IMUNIDADE E INFLAMAÇÃO NOÇÕES BÁSICAS Sérgio Henrique Loss O Sistema Imunológico • O estudo da imunologia começou com a observação de que quem se recuperava de uma infecção ficava imune a essa infecção para a vida – Edward Jenner (1796) • Descoberta da imunidade – Cock • Descoberta dos microorganismos – Louis Pasteur (década de 1880) • Perda de virulência permite que as vacinas funcionem – Behring & Kitasato • Imunidade transferida por substâncias do soro a que chamaram anticorpos História e impacto da imunologia na saúde humana Koch’s Kohler & Milstein Postulates Monoclonal Abs Metchnikoff Phagocytosis Müller Jenner Wright Miller Bacteria Vaccination Antisera T cells Jansen Microscope 1600 1700 1800 1900 2000 1955 30 Countries with more than one smallpox case 15 per month 200 years WHO announce after Jenner smallpox eradicated 0 1965 1970 1975 1980 Anatomia geral do sistema imune Tecido linfóide no intestino Características da resposta Imunológica • Capacidade de reconhecimento muito abrangente – Capacidade de reconhecer mais de 1,000,000,000 de estruturas • Resposta muito destrutiva – O S.I. desenvolveu formas de distinguir o próprio do estranho – Resposta específica • antígenos (agente capaz de desencadear uma resposta imunológica) • Sítios para ligação de anticorpos (epítopes) • Haptenos – Moléculas demasiado pequenas para serem bons antígenos – Podem ser bons antígenos se ligados a uma molécula transportadora – Penicilina e outras drogas podem comportar-se como haptenos Características da resposta Imunológica OPSONIZATION AND PHAGOCYTOSIS FcR bacteria + Anti-bacterial Antibodies Inefficient phagocytosis Efficient phagocytosis Opsonization Características da resposta Imunológica – Características de antígenos capazes de provocar uma resposta imunológica forte • Estranhos ao organismo • Grandes • Compostos de proteínas, açucares, lipídios ou ácidos nucléicos • Organismos vivos dão respostas mais fortes que organismos mortos • Com múltiplos epítopes • Estruturas da superfície celular Características da resposta Imunológica • Memória – Na 2ª exposição e posteriores a resposta é mais intensa e rápida • Resposta auto-limitada – A resposta pára com a eliminação do agente causador – As células imunológicas ficam num estado de “alerta/dormente” – A resposta imunológica tem mecanismos de “feedback” activo Características da resposta Imunológica Características da resposta Imunológica • Resposta auto-limitada – A resposta pára com a eliminação do agente causador – As células imunológicas ficam num estado de “alerta / dormente” – A resposta imunológica tem mecanismos de “feedback” ativo Ativação do sistema imune • Rápida / Fugaz – Liberação de histamina por mastócitos – Aumento da permeabilidade vascular – Curta duração • Tardia / Duradoura – Aumento de fluxo e aporte de leucócitos para a área lesada – Envolvimento de PGI2 e NO em resposta a citocinas (FNT, interferons e interleucinas) Ativação tardia • • • • • • • • TNF IFN IL Quimoquinas Prostaglandinas Leucotrienos Complemento Cininas Resposta inflamatória Ácidos graxos de cadeia longa -3 • Ac -linolênico (C18:3 n-3) • Ac eicosapentaenóico (C20:5 n-3) • Ac docosahexaenóico (C22:6 n-3) Ácidos graxos de cadeia longa -6 • Ac araquidônico (C20:4 n-6) • Ac linoléico (C18:2 n-6) Lipídios e resposta inflamatória PGI2 PGE2 PGH2 TXA2 TXA3 PGE3 PGI3 PGH3 ciclooxigenase AA EPA lipooxigenase 5 HPETE 5 HPETE LT-sintetase LTs - 4 LTs - 5 Lipídios e resposta inflamatória