EDIÇÃO OUTUBRO / 2008 EDITORIAL Acabou o Laissez Faire .............3 NOTAS Etanol -PIS e Cofins ..................6 Lei Seca - mudanças à vista ......6 ERA DIGITAL Postos & Serviços é uma publicação mensal do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo, Lava-rápidos e Estacionamentos de Santos e Região (Resan). Rua Manoel Tourinho, 269 Macuco - Santos/SP / 11015-031 Tel: (13) 3222-3535 www.resan.com.br Um dono de posto de combustíveis de um pequeno município no interior do País é tão responsável pela imagem da revenda quanto o maior estabelecimento de uma grande cidade. Na Era Digital, aprenda que a distância não é mais medida em quilômetros, mas em um ‘clique’. Leia matéria especial com Mário Rosa, jornalista e um dos principais consultores de imagem do País. Páginas 4 e 5 [email protected] Jornalista responsável, textos e editoração eletrônica Christiane Lourenço (MT b. 23.998/SP) E-mail [email protected] Repórter Renato Santana (textos e fotos) Capa: Reprodução Colaboração: Luiz Alberto Carvalho, Impressão: Demar Gráfica Tiragem: 1.600 exemplares Fotos: Divulgação e Resan bre biocombustíveis no Canadá......7 COMGÁS Posto inaugura sistema ..............7 PORTAL RESAN Site recebe visitas até da Casa Branca e de inúmeros países......10 e 11 FISCALIZAÇÃO SEM VALOR Os biocombustíveis são realmente o futuro da indústria automobilística, tanto que uma montadora acaba de lançar o primeiro carro elétrico híbrido flex, ou seja, que usa etanol para acionar o motor a combustão. Reprodução Multas do Nota Fiscal Paulista não têm validade, diz Fenacon.........12 TANQUES Ipem comprova fraude no transporte de combustíveis.............12 NR’S Páginas 8 e 9 NR 23 é uma das mais importantes para a revenda....................13 CONVENIÊNCIA Explore seu ponto de venda ......16 PRÉ-SAL Marize Albino Ramos e Maria do Socorro G. Costa Carol Dutra apresenta estudo so- MP integrará ações da ANP ......11 TÚNEL DO TEMPO Presidente José Camargo Hernandes ORGULHO CARTÕES Projeto quer unificar máquinas.....17 Confira entrevista com engenheiro que integra comissão interministerial do pré-sal INDICADORES Ranking de preços .....................17 ANIVERSÁRIO As opiniões emitidas em artigos as- Confira nomes da 2ª quinzena de sinados publicados nesta revista são outubro e 1ª de novembro...........18 de total responsabilidade de seus Agenda autores. Reprodução de textos au- DIESEL MARÍTIMO torizada desde que citada a fonte. O Resan e os produtores da revis- Fecombustíveis sugere adição de ta não se responsabilizam pela ve- corante para combater fraude......19 racidade das informações e qualiPáginas 14 e 15 dade dos produtos e serviços divulgados em anúncios veiculados neste informativo. 2 Outubro 2008 “ O medo é um preconceito dos nervos. E um preconceito, desfaz-se - basta a simples reflexão ” (Machado de Assis) EDITORIAL JOSÉ CAMARGO HERNANDES ACABOU O LAISSEZ FAIRE(*)! A “A idéia de um mercado todo-poderoso operando sem regras e sem nenhuma intervenção política é loucura. Os tempos de auto-regulação do mercado, do laissez faire, chegaram ao fim. Acabou o mercado que está sempre certo”. É do presidente da França, Nicolas Sarkozy, uma das análises mais coerentes sobre a atual crise mundial que colocou em xeque o centro nervoso do capitalismo mundial, a economia americana. Publicada pela revista Veja como parte de uma ampla reportagem sobre o cataclisma sofrido pelos Estados Unidos, a declaração de Sarkozy salta aos olhos devido à semelhança, guardadas as devidas proporções, ao que o mercado de combustíveis vem vivendo no Brasil. Aqui, já há muito tempo, a Fecombustíveis e o Resan vêm batendo na tecla de que um mercado livre, que se auto-regula, é balela. O mundo dos negócios não concebe um mercado totalmente livre. Há ainda um outro erro de interpretação, o de que liberdade é sinônimo de mercado sem regras. do tudo pode’. A turbulência econômica mexeu com a tranqüilidade de cidadãos nos cinco continentes. O bombardeio de notícias sobre a falência de bancos até então sólidos e conceituados, ações em queda vertiginosa e o embate entre políticos de todo o mundo sobre o pacote de ajuda ao mercado financeiro americano aproximaram da crise pessoas que nunca investiram na bolsa de valores e até por isso se achavam imunes ao dragão da economia. No próprio Chile, bem mais próximo da gente, menos de 10% dos postos são propriedades de revendedores; a esmagadora maioria está nas mãos de companhias distribuidoras. Outros exemplos não faltam nem na América Latina e nem na Europa. O que muitos não levam em consideração, entretanto, é que o resultado da falta de regras pesou diretamente no bolso do consumidor. É lógico que sem os pequenos, sem a concorrência direta, as grandes redes impuseram sua política, deixando o consumidor sem a opção da escolha e até do direito à pesquisa de preços. Entretanto, um paralelo muito mais perto do nosso cotidiano pode ser feito a partir dessa experiência. A desregulamentação de diversos mercados poderá, sim, num futuro breve processar novas crises, desta vez fatais para muitos e importantes segmentos da economia, entre eles o de revenda de combustíveis, um dos grandes geradores de empregos do País. Há mais de cinco anos estamos alertando os economistas e filósofos de plantão da Agência Nacional do Petróleo (ANP) sobre os prejuízos trazidos pela falta de regulação de pontos de abastecimentos (PA’s), de postos em supermercados... Temos esbarrado, infelizmente, na teoria de que o ‘merca- Eu tomo mais uma vez emprestada a eloquência de Sarkozi sobre o suicídio da auto-regulação, uma teoria equivocada que só beneficia aqueles que se aproveitam de brechas da lei. Há anos estamos pregando no deserto para que as autoridades responsáveis por regular o mercado de combustíveis – na distribuição e revenda – adotem medidas que garantam a sobrevivência das pequenas e médias empresas. Todo o setor tem que ter a intervenção do Estado para evitar que os grandes engulam os pequenos e estabeleçam um mercado monopolista. Até porque, no nosso mercado, só se garante qualidade e preços justos para o consumidor quando há concorrência de fato e de direito. O risco do que estamos vivendo é ver acontecer no Brasil o que a França já vive há anos com uma rede de hipermercados dominando quase a metade do mercado de distribuição e revenda. Há 10 anos, o então presidente da Varig, Ozires Silva, já dizia que determinadas atividades econômicas não podem obedecer à lei da oferta e procura. Ela não se aplica às economias de escala, ou seja, aos segmentos que para continuarem a existir precisam ter garantido o volume de venda. É o caso da revenda de combustíveis. Um posto não sobreviveria por muito tempo vendendo migalhas assim como não sobreviveu a Varig e outras companhias aéreas que mergulharam numa crise profunda. No nosso segmento, um exemplo bem recente é o que ocorreu com muitos postos de rodovia que não suportaram a concorrência de pontos de abastecimento e fecharam as portas. Sem regras claras e que definam o mercado, os PA’s tiraram uma fatia importante de clientes do varejo, levando-os para o atacado, se refestelando com vantagens que não se aplicam a um posto de combustíveis, com tantos impostos, despesas e até um importante papel social. Não estamos aqui defendendo o retorno da intervenção do estado, mas exigindo regras duradouras e que garantam a livre concorrência. De todo esse paralelismo, só espero que nossos analistas, nossos reguladores, consigam enxergar os riscos que estamos vivendo e que aproveitem a experiência trazida por essa crise macroeconômica para transpor as barreiras que hoje ameaçam a livre concorrência no setor de combustíveis e assumam seu papel enquanto agentes reguladores do mercado. Até o mês que vev7m (se Deus quiser, com a crise superada)!! (*) Parte da expressão francesa “laissez faire, laissez aller, laissez passer”, que significa literalmente “deixai fazer, deixai ir, deixai passar”. Esta frase é atribuída ao comerciante Legendre, que a teria pronunciado numa reunião com Colbert (ministro de estado e da economia do rei Luís XIV), no final do século XVII (“Que faut-il faire pour vous aider/ O que eu posso fazer por vocês?”, perguntou Colbert. “Nous laisser faire/ Nos deixar fazer”, teria respondido Legendre). O laissez faire tornou-se o chavão do liberalismo na versão mais pura de capitalismo de que o mercado deve funcionar livremente, sem interferência. Esta filosofia tornou-se dominante nos Estados Unidos e nos países ricos da Europa. Outubro 2008 3 OS RISCOS E A “A unidade de distância não é mais o