IDEOLOGIA Sentido Positivo Ideologia no sentido positivo, ou neutro — entendida como uma cosmovisão (um conjunto de valores, idéias, ideais, filosofia de uma pessoa ou grupo). Nesse sentido, todas as pessoas ou grupos sociais possuem uma ideologia. Sentido Negativo Ou crítico — seria constituída pelas idéias distorcidas, enganadoras, mistificadoras, meias-mentiras com objetivo de obscurecer a realidade e enganar as pessoas, expressando interesses dominantes em relações de dominação. Os pensadores da antiguidade clássica e da Idade Média entendiam ideologia como o conjunto de idéias e opiniões de uma sociedade. Maquiavel, no entanto, já dizia que as idéias são diferentes “no palácio e na praça”, conforme as diferentes condições de vida dos que as defendem. Os símbolos vivem mais do que pessoas Napoleão Zeus Conceituação de Ideologia (Marilena Chauí) “ A ideologia é um conjunto lógico, sistemático e coerente de representações(idéias e valores) e de norma ou regras (de condutas) que indicam e prescrevem aos membros da sociedade o que devem pensar e como devem pensar, o que devem valorizar, o que devem sentir, o que devem fazer. Ela é portanto, um corpo explicativo e prático de caráter prescritivo, normativo e regulador, cuja função é dar aos membros de uma sociedade dividida em classes uma explicação racional para as diferenças sociais, culturais e políticas, sem jamais atribuir tais diferenças à divisão da sociedade em classes” FILOSOFIA E IDEOLOGIA “Sócrates compara a sofística à arte da cozinha que procura satisfazer o paladar, mas não se preocupa se os alimentos são benéficos ao corpo” (Platão. Górgias). Toda ordem social é Cama de Procusto. FUNÇÕES DA IDEOLOGIA: • A função de dissimulação • A função de dominação • A função de deformação PARA PENSAR: É pobre, mas honesto! Mora na favela, mas não é bandido! É homossexual, mas é gente boa! É loura, mas é inteligente! É sem-terra, mas não é baderneiro! CHAUÍ, Marilena. O que é ideologia. Coleção Primeiros Passos. Editora Brasiliense. MARX, Karl, ENGELS, F. A ideologia alemã. Trad. José Carlos Bruni e Marco Aurélio Nogueira. 6ª ed. São Paulo: Hucitec, 1987. Segundo Marx, é um instrumento de dominação que age através do convencimento Ideologia do Corpo Feminino Idade Antiga Idade Média - As mulheres eram vistas como armadilhas para os homens preparadas pelo Diabo A moça que mamãe escolheu para mim. A moça que eu escolhi O Boom da Beleza… Até final séc. XIX a idolatria do belo sexo esteve restrita a um público rico e culto. séc. XX a imprensa, publicidade, cinema, fotografia, a moda propagam imagem do feminino em larga escala. Democratização dos produtos de beleza. Nova fase na história do belo sexo, profissionalização do ideal estético. Tirania da Estética… Tirania da beleza, corpo passou a ser alvo do comércio e da indústria Passagem da prisão doméstica à prisão da estética Maternidade deixou de constituir a identificação feminina Valorização social da mulher ativa, independente Ser esbelta e a magra traduz autodomínio, eficácia e sucesso. A Mulher Fatal… No sec. XX, triunfa a era do pós-mulher fatal. A imagem das pin-up, a mulher provocante mas não perversa. Mulheres destinadas aos amores sem conseqüência. O Eros feminino liberto do mistério do pecado. A beleza feminina surge como uma promessa de felicidade. Ex: Brigitte Bardot, Marilyn Monroe pin-up “Linha OX FASE: VOCÊ QUE PODE SE MOSTRAR, APROVEITE” A Mulher Reprimida… Exótica...? TODAS PESSOAS SE VENDEM??? “O poder dos quilates” “Natan – jóias de qualidade” A Fada do Lar.. Manual da Futura Dona de Casa Na segunda metade do século XIX: surge a fada-do-lar, sagração da mãe e dona de casa, modelo burguês que se impôs às outras classes sociais, com novas tarefas femininas: Cuidados das crianças Atividades domésticas Dedicação aos cuidados de toda a família Esperando o príncipe encantado?? As modelos… As estrelas são belas, têm êxito social, riqueza e luxo. Devem ser “Boas”, ter preocupações sociais, luta por nobres causas, devem ser modelos de conduta para as massas e por isso assistimos à divinização das estrelas. Gisele Bündchen fica nua pelo reflorestamento Depois de aparecer vestida com um “roupa de água” para divulgar suas sandálias da grife Grendene, a top Gisele Bündchen vira ecológica e estréia campanha nestes domingo, 21, com um visual parecido ao de hera venenosa, a vilã do herói dos quadrinhos Batman Mas de maldade o anúncio não tem nada: Gisele aparece nua e envolta por plantas para pedir que as brasileiras ajudem no reflorestamento do país. Comprando sandálias da marca, afirma a campanha, parte do dinheiro arrecadado vai para o programa Florestas do Futuro, da Fundação SOS Mata Atlântica. Substituir um corpo recebido por um corpo construído PROPAGANDA DeMILLUS Essa figura feminina não vem sendo “construída” apenas culturalmente mas diríamos ideologicamente. Essa construção, “socialmente” falando, faz da mulher não só objeto de consumo mas conserva a sua imagem de submissa ao homem, desempenha papel de objeto para o consumo do homem que, ainda, conserva uma organização de sociedade patriarcal. Nunca digam: Isso é natural (Bertold Brecht) “ Nós vos pedimos