesquisa e difusão do empreendedorismo: gerencia o programa empresa Júnior e a escola de empreendedores; c) transferência de tecnologia: gerencia os programas disque tecnologia, serviço brasileiro de respostas técnicas e o núcleo de propriedade intelectual; d) gestão da cooperação institucional: Universidade – Empresa – Governo – Sociedade: gerencia o parque científico e tecnológico, o laboratório de inovações tecnológicas para ambientes de experience e o núcleo de inovação e capacitação empresarial. Entre os programas desenvolvidos atualmente pelo CDT/UNB, o mais antigo e de maior relevância é o de incubadora de empresas. Em 1989, quando foi criado, o programa auxiliava os empresários na consolidação de negócios de base tecnológica. Devido ao sucesso do programa, ampliaram-se suas linhas de ação e hoje é chamado de Multincubadora de Empresas. Desde a sua criação, a Multincubadora de Empresas incubou mais de 130 empreendimentos. A Multincubadora de Empresas oferece ao empreendedor assessorias e consultorias especializadas em áreas estratégicas. As empresas recebem cursos de desenvolvimento da capacidade empreendedora e de gestão do negócio, orientações para elaboração de projetos de financiamentos, infraestrutura e uso da marca CDT/UNB. Em 2004, o programa começou a apoiar também empresas do setor tradicional e, um ano depois, empresas da área de design. Surgiram então outras duas modalidades: a Incubadora Social e Solidária, em 2005, e a Incubadora de Arte e Cultura, em 2010. Cada uma dessas modalidades possui soluções tecnológicas e metodológicas específicas para seu público alvo. Todas oferecem suporte operacional e gerencial às empresas, além de ampliar o acesso às redes de interação com o meio corporativo, acadêmico e de financiamento. O Programa Multincubadora de Empresas do CDT/UnB é credenciado pelo Comitê da Área de Tecnologia da Informação do Ministério da Ciência e Tecnologia. Com essa resolução, as empresas do setor de Tecnologia da Informação e Comunicação, participantes do processo de incubação, podem se beneficiar com a prospecção de recursos pela Lei de Informática para atividades de Pesquisa e Desenvolvimento. A Incubadora Social e Solidária (ISSocial) foi criada para desenvolver a competência, a sustentabilidade e a capacidade profissional de grupos de artesãos, produtores rurais e catadores, tendo como principal objetivo valorizar o ser humano por meio da economia solidária. Dentro desse contexto, o empreendimento é preparado para trabalhar o cooperativismo, a autogestão e o respeito ao meio-ambiente, tendo como meta a geração de trabalho, ocupação e renda. A metodologia de incubação dos empreendimentos foi desenvolvida sob a ótica da economia solidária, com foco na construção dos laços horizontais, no fortalecimento de vínculos e relações mais igualitárias, de modo que o processo de incubação se desenvolve com os grupos e não para os grupos. Durante a entrevista ficou claro que as ações desenvolvidas pela ISSol fogem da vocação do CDT/UNB, que é voltada para o desenvolvimento tecnológico. No entanto, considerando que a base da economia solidária vem se apresentando como inovadora alternativa de geração de trabalho e renda, o Centro aloja os projetos desta incubadora principalmente em razão de sua preocupação com a inclusão social. Ao todo 13 empreendimentos são atendidos pela ISSol e o número de beneficiários diretos alcança hoje a marca de 1.250 pessoas, vinculadas às cooperativas e associações de pessoas que podem ser grupos formais e informais. A Incubadora de Arte e Cultura (Articula DF) foi criada oficialmente no dia 3 de março de 2010, no entanto, em julho de 2009, quando formou uma parceria com o Instituto Batucar para que este fosse o projeto piloto da incubadora, suas atividades já começavam a ser executadas. Em 2010, a incubadora lançou seu primeiro edital de seleção e passou a apoiar outros quatro empreendimentos artístico-culturais. A Articula DF vincula a Universidade de Brasília à sociedade, promove a gestão sustentável, o empreendedorismo, a acessibilidade, a difusão e o desenvolvimento da arte e da cultura. Assim como nas outras modalidades, o trabalho também é desenvolvido por meio de capacitação, assessoramento e consultorias, além