quilômetro. É um clique”, ensina o jornalista Mário Rosa, ex-editor de Veja e autor de livros como “A Era do Escândalo” e “A Síndrome de Aquiles – Como lidar com crises de imagem”. O que isso significa? Para um dos consultores de imagem mais requisitados do País, a resposta mais imediata e clara é que o mundo mergulhou num estado Mário Rosa conversou com jornalistas da revenda, na sede da Fecombustíveis de vigilância permanente impulsionado pela tecnologia de um simples celular ou de uma câmera digital. Rosa conversou com jornalistas ligados à revenda de combustíveis de todo o País por mais de duas horas, num encontro promovido pela Fecombustíveis, no início de setembro. Acompanhado pelo presidente da Federação, Paulo Miranda, o bate-papo teve como objetivo mostrar aos profissionais de imprensa e, por intermédio deles, aos revendedores, que todos são responsáveis pela imagem da categoria. Além disso, é preciso alertar os empresários que o assunto ‘combustíveis’ está em evidência na mídia até pelo interesse que desperta no consumidor, o que torna obrigatória uma conduta exemplar por parte do revendedor. Não podemos esquecer que existem no Brasil 135 milhões de celulares circulando pelas cidades, shoppings centers, universidades, supermercados e também em postos de combustíveis e lojas de conveniência. Na verdade, a cada grupo de 100 pessoas 70 delas têm um aparelho ativo. Já deu para perceber onde queremos chegar? Enfim, os celulares podem ser considerados a porta de entrada de uma nova era, a Era Digital, em que os escândalos, cenas banais do cotidiano ou mesmo um acidente de trânsito geralmente são gerados a partir de imagens gravadas por celulares ou por pequenas câmeras fotográficas ou filmadoras. No caso de graves denúncias que logo se transformaram em escândalo nacional, a grande maioria foi gerada a partir de gravações que passaram despercebidas, como ocorreu com o escândalo do Mensalão, uma das piores crises políticas já vividas pelo País. Guardadas as devidas proporções, “TODO MUNDO TEM DIREITO A 15 MINUTOS DE ESCÂNDALO” A Era Digital trouxe novos valores para a sociedade em geral. Confira as principais mudanças sob a ótica do jornalista Mário Rosa. 1 Reputação é pureza, vem do latim É preciso manter a coerência entre os valores que você pratica e aquilo que as pessoas percebem no dia-a-dia 2 Melô do F.... – “Nunca se sabe se caiu um avião ou se caiu o Zé Reprodução Dirceu” Essa frase tem muito a ver com a vinheta do Plantão de Notícias da Globo que atrai a audiência por conta da demanda que há por notícias, sobretudo as negativas. É preciso perceber que os escânda4 Outubro 2008 los atualmente são muito barato para as grandes redes de comunicação porque não são gerados mais por longas reportagens investigativas, mas por um CD-rom, por exemplo, com dezenas de horas de gravações de negociatas, de crimes diversos. “Esse tipo de escândalo é um narcótico, gera muito conteúdo com pouca receita”. 3 Celular não é telefone Celular é um instrumento que coloca à sua frente o mundo inteiro por preços cada vez mais baratos 4 Todo computador é impessoal O personal computer (computador pessoal) só existe para o fabricante. O computador se relaciona com ambientes públicos, sua memória é pública e até o protocolo de internet (IP) é público. 5 Erro local, dano global Mário Rosa usa um caso real ocorrido em Seul, capital da Coréia do Sul, para mostrar como a tecnologia aproximou lados opostos do planeta, tornando um problema quase doméstico em notícias de jornais do mundo todo. Lá uma mulher foi flagrada pelas câmeras do metrô ao deixar as fezes de seu cão no chão. O caso ganhou uma ampla cobertura digital, com fotos divulgadas pela internet. Enfim, ela teve a vida exposta, foi xingada, sofreu manifestações na porta de sua casa, a imprensa cobriu o escândalo, ela teve de abandonar a universidade em que estudava... O mais impressionante é que o caso foi divulgado até no Washington Post, um importante jornal americano, e também no Brasil. 6 Nova Tecnologia, novos conflitos Quem nunca entrou no Google Worth AMEAÇAS DA ‘ERA DIGITAL’ você já imaginou que um cliente insatisfeito pode estar gravando sua conversa ou mesmo discussão e usar essas imagens ou áudios contra você na Justiça ou através da imprensa? FLORESTA DIGITAL A idéia de transformar a palestra de Mário Rosa numa matéria para Postos & Serviços surgiu logo no início do bate-papo, quando ele começou a expor com clareza muitos dos conceitos que há anos vimos defendendo em reportagens na revista, mostrando o quanto a revenda hoje é responsável pela sua própria imagem. Um único empresário é capaz de arruinar a imagem do mercado nacional, mesmo ele estando há dois mil quilômetros do maior centro consumidor de combustíveis, que é a região Sudeste, por exemplo. Reprodução ro d u ção para ver a localização de uma rua ou até mesmo por curiosidade para ver até onde os satélites conseguem observar sua residência ou comércio? Pois é, o Governo da Índia questionou o Google por conta da vulnerabilidade que a tecnologia trouxe, divulgando, entre outras, as imagens do palácio presidencial e do Ministério da Defesa. Qual o problema? É que essas e outras coordenadas dos principais alvos sensíveis do país estão à disposição do inimigo Paquistão. “Se a nova tecnologia permite revelar transgressões, também renova conflitos. Isso significa que há segredos que não vão mais sobreviver. Anos atrás apenas o Pentágono teria as coordenadas dos pontos mais sensíveis do mundo. Hoje uma criança de 10 anos consegue obter a localização de qualquer lugar pelo Google Worth”, ponderou Rosa. O VALOR DA IMAGEM Ronaldo Fenômeno, que teve sua imagem abalada depois de um episódio com travestis no Rio de Janeiro, é um dos exemplos mais recentes dessa nova era. “Estamos sendo observados o tempo todo. Nossos líderes estão mais expostos, nossas entranhas estão expostas. Vivemos num mundo de maior nitidez. Se isso serve para o mundo, para o Ronaldo, serve também para os postos de combustíveis”. O que fazer? Segundo Mário Rosa, a democratização da tecnologia criou um ambiente de mais fiscalização. “Os mais fracos estão fiscalizando os mais Rep Por minuto, o mundo atual gera 23 mil imagens de fotografia que são transmitidas pelo SMS. Quer mais? Estamos falando de 60 mil rádios no ar e de 30 mil emissoras de TV, que geram o equivalente a 200 anos de notícias em quantidade de matérias diárias. É aí que vale um parênteses: notícia boa é notícia negativa. Basta ver o espaço dado pelos jornais e telejornais aos escândalos envolvendo políticos, empresas e, como não poderia escapar, aos casos de combustíveis adulterados. “Esse mundo de nova tecnologia impõe uma revolução na ética. Ao mesmo tempo que estou mais próximo do mundo (pense até onde a internet pode te levar), o mundo me vê muito mais. Meus erros estão mais próximos. Estamos na era dos escândalos digitalizados”, continua Rosa. 7 Solte seus dinossauros Temos que mudar tradições para sobreviver. É preciso se adaptar e isso não depende de força ou inteligência. os revendedores de combustíveis. João Paulo entendeu o mundo em que atuava, por isso se transformou num pop star”, avalia Mário Rosa. 8 Conservador, mas inovador 9 Esqueça a privacidade João Paulo II passou pelo Vaticano como um dos papas mais conservadores da históReproria. Ainda assim, ele se rendeu à tecnologia e quando saiu de uma de suas últimas internações, aceitou que dução um cinegrafista registrasse imagens que seriam transmitidas para o mundo. “O papa foi um exemplo de que se pode ser 100% conservador, mas 100% inovador. Se isso vale para o representante de Deus na terra, imagine para Meio que no estilo de vida de Paris Hilton, a patricinha americana que adora um escândalo, a máxima definida por Mário Rosa é que “entre quatro paredes vale tudo”. Ou seja, você pode estar sendo filmado, gravado, etc... Esqueça a privacidade. 10 Andy Warhol às avessas Na década de 60, o artista plástico Andy Warhol, que pintava produtos americanos famosos, como latas da sopa Campbell’s e garrafas de CocaCola, ou ícones de popularidade como Marilyn Monroe, disse uma frase que ficou para a história: “um dia, todos terão direito a 15 minutos de fama”. Hoje, segundo Mário Rosa, “todo mundo tem direito a 15 minutos de escândalo”. Outubro 2008 5 fortes. Houve uma mudança no eixo do poder. Se uma câmera digital foi responsável em produzir o maior escândalo político do Brasil (cita a imagem do funcionário dos Correios recebendo R$ 3 mil de propina, que se transformou no maior caso de corrupção dentro do Governo), por que ela não poderia ser usada contra um posto de gasolina?”