Membrana celular • PUFAs alteram • fluidez • permeabilidade • PUFAs -3 geram • PGs série 3 • LTs série 5 Cells of the Immune System Lymphocyte Adaptive immunity Macrophage Phagocytosis Monocyte Ag presentation Neutrophil PMN Common lymphoid progenitor Phagocytic Anti-bacterial Eosinophil Anti-parasite immunity Basophil ?Protection of mucosal surfaces? Mast cell Protection of mucosal surfaces Pluripotent haemopoietic stem cell Myeloid progenitor Tipos de leucócitos • Monócitos – Defesa através da fagocitose – Produção de citocinas • • • • • • • IFN FNT IL-1 IL-6 IL-12 Quimoquinas Etc. Tipos de leucócitos • Linfócitos – Células B • Imunidade humoral – Células T • Imunidade celular • Formados por sub-populações estimulados por diferentes antígenos • Diferentes linfócitos proporcionam diferentes respostas Tipos de leucócitos • Linfócitos – Sub-população CD8 • Estimulado por invasores intracelulares • Infecções virais – Sub-população CD4 • Estimulado por invasores extracelulares • Infecções bacterianas – Secreção de citocinas • Ativam / atraem outros leucócitos • Agem em linfócitos B estimulando a síntese de anticorpos específicos O Sistema Imune Adaptativo • Possui dois sistemas: – 1. O Sistema Imune Humoral - É formado pelos Linfócitos B, originados na Medula Óssea, e que atuam através da síntese e secreção dos ANTICORPOS. – 2. O Sistema Imune Celular - É formado pelos Linfócitos T, originados do Timo, e que atuam diretamente no microrganismo ou pela secreção de CITOCINAS. O Sistema Imune Adaptativo • Humoral – Transferível por anticorpos (linfócitos B) • Complemento • Fagocitose • Celular – Transferível por células (linfócitos T) • Citotoxidade e inflamação • Efeitos regulatórios Subtipos de linfócitos CLP T CELLS Common lymphoid precursor T Th Activate B cells and macrophages T HELPER CELLS CTL Kill virusinfected cells CYTOTOXIC T LYMPHOCYTES B CELLS B PC Produce antibodies PLASMA CELLS Linfócito citotóxico Linfócito citotóxico Linfócito T supressor Tipos de leucócitos • Macrófagos – Fagocitose – Ativação de mecanismos bactericidas – Exposição de antígenos • Células dentríticas – Captura antígenos em sítios periféricos – Apresentação de antígenos nos nódulos linfáticos • Macrófagos – Fagocitose – Ativação de mecanismos bactericidas Tipos de leucócitos • Eosinófilos – Eliminação de parasitas recobertos de anticorpos – Participação de processos imuno-alérgicos • Mastócitos – Liberação de grânulos contendo substâncias vasoativas • Basófilos – desconhecido De Desnutrição à Imunossupressão Desnutrição e imunossupressão • • • • • Disfunção da imunidade celular Diminuição da cicatrização Portas de entrada cutâneas Infecções nosocomiais Internações mais longas e complexas Desnutrição e imunossupressão • Atrofia de diferentes tecidos linfóides – GALT – BALT – MALT • Redução em sub-população leucocitária – CD4 – CD8 Desnutrição e imunossupressão • Menor afinidade de anticorpos • Menor produção de anticorpos • Preservação de fagocitose, mas sem eliminação de microorganismos fagocitados • Deficiência de folato • Deficiência de anti-oxidantes – Vit C – Vit E Desnutrição e imunossupressão Inadequada Ingestão ↓ nutrientes Perda de peso ↓ de crescimento Má absorção ↓ imunidade Alterações metabólicas Lesão de mucosas Infecção Desnutrição Má nutrição Má imunidade Deficiências específicas • Aminoácidos isolados – Redução da imunidade humoral • • • • • • • Triptofano Metionina Cistina Valina Treonina Tirosina