com insistência: Nunca digam - Isso é natural! Diante dos acontecimentos de cada dia. Numa época em que reina a confusão, em que corre o sangue, Em que o arbitrário tem a força da lei, Em que a humanidade se desumaniza... Não digam nunca: Isso é natural! A fim de que nada passe por ser imutável. ” A ideologia vive fundamentalmente de símbolos, ela trabalha com símbolos e é formada por estereótipos. A ideologia não fala diretamente, mas representa os fatos e interesses de forma simbólica. Estereótipos: são idéias, imagens, concepções a respeito de pessoas, objetos, fatos etc., que as pessoas criam, aprendem ou simplesmente repetem, sem avaliar se são ou não verdadeiros. Cruz de Nero (vulgo pé-de-galinha) Cruz (cristãos) Aliança Diploma MENSAGEM SUBLIMINAR São as imagens que não enxergamos conscientemente, mas que nosso inconsciente percebe e processa. Nossa mente tem um poder de percepção muito maior do que imaginamos. Estereótipo - Informática Estereótipo - Direito NAPOLEÃO BONAPARTE O conceito de ideologia foi muito trabalhado pelo filósofo alemão Karl Marx, que ligava a ideologia aos sistemas teóricos (políticos, morais e sociais) criados pela classe social dominante. De acordo com Marx, a ideologia da classe dominante tinha como objetivo manter os mais ricos no controle da sociedade. Segundo Marx, a consciência humana é sempre social e histórica, determinadas pelas condições concretas de nossa existência. Nossas idéias não representam a realidade tal como esta é em si mesma, uma vez que elas nascem a partir de nossa experiência social direta. Alienação Representação da realidade a partir de imagens e idéias, tomando as coisas e os fatos dessa realidade como naturais. FETICHE DA MERCADORIA As mercadorias adquirem uma forma fantástica capazes de oferecer mais que utilidade, trazem felicidade, poder, status, etc. Humaniza MERCADORIA HOMEM Coisifica “A desvalorização do mundo humano ocorre na razão direta da valorização do mundo das coisas” SER TER Mercantilização das relações sociais. A HISTÓRIA DAS COISAS Como nos transformamos em consumistas viciados e alienado? E como a comunicação e a propaganda nos ofendem e obrigam a mantermo-nos atualizados em tudo? Moda, tendências, eletrônicos, entretenimento, tudo. Afinal, nenhum de nós quer parecer antiquado e ultrapassado. Fetiche da mercadoria Fenômeno histórico-social reforçado por mecanismos ideológicos alienantes; Naturalização É a maneira pela qual as idéias produzem alienação social, em que a sociedade surge como uma força natural estranha e poderosa, que faz com que tudo seja necessariamente como é. Ex.: Senhores por natureza, escravos por natureza, etc. Concepção de Mulher Nem todas mulheres se realizam no fogão. Muitas só encontram a felicidade no tanque. Mulher pequena é o ideal: dos males o menor! Mulher não tira Carteira de Habilitação, tira porte de arma! Concepção de Homem Casamento é uma relação entre duas pessoas na qual uma esta sempre certa e a outra é o marido. Dizem que os homens são todos iguais, mas eu discordo. É um pior que o outro! Primeiro Deus criou o homem... depois teve uma idéia melhor. A ideologia mostra-se como progressista, avançada ou revolucionaria, não pelas declarações, pela ostentação, pelo que o sujeito fala; ela só o é pela pratica pela ação do sujeito. PROPAGANDA DO CAFÉ PARMALAT O café à altura do nosso leite O anúncio procura criar uma imagem de igualdade entre os seres humanos brancos e pretos, evoca o processo sociológico de formação de opinião sobre o racismo. O endeusamento de Stálin Populista, patriotista e repressão aos “inimigos” da Rússia. A Face do Führer, estrelada pelo Pato Donald, que em 1943 ganhou um Oscar de melhor desenho animado. Pato Donald O Pato Donald foi transformado em um fanático nazista, um pobre homem simples alemão que sofria lavagem cerebral do nazismo. 1942 A personagem foi criada pelo psicólogo William Moulton Marston e tinha uma função importante na guerra verdadeira: mostrar para as mulheres que elas eram capazes de cuidar de si mesmas. - Sobre fundo oval com sugestão de busto feminino simbolizando a França, figuras de operária, camponesa e mulher aleitando filho Primeira Guerra Mundial, 1914-1918-[Cartazes] Utilizando-se da estratégia de relacionar os acontecimentos importantes do mundo à CocaCola, a empresa fez durante a Segunda Guerra Mundial uma campanha publicitária voltada para união entre os povos aliados, através da CocaCola, em línguas diferentes Combate ao poder, à ideologia. • A Filosofia combate tudo aquilo que desumaniza o ser humano. • A Filosofia combate o poder para garantir a mudança, o necessário para o ser humano buscar transformações para a sua vida, evitando dessa forma a estagnação, a conservação de um ser humano desumanizado e vivendo em uma sociedade justificada por ideologias (idéias que ajudam a manter o poder, mascarando-o, evitando o seu desnudar, isto é, a obtenção da verdade) O Sonho da Razão Produz Monstros GOYA, Os Caprichos: gravura em água forte. Calcografia Nacional, Madrid. Referências • http://portal.filosofia.pro.br/ • www.youtube.com • http://www.pfilosofia.xpg.com.br/07_leituras_cotidianas/2006 0316a.htm