. BIG BROTHER Se antes entrávamos num elevador e nos sentíamos como se estivéssemos apenas em uma cabine fechada, “hoje podemos estar entrando no Jornal Nacional porque ali pode haver uma câmera escondida”. Sempre usando episódios que geraram grandes escândalos na imprensa nacional, Rosa mostra o impacto da evolução tecnológica. O Collor trouxe os escândalos ainda em papel; o Itamar inaugurou o tempo das fotos – quem não se lembra da modelo sem calcinha ao seu lado no sambódromo do Rio de Janeiro?; o FHC veio com os grampos telefônicos; e mais recentemente o Waldomiro Diniz foi o alvo da era Big Brother. Há ainda o exemplo da modelo Daniela Cicarelli, flagrada em momentos íntimos com o namorado numa praia espanhola. “Antes as celebridades fugiam dos paparazzos, mas hoje qualquer celular ou elevador é um paparazzo”. Como somos a primeira geração a lidar com transformações tão profundas, Mário Rosa resume bem como deve ser o comportamento de qualquer empresário e mesmo cidadão nesse novo habitat: “somos to6 Outubro 2008 ETANOL Governo estabelece alíquotas de PIS e Cofins “ Estamos sendo observados o tempo todo. Nossos líderes estão mais expostos, nossas entranhas estão expostas. Vivemos num mundo de maior nitidez. Se isso serve para o mundo, para o Ronaldo, serve também para os postos de combustíveis Mário Rosa ” dos pessoas públicas. Por isso há uma necessidade de práticas cada vez mais transparentes”. Quem não se lembra da foto em que uma soldado americana tirou de um prisioneiro feito na guerra do Iraque em situação humilhante, sendo puxado por uma algema colocada no pescoço? Feita a partir de um celular, essa foto abalou o epicentro do poder americano e colocou em risco a campanha contra o terrorismo sustentada pelo presidente George W. Bush. Enfim, esse é mais um episódio que mostra como imagens geradas em aparelhos domésticos podem realmente comprometer a confiança conquistada por políticos, artistas, personalidades públicas e, sobretudo, por empresários. Está valendo desde o dia 1º de outubro, o decreto que estabeleceu as alíquotas das contribuições PIS/PASEP e Cofins incidentes sobre a comercialização de etanol. Essas alíquotas estão alinhadas com o acordo formalizado em meados deste ano entre o governo e os representantes das indústrias de cana-de-açúcar e dos distribuidores de combustíveis. O produtor pagará R$ 0,048 para cada litro de etanol comercializado. Considerandose toda a cadeia (produtor, distribuidor e varejo), a alíquota será de R$ 0,12 por litro. No caso específico do Estado de São Paulo, o consumidor não perceberá qualquer alteração no preço de bomba. “Isto ocorre porque, atualmente, o valor pago pela cadeia do etanol no Estado é praticamente o mesmo que resultará com as novas alíquotas”, afirmou o diretor-técnico da União da Indústria de Cana-deAçúcar (UNICA), Antônio de Pádua Rodrigues. LEI SECA Projeto reduz rigor da lei A Lei Seca continua provocando polêmica e descontentamentos. Agora, mais um projeto de lei (3715/08), do deputado Pompeo de Mattos (PDT-RS), propõe novamente a alteração do Código de Trânsito Brasileiro (CTB - Lei 9.503/97) em relação aos níveis de tolerância no consumo de álcool pelos motoristas. Segundo o projeto, haverá tolerância de seis decigramas por litro de sangue para a imposição de multa e pontuação na carteira de motorista. Atualmente, o código prevê punição a qualquer consumo de álcool no trânsito (esse dispositivo foi introduzido pela Lei 11.705/08, a chamada Lei Seca). Se aprovado, o projeto passaria a considerar infração gravíssima os casos em que o motorista ingerir o equivalente a mais de 12 decigramas por litro (além de multa, o motorista terá a carteira suspensa por 12 meses e o veículo será retido até que outra pessoa habilitada possa buscá-lo). Já a detenção do motorista por 6 meses a 3 anos seria aplicada para um nível igual ou superior a 16 decigramas por litro de sangue. Pela lei atual, essa penalidade é aplicada a partir de 6 decigramas. FILHA DE REVENDEDOR SANTISTA LEVA ESTUDO SOBRE BIODIESELAO CANADÁ Q Quando o licenciamento ambiental determinado pela Resolução Conama 273 passou a ser obrigatório para postos de combustíveis, a santista Carolina Dutra viu de perto a tensão de seu pai, dono do Auto Posto Via Nébias, em Santos, e diretor do Resan. Foi exatamente aí que ela despertou para a importância da responsabilidade social do setor de combustíveis com o meio ambiente. À época, Carolina – hoje com 23 anos e cursando mestrado – estava no 2º ano de Direito e desenvolveu como tema para sua iniciação científica a “Responsabilidade Civil Ambiental Aplicada aos Postos de Combustíveis no Município de Santos”. No final do mês passado, Carolina embarcou para o Canadá onde apresentou seu estudo no encontro da União Internacional pela Conservação da Natureza (UICN). Na bagagem, ela levou dados sobre o desafio das energias renováveis pelo viés da experiência brasileira do biodiesel. Dessa maneira, fez uma análise do Programa Nacional de Produção e Uso do biodiesel analisando-o se ele é de fato “verde” e qual seu potencial para redução da emissão de gases GEE à atmosfera. DE SANTOS À OTTAWA Orientada pela Drª Solange Teles da Silva, Carolina fez uma investigação em torno da cadeia da soja, matéria-prima do biodiesel. A pesquisadora levantou quem são os produtores e quais deles têm ou não autorização para o cultivo da soja para fins de energia. E mais: ela quis saber também a partir de que matéria-prima os produtores estão autorizados a produzir o biodiesel, em qual quantidade e em que lugares do país há cultivo. A Agência Nacional do Petróleo (ANP) foi a fonte para o levantamento do histórico da produção e participações individuais. Com todos esses elementos levantados, Carolina cruzou as informações, estruturou um mosaico e colocou sobre o Brasil, identificando quais biomas (unidade biológica) são afetados pela produção de biodiesel. DISCURSO OFICIAL Para Carolina, o Programa Nacio- nal de Biodiesel é uma política pública. Ela justifica juridicamente seu argumento, afirmando que a idéia era produzir o combustível de acordo com a matériaprima de cada região, respeitando os diversos biomas nacionais. Hoje, 60% do biodiesel é feito com soja. “O Programa se presta a inserir um novo combustível na matriz energética brasileira e para isso possui um plano de metas, incluindo o meio ambiente. É um instrumento jurídico que possui objetivos. (...) No final das contas a “limpeza” dos combustíveis acaba por ferir o meio ambiente”. Carolina aponta um outro problema sério: a falta de indicadores. “Essa ausência é uma falha da política porque não responde se a meta foi cumprida”. Entretanto, não descarta que o biodiesel e o álcool são formas de “limpar” o clima. REVENDA Satisfeita com o resultado de todo seu esforço acadêmico e científico, Carolina não esquece o apoio que recebe da família, da Universidade Católica de Santos (UniSantos) e da própria Fapesp. Também, como não poderia deixar de ser, da revenda. “Dentre todos os atores da cadeia de combustíveis, o revendedor está na ponta e, consequentemente, mais exposto. Por isso, a organização é importante para a representatividade do setor na cadeia”. Carolina recebeu bolsa de estudo da Fundação de Amparo à Pesquisa (Fapesp) para desenvolver pesquisa Acionamento ocorreu em 9 de setembro POSTO É O PRIMEIRO ESTABELECIMENTO A RECEBER GÁS NATURAL EM SANTOS A As obras da Comgás, que até então representavam apenas transtornos para a população, tiveram seu impacto com o início da distribuição do gás natural a residências e estabelecimentos comerciais. No último dia 9 de setembro, o gás natural encanado chegou ao Auto Posto Arrastão, no Valongo, o primeiro da região a ser abastecido diretamente pelas tubulações que começaram a ser implantadas em Cubatão, Santos e São Vicente há mais de um ano. O projeto da Comgás prevê a instalação de 3 novos postos de GNV na região, dois em Santos e um terceiro em São Vicente. Na Baixada Santista, há ainda dois postos que comercializam gás em Cubatão, um em Guarujá, um em São Vicente e dois em Praia Grande. Com exceção dos de Cubatão e agora do Arrastão, os demais operam com carreta-feixe. O gás que abastece as bombas do posto passa pelo sistema de Controle de Medição (CM), que recebe o combustível e o distribui para as bombas a uma pressão de 17 quilos. Sobre a segurança, um dos técnicos da Comgás presentes ao início da instalação do CM no Arrastão explicou que a tecnologia utilizada é a mesma dos postos de São Paulo que possuem