município de bragança MUNICÍPIO DE BRAGANÇA Bragança EcoCidade - Uma terra de História, Cultura e Tradições município de bragança 93 bragança ecocidade uma terra de história, cultura e tradições Hernâni Dinis Venâncio Dias Vereador Resumo O Município de Bragança, desde há cerca de uma década, tem vindo a realizar estudos no sentido de identificar uma estratégia geral para o Concelho que visa tornar Bragança numa ecocidade moderna, capaz de atrair pessoas qualificadas e investimento. Neste contexto promoveu a elaboração do Plano Estratégico para a Ecocidade de Bragança, no sentido de identificar e envolver os agentes locais, indicadores de sucesso e de uma carteira de projectos estruturantes a desenvolver ao nível do território concelhio, nas áreas do Eco-Turismo, EcoEnergia, Eco-Construção e Eco-Produtos. Conjuntamente com mais 4 municípios foi pioneiro a nível nacional na utilização de autocarros eléctricos em circuitos de transporte público no Centro Histórico, tendo iniciado a sua utilização em Abril de 2005. O Município de Bragança está a implementar uma rede urbana de ciclovias, estando já 4 kms em utilização (Ciclovia do Fervença). Até meados de 2012, será inaugurada uma nova ciclovia, com uma extensão de 2,2 kms e que aproveitará o antigo canal ferroviário. O Parque de Ciência e Tecnologia (o Brigantia EcoPark), permitirá acolher um Centro de Inovação, um Centro de Incubação de empresas e o acolhimento de empresas de base tecnológica e indústrias de baixo impacto ambiental, nos clusters da eco-energia, da ecoconstrução, do eco-turismo e dos produtos tradicionais. Abstract The municipality of Bragança, for nearly a decade, has been conducting studies to identify a general strategy for the county of Bragança to make a modern eco-city, capable of attracting skilled people and investment. In this context, promoted the development of the Strategic Plan for the eco-city of Bragança, to identify and engage local stakeholders, success indicators and structuring a portfolio of projects to develop the level of the municipal territory, the areas of EcoTourism, Eco-Energy, Eco-Building and Eco-Products. Together with 4 other municipalities is pioneer in the use of electric buses in public transport circuits in the Historic Center, and began its use in April 2005. The municipality of Bragança is implementing an urban network of bike lanes, 4 kms is already in use (the Fervença Cycleway). By mid-2012, it will open a new route, with a length of 2.2 kms and enjoy the old railway channel. The Science and Technology Park (the Brigantia EcoPark), will host an Innovation Center, a business incubation center and host of technology-based companies and industries with low environmental impact, in clusters of eco-energy, eco-construction , ecotourism and traditional products. município de bragança 95 1 Bragança, milénios de História Com vestígios que remontam ao período da Pré – História, Bragança é herdeira do nome de uma vasta região no Nordeste de Portugal. A Bragança foi concedido Foral em 1187 por D. Sancho I. Em 1464 e a pedido de D. Fernando (2º Duque de Bragança), recebe, de D. Afonso V, o foro de cidade. Bragança é a nona cidade mais antiga de Portugal, verdadeiro berço da emergência política do Reino de Portugal: no século XI e XII aqui tiveram os seus domínios os Bragançãos, influentes Fidalgos da corte de Leão, que se aliaram a D. Afonso Henriques, permitindo-lhe a ascensão a Rei. Povoado desde a Pré-história, o concelho acolhe um vastíssimo e distinto património edificado, que convida a uma viagem pelas memórias dos antepassados. Deambular pelas ruas de Bragança é muito mais que um simples passeio – é quase um andar pela história. Sobressai do conjunto, a Cidadela, velha vila amuralhada com inúmeras ruelas que respiram história, onde o Castelo com a Torre de Menagem (que alberga o Museu Militar), a Domus Municipalis (de estilo românico e exemplar único na Península Ibérica), o Pelourinho, a Igreja de Santa Maria e o Museu Ibérico da Máscara e do Traje (espaço de divulgação das tradições relacionadas com as máscaras do Nordeste Transmontano e da Região de Zamora, construído no âmbito do Programa de Cooperação Transfronteiriça – INTERREG IIIA), afirmam-se como ex-líbris ibéricos. figura 1 Domus Municipalis e Cidadela 96 movilidad sostenible en ciudades medias mobilidade sustentável em cidades médias O Centro Histórico acolhe o Pelourinho, a Sé, o Museu Abade Baçal e o moderno Centro de Arte Contemporânea Graça Morais, este último projectado pelo distinto arquitecto Souto Moura, no âmbito de um projecto transfronteiriço, recebe permanentemente exposições de grandes mestres da pintura e escultura modernas. Este edifício foi galardoado a nível nacional, pelo Instituto de Turismo de Portugal, e internacional, pelo “The Chicago Athenaeum Museum of Architecture and Design” (Estados Unidos da América), em parceria com o “The European Centre for Architecture and Urban Studies”, que elegeu o Centro de Arte Contemporânea entre os mais de mil projectos de todo o Mundo que participaram no concurso. figura 2 Centro de Arte Contemporânea Graça Morais Numa antiga central hidroeléctrica instalada na margem esquerda do rio Fervença nasceu o edifício principal do Centro Ciência Viva de Bragança. O centro inclui também a Casa da Seda, resultado da recuperação de um antigo moinho, provavelmente utilizado no processo de tingimento da seda, nos séculos XVIII e XIX, servindo de apoio à indústria da seda em Trás-osMontes, o principal núcleo produtor do país. A construção do edifício principal integra soluções inovadoras para climatizar o ambiente interior poupando energia, uma vez que incorpora um conjunto de sistemas que maximizam as possibilidades de arrefecimento e aquecimento naturais. O edifício funciona também como um módulo vivo e os visitantes podem, a qualquer momento, visualizar o comportamento dos vários sistemas de controlo de ambiente interior. A cidade foi objecto nos últimos anos de inúmeras intervenções que requalificaram a cidade e criaram uma oferta cultural única. Preservar e enriquecer o património cultural e fortalecer a identidade constituiu sempre o grande objectivo da política cultural do Município de Bragança. O desenvolvimento de parcerias com a comunidade local, através dos agentes culturais, permitiu, município de bragança 97 a par da realização de eventos já consolidados na programação cultural, atrair mais públicos, promover e afirmar a cidade de Bragança como referência no programa cultural da região. Foram construídos equipamentos culturais de referência (Teatro Municipal; Centro de Arte Contemporânea Graça Morais; Biblioteca Municipal; Biblioteca Adriano Moreira; Conservatório de Música; Centro Ciência Viva e Museu Ibérico da Máscara e do Traje). Nesta área foram, ainda, criados e apoiados novos projectos como a Festa da História; a Bienal da Máscara; Carnaval dos Caretos; Colóquios da Lusofonia; Lombada Festival de Música e Tradição. figura 3 Imagens da cidade Teatro Municipal de Bragança Centro Cultural Municipal Adriano Moreira 98 movilidad sostenible en ciudades medias mobilidade sustentável em cidades médias 2 Posicionamento geoestratégico de Bragança A relação entre a proximidade à A-52 (Auto-estrada das Rias Baixas ), à A6 (Corunha – Madrid) e, futuramente, à A11 (Fronteira – Quintanilha – Zamora – Valladolid) e a construção da A4 (Amarante – Quintanilha) e o prolongamento do IP2 até à Puebla de Sanábria (A – 52), representa uma ligação a vias de comunicação directas ao espaço europeu, reflectindo, deste modo, um reposicionamento estratégico importante e desejado para a cidade. O Aeroporto Regional de Bragança, com ligações aéreas diárias a Lisboa, representa uma mais valia regional como interface aeroportuário em espaço fronteiriço. A Câmara Municipal pretende continuar a desenvolver esta importante infra-estrutura aeroportuária regional de âmbito transfronteiriço, como estratégia do ordenamento do território, como infra-estrutura essencial no que respeita à integração turística, entre o destino turístico Douro, a área protegida do Nordeste Transmontano e as áreas próximas de Castela e Leão. A 4 de Novembro de 2008, foi aprovada pelo INAC a viabilidade para construção de pista com 2.300 metros e 60 de largura, para operação de B737-800 e novo terminal com capacidade para 200 passageiros em hora de ponta. figura 4 Mapa de localização