FILOSOFIA O PROBLEMA DA VERDADE REALIDADE IDEOLOGIA ALIENAÇÃO A VERDADE “Que é a verdade?” A ideia de Verdade aparece [...] como uma correspondência entre [...] discurso e a realidade. Aristóteles formulou esta relação quando definiu a verdade como “dizer do que é, que é, e do que não é, que não é”. Há, no entanto, um outro sentido para verdade. É quando de sua aplicação a uma realidade. Diz-se de uma realidade que é verdadeira em oposição à aparente, ilusória, etc. Esta tradição de pensar a verdade foi inaugurada por Platão com sua Teoria das Formas e a pressuposição de que existe uma essência verdadeira e permanente em oposição às aparências, que são fugazes e enganadoras. Atingir a verdade seria, então, atingir a essência da realidade. O Mito da Caverna Mito traz um significado de ilustração, alegoria; uma maneira didática para compreensão da Teoria das Ideias. Acesse o mito em diferentes versões: http://phprof.wordpress.com/2012/05/06/fil osofia-1o-ano-aula-4-platao-e-o-mundodas-ideias/ [...] A história da ciência tem mostrado que não existe uma “coisa” (teoria, proposição ou fato) que possa seriamente ser designada como verdadeira. Existem teorias, proposições e fatos que hoje são verdadeiros, ou o são relativamente a uma certa perspectiva, a um certo contexto Isso significa que, por princípios, todas as teorias, proposições ou fatos que hoje consideramos verdadeiros podem deixar de sê-lo amanhã. Nós jamais teremos a completa e absoluta certeza de termos atingido a verdade. REALIDADE SOCIAL De um modo geral, podemos falar que a “realidade social” é o conjunto das vivências que as pessoas têm e que são compartilhadas pelas demais que pertencem a um mesmo grupo. Realidade Social Resulta da percepção que os indivíduos e grupos têm de suas vivências, que são filtradas por suas crenças, valores, experiências... Nesse sentido, a “realidade” envolve aspectos que podem não ser concretos e, às vezes, podem não ser sequer reais! A percepção é forçosamente seleção, porque a pessoa não pode processar conscientemente todos os estímulos que recebe. Segundo alguns teóricos, o que percebemos conscientemente é apenas 1/1000 do que vemos. O resto fica armazenado no cérebro, mas nunca chegará a se tornar consciente (J. L. González, 1988, p. 63). A percepção é a um tempo seleção e organização. Na aquisição de novos conhecimentos, têm uma importância fundamental os conhecimentos prévios, já que são os esquemas ou estruturas mentais sobre os quais se articularão as informações novas. Um camponês ou um pastor são muito mais capazes do que um homem de cidade de prever se vai chover. PORQUE? O camponês e o pastor vêem no céu o que o cidadão urbano é incapaz de ver, porque não aprendeu os códigos, lhe faltam esquemas mentais para a representação desta realidade. [...] Na praxes cotidiana, tende-se a viver com a ingênua convicção de que existe uma percepção natural da realidade, a que a própria cultura impõe. Tende-se a identificar percepção com objetividade. “Cada um acha que sua forma de perceber a realidade é o modo natural. Não contamos com antídotos para essa visão parcial, provinciana, do mundo. Os homens, sem dúvida, vivem a maior parte de seus dias no âmbito de uma só cultura” (G. Gamaleri, 1981, p. 68). Para Régis Debray (1994, p. 300), “o que nos faz ver o mundo é também o que nos impede de vê-lo , nossa ideologia. Nossa IDEOLOGIA está incorporada a nossos esquemas culturais. Ideologia - I 1. O estudo etimológico). das idéias (sentido 2. Conjunto de idéias, valores, maneira de sentir e pensar de pessoas e grupos. 