mecanismos de auto-defesa contra incidentes. Outubro 2008 7 O QUE VEM PELA FRENTE? A As perspectivas de preços em alta, defasagem na produção, o aumento da demanda e questões ambientais fazem com que a comunidade internacional invista em programas de biocombustíveis, até então restritos às pesquisas de laboratório, e antecipe as discussões sobre o fim da era do petróleo. Mesmo carros movidos a eletricidade, bateria e outras fontes não fazem frente aos biocombustíveis. Primeiro porque são muito mais caros em toda sua cadeia de produção, inclusive ao consumidor médio, e depois porque quando se trata de combustíveis a palavra “rede” é a mais adequada para explicar porque nosso problema não está apenas na frota de automóveis urbanos. “A era das pedras não acabou por falta de pedras. A era do petróleo não vai acabar por falta de petróleo”. A frase é do sheik Yamani, ministro do petróleo da Arábia Saudita nos anos 80. O que fica das conversas que a revista Postos & Serviços teve com especialistas nesses últimos meses, são os elementos do velho cenário ainda dentro do novo quadro. “As mudanças já acontecem, isso é nítido. Estamos vivendo uma fase de transição bastante perturbada pelos fatores conjunturais”, opina Adriano Pires, do Centro Brasileiro de Infra-estrutura. A certeza, exposta no 1º Encontro de Revendedores do Resan e nos últimos acontecimentos de escala global, 8 Outubro 2008 é que o Brasil está num bom momento e tende a ter grande relevância na cadeia de energia e combustíveis do mundo. Um fatia deste bolo fica no prato da revenda. Segundo dados do Pólo Nacional dos Biocombustíveis, o mundo investirá, até 2020, US$ 15 bilhões na pesquisa e produção de biocombustíveis. Nos Estados Unidos, a perspectiva é que 20% do consumo de gasolina sejam substituídos pelo álcool, nos próximos 10 anos. No Japão, a meta estipulada é de 5%, a partir de 2010, e na Índia a inclusão de combustíveis renováveis na gasolina e no diesel será de 20%. Os especialistas são unânimes em dizer que a matriz energética mundial não deixará de ter o petróleo como fonte hegemônica, mas são categóricos aos afirmar que o mercado adotará modelos alternativos. Nesse caso, a hegemonia dos biocombustíveis já pode ser vista em muitos países. O Brasil é um deles. Postos & Serviços solicitou dados à Associação Nacional de Fabricantes de Veículos Automotores (ANFAVEA) que comprovem o interesse do consumidor por carros com tecnologia alternativa aos derivados de petróleo. Segundo a entidade, as montadoras nacionais já produzem motores com tecnologia exigida pela Europa, adaptados ao uso do diesel S-50 – menos poluente e com acréscimos de biocombustíveis. Sem contar que 80% dos veículos vendidos dentro do Brasil são flex. Vale lembrar que a partir de janeiro do próximo ano entrará em vigor a última fase do Programa de Controle da Poluição do Ar por Veículos Automotores (PRoconve), previsto na Resolução Conama 315, que prevê a redução de enxofre no diesel para 50 ppm (hoje o diesel urbano tem 500 ppm e o do tipo interior, 2.000). Outras atitudes propositivas do Governo, como obrigar a adição de biocombustíveis no diesel, hoje em 3%, aumentaram a produção dos insumos exigindo menos do petróleo. A polêmica neste campo, no entanto, é que a Anfavea quer mais prazo para a adaptação de motores ao diesel mais ecológico. “O prazo de três anos é absolutamente necessário ao desenvolvimento de novos motores, tal a sua complexidade, exigindo novos parâmetros tecnológicos, calibração, testes em bancada, testes de campo, homologação, desenvolvimento de fornecedores e outros requisitos”, diz, em nota oficial. HEGEMONIA Tais premissas indicam que o mercado de combustíveis do futuro, pelo menos no Brasil, já é hegemonizado pelos biocombustíveis. É aí que surge o alerta para o dono do posto de combustíveis. Essa tendência poderá revolucionar em poucos anos o jeito da revenda comercializar combustíveis. Segundo o agrônomo José Eurípedes, da Embrapa Energia, é esperada uma duplicação do consumo de etanol nos próximos dez anos e uma demanda de 2 bilhões de litros de biodiesel por ano até 2013. “Há diversidade de matéria-prima para o etanol, como cana-de-açúcar, sorgo, sacarino e mandioca, e para o biodiesel, com a mamona, soja, palmáceas e girassol”. O agrônomo ressalta que nada compete com a cana-de-açúcar. Hoje há áreas de plantio em todo território nacional, totalizando 6,1 milhões de hectares. No próximo mês, o governo federal definirá um zoneamento nacional para aumentar a exploração de canade-açúcar. “O ideal é chegar a 25 milhões de hectares”. No caso da Petrobras, a meta é produzir 75% do biodiesel no Brasil. As três usinas que a empresa pretende trabalhar, duas já instaladas e outra em processo, produzirão 170 milhões de litros do biocombustível. SEGUNDA GERAÇÃO Os investimentos nos combustíveis de fonte renovável, pelo menos no Brasil, entraram em uma segunda fase, o que já garantiu um aporte de R$ 430 milhões para pesquisas e produção. Companhias estrangeiras de petróleo se interessaram pelo assunto e investem em parcerias com centros de pesquisa. “Tudo revela que do ponto de vista das energias renováveis nosso país está na frente”, afirmou Maria Antonieta, assessora da diretoria geral da ANP, em sua participação no encontro promovido pelo Resan em agosto. Entretanto, o mercado de combustíveis do futuro é, na verdade, um espelho que reflete o passado. Os primeiros carros elétricos, outra “grande novidade” mundial, foram desenvolvidos em 1900, início do século passa- do. O híbrido, que possibilita geração de energia por bateria ou combustível, teve sua criação anos mais tarde e, agora, ganha mais espaço com um lançamento da General Motors (veja matéria). Que o passado e o futuro caminham juntos, não há dúvidas: pesquisadores brasileiros trabalham no desenvolvimento de biocombustíveis desde 1925. GM LANÇA HÍBRIDO FLEX, A NOVIDADE QUE FALTAVA D Depois de 125 anos do primeiro carro produzido por Karl Benz com propósito comercial, em 1885, os carros híbridos - que utilizam dois motores, um elétrico e outro a combustão - conquistam mais e mais espaço no mercado mundial. Nos Estados Unidos, mais de 350 mil híbridos já estão em circulação, número que poderá aumentar muito com a produção pela General Motors (GM) a partir de 2010 do modelo Volt, um carro híbrido de segunda geração, com tecnologia flex, ou seja, que utiliza o etanol no lugar da gasolina para acionar o motor a combustão. O objetivo da montadora é reduzir a dependência do setor pelo petróleo. Para carregar as baterias, o condutor deverá tão e somente plugar o carro a uma toUM MERCADO E TANTO O Brasil é um país importante para que as montadoras alcancem o objetivo de até 2020 venderem o mesmo volume de modelos híbridos do que os equipados somente com motores a combustão. Por aqui, a Fiat vem desevolvendo o Palio Elétrico, em parceria com a Itaipu, do grupo Eletrobrás. O carro tem autonomia para 120 km e atinge a velocidade máxima de 120 km/h, mas conta com uma bateria de 130 kg. O desafio é conseguir uma bateria mais leve e com maior autonomia. Especialistas garantem que a importação de carros híbridos dependerá da boa vontade política do Governo já que a taxa de importação de automóveis é das mais altas, fixada em 35%. O Volt será uma das estrelas da GM no Salão de Automóveis de São Paulo, que ocorrerá de 30 de outubro a 9 de novembro mada 110 volts por cerca de seis horas. Na falta da eletricidade, o veículo carrega as baterias com um motor flex, que atua como gerador e utiliza o combustível E85 (85% de etanol e 15% de gasolina). Apenas com as baterias, o carro tem autonomia de 64 quilômetros na Cidade. No momento em que a bateria é descarregada, o motor de propulsão mecânica começa a recarregar a bateria e pode dar ao Volt uma autonomia de até 1.000 km. “O Volt é um carro híbrido inovador. Afinal, a maioria dos modelos híbridos atuais usa apenas combustíveis fósseis. Por isso, este modelo está baseado em um novo conceito de carro híbrido, pois associa a tecnologia flex ao uso de eletricidade”, avaliou o consultor de emissões e tecnologia da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA), Alfred Szwarc. A estimativa é que o Volt custe entre US$ 30 mil e US$ 40 mil. Outubro 2008 9 DE PORTAS ABERTAS PARA O Portal do Resan recebe visitas diárias de internautas de países como Arábia Saudita, EUA, Rússia, T P Proporcionando um tempo maior de navegação, recebendo visitas estrangeiras em 10% dos acessos e tendo um público que utiliza as informações para suas atividades profissionais, o portal do