município de bragança 99 figura 5 Aeroporto Regional de Bragança 3 Bragança EcoCidade 3.1 Plano Estratégico de Mobilidade Urbana de Bragança O Plano Estratégico de Mobilidade Urbana de Bragança, aprovado em Maio de 2003, é a base de todos os planos municipais subsequentes, nomeadamente o Plano de Urbanização e Plano Director Municipal. O Plano definiu o sistema de circulação (sentidos de circulação e hierarquia), a reconfiguração geométrica de intersecções, a marcação de lugares de estacionamento e a sinalização principal de encaminhamento. Este Plano é constituído pelo “Projecto de Execução de Sinalização Incluindo Marcação de Lugares de Estacionamento na Zona de Intervenção do Programa Polis na Cidade de Bragança”, que se caracteriza pelas 3 fases seguintes: - definição do sistema de circulação da cidade, com a correspondente definição de sentidos de circulação e hierarquia da rede viária; - reconfiguração geométrica de algumas intersecções por forma a promover o sistema de circulação proposto; - marcação de lugares de estacionamento na via pública. Começa por definir a sinalização principal de encaminhamento, ou seja, na determinação dos percursos de encaminhamento para os principais geradores de tráfego com base no sistema de circulação definido. De seguida, apresenta a sinalização rodoviária proposta para a cidade de Bragança com a qual se pretende implementar o sistema de circulação proposto, fazendo a síntese dos trabalhos previamente realizados, com respeito pelas normas previstas no Regulamento de Sinalização do Trânsito – Decreto Regulamentar nº 22-A/98 (alterado pelo Decreto Regulamentar n.º 41/2002, de 20 de Agosto, e pelo Decreto Regulamentar n.º 13/2003, de 26 de Junho). 100 movilidad sostenible en ciudades medias mobilidade sustentável em cidades médias 3.2 Intervenções realizadas no âmbito da mobilidade urbana Na última década foram executadas novas vias, reestruturadas e beneficiadas as vias existentes, de modo a garantir maior mobilidade e acessibilidade. De facto, a construção de novas acessibilidades no centro da cidade assumiu-se como fundamental para resolver os problemas de circulação rodoviária. A construção do túnel de ligação da Av. Sá Carneiro e a consequente execução da Av. das Forças Armadas, permitiram concluir um eixo viário que atravessa a cidade no sentido Norte/Sul. As obras de execução ocorreram em 720 metros: o túnel tem 221 metros, com duas faixas de rodagem em cada sentido. Procurando reorganizar a circulação numa das zonas mais movimentadas da cidade e dar aos automobilistas melhores condições de acessibilidade e mobilidade e aos peões melhores condições de segurança, foram construídas novas e modernas avenidas, destacando-se a Av. Cidade de Zamora, Av. General Humberto Delgado, Av. Cidade de León, e a já referida Av. Sá Carneiro e Av. das Forças Armadas. figura 6 Modernas avenidas da cidade Av. Cidade de Zamora Av. General Humberto Delgado Av. Sá Carneiro Av. Cidade de León município de bragança 101 Na área dos transportes, procedeu-se à construção da Estação Rodoviária, bem localizada e muito acessível a partir do centro da cidade, numa intervenção de recuperação e aproveitamento de património abandonado da antiga estação ferroviária. figura 7 Estação Rodoviária 102 movilidad sostenible en ciudades medias mobilidade sustentável em cidades médias No período de 2002 a 2004, foram construídos na cidade três Parques de estacionamento subterrâneo com capacidade para 818 veículos. A acessibilidade ao Centro Histórico foi melhorada, bem como ao comércio tradicional – os comerciantes, trabalhadores e cidadãos residentes podem estacionar os seus veículos 24 horas por dia a um preço simbólico. No que concerne ao estacionamento de superfície, na parte central da cidade, mais pressionada ao nível da procura de estacionamento, foram criados 480 lugares de estacionamento condicionado. Na última década, o objectivo da Câmara Municipal foi o de melhorar as acessibilidades para todos os munícipes, na cidade e no meio rural, com o reforço dos transportes públicos (acessíveis a cidadãos portadores de deficiência e a cidadãos carenciados). Em 1997, a frota do Serviço de Transportes Urbanos de Bragança (STUB) era