3. Idéias erradas, incompletas, distorcidas, falsas sobre fatos e a realidade. Ideologia - II Concepção “neutra” – Afirma que TODOS têm sua ideologia, sua forma de enxergar as coisas, de compreender o mundo. Ideologia, de acordo com essa concepção, restringe-se mais a um âmbito psicológico. Ideologia - III Concepção “negativa” – Afirma que as ideologias são mundividências, percepções de mundo, próprias de grupos ou de cada CLASSE SOCIAL. Assim, temos a ideologia da “classe dominante” e a ideologia da “classe dominada”. Ideias erradas, incompletas, distorcidas, falsas sobre fatos a realidade. Pode ser uma concepção “particular” ou “total”. Ideologia - IV Concepção “crítica” (Thompson, 1995) – Qualquer forma simbólica utilizada com o propósito de que seu sentido sirva para estabelecer e sustentar relações de dominação. Estabelecer: o sentido pode criar ativamente e instituir relações de dominação. Sustentar: o sentido pode servir para manter e reproduzir relações de dominação através de um contínuo processo de produção e recepção de formas simbólicas. IDEOLOGIA... De um modo geral, pode-se afirmar que ideologia é uma “falsa consciência, falsa representação que as classes sociais possuem de sua própria condição. A representação estabelecida pela ideologia se constitui no necessário aparecer de uma sociedade dividida em classes. IDEOLOGIA SENTIDO AMPLO: é o conjunto de ideias, concepções, opiniões, crenças sobre algum ponto sujeito a discussão, bem como normas estabelecidas a partir de valores. A ideologia é uma teoria, uma organização sistemática dos conhecimentos destinados a orientar a prática, a ação efetiva. EM SENTIDO RESTRITO: representação ilusória da realidade porque o conjunto de ideias e normas de conduta veiculado leva os indivíduos a pensarem, sentirem e agirem de acordo com os interesses da classe que detém o poder. Desse modo a ideologia camufla o conflito existente dentro da sociedade dividida, apresentando-a como harmônica, como se todos partilhassem dos mesmos interesses e ideias. A ideologia não é uma mentira inventada por alguém. Sua função é ocultar as diferenças de classes, facilitar a continuidade da dominação de uma classe sobre a outra, assegurar a coerção entre os indivíduos e a aceitação sem crítica. Ao ocultar a situação concreta de exploração, a ideologia descreve uma realidade abstrata, universal, lacunar e invertida. CARACTERÍSTICAS DA IDEOLOGIA ABSTRAÇÃO: NÃO FALA DA REALIDADE MAS SIM DE UMA IDEALIZAÇÃO DESTA. UNIVERSALIZAÇÃO: IDEIAS E VALORES DO GRUPO DOMINANTE SÃO ESTENDIDAS A TODOS. LACUNA: VAZIOS, PARTES QUE NÃO PODEM SER DITAS, “SILENCIADAS” INVERSÃO: AO EXPLICAR A REALIDADE O QUE É APRESENTADO COMO CAUSA É NA VERDADE, CONSEQUÊNCIA. A IDEOLOGIA NATURALIZA A REALIDADE CULTURA E IDEOLOGIA Vários autores procuram demonstrar que os conceitos de cultura e ideologia não podem ser utilizados separadamente. O pensador italiano Antonio Gramsci (1891-1937)analisou a questão com base no conceito de hegemonia e no que ele chama de aparelhos de persuasão. Hegemonia processo pelo qual uma classe dominante consegue fazer seu projeto ser aceito pelos dominados. Aparelhos de persuasão práticas intelectuais e organizações no interior do Estado ou fora dele (livros, jornais, escolas, teatro, televisão, etc.) utilizadas para disseminar o projeto da classe dominante. Cada relação de hegemonia é sempre pedagógica, pois envolve uma prática de convencimento, de ensino e de aprendizagem. Para Gramsci, uma classe se torna hegemônica quando,além do poder coercitivo e policial, utiliza a persuasão, o consenso, que é desenvolvido por um sistema de ideias elaborado por intelectuais a serviço do poder, para convencer a maioria das pessoas. Por esse processo cria-se uma “cultura dominante efetiva”, cujo objetivo é demonstrar que a visão de mundo de quem domina é a única possível. Então... QUEM (E COMO) MODELA A SOCIEDADE EM QUE VIVEMOS??