Resan na internet, há quatro anos on-line, firmou-se no mundo virtual e hoje é requisitado 7 mil vezes por dia, em média. Até o governo dos Estados Unidos e a campanha de Barack Obama, candidato à sucessão de George W.Bush, já passaram pelo portal. A revista Postos & Serviços vasculhou os relatórios do portal www.resan.com.br, comparou dados de agosto deste ano com o mesmo período de 2007 e mais do que números, petiscou alguns acepipes do futuro. “Um site é hoje a maneira mais prática de integrar pessoas em torno de um mesmo assunto ou um mesmo interesse. Possui um custo baixo comparado a outros recursos, como revistas e jornais”, explica Daniel Alexandrino, engenheiro de computação e diretor executivo da KBRTEC, empresa especializada em portais corporativos. Alexandrino lembra também que um site bem estruturado passa a ser uma ferramenta importante para empresas e organizações de qualquer segmento. O Resan não foge a essa sentença. Em 2007, 23,15% dos acessos buscaram informações jornalísticas sobre o setor de petróleo, energia e mercado varejista de combustíveis, linha temática do portal. Já em 2008 essa porcentagem subiu para 45,72%. Para downloads de leis, cartilhas e fichas, esse ano o portal registrou 19.779 acessos; ano passado ficou em 7.583. De qualquer maneira, neste ano houve meses, como junho, em que os acessos mensais (contando apenas o usuário e não sua quantidade de acessos) chegaram a 10 mil. POR QUEM OS SINOS DOBRAM? O perfil desses visitantes virtuais, segundo Alexandrino, é de pessoas 10 Outubro 2008 AGOSTO DE 2008 AGOSTO DE 2007 Acessos por usuário – 5.241 Acessos por usuário – 7.804 Contagem de acessos – 202.783 Contagem de acessos – 160.975 Acessos que digitaram direto o Acessos que digitaram direto o endereço – 23.187 endereço – 21.711 Total de bytes transferidos – 1,71 GB Total de bytes transferidos – 1,61 GB Média de visitas diárias – 6.541,39 Média de visitas diárias – 5.192,74 Tempo médio de duração de cada Tempo médio de duração de cada visita – 13 segundos visita – 6 segundos entre 25 e 30 anos, pertencentes às classes sociais A e B, além de serem qualificadas, ou seja, são usuários dirigidos, profissionais e estudiosos da cadeia de combustíveis e energia. Sobre isso, basta analisar alguns e-mails recebidos pela assessoria de comunicação do Resan, que variam de gerentes e donos de postos de todo o País até consumidores elogiando a honesti- dade das informações, sem contar o próprio público da base territorial do Resan. Além dos “mais focados”, há registros de endereços IP de órgãos governamentais, indústria automobilística, entidades e organizações, veículos de comunicação, portais, bancos, consultorias e empresas petrolíferas de todo canto do mundo. MUNDO urquia, França, entre muitos outros Esse público não só acessa o portal como permanece algum tempo em navegação. Em 2007 a duração média das vistas era de 6 segundos, sendo que em 2008 foram 13 segundos. “O aumento é muito grande, mais do que o dobro. Isso reafirma que o teor das informações é muito bom e desperta grande interesse do visitante”, afirma o executivo da KBRTEC. Ele explica que o tempo de duração dos acessos está acima da média geral, que é de 8 segundos. OS ESTRANGEIROS E O GOOGLE Rússia, Estados Unidos, Turquia, Nova Zelândia, França, Alemanha, Argentina, Arábia Saudita, Portugal, Taiwan, China, Itália, Canadá, Bolívia, Malásia, Austrália, Polônia. Uma pequena lista de países que já tiveram usuários da rede mundial de computadores passando pelo portal do Resan. Das visitações, esse ano, 10% é estrangeira. Ano passado a porcentagem ficou apenas um pouco abaixo disso. Por que tamanho interesse? “Além de nossas matrizes energéticas alternativas (etanol e biodiesel), que despertam interesse e curiosidade, este ano houve descobertas de novas bacias de petróleo e gás”, explicou Alexandrino. Qual o caminho até o portal do Resan? O Google. O endereço eletrônico mais acessado da Terra é hoje a grande porta virtual para a busca de qualquer informação. Está no mundo virtual, está no Google. Tanto que 50% dos acessos, mesmo neste ano quanto em 2007, tiveram como origem essa ferramenta de busca. “Isso traduz que o site do Resan realiza a função de informar bem, de ser desejado mesmo pelas pessoas que não estão diretamente relacionadas à entidade”. Entretanto, Alexandrino aponta que a tendência é gradativamente esse número de visitas pelo Google cair, pois “as pessoas que visitam um site e gostam, em geral, o adicionam em sua lista de sites favoritos”. E a sua? Já tem o portal do Resan? ADULTERAÇÃO SERÁ TRATADA COMO CRIME CONTRA ORDEM ECONÔMICA REPRODUÇÃO A TRIBUNA - 16/9/2008 A A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) conseguiu atrair um parceiro importante para a tarefa de fiscalizar a qualidade do combustível vendido no País. Com a participação de técnicos do Ministério Público Estadual (MPE) na força-tarefa criada para combater a adulteração, os fraudadores deverão ser denunciados por crime contra a ordem econômica, com pena de seis meses a três anos de reclusão. Hoje, o fraudador sofre apenas sanções administrativas. Alcides Amazonas dos Santos, chefe da ANP em São Paulo, explicou que após a assinatura do acordo, os técnicos do MPE serão treinados. “A participação do Ministério Público permitirá dar tratamento criminal aos infratores”, explicou Alcides. Nas fiscalizações feitas pela ANP no Estado, sobretudo na Capital, os índices de álcool misturado à gasoli- na variam de 28% a 52% , quando a legislação estipula 25%. Em entrevista concedida ao jornal A Tribuna e publicada dia 16 de setembro, o presidente do Resan, José Camargo Hernandes, disse ser “favorável à participação dos técnicos doMPE nas ações de fiscalização para combater os maus empresários e comerciantes que invadiram o segmento”. Por outro lado, ele advertiu sobre a necessidade de se ter cautela par evitar excessos já que há uma grande diferença entre combustível adulterado e fora de esfecificação. É que a não-conformidade pode estar relacionada a acidentes como a mistura do combustível à água e terra, por conta de problemas no tanque de armazenamento. “A adulteração pura e simples deve ser combatida e o Resan apóia integralmente a força-tarefa e a participação do Ministério Público”, disse Hernandes. Outubro 2008 11 MULTAS DO ‘NOTA FISCAL PAULISTA’ SÃO NULAS O Os autos de infração aplicados desde junho contra cerca de 1 mil estabelecimentos de São Paulo pela Secretaria da Fazenda pela falta de emissão ou de registro dos documentos fiscais no sistema da Nota Fiscal Paulista não têm qualquer validade. A informação é da Federação Nacional das Empresas de Serviços Contábeis (Fenacon). A nulidade ocorre por inúmeras razões, em especial pela sistemática e reiterada desobediência às exigências e aos trâmites estabelecidos na legislação pertinente, Lei Estadual nº 12.685, de 28 de agosto de 2007 e Decreto nº 53.085, de 11 de junho de 2008. Sem a validade dos autos de infração, o pagamento pelas multas é indevido. As empresas autuadas dispõem do prazo de 30 dias, contado da data da ciência da autuação, para o oferecimento de defesa administrativa, junto ao Procon. Este prazo é muito importante, para evitar a maior demo- ra da via judicial. Caso alguma das empresas autuadas tenha deixado de apresentar a defesa administrativa no prazo e não tenha pagado a multa, a alternativa que se recomenda é a imediata propositura de ação anulatória de ato administrativo, no âmbito do Poder Judiciário, procedimento que apesar de demorar mais, é eficiente, informa nota da Fenacon. Tal urgência se justifica no fato de que a falta da apresentação de defesa administrativa e o não pagamento da multa ocasionará a inscrição do débito respectivo na dívida ativa e conseqüente ajuizamento de execução fiscal contra as empresas autuadas, fato que traz inúmeros inconvenientes, como penhora de bens, de contas bancárias, inscrições em cadastros de inadimplentes, entre outros. Com a apresentação do recurso administrativo ou judicial, a empresa autuada poderá aguardar o resultado do julgamento sem sofrer maiores constrangimentos. De qualquer forma, explica a Fenacon, as empresas autuadas detêm ótimos argumentos jurídicos para invalidar os autos de infração contra si lavrados, por conta de supostas infrações consistentes em falta de emissão e registro dos documentos fiscais no sistema Nota Fiscal Paulista, tanto no âmbito administrativo como na seara do Poder Judiciário. MULTAS Até agora, o valor total das multas soma R$ 14,5 milhões, o equivalente a R$ 14.500,00 por autuação. Pela