constituída por 9 autocarros; em 2008, era de 18 autocarros urbanos e 2 de turismo. Em 2004, foram criadas 4 linhas urbanas na cidade (linha verde, amarela, vermelha e azul); no meio rural, existem actualmente 7 linhas que servem os utentes de todo o Concelho. figura 8 Parques de estacionamento município de bragança 103 Em Abril de 2005 e Outubro de 2010, procedeu-se a reformulações nas linhas urbanas, com o objectivo de optimizar os circuitos e melhorar os índices de utilização do transporte público. Em 2010 foram adquiridos 3 novos autocarros, mais confortáveis e adaptados ao transporte em meio urbano, substituindo os autocarros existentes. Em 2010 os STUB transportaram 158.094 passageiros. Ciente da importância da adaptação de medidas amigas do ambiente, o Município de Bragança, conjuntamente com mais 4 municípios, foi pioneiro a nível nacional na utilização de autocarros eléctricos ecológicos em circuitos de transporte público no Centro Urbano, tendo iniciado a sua utilização em Abril de 2005. figura 9 Autocarros eléctricos ecológicos 104 movilidad sostenible en ciudades medias mobilidade sustentável em cidades médias 3.2.1 Exemplo de boas práticas na área da sustentabilidade A Câmara Municipal de Bragança tem desenvolvido várias iniciativas de modo a implementar um modelo de desenvolvimento assente na ciência, na tecnologia e na inovação. Foi identificada uma estratégia geral para o Concelho que visa tornar Bragança numa ecocidade moderna, capaz de atrair pessoas qualificadas e investimento, valorizando os seus recursos endógenos. Ciente, no entanto, que o sucesso da afirmação de Bragança como ecocidade deverá basear-se num planeamento de médio prazo, definindo metas claras e objectivos ambientais, a Câmara Municipal tomou a iniciativa de promover a elaboração do “Plano Estratégico para a Ecocidade de Bragança”. O desenvolvimento da região de Bragança depende, em grande parte, desta ser capaz de adoptar um modelo de desenvolvimento que aposte na ciência, na tecnologia e na inovação e no fomento e promoção do dinamismo da actividade económica empresarial. Assim, a elaboração do Plano Estratégico para a Ecocidade de Bragança, sustentado numa visão que tem o ambiente como tema central e estratégico de desenvolvimento local e regional, conforme Agenda 21 Local, comportou duas etapas: análise de políticas e estratégias, nas áreas do ambiente e da energia e a definição da estratégia para a ecocidade de Bragança. Assim, Bragança deverá distinguirse pela consolidação dos sectores estratégicos (eco-turismo, eco-energia, eco-produtos e ecoconstrução), pela excelência ambiental e valorização das singularidades locais, pela aposta na educação e formação, sobretudo nas áreas ligadas à energia e ao ambiente. A estratégia de desenvolvimento que se propõe para Bragança assume a seguinte Visão: “No ano de 2013, Bragança será reconhecida a nível nacional e internacional como uma eco-cidade, conseguindo antecipar para esta data as metas estabelecidas pela União Europeia para 2020”. Objectivo: fazer de Bragança um Município Classe A. A estratégia para o desenvolvimento de Bragança desdobra-se, assim, em três linhas de orientação estratégica: apoiar os clusters e sectores estratégicos; valorizar o território e o ambiente como suportes do desenvolvimento; criar uma cultura de ecocidade, centrada na educação e formação. figura 10 Estratégia para o desenvolvimento de Bragança município de bragança 3.2.1.1 Rede de Ciclovias Urbanas 105 O Município de Bragança está a implementar uma rede de ciclovias urbanas, estando já em utilização a Ciclovia do Fervença, inaugurada, no dia 24 de Junho de 2011, numa cerimónia integrada na 17.ª Conferência anual da Associação Europeia de Administradores e Gestores de Ciência – EARMA e do 3.