do desenvolvimento de projetos, eventos, pesquisas e redes. O apoio dos empreendimentos é colaborativo e é realizado pelos núcleos da incubadora. A participação no Programa de Multincubadora de empresas é feita por meio de seleção, regida por edital de chamada pública, em que poderão inscrever-se os empreendedores que tenham projeto ou produto inovador; as micro e pequenas empresas em constituição; as micro e pequenas empresas já constituídas e que buscam maior apoio gerencial e/ou técnico, interação com outras empresas ou criação de uma nova empresa. Depois de aprovadas, as empresas ganham espaço físico e capacitação em áreas como marketing, conhecimentos jurídicos e contabilidade. Na fase inicial do contrato, os empreendimentos de base tecnológica são alojados no Hotel de Projetos que funciona como pré-requisito para a inserção no programa Multincubadora de Empresas. O Hotel de Projetos, criado em 1998, é uma idéia pioneira do CDT/UnB e o único em Brasília, foi criado para dar suporte aos empreendedores na preparação do plano de negócio e no planejamento de criação da empresa. Segundo informações coletadas durante a entrevista, antes da criação do hotel de projetos, alguns projetos não foram bem sucedidos devido à falha na preparação do plano de negócio. É uma modalidade de pré-incubação que apóia empreendedores que necessitam de infra-estrutura e assessoria para analisar a viabilidade econômica e mercadológica dos seus produtos processos e serviços. Os empreendimentos selecionados para o programa Hotel de Projetos e Multincubadora de Empresas usufruem de assessoria técnica e consultoria; infraestrutura, serviços e equipamentos compartilhados; espaços para realização de reuniões e ambiente instrucional; orientações para elaboração de projetos de financiamento; cursos de desenvolvimento da capacidade empreendedora e de gestão do negócio; rede de contatos; possibilidade de participação em eventos e cursos realizados pelo CDT/UnB e parceiros e uso da marca CDT/UnB. Os programas Multincubadora de Empresas e Hotel de Projetos oferecem três formas de incubação: a) pré-incubação: o empreendimento, ainda em fase de desenvolvimento, recebe um espaço físico compartilhado com outros empreendimentos na sede do CDT/UnB; b) incubação física: o empreendimento fica instalado no Campus da Universidade Brasília, na sede do CDT/UnB ou em um laboratório da UnB; c) incubação à distância: o empreendimento fica instalado em um espaço comercial fora das dependências da Universidade, entretanto, recebe os mesmos benefícios e obrigações que os empreendimentos incubados na modalidade física. Após o primeiro ano de contrato e comprovada a viabilidade econômica e mercadológica do projeto, a empresa é orientada a tirar um CNPJ para se transferir para a incubadora. Segundo relato do Gerente de Projetos do CDT/UnB houve casos de empresas que, após o período de pré-incubação, foram direto para o mercado. Não existe um tempo máximo de permanência na incubadora, cada empresa avalia o tempo ideal, que costuma variar de dois a três anos. Durante o período de incubação as empresas se relacionam, conforme informações coletadas durante a pesquisa, duas delas já se uniram para desenvolver um novo produto. Com relação ao organograma, o CDT/UnB está ligado diretamente à Reitoria da Universidade de Brasília, conta com aproximadamente duzentos e cinquenta colaboradores, sendo oito servidores do quadro permanente da Fundação Universidade de Brasília e os demais prestadores de serviço, além dos consultores externos e da própria Universidade. 7. Resultados O estudo de caso permitiu constatar que o CDT/UnB é a prova consolidada de que os núcleos de inovação tecnológica são responsáveis pelo desenvolvimento econômico e a concretização de negócios bem sucedidos. Entre os principais resultados para Brasília estão cerca de 130 empreendimentos inovadores criados a partir do Programa Multincubadora de Empresas e que hoje estão presentes na economia da região. Além disso, mais de 4,5 mil estudantes de graduação da UnB cursaram disciplinas de iniciação à atividade empreendedora. Aproximadamente 2,5 mil empreendedores da região se beneficiaram com os atendimentos tecnológicos disponibilizados por docentes, pesquisadores, estudantes e técnicos da universidade. Como centro de referência, o CDT/UnB também contribuiu nas respostas técnicas, em média, a 5 mil demandas advindas de várias partes do Brasil. 