lei em vigor, cada documento não emitido ou registrado pode gerar multa de R$ 1.488 (100 Ufesp). A relação de estabelecimentos comerciais fiscalizados é decorrente das reclamações registradas no site da secretaria e no Procon. O argumento dos consumidores é de que embora tenham informado os números de seus CPFs e CNPJs, nos momentos das compras, eles não foram registrados o que os impediu de receber os créditos correspondentes. PERÍCIA COMPROVA FRAUDE NO TRANSPORTE DE COMBUSTÍVEIS O O Ipem continua firme na política de combate às fraudes que envolvem desvio de combustíveis por caminhões-tanque antes da entrega do produto aos postos. Uma nova fraude foi desvendada com a perícia realizada no dia 17 de setembro, na base de inspeção de veículos-tanque do Ipem em Guarulhos. Dentro do tanque do veículo, com capacidade para transportar 15 mil litros, os fiscais encontraram quatro bombonas plásticas capazes de reter até 222,6 litros a cada transporte de combustível, lesando o cliente que adquiriu o produto. A irregularidade foi primeiramente verificada em blitz quando durante a inspeção visual os fiscais se depararam com furos na parte de baixo do tanque, com resíduos de vazamento. O veículo teve o certificado de inspeção apreendido, o proprietário foi autuado e a multa pode chegar até a R$ 50 mil. O exame constatou que as entradas serviam para acionar o fechamento dos compartimentos extras no interior do tanque utilizados para reter parte do combustível transportado, no momento da descarga no posto. No site www.ipem.sp.gov.br, além de informações sobre toda a legislação metrológica e da qualidade vigentes no país, estatísticas de fiscalização e orientações, o interessado pode levantar detalhes das ações diárias do instituto. 12 Outubro 2008 Fiscal do Ipem com as quatro bombonas encontradas dentro do tanque. Ao lado, detalhe de como ocorria a fraude NR 23 É UMA DAS MAIS IMPORTANTES NORMAS A A Norma Regulamentadora 23 (NR23) é uma das mais importantes para garantir a segurança de funcionários e de todo o ambiente vizinho a um posto de combustíveis. Na essência, a NR 23 exige que o revendedor mantenha na sua empresa quatro itens: proteção contra incêndio, saídas suficientes para a rápida retirada do pessoal em serviço, equipamento capaz de combater o fogo ainda em seu início e funcionários treinados para o uso correto desses equipamentos. CLASSES DE FOGO Antes de tudo, é importante dizer que as aplicações de cada disposição dessa norma são baseadas em quatro classes de fogo: A) Materiais de fácil combustão com a propriedade de queimar em sua superfície e profundidade, e que deixam resíduos. Exemplos: tecidos, madeira, papel, fibra; B) São considerados inflamáveis os produtos que queimem somente em sua superfície, não deixando resíduos, como óleo, graxas, vernizes, tintas, gasolina; C) Quando ocorre em equipamentos elétricos energizados como motores, transformadores, quadros de distribuição, fios; D) Elementos pirofóricos como magnésio, zircônio, titânio (esse último item não cabe aos postos de gasolina). EXTINTORES Em qualquer estabelecimento, os extintores devem ter, em primeiro lugar, o selo do Inmetro. Da mesma forma deverá apresentar uma etiqueta inSAÍDAS ESPECIAIS L Lojas de conveniência, escritório e demais locais de trabalho devem ter saídas especiais e estratégicas para funcionários agirem com rapidez e segurança, em caso de incêndio. A largura mínima das aberturas de saída é de 1,20 metro. Suas portas devem abrir sempre para a saída, nunca para o interior do local de trabalho. Todas devem ser devidamente assinaladas com placas ou sinais luminosos. Tais saídas devem ser dispostas no ambiente formando quando foi carregado, data para recarga e número de identificação. Pesagem semestral e inspeção visual mensal são outras duas exigências. A localização dos extintores deve ser de fácil visualização, acesso e onde haja menos probabilidade do fogo causar algum tipo de dificuldade para a atuação da brigada de incêndio. Os locais devem ser sinalizados por um círculo vermelho ou por uma seta larga, vermelha, com bordas amarelas. No piso, abaixo do equipamento, deve ser pintada uma área em vermelho. A quantidade de extintores no local de trabalho será determinada por condições específicas. Esses extintores são portáteis e possuem como premissa combater o fogo no início. Tais aparelhos devem ser apropriados à classe do fogo de seu combate (unidade extintora): - Extintor tipo espuma (recarregado anualmente): deverá ser usado nos fogos classes A e B; - Extintor tipo dióxido de carbono: usado, preferencialmente, nos fogos classes B e C, embora possa ser usado nos fogos classe A em seu início; - Extintor tipo químico seco: fogos classes B e C. As unidades de tipo maior de 60 a 150 quilos deverão ser montadas sobre rodas. Nos incêndios classe D, será usado tal extintor, porém o pó químico será especial para cada material; - Extintor tipo água pressurizada ou água-gás: deve ser usado em fogos classe A, com capacidade variável entre 10 e 18 litros; Outros tipos de extintores portáteis só evitando que entre elas e o local de trabalho se tenha que percorrer distância maior entre 15 e 30 metros, respectivamente para atividades com pequeno, médio e grande risco de incêndio. Durante o expediente, nada poderá obstruir a passagem destas portas. Da mesma forma, elas não podem ser trancadas com chave, aferrolhada ou presa. Detalhe importante: portas de emergência jamais podem ser fechadas pelo lado externo, mesmo fora do horário de trabalho. Extintores portáteis são obrigatórios serão permitidos com o aval de profissional especializado em técnico de segurança do trabalho. Ainda assim, a NR permite dois métodos de combate ao fogo: - Método de abafamento por meio de areia: usado como variante nos fogos das classes B e D; - Método de abafamento por meio de limalha de ferro fundido: usado como alternativa nos fogos classe D. TREINAMENTO Num incêndio, a primeira providência é o acionamento do sistema de alarme, seguido pelo comunicado ao Corpo de Bombeiros. Desligar máquinas e aparelhos elétricos apenas se não for observado algum risco. Só então deve ocorrer o combate às chamas. De acordo com a NR23 funcionários devem ser submetidos a exercícios de treinamento para o combate ao fogo. O objetivo é que eles gravem o significado do sinal de alarme, ordem na evacuação, controle do pânico, atribuição de tarefas e responsabilidades e se a sirene tocou em todos os lugares (quando for necessário ter alarmes). Outubro 2008 13 RIQUEZA MONUMENTAL “O pré-sal é um novo conceito de jazida”, diz Fernando Siqueira, um dos engenheiros que mais entendem de pré-sal no País. Aproveite esta entrevista para esclarecer suas dúvidas sobre o assunto e, afinal, entender a polêmica que vem tomando páginas e páginas dos principais jornais do País F Fernando Siqueira, diretor da Associação dos Engenheiros da Petrobras (AEPET), encabeça um grupo de especialistas que se debruçam em analisar o novo patrimônio brasileiro: o pré-sal de petróleo leve. Auxiliar da comissão interministerial que busca maneiras de explorar essa nova descoberta, Siqueira considera que não é possível tratar de qualquer maneira uma reserva com 90 bilhões de barris de petróleo e a perspectiva de trilhões de reais para o País. Em entrevista para a revista Postos & Serviços, o engenheiro, líder da recém lançada campanha “O Petróleo tem que ser nosso!”, remontando a histórica ação dos anos 50 que garantiu a fundação da Petrobras, explica como o présal se formou, quais os interesses em torno dele, seus entraves, quais desafios e defende ainda a alteração do marco regulatório. “Estamos falando de uma riqueza monumental”, diz Siqueira . Para a revenda, essa é possibilidade de conhecer um pouco mais as reservas que podem revolucionar a economia nacional, melhorando a condição de vida da população e, consequentemente, esquentando o comércio varejista de combustíveis. Postos & Serviços - O que é o pré-sal? Fernando Siqueira - O pré-sal é um novo conceito de jazida. Normalmente, quando os rios depositam detritos orgânicos no fundo do mar, junto com areia e outros materiais, sob a pressão da coluna d’água se forma uma rocha geradora de petróleo; durante milhões de anos esses detritos, sob a ação de microorganismos (phitoplanctus) se fermentam formando o petróleo. Quando o petróleo “amadurece”, a 14 Outubro 2008 presssão e a temperatura aumentam e a rocha geradora se rompe fazendo com que o petróleo, mais leve, migre para a superfície do mar. Se, no caminho, ele encontra uma rocha que o retenha está formada