fenilalanina Deficiências específicas • Deficiência de Vit A e B6 – ↓ resposta a antígenos e mitógenos – ↓ resposta de hipersensibilidade cutânea tardia • Deficiência de Vit B12 – ↓ proliferação – ↓ fagocitose – ↓ bactericida de polimorfosnucleares Deficiências específicas • Redução de ácido fólico – ↓ proliferação – ↓ resposta de hipersensibilidade cutânea tardia • Redução de ferro – – – – – ↓ imunidade específica ↓ IgA ↓ resposta cutânea de hipersensibilidade tardia ↓ fagocitose de PMN ↓ resposta inflamatória Deficiências específicas • Redução de zinco – ↓ imunidade específica – Atrofia de timo – ↓ resposta cutânea de hipersensibilidade tardia – ↓ fagocitose de PMN – ↓ função de monócitos Deficiências específicas • Redução de tiamina – ↓ imunidade específica – ↓ proliferação – ↓ resposta cutânea de hipersensibilidade tardia • Redução de Vit C – ↓ resposta cutânea de hipersensibilidade tardia Nutrientes com potenciais ações imunomoduladoras • • • • • • • Glutamina Arginina Nucleotídeos Ômega-3 Taurina Cisteína Ornitina Glutamina • AA mais abundante no organismo • Primariamente sintetizado no músculo esquelético e pulmões • Contribui para a manutenção do equilíbrio ácido-básico • Combustível energético para leucócitos e enterócitos Glutamina • Precursor da síntese de nucleotídeos • Precursor da síntese de glutationa (antioxidante) • Eficiente transporte sistêmico de carbono e nitrogênio • Fator inibitório na degradação protéica • Dose 0,4 g/Kg/dia Arginina • • • • • • • Estimula a síntese de GH Estimula a liberação de insulina Precursor da síntese de NO Proporciona retenção nitrogenada Participa da síntese de poliaminas Transcrição do DNA Translação do RNA Arginina • • • • massa do timo Melhor cicatrização Melhora dos testes imunológicos Dose ~ 5% VET Arginina arginina citrulina NOS-1 NOS-2 NOS-3 nNOS iNOS eNOS NO NO NO NEUROTRANSMISSOR BACTERICIDA VASODILATAÇÃO Arginina cNOS eNOS iNOS SEPSE cNOS iNOS eNOS Arginina VASODILATAÇÃO DESTRUIÇÃO CELULAR CRESCIMENTO Nucleotídeos • Unidades estruturais para a síntese de DNA, RNA, ATP e AMPc • Unidades estruturais para a síntese de NAD, NADP, FAD • Sua oferta síntese “de novo”, poupando etapas metabólicas e precursores • Dose ?? Ômega-3 • Ácido graxo essencial • Participa da preservação estrutural e funcional das membranas celulares • Gera eicosanóides menos potentes (modulação da resposta inflamatória) • Dose -3 / -6 de 1:2 a 1:4 Taurina • Pode ser condicionalmente essencial – Intenso catabolismo – Perda de função renal • Melhora o desempenho cardíaco • Neutralização de radicais livres do oxigênio Cisteína • Precursor da síntese de glutationa, proporcionando efeito anti-oxidante • Sua suplementação livre parenteral não é recomendada (nem em excesso) pois gera metabólitos tóxicos Outros nutrientes relacionados a imunidade • Fibras alimentares – Solúveis – insolúveis • Prebióticos – FOS – Inulina • Nutracêuticos Aplicabilidade Clínica Diagnosticando desnutrição Pacientes em risco Pacientes em risco Imunonutrição – ensaios clínicos • Estudos demonstraram redução na morbidade sem impacto na mortalidade – Cerra FB et al. Improvement in immune function in ICU patients by enteral nutrition supplemented with arginene, RNA and menhaden oil is independent of nitrogen balance. Nutrition 7:193, 1991 – Bower RH et al. Early enteral administration of a formula (Impact) supplemented with arginine, nucleotides, and fish oil in ICU: results of a multicenter, prospective, randomized