7.1 Exemplos de empresas bem sucedidas 1. WISE INDÚSTRIA DE TELECOMUNICAÇÕES – iniciou as atividades em maio de 1988 para desenvolver e fabricar equipamentos de teste para a área de comunicação de dados sem similares nacionais e com tecnologia totalmente brasileira. No início, a empresa ministrava treinamentos na área de telecomunicações (equipamentos de acesso, protocolos, projeto de redes etc). Em 1991, o setor de engenharia da WISE passou a fazer parte da incubadora de empresas do CDT/UnB para desenvolver e fabricar equipamentos para teste de produtos e redes de acesso de telecomunicações. Em janeiro de 1994 foi lançado o primeiro equipamento desenvolvido e fabricado pela WISE: o SIT-01 (Sistema Integrado de Teste). A empresa está há 20 anos em atividade no mercado como a única fabricante latino-americana de uma linha de produtos denominados Analisadores de Comunicação de Alta Velocidade. Esses equipamentos são utilizados para análise de parâmetros da comunicação de telefonia e de dados e são fornecidos para praticamente todas as concessionárias de telefonia e suas prestadoras de serviço. 2. ZTEC – Z TECNOLOGIA - empresa fundada em 1991 trabalha no desenvolvimento de soluções para clientes do setor de telecomunicações e de segurança criptográfica. Com produtos e serviços inovadores, a empresa atua em mercados de sistemas seguros de voz e dados, criptografia, infra-estrutura de chave pública, modems especiais e para canal telefônico, soluções com aplicação de Técnicas de DSP (Processamento Digital de Sinais), compressão de voz e transmissão de dados. A Z Tecnologia é parceira mundial da Texas Instruments, tendo sido a primeira empresa na América Latina a ingressar neste programa. Instituição responsável pela transferência de tecnologia, prestação de serviços especializados e interação da Universidade com a sociedade em geral. 3. BEHOLD STUDIOS - empresa brasiliense do setor de jogos digitais. Foi incubada em 2010 e atualmente tem dois jogos no currículo. Um é de treinamento para técnicos da subestação da estatal de energia elétrica Furnas, localizada em Samambaia, e outro, o The Gravedigger, é exclusivo para o Iphone, smartphone da Apple. 7.2 Número de empresas em processo de incubação Atualmente, o programa Multincubadora de Empresas conta com 11 empresas incubadas. 7.3 Número de empresas incubadas por ano Gráfico 1 – Número de empresas incubadas no período de 1989 a 2010. Fonte: site do CDT/UNB (com adaptações). 8. Considerações Finais De acordo com estatísticas norte-americanas e européias, a taxa de mortalidade de empresas que passam pelo processo de incubação é reduzida de 70% para 20%, se comparada ao número de empresas nascidas fora do ambiente de incubadoras. No Brasil, estimativas da ANPROTEC indicam que a taxa de mortalidade das empresas que passam pelas incubadoras também fica reduzida a níveis comparáveis aos europeus. O programa incubadora de empresas recebe o apoio do Ministério da Ciência e Tecnologia, por meio do Programa Nacional de Apoio às Incubadoras de Empresas e Parques Tecnológicos – PNI, instituído pela Portaria 139, de 10/3/2009. Este programa estimula a inserção de um maior número de pesquisadores no setor produtivo, a difusão da cultura da absorção do conhecimento técnico e científico e a formação de recursos humanos para inovação, além de desenvolver ações direcionadas à ampliação das incubadoras de empresas e dos parques tecnológicos, viabilizando a criação de empresas inovadoras capazes de autogestão. Contudo, apesar de todo o incentivo às alianças estratégicas entre universidade e empresas, existem alguns obstáculos a ser vencidos. Um deles diz respeito à cultura. O Brasil é um país muito conservador e é preciso quebrar alguns paradigmas para poder experimentar coisas novas. O segundo é a insegurança jurídica e a falta de autonomia das universidades públicas, que enfrentam dificuldades legais para realizar projetos, pois esbarram em limitações de ordem jurídica, tanto na área financeira e orçamentária quanto na questão da contratação de pessoas. Com