uma jazida convencional, mas a maior parte do petróleo se perde por evaporação ou biodegradação. O pré-sal é diferente: quando, há 160 milhões de anos, os continentes sulamericano e africano se separaram, teoricamente de Sul para Norte, na fenda aberta, o mar penetrou e ficou confinado lateralmente. Enquanto isso, rios dos dois continentes traziam detritos orgânicos riquíssimos e os depositavam nesta fenda, criando uma rocha geradora de petróleo. O mar, confinado, se evaporava e aumentava a concentração de sal, o qual se depositava sobre a rocha geradora; quando o petróleo amadureceu, a camada de sal impediu que a rocha geradora se rompesse e todo o petróleo ficou guardado, não migrando para a superfície. Foi uma transformação muito eficiente. Durante 30 anos os técnicos da Petrobrás desenvolveram essa teoria. Quando a nova tecnologia permitiu definir a posição da rocha corretamente, a Petrobrás pôde furar os poços (11 até agora) e todos confirmaram a tese. Daí a expectativa da existência de uma reserva de 90 bilhões de barris. P&S – A descoberta do pré-sal pode gerar interesses internacionais? Siqueira - Claro. O maior interesse é o seguinte: os Estados Unidos consomem oito bilhões de barris por ano e mais uns dois bilhões são usados nas suas bases militares espalhadas pelo mundo, sem contar as multinacionais espalhadas pelo mundo também. Então, um país que consome dez bilhões de barris por ano e só tem 29 bilhões, que são as reservas deles, é um país que está profundamente preocupado. A economia americana está assentada no petróleo, mais de 50% na matriz energética do país vem do petróleo. Os Estados Unidos têm um consumo de 24 barris por ano por habitante, que é o dobro da Europa. O Brasil consome três barris por ano por habitante, enquanto países subdesenvolvidos consomem apenas dois barris por habitante. P&S - A Petrosal é realmente um grande negócio para o país? Siqueira - Estamos falando de uma riqueza monumental. Os especialistas sérios prevêem como irreversível a tendência de alta dos preços do petróleo porque a produção mundial está chegando ao pico. Assim, previram que já em 2015 o barril chegará a US$ 200. Somando-se as atuais reservas (14 bilhões) com os 90 bilhões do pré-sal chegaríamos ao valor de US$ 20 trilhões. Isto pode solucionar todos os problemas do Brasil: educação, saúde, infraestrutura, dívidas, meio-ambiente, erradicação da miséria e todos os de- mais. Ainda sobraria para fazer um fundo soberano como fizeram a Noruega e os Países Árabes Unidos. P & S – Por que então a proposta de criar uma nova estatal? Siqueira - A finalidade da estatal não é de garantir a propriedade de petróleo à União. Pela Constituição, o petróleo é da União. Querem criar a nova estatal para gerenciar os leilões. É capaz de todo o time da Agência Nacional de Petróleo (ANP) mudar de lado e entregando os 60% do petróleo brasileiro para empresas estrangeiras. As agências reguladoras foram criadas para defender o interesse de empresas estrangeiras. O presidente da ANP, o Haroldo Lima, durante 60 anos foi nacionalista, defensor da Petrobrás, defensor do petróleo, em nome da soberania nacional. Indo para a ANP, em dois meses ele virou entreguista e lobista das multinacionais. Ele diz que os EUA furam 14 mil poços por ano e o Brasil, apenas 11. O que adianta furar 14 mil e não achar nada? O Brasil furou 11 e achou petróleo em oito, depois de fazer estudos, levantamentos. A Petrobrás já vasculhou toda a costa brasileira. Há 29 possíveis áreas. A única que faltava era a do pré-sal porque tinha limitação técnica. A partir do momento que as limitações técnicas foram superadas, e a Petrobrás foi pioneira nisso, não existe outro pré-sal no mundo, investiu US$ 240 milhões. Não saiu fazendo furo adoidado por aí! P&S - Quais são os grandes entraves, do ponto de vista da legislação brasileira, na exploração do petróleo brasileiro? Siqueira - A Lei do Petróleo é um monstrengo. Nos seus artigos 3º, 4º e 21°, ela segue a Constituição Federal e diz que as jazidas de petróleo e o produto da lavra são da União, portanto, do povo brasileiro. Entretanto, no Artigo 26, fruto do lobby internacional sobre o Governo FHC e sobre o Congresso, é dito que quem produzir é dono David Zilbertajn, na ânsia de entregar logo tudo, dividiu os blocos a serem licitados com áreas 220 vezes maiores do que os blocos licitados no Golfo do México. Temos que suspender os leilões em definitivo. P&S - A Petrobrás possui limites para explorar o petróleo brasileiro? Siqueira - Não. A ANP tentou colocar um limite no 8º leilão. Por esse limite, a Petrobrás só poderia adquirir um bloco do pré-sal (8% do total). Conseguimos suspender esse leilão, através de ação judicial. do petróleo. É inaceitável que um produto de tamanho valor estratégico seja entregue “de mão beijada” para empresas estrangeiras, em detrimento do país. Além disto, a Participação Especial da União no produto da lavra, pelo Decreto 2705/98, do governo FHC, é de, no máximo 40% que, somado aos royalties atinge pouco mais que a metade da participação mundial dos paises produtores, que é de 84%. Isto tem que ser mudado, como tem que ser mudado o tipo de contrato de concessão (que dá a propriedade a quem produz) para partilha, em que o governo é dono e paga uma participação. O Brasil é o único país que ainda não mudou o marco regulatório em função das novas condições de preço e de reservas. Mas é o pais que tem maior motivo para fazê-lo. P&S - A Exxon explora, na soma total, uma área do tamanho do Campo de Tupi. Isso não fere a soberania brasileira? Siqueira - Infelizmente, ela ganhou esse bloco no segundo leilão. O então diretor da ANP, P&S - Recentemente o jornal Folha de S. Paulo publicou uma matéria mostrando que os royalties não melhoraram a educação no Rio de Janeiro, estado que mais ganha royalties. Como o petróleo pode servir para melhorar a vida da população? Siqueira - Essa questão dos royalties é séria. Nos países onde existe produção em águas profundas, os royalties foram extintos sob a alegação de alto risco e alto investimento. Aqui não será diferente, se os leilões prosseguirem. Para que isto não aconteça, é preciso estender os royalties para todos os estados e todos os municípios do país. Além de o montante dar com sobra para todos, é preciso ter apoio de todos os congressistas para não deixarem extinguir os royalties. Se for apenas meia dúzia de estados a se beneficiarem, os demais estarão se lixando para a extinção. Mas, sem dúvida, é preciso disciplinar o uso desses royalties. Direcioná-los para saúde educação e infra-estrutura. Não podem ser usados para fins eleitoreiros ou obras de fachada como calçadas de mármore e outros absurdos enquanto vários municípios têm carências elevadas. Tem que disciplinar realmente. ANÚNCIO DA SEBIVAL ROSE, DA GRÁFICA DEMAR, JÁ ESTÁ COM ARTE ORIGINAL Outubro 2008 15 LOJAS DE CONVENIÊNCIA EXPLORE MELHOR SEU PONTO DE VENDA por CLÁÚDIO CORRERA, diretor da MPP Marketing A As oportunidades geradas pelo ponto de venda (PDV), que tem nos combustíveis uma importante âncora geradora de tráfego de clientes, são pouco aproveitadas pelos postos de serviços. A venda sugestiva pode gerar alguns milhares de reais no final de um ano, pela simples atitude de oferta feita pelo frentista no momento do abastecimento. A fórmula de cálculo que muitos me perguntam é simples: se o abastecimento médio no Brasil é de 20 litros, divida a sua galonagem mensal por 20 e terá um número bem aproximado de oportunidades geradas na pista/ilha de bombas por mês. Multiplique esse número por doze meses para ter uma melhor dimensão. Exemplo: 150 m3 de venda mês : 20 = 7.500 abastecimentos/mês x 12 meses = 90.000 oportunidades de venda/ano. Crie alternativas de produtos que atendam o perfil do seu cliente e fixe 16 Outubro 2008 uma meta de venda sugestiva para sua equipe de modo que possa ter uma margem de R$ 0,50 centavos em 60% dos abastecimentos, Isso irá gerar, no final do ano, um ganho extra de R$ 27 mil , sem custos adicionais, uma vez que todas as despesas fixas já estão pagas. Quer melhorar, coloque itens de maior valor agregado como palhetas de limpador de pára-brisas na pista para que seus frentistas ofereçam nos dias de chuva. Refrigerante, água gelada ou sorvete nas tardes de verão... Carvão e gelo no final de semana... Algo que atenda desejos de compra por impulso, gerado pela facilidade de ter o que precisa servido na mão, sem sair do carro. Como tenho dito as oportunidades de vender algo a mais sempre existe, mas é preciso ter a atitude de oferecer o produto com foco nos