PUCRS – FaBio – DepBio – Zoologia dos Invertebrados Superiores 2
Samir I. Cafrune
Turma: 120
Strepsiptera Kirby, 1813
A ordem enigmática
• Strepsiptera é uma ordem que compreende
aproximadamente 600 espécies as quais tem
deixado os entomólogos perplexos mais do que
qualquer outro grupo.
• A extrema especialização morfológica das
larvas, adultos e mesmo de seu genoma tem
confundido esforços para identificar a ordem
(Grimaldi & Engel, 2005).
• O nome Strepsiptera significa asas torcidas. Do
Grego Strepsi, torcido ptera, asa;
Aspectos morfológicos diagnósticos
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Os Strepsiptera machos se assemelham um pouco a besouros, têm olhos
salientes e antenas frequentemente com processos alongados em alguns
segmentos, as asas anteriores são reduzidas a estruturas claviformes que
se assemelham aos alteres dos Díptera;
as asas posteriores são grandes e membranosas estas possuem forma de
leque e tem nervação reduzida;
cabeça com antena flabeliforme variando entre 4-8 artículos (sensilhos);
olhos compostos, formados por omatídeos e separados por faixas de
cutícula;
peças bucais mastigadoras;
Prótorax pequeno, Mesotórax suportando o par de asas anterior e o
Metatórax grande e portando os principais músculos do vôo;
pernas anteriores e medianas não possuem trocanter, as pernas
posteriores começam pelo trocanter, pois não tem coxa;
tarsos variam desde dímeros a pentâmeros, com ou sem garras;
abdome composto por 10 segmentos, o 9° urômero possui os órgãos
Male of Xenos vesparum Rossius 1793, lateral view (SEM).
Fêmea
• A fêmea adulta, nas espécies em que estas são
de vida livre, tem cabeça distinta, antenas
simples com 4 ou 5 segmentos, peças bucais
mastigadoras e olhos compostos;
• Nas espécies em que as fêmeas adultas são
parasitas, estas não possuem olhos, antenas e
pernas, a segmentação do corpo é indistinta e a
cabeça e o tórax fundidos;
• As larvas são chamadas de Triungulinos e
possuem olhos e pernas bem desenvolvidas
Aspectos Biológicos Comportamentais
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São cosmopolitas;
o ciclo de vida das formas nas qual a fêmea adulta é parasita é bastante
complexo e envolve hipermetamorfose (ínstares com tipos morfológicos
distintos);
o macho, ao emergir, procura uma fêmea, a qual nunca deixa o
hospedeiro, e com ela copula;
A fêmea produz grande número, até vários milhares de pequeninas larvas
(de 1000 a 750.000 larvas Grimaldi & Engel, 2005);
estas escapam de seu corpo e do corpo do hospedeiro, indo para o solo e
para a vegetação. Localizam um hospedeiro e nele penetram;
a larva transforma-se em um estágio vermiforme ápodo que se alimenta na
cavidade do corpo do hospedeiro. Após várias mudas, empupa dentro da
ultima pele larval;
o macho, ao emergir, deixa o hospedeiro e voa;
a fêmea permanece no hospedeiro, com a parte anterior do corpo
protraído entre os segmentos abdominais do hospedeiro; após produzir os
jovens morre;
Hospedeiros
• Várias espécies de Orthoptera, Hemíptera,
Homóptera, Hymenoptera e Thysanura servem
de hospedeiro para os Strepsiptera (podem
invadir hospedeiros em 34 famílias e em 7
ordens Grimaldi & Engel, 2005);
• O hospedeiro nem sempre morre, mas pode ser
prejudicado; a forma ou a cor do abdome
podem mudar ou os órgãos genitais podem ser
lesados. No desenvolvimento, o macho de
Strepsiptero causa mais danos ao hospedeiro
que a fêmea;
Reprodução
• Na reprodução o macho que é ótimo voador
procura à fêmea no hospedeiro, onde ocorre a
cópula;
• A fertilização ocorre com a introdução do pênis
na abertura do cefalotórax da fêmea, onde
deposita o conteúdo espermático;
• As glândulas de Nassonow, no cefalotórax,
produzem o ferormônio que atrai os machos.
.
Photograph by: Chris Tipping, University of Florida
STREPSIPTERA no abdômen de uma abelha hospedeira
Aspectos de Importância para o Homem
• Provavelmente os Strepsiptera exercem um
controle nos níveis de população de seus
hospedeiros sendo que alguns destes são
considerados peste. Alguns exemplos destes
hospedeiros são: Nilaparvata lugens e
Sogattella furcifera (Hemíptera: Delphacidae) e
Nephotettix sp. (Hemíptera: Cicadellidae), que
são vetores do vírus que causa doenças no
arroz, no sul e leste da Ásia.
Classificação e Diagnose
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Alguns pesquisadores têm incluído esta ordem em Coleoptera, como
família Stylopidae, devido ao fato de as asas anteriores serem semelhantes
a élitros e as veias das asas posteriores serem reduzidas. Outros
pesquisadores os consideram uma ordem independente, devido à presença
da região anal muito expandida na asa e escutelo e pós escutelo do
metatórax muito alargados, o que não ocorre em Coleóptera (Buzzi &
Miyazaki, 1999);
Porém existem também autores que consideram as asas anteriores
estruturas claviformes que se assemelham aos alteres dos Díptera (Borror
& DeLong, 1969);
Na família Mengeidae, os adultos são de vida livre encontrados sobre
pedras e os estágios imaturos parasitam Thysanura (Borror & DeLong,
1969). Possuem tarsos pentâmeros com duas garras (Buzzi & Miyazaki,
1999). Nos Miyrmecolacidae, os machos parasitam formigas e as fêmeas,
insetos ortopteróides (Borror & DeLong, 1969). Possuem antenas com sete
antenômeros, sendo o quarto muito curto (Buzzi & Miyazaki, 1999). Os
Callipharixenidae parasitam hemípteros. A família Stylopidae é a maior da
ordem e seus membros parasitam abelhas, mas alguns atacam vespas
(Borror & DeLong, 1969). Possuem antenas com quatro a seis artículos,
sendo o terceiro flambelado lateralmente (Buzzi & Miyazaki, 1999).
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REINO Animália
FILO Arthopoda
CLASSE Insecta
ORDEM Strepsiptera
SUBORDEM Mengenillidia
Mengenillidae
Mengeidae
SUBORDEM Stylopidia
Corioxenidae
Bohartillidae
Halictophagidae
Myrmecolacidae
Callipharixenidae
Elenchidae
Stylopidae
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(KATHIRITHAMBY,1991).
Referências Bibliográficas
• BORROR, D.J. & DELONG, D.M. 1969. Introdução ao Estudo dos
Insetos. São Paulo, Edgard Blücher, 653p..
• BUZZI, Zundir J.; MIYAZAKI, Rosina D. 1999. Entomologia
Didática. 3ª ed. Curitiba: Editora da UFPR. 306p.
• GRIMALDI, D. & ENGEL, M.S. 2005. Evolution of the Insects.
Cambridge, Cambridge University Press, 755p.
• KATHIRITHAMBY, J. 1991. Strepsiptera. In: MACKERRAS, M. I.
The Insects of Australia. 2ª ed. 2v. Melbourne University Press. P
685-695
“Se os humanos e os demais
vertebrados deixassem de existir o
planeta continuaria muito bem
obrigado, mas se os insetos e
demais invertebrados sumissem o
sistema todo entraria em colapso”
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