relação à perspectiva para o futuro, o CDT/UnB se prepara para implantar um programa de parques científicos e tecnológicos para o Distrito Federal com o objetivo de transformar a região num pólo desenvolvido econômica e socialmente, comprometido com as necessidades essenciais da população, em especial para o futuro de nossos jovens. Estudos futuros poderiam comparar as Incubadoras de empresas já atuantes no DF ou até mesmo compará-las com outras instituições semelhantes de outras regiões do País, visando maior conhecimento das especificidades de cada uma, bem como buscando as principais contribuições já trazidas à sociedade. Referências AAKER, D. A. Strategic Market Management. New York: John Wiley & Sons. 1995. AGNER, M. Berço dos bons negócios. Correio Braziliense, Caderno Trabalho & Formação Profissional, 12 Jun. 2011. HYDER, A. S.; ABRAHA, D. Strategic alliances in the baltic states: a case of swedish firms. Competitiveness Review, v. 16, n. 3&4, dez. 2006. IKEDA, A. M.; VELUDO-DE-OLIVEIRA, T. M.; CAMPOMAR, M. C. O caso como estratégia de ensino na área de Administração. Revista de Administração da Universidade de São Paulo, v. 41, n. 2, p. 147-157, abr./jun. 2006. INKPEN, A. C.; ROSS, J. Why Do Some Strategic Alliances Persist Beyond Their Useful Life - California Management Review, v. 44, n. 1, Fall/2001, p. 132-148. JOHANSON, J.; MATTSSON, L.-G. Internationalization in industrial systems: a network approach. In: BUCKLEY, P. J.; GHAURI, P. (Eds.). The internationalization of the firm: a reader. London: Academic Press, 1993. P. 303-321 JUNIOR, A. B. S.; RIBEIRO, Á. H. P. Parcerias e Alianças Estratégicas. In: BARROS, B. T. (org.). Fusões, Aquisições & Parcerias. São Paulo: Editora Atlas/Fundação Dom Cabral. 2001, p. 89-101. KANTER, R. M. Quando os Gigantes Aprendem a Dançar. Rio de Janeiro: Campus, 1997. LAKATOS, E. M.; MARCONI, M. A. Fundamentos de metodologia científica. São Paulo: Atlas, 1991. 270 p. ______. Metodologia do trabalho científico. São Paulo: Atlas, 1991. LUNDAN, S.; HAGEDOORN, J. Alliances, Acquisitions and Multinational Advantage. International Journal of the Economics of Business, v. 8, n. 2, p. 229-242, 2001. MARTINS, G. A. Estudo de caso: uma estratégia de pesquisa. São Paulo: Atlas, 2006. NASCIMENTO-E-SILVA et al. Oportunidades de desenvolvimento de alianças estratégicas em IES a partir da análise dos stakeholders. Revista ANGRAD, v. 9, n. 1, jan-mar/2008, p. 131-148. PORTER, M. A vantagem competitiva das nações. Rio de Janeiro: Campus. 1993. ROBERT, M. Estratégia: Como empresas vencedoras dominam seus concorrentes. São Paulo. Negócio Editora. 1998. 354p. SERRA, F. A. R.; COSTA, L. S. V.; FERREIRA, M. P. Estudo de caso em pesquisa de estratégia: aspectos fundamentais de projeto de investigação. Revista ANGRAD, v. 8, n. 2, p. 169-182, abr.-jun./2007. WILLIAMSON, O. E. Markets as hierarchies: analysis and antitrust implications. New York: The Free Press, 1975. WILLIAMSON, O. E. The economic institutions of capitalism. New York: The Free Press, 1985. YIN, R. K. Estudo de caso: planejamento e métodos. 3.ed. Porto Alegre: Bookman, 2005. YOSHINO, M. Y.; RANGAN, U. S. Alianças estratégicas. São Paulo: Makron Books, 1996. ANEXO A ROTEIRO DE ENTREVISTA SEMI-ESTRUTURADO Informações a serem coletadas Quando foi criado o CDT? Qual é a sua missão? Quais são as linhas/áreas de atuação? Qual é o perfil de seus integrantes? Como é o relacionamento do CDT com a UnB Forma de relacionamento – Intercâmbio Empresas incubadas e Universidade O que as empresas precisam fazer para ingressar no programa de incubadora de empresas? O que as empresas normalmente colocam à disposição? Como é o comportamento e compromisso das empresas junto ao CDT? Existe prazo fixo para a permanência no programa de incubadora de empresas? Existe relação de alianças entre as empresas? Existe aliança com mercado de capitais? O CDT recebe apoio de alguma instituição, MCT, SEBRAE etc.? Existe aliança com fornecedores de tecnologia estrangeira? Todos os empreendimentos incubados foram bem sucedidos? Quantas empresas estão incubadas atualmente? Exemplos de empresas bem sucedidas. Acompanhamento: existe algum tipo de análise ou indicadores de resultado? Qual é a perspectiva para o futuro?