desejos dos clientes. Para isso, além de dispor das mercadorias na pista, é ne- cessário preparar a equipe para que deixe de ser meros atendentes para se comportar como vendedores. Boas conversas e treinamento ajudam, mas metas e incentivos diários, cobranças de resultados e prêmios no final do mês contribuem para bons lucros. Poucos revendedores fazem dessa estratégia uma ferramenta de resultados, mas ela sempre foi eficaz para aqueles que trabalham com o foco na exploração de todo o potencial do ponto comercial que tem na mão, composto pelo tráfego de pessoas, motoristas e acompanhantes, estimulado pelo abastecimento obrigatório do automóvel pelo menos uma vez por semana. Outro erro estratégico é esquecer as oportunidades e potencial de compra dos clientes a pé, que circulam na área de influência do estabelecimento, que dependendo da localização podem ser mais importantes do que os consumidores motorizados. VENDAS POR CARTÕES SERÃO FEITAS POR UM ÚNICO EQUIPAMENTO O O Senado está prestes a aprovar projeto de lei em que os comerciantes serão autorizados a utilizar apenas um equipamento eletrônico para efetuar vendas a crédito e débito, mesmo que as operações sejam feitas por meio de diferentes bandeiras de cartões. O PL 677/07, de autoria do senador Adelmir Santana (DEM-DF), tem como objetivo reduzir os custos para os consumidores. Atualmente, como explicou o autor da proposta, muitos pequenos comerciantes são obrigados a alugar diversos equipamentos - um de cada bandeira de cartão de crédito ou débito - para poderem efetuar as suas vendas. Segundo o texto já aprovado pela Comissão de Ciência, Tecnologia, Inovação, Comunicação e Informática (CCT), “será obrigatório, para as transações de crédito e débito, o compartilhamento das redes de coleta e processamento de informações, inclusive dos equipamentos terminais, dos operadores de cartão que disponibilizam essas funcionalidades”. O projeto ainda será examinado, em decisão terminativa, pela Comissão de Assuntos Econômicos (CAE). RANKING DE CUSTOS E PREÇOS SETEMBRO 2008 INDICADORES Confira os índices máximos e mínimos e as variações de preços e custos de combustíveis, segundo dados oficiais da Agência Nacional de Petróleo (ANP). Os índices citados são referentes à média nacional, do Estado de São Paulo e de cinco cidades da Baixada Santista (Santos, São Vicente, Praia Grande, Itanhaém, Cubatão e Guarujá) e devem ser utilizados apenas como fonte de informação para o gerenciamento dos postos revendedores. SETEMBRO (1) Semana 1 a 6 PREÇO AO CONSUMIDOR PREÇO DA DISTRIBUIDORA SETEMBRO (2) Semana 21 A 27 PREÇO AO CONSUMIDOR METODOLOGIA: PREÇO DA DISTRIBUIDORA VARIAÇÕES (2-1) Média Consumidor Média Distribuidora O Levantamento de Preços e de Margens de Comercialização de Combustíveis abrange Gasolina Comum, Álcool Etílico Hidratado Combustível e Óleo Diesel Comum, pesquisados em 411 municípios em todo o Brasil, inclusive Estado de São Paulo e as cidades de Santos, São Vicente, Praia Grande, Itanhaém, Cubatão e Guarujá. O serviço é realizado pela empresa Polis Pesquisa LTDA., de acordo com procedimentos estabelecidos pela Portaria ANP Nº 202, de 15/08/00. O trabalho paralelo desenvolvido pelo Resan consiste em compilar os dados e calcular as médias de preços e custos praticados pela revenda e pelas distribuidoras, sempre com base nos dados fornecidos pelo site da ANP. Mais informações pelo www.anp.gov.br ou pelo 0800-900267. CONFIRA OS VALORES DE FORMAÇÃO DOS PREÇOS DA GASOLINA E DIESEL Fonte: Fecombustíveis (*) Valores médios estimados Outubro 2008 17 Variedades SETEMBRO ANIVERSARIANTES 2ª QUINZENA DE OUTUBRO 16 Rosana Rodrigues de Queiroz dos Santos Auto Posto D’ Marco - Mongaguá 17 5 6 Florindo Lanci Auto Posto La Caniza - Guarujá 19 Dilermando do Nascimento Auto Posto Ponto de Encontro - Iguape Auto Posto Postal de Iguape - Iguape Auto Posto Postal de Iguape II - Ilha Comprida Auto Posto Ponto de Encontro II - Ilha Comprida 7 Auto Posto Ponto de Encontro IV - Iguape Pedro Silva de Souza 8 Comércio de Combustíveis 568 da Régis 10 Barra do Turvo 21 Patrícia Vanessa Vieira Posto Globo Caiçara - Praia Grande 25 13 Fernando Quintas Jorge Auto Posto e Centro de Conv Glicério Santista - Santos 28 Valter Aragão Gonçalves 14 Auto Posto Ferry Boat - Santos 29 Heid Aparecida Machado Auto Posto Miom - São Vicente 30 João Giovanella Comércio de Combustíveis Giovanella Barra do Turvo 1ª QUINZENA DE NOVEMBRO 3 4 15 Reginaldo Seiji Monma Auto Posto Cajati - Cajati Cícero Pascoal da Silva Posto e Garagem Carmar - Santos Dimas Nogueira Santana Auto Posto Dila - Guarujá Maria Del Mar Perpétua Eiras Rodriguez Auto Posto Itanhaém - Itanhaém Nara Schucman Prata Serv. Automotivos - São Vicente Reginaldo Ferreira da Silva Bomba Campo Grande - Santos Milton Benzzatti Posto Maxi Power - Santos Claudinéia de Paula Ferreira Auto Posto Monumento - São Vicente Alzira Pontes Posto Alvorada de Miracatu - Miracatu Posto Laridany - Miracatu Eliseu Braga Chagas Auto Posto Pôr do Sol - Itanhaém Nelsino Pacheco Comercial Alvorada Center - Santos Antônio Fernandes Ribeiro Posto de Serviços Albatroz - Bertioga Basílio Eiras Rodriguez Auto Posto Itanhaém - Itanhaém Floripes da Conceição Nunes Mendes Floripes da Conceição N. Mendes Santos Rogério Marques da Silva Presidentes dos Sindicatos Marques e Marques Auto Posto de 20/10 - Roberto Fregonese Sindicato do Paraná 26/10 - Manuel Fonseca da Costa Sindicato do Município do Rio de Janeiro 08/11 - Luiz Felipe de Moura Pinto Sindicato do Amazonas Serviços - Peruíbe Hélio Esmi Auto Posto Chaves - São Vicente 03 - Visita a Unimed Santos, acompanhado pelo vice-presidente Ricardo Lopez; 09 - Reunião com Sindicato dos Empregados em LavaRápidos para negociação de acordo coletivo, representado pelo 2º vice-presidente Flávio Ribas, o diretor José Queiroz e o assessor Avelino Morgado; 15 - Participação no Coquetel de Comemoração da chegada do Gás Natural Canalizado em Santos promovido pela COMGÁS, acompanhado do vicepresidente Ricardo Lopez; 23 - Reunião do Conselho Regional do SENAC, em São Paulo; 24 - Reunião com o Delegado Regional da Receita Federal e com os presidentes dos CMDCA, em Santos, acompanhado pelo assessor Avelino Morgado; 27 - Inauguração da Unidade de Negócios da Unimed Santos; Dados fornecidos pela secretaria do Resan: Marize Albino Ramos Secretária Maria do Socorro G. Costa Telemarketing SAÚDE OCUPACIONAL AV. ANA COSTA, 136 - VILA MATHIAS - SANTOS TELEFAX (013): 3233-2877 www.labormed-sso.com.br - e-mail: [email protected] ESTACIONAMENTO PARA CLIENTES NO LOCAL 18 Outubro 2008 PARA ANUNCIAR, LIGUE (11) 5641-4934 OU (11) 9904-7083 FECOMBUSTÍVEIS SUGERE ADIÇÃO DE CORANTE AO ÓLEO DIESEL MARÍTIMO PARA COMBATER FRAUDE A A Fecombustíveis encaminhou ofício à ANP denunciando e mostrando preocupação com a crescente venda irregular de óleo diesel marítimo, bem como com a baixa fiscalização por parte dos órgãos competentes. O fato é que o produto destinado a embarcações é desobrigado de ter a mistura de 3% de biodiesel, o que o torna mais barato. “Considerando-se que o biodiesel tem um custo por litro maior que o óleo diesel, naturalmente, a adição de biodiesel, em qualquer proporção, Diesel marítimo é mais barato que os demais torna o produto mais caro que o diesel específicas características, o diesel tradicional”, diz o documento assinado metropolitano tem ainda um sobrepreço por Paulo Miranda, presidente da Fe- da ordem de R$ 0,02 em relação ao deração. No caso do combustível B3, diesel tradicional, fazendo com que a a Fecombustíveis estima que o diferença entre o B3 metropolitano e o percentual de 3% representa um acrés- óleo diesel marítimo chegue à casa dos cimo final da ordem de R$ 0,06 a R$ R$ 0,10", complementou. 0,07 no preço ao consumidor. A irregularidade de tal ação está no “Não bastasse, em função das suas fato dos fraudadores comercializarem óleo diesel marítimo como óleo diesel interior ou metropolitano. O ato criminoso, como diz o ofício, incute concorrência desleal, evasão fiscal e infração ambiental. Todos esses atos são passíveis de punição. CORANTE AZUL A Fecombustíveis apresenta como proposta de combate, a adoção de um programa de adição obrigatória de um corante azul ao óleo diesel marítimo comercializado no Brasil. O mecanismo de diferenciação já é usado com sucesso no álcool anidro. Em estados onde vigoram incentivos à pesca, com subsídio do diesel destinado às embarcações, a ANP vem registrando diversos casos de não-conformidade do diesel vendido em postos de combustíveis que abastecem veículos em geral e caminhões. Outubro 2008 19