º Encontro de Cooperação Europa América de Gestores de Ciência Com cerca de quatro quilómetros, a via, que representa um investimento total de 2,8 milhões de euros, comparticipado por fundos comunitários em 2,08 milhões de euros, circunda o Campus Académico do Instituto Politécnico de Bragança, ligando-o ao Centro Ciência Viva ao longo do rio Fervença. Esta ciclovia regista uma elevada utilização diária, estimando-se em 85 ciclistas e 330 peões, abrangendo a população de toda a zona urbana. A facilidade de acesso a todas as idades e condições sociais e a centralidade na malha urbana potenciam a sua utilização em lazer. A envolvência ao Instituto Politécnico de Bragança (7500 alunos) contribui para a sua utilização pela comunidade estudantil e professores. Até meados de 2012, será inaugurada uma nova ciclovia, denominada ciclovia da Mãe d´Água, com uma extensão de 2,2 kms e que aproveitará o antigo canal ferroviário. figura 11 Rede de ciclovias urbanas 106 movilidad sostenible en ciudades medias mobilidade sustentável em cidades médias 3.2.1.2 Rede de Postos de Carregamento Eléctrico Bragança é um dos 25 municípios do País que integra a Rede Piloto de Mobilidade Eléctrica, contando já com 8 postos de carregamento na cidade de Bragança. O Município de Bragança, que tem desenvolvido esforços no sentido de alcançar a sustentabilidade ambiental e a poupança energética, prevê ampliar a rede de abastecimento para carros eléctricos. figura 12 Rede de postos de carregamento eléctrico 3.2.2 Estratégia de sustentabilidade Como já referido, a estratégia de sustentabilidade para a cidade de Bragança passa pela implementação de um modelo de desenvolvimento que aposte na ciência, no ambiente, na tecnologia, na inovação e no fomento e promoção do dinamismo da actividade económica empresarial. Neste contexto, está em fase de concurso o projecto para execução da reconversão das instalações do Município de Bragança, no Forte S. João de Deus, através de uma requalificação sustentável dos edifícios que servem os Munícipes. Assim, as condições de atendimento ao munícipe serão melhoradas com a instalação do Balcão Único e melhoradas, também, as condições de trabalho dos colaboradores do Município, sendo ajustadas às necessidades diárias do seu desempenho. Para além de uma completa remodelação dos Serviços do Município, desenvolver-se-á uma operação urbanística da zona do Forte São João de Deus, a partir da qual se prevê a distribuição dos serviços pelos dois edifícios (o actual e o da antiga Guarda-fiscal) e criar-se um Balcão Único para atendimento ao público. Trata-se, deste modo, de um projecto que levará a uma alteração significativa dos esquemas estabelecidos no que diz respeito ao funcionamento dos serviços e à relação com os munícipes e o público em geral e cujo estudo foi elaborado tendo em conta algumas premissas e exigências do Executivo Municipal. Uma maior eficiência energética, novos hábitos de vida mais voltados para o clima e do meio ambiente, sistemas de produção de energia renovável, com o intuito de proporcionar maior conforto aos seus habitantes e acima de tudo contribuir para uma maior qualidade de vida, tendo sempre por base a questão da sustentabilidade, são elementos-chave em que assenta a proposta da reconversão do Forte São João de Deus. município de bragança 107 Deste modo, a intervenção seguirá critérios que minimizem o impacto ambiental, reduzindo o uso a recursos não renováveis, permitindo a sua viabilidade económica e, ao mesmo tempo, um adequado conforto dos seus usuários. Na área denominada de Ecopolis, os trabalhos incluem arranjos exteriores, com a criação de estacionamento público, vias de comunicação, espaços verdes, criação de duas cisternas de aproveitamento de águas pluviais, estacionamento camarário coberto, sobre o parque fotovoltaico, passeios e passagens pedonais. O edifício da Guarda Fiscal será demolido para dar lugar à construção do edifício A - Balcão Único e serviços municipais, com uma ligação interna entre os dois edifícios, cobertura verde pedagógica associada aos colectores solares. Já o edifício D será criado para albergar o armazém interno e externo, oficinas, garagem com lavagem de automóveis, serviços sociais mais espaços das equipas e posto de combustíveis. figura 13 Reconversão dos edifícios municipais 108 movilidad sostenible en ciudades medias mobilidade sustentável em cidades médias Já o projecto EcoDomus prevê, além dos arranjos exteriores, a criação da praça do município com possibilidade para eventos ao ar livre, de uma fonte água para espaço de refresco e lazer público, espaços ajardinados e a criação