clinical trial. Crit Care Med 23:436, 1995 – Moore F et al. Clinical benefits of na immune-enhancing diet for early potinjury enteral feeding. J trauma 37:607, 1994 Imunonutrição – ensaios clínicos • Estudos demonstraram redução na morbidade sem impacto na mortalidade – Kudsk K et al. A randomized trial of isonitrogenous enteral diets after severe trauma: an immuneenhancing diet reduces septic complications. Ann Surg 224:531, 1996 – Daly JM et al. Enteral nutrition during multimodality therapy in upper gastrointestinal cancer patients. Ann Surg 221:327, 1995 Imunonutrição – problemas com estudos • Ausência de grandes estudos com o uso isolado de “imunoestimulantes” • Estudos com pequeno número de pacientes • Estudos não randomizados • Estudos que comparam grupos que não receberam oferta isonitrogenada e/ou isocalórica Imunonutrição – novos estudos Farreras N, et al. Effect of early postoperative enteral immunonutrition on wound healing in patients undergoing surgery for gastric cancer Clinical Nutrition 2005 24:55-65 • Correlação com melhor cicatrização – Níveis mais elevados de hidroxiprolina – Significante redução nas complicações de suturas Imunonutrição – novos estudos Kieft H, et al. Clinical outcome of immunonutrition in a heterogeneous intensive care population Intensive Care Med 2005 31:524-532 • Estudo prospectivo randomizado, cego, controlado, bicêntrico • Dieta do estudo: hiperprotéica rica em fibras + glutamina + arginina + W-3 + antioxidantes • Dieta controle: standard • Não se notou diferenças entre os grupos Imunonutrição • META-ANÁLISE E REVISÕES SISTEMÁTICAS – Heyland DK. Nutritional support in the critically ill patient: a critical review of the evidence. Critical Care Clinics 14:423, 1998 • Sem evidência para uso rotineiro – Beale RJ et al. Immunonutrition in the critically ill: a systematic review of clinical outcome. Crit Care Med 27:2799, 1999 • Redução de morbidades, especialmente em pac. Cirúrgicos (↓ $) • Sem redução em mortalidade Imunonutrição • META-ANÁLISE E REVISÕES SISTEMÁTICAS – Heyland DK et al. Should immunonutrition become routine in critically ill patients? A systematic review of the evidence. JAMA 2001 286:944-953 • Redução de morbidades sem redução em mortalidade – Sacks GS et al. Controversy of immunotrition for surgical critical-illness patients. Current Opin Crit Care 2003 9:300-305 • Redução de morbidades sem redução em mortalidade • Benefícios somente evidente se alimentação pré-op Imunonutrição Redução de morbidades sem significativa redução na mortalidade Imunonutrição • Resolução da 26 conferência ASPEN em fevereiro 2002, San Diego, Califórnia, EUA: – Trauma com índice de escore de gravidade 18 – Trauma abdominal com escore 20 Proceedings from summit on immune-enhancing enteral therapy. JPEN 2001 25:S1-S63 Imunonutrição ....e se alimentássemos antes do insulto??? ....imunonutrição é tudo a mesma coisa??? ....imunonutrição é segura??? ....efeitos da imunonutrição independem da via??? Imunonutrição – pré-operatório Imunonutrição – pré-operatório • Dieta oferecida por 5 dias antes da cirurgia (neoplasia TGI alto) • Dieta mantida por 10 dias no pós-operatório (início precoce) • Dieta: arginina, nucleotídeos e W-3 • Redução da incidência de infecção no pós-op • Redução nos custos da hospitalização Imunonutrição – pré-operatório Heslin MJ, Brennan MF. Advances in perioperative nutrition: cancer. World J Surg 24:1977, 2000 • Avaliação da adição de