de barreiras arbóreas melhorando a sonoridade do espaço em volta, estacionamento público. Os edifícios das oficinas e armazém serão demolidos, sendo que as actuais instalações da Câmara Municipal serão remodeladas, de modo a acolherem os órgãos da autarquia. O projecto “EcoPolis”, conjuntamente com o projecto “EcoDomus”, envolve uma previsão de investimento de 10,36 milhões de euros, co-financiado em 80% por fundos comunitários. figura 14 EcoDomus Nesta data encontram-se em execução as obras de melhoria da eficiência energética do Bairro Social da Mãe d´Água. Esta intervenção envolve 8 blocos num total de 124 habitações, os quais foram construídos na década de setenta pela Câmara Municipal de Bragança, em conjunto com o Fundo de Fomento da Habitação, de forma a fazer face às carências de habitações que então se faziam sentir e tendo como população alvo famílias de baixos rendimentos. Com a operação de Melhoria da Eficiência Energética em habitações do Bairro Social da Mãe d’Água, num investimento total de 611.733,59€, a Câmara Municipal pretende aumentar a eficiência energética, o conforto das habitações e reduzir as despesas dos moradores com energia. As intervenções serão efectuadas ao nível da substituição das caixilharias, isolamento da caixa-de-ar com injecção de lã mineral, pintura da envolvente exterior, isolamento da cobertura (incluindo a remoção das placas existentes) e isolamento das caixas de estore. município de bragança 109 Trata-se de um conjunto de intervenções através do qual se espera alcançar uma redução de 52 por cento no que toca ao consumo energético, o que corresponde a uma diminuição nos gastos em cerca de 577 euros, anuais, por fracção. Foi assinado, no dia 20 de Julho, o contrato de co-financiamento que viabiliza a construção do Parque de Ciência e Tecnologia de Trás-os-Montes, no qual se integram o Brigantia EcoPark (Bragança) e o Régia-Douro Park (Vila Real). O projecto será concretizado por três entidades promotoras: a Associação do Parque de Ciência e Tecnologia do Porto – PortusPark, a Associação para o Desenvolvimento do Brigantia EcoPark e a Associação de Desenvolvimento Régia-Douro Park. Representando um investimento de cerca de 19,3 milhões de euros, comparticipado em 80 por cento pelo FEDER (o que totaliza o valor de 15,4 milhões de euros), o Parque de Ciência e Tecnologia de Trás-os-Montes integra dois pólos distintos: o Brigantia EcoPark, em Bragança, (9.499.596 euros) e o Régia-Douro Park, em Vila Real (9.488.821 euros), que deverão ser construídos num prazo de 36 meses, sendo que a restante verba do investimento efectuado (272.257 euros) destina-se à PortusPark. A sua missão centra-se no acolhimento de empresas de base tecnológica e indústrias de baixo impacto ambiental, nos clusters da eco-energia, da eco-construção, do eco-turismo e dos produtos tradicionais, disponibilizando serviços de elevada qualidade e apresentando condições favoráveis à criação de redes de colaboração entre as instituições nele instaladas. A criação de um ecoparque em Bragança potencializa a estratégia geral definida para o Concelho, que se centra na ideia de tornar Bragança uma ecocidade, ajudando a diversificar e a fortalecer o tecido empresarial e a reforçar a atractividade do Concelho e da Região, com base nas suas características endógenas. figura 15 Ecoparque 110 movilidad sostenible en ciudades medias mobilidade sustentável em cidades médias O Brigantia EcoPark reunirá as áreas científicas e tecnológicas ligadas à energia, ambiente e eco-construção, centrado nas competências instaladas do IPB e da UTAD, merecendo o apoio de algumas entidades do Sistema Científico e Tecnológico (SCT) nacional, designadamente do Centro de Estudos de Energia Eólica e Escoamentos Atmosféricos (CESA), do Centro de Investigação em Biodiversidade e Recursos Genéticos (CIBIO) e do Instituto de Engenharia Mecânica e Gestão Industrial (INEGI). O Brigantia EcoParque irá dispor de diferentes tipos de áreas: - Área de acolhimento de empresas; - Área de investigação e desenvolvimento; - Área comercial e para a instalação de serviços incluindo área comercial; - Área de arruamentos e estacionamento público; - Área de zonas verdes comuns.