arginina, glutamina, W-3 e nucleotídeos e impacto no estado imunológico • Sem evidências de melhorar desfecho Imunonutrição – pré-operatório Imunonutrição – pré-operatório • Estudo prospectivo e aleatório envolvendo 49 pacientes divididos em 3 grupos – Alimentação no pós-op – Alimentação pré e pós-op sem arginina – Anterior com arginina • Nutrição pré-op: 9 dias • Não houve alteração no estado nutricional, imunológico ou desfecho Imunonutrição – pré-operatório Imunonutrição – pré-operatório • 200 pacientes com CA cólon divididos em 4 grupos – 50 pac com arginina e W-3 pré-op por 5 dias e também no pós-op – 50 pac conforme acima, exceto pós-op – 50 pac controles (pré-op) – 50 pac convencionais • Grupo 1 com melhor teste cutâneo, menos IL-6 e melhor perfusão intestinal Imunonutrição – pré-operatório Chen DW, et al. Role of enteral immunonutrition in patients with gastric carcinoma undergoing major surgery. Asian J Surg 2005, 28:121-124 • 40 pacientes divididos em 2 grupos – Controle: dieta padrão – Estudo: dieta com glutamina, arginina e W-3 • Dietas iniciadas no segundo dia • Grupo de estudo com aumento de IGs, relação CD4/CD8 e menos interleucinas Imunonutrição – pré-operatório • Não há evidências para uso rotineiro • Imunoestimulantes combinados melhor ou pior que isolados??? • Melhores resultados em pacientes com câncer (severamente desnutridos) Imunonutrição – dietas iguais? • PROVAVELMENTE NÃO – Estudos anteriores – Doses dos imunomoduladores – Rota parenteral e enteral – Diagnóstico do paciente Glutamina (parenteral X enteral) Glutamina (parenteral X enteral) Glutamina (parenteral X enteral) Glutamina (parenteral X enteral) • GLUTAMINA – Melhora morbidade sem interferir em mortalidade em paciente cirúrgicos graves – Melhora morbidade e mortalidade em pacientes clínicos graves – Administração parenteral eleva nível sérico mais rapidamente – Administração enteral gera maior extração intestinal e hepática Imunonutrição – segura? • Segura – Timing – Doses • CARGA DE LIPÍDIOS – Vias de administração Imunonutrição - segurança INFLAMACAO ANTI-INFLAMACAO COEXISTEM…. Imunonutrição - segurança i Indução da sepse n f ...................................................................... l Variação normal a m a ...................................................................... Mediadores ç inflamatórios ã o PUFA 3 Protetor ? (sepse precoce) (sepse tardia) Imunonutrição - segurança • Imunossupressão com W-3 – Origem animal > origem vegetal – Rota parenteral > rota enteral – Oferta tardia > oferta precoce • Toxicidade do W-3 – – – – Redução de citocinas inflamatórias Alterações sensibilidade cutânea tardia Redução da imunidade celular Infecções de repetição Mayer K et al. Clinical use of lipids to control inflammatory disease. Curr Opin Nutr Met Care 1998; 1:179-184 Imunonutrição – visão geral Imunonutrição – visão geral • Mais efetivo em pacientes com desnutrição importante – redução de morbidades • TN peri-op é mais efetiva que a TN pós-op • Uso de antioxidantes parece benéfico e seguro em pacientes com câncer • Lipídios IV (W-6): pró-inflamatório • Lipídios IV: associação de W-6, W-3, W-9 e TCM parece mais adequado Imunonutrição – visão geral Imunonutrição – visão geral Imunomodulação – paciente grave • • • • Ressuscitação efetiva TN enteral precoce e hiperprotéica Controle da glicemia Associação de oligoelementos e vitaminas • Imunonutrição em situações específica • Cuidar bem do paciente (globalmente) OBRIGADO