Saúde Pública
28/11/06
 Epidemiologia das Doenças Infecciosas, Interacção Agente –
Hospedeiro - Ambiente. Cadeia de infecção e medidas de
prevenção das doenças infecciosas.
 A vacinação. Programa Nacional de Vacinação
 Características epidemiológicas da tuberculose.
José Cabrita
As doenças infecciosas são responsáveis pela maioria das
patologias agudas, quer nos países industrializados, quer
nos subdesenvolvidos
A presença de um agente infeccioso num hospedeiro pode
traduzir-se por:
Colonização – O agente persiste no hospedeiro sem produzir
qualquer manifestação identificável ou reacção por parte do
hospedeiro
Infecção inaparente – O agente origina reacções detectáveis
sem ultrapassar o horizonte clínico. A sua detecção implica o
recurso a rastreios
Doença Infecciosa – O agente origina sinais e sintomas que
são clinicamente detectáveis
Interacção Agente Infeccioso - Hospedeiro
Para o estudo da epidemiologia de qualquer
processo infeccioso é indispensável analisar os
diversos parâmetros da sua tríade ecológica :
 Factor Agente
 Factor Hospedeiro
 Factor Ambiente
1
FACTOR AGENTE
 Mecanismo de Acção
Capacidade invasiva
Produção de toxinas
Reacção alérgica
Imunodepressão
 Tipo de reservatório
Humano (doente ou portador)
Animal (doente ou portador)
Meio exterior
 Porta de saída do reservatório
Pele e Mucosas
Sangue e Placenta
Fezes e urina,
Expectoração
2
FACTOR AGENTE
Directa
 Mecanismos de transmissão
Indirecta
 Porta de entrada no hospedeiro
via alimentar
via hídrica
via aérea
via solo
via vector fómites
seres vivos
Boca (via digestiva)
Boca e Nariz (via respiratória)
Pele e Mucosas
Sangue e Placenta
FACTOR HOSPEDEIRO
Idade, Sexo, Profissão, Grupo étnico
Predisposição genética,
 Características intrínsecas Estado Imunitário
Estado psicofísico
Barreiras Fisiológicas
Processos Imediatos
 Mecanismos de defesa
 Pele (pH, secreções)
 Mucosas (flora, cílios)
 Acidez gástrica
Fagocitose
Febre
Produção de Histamina
Processos mediatos Imunidade tissular
Imunidade Humoral
FACTOR AMBIENTE
Físico
Equilíbrio dos ecossistemas
(contaminação do ar, água e solo)
Clima
 Biológico
Fauna (zoonoses)
Vectores animais
 Sócio-económico Modelo de desenvolvimento sócio-cultural
Modelos de prestação de cuidados de Saúde
Interacção Agente - Hospedeiro
Infecciosidade – Capacidade do agente para invadir e multiplicarse nos tecidos do hospedeiro provocando um processo infeccioso
Imunogenicidade – Capacidade de um agente produzir infecção
como imunidade específica
Patogenicidade – Capacidade do agente para produzir doença
clinicamente aparente
Virulência – Capacidade do agente para produzir doenças com
manifestações clínicas graves
Contagiosidade – Capacidade do agente para difundir a doença ou
infecção na comunidade
Infecciosidade – Capacidade do agente para invadir e multiplicar-se
nos tecidos do hospedeiro provocando um processo infeccioso
Agente com elevada infecciosidade – Virus do sarampo
Agente com baixa infecciosidade – Mycobacterium leprae
A infecciosidade de um agente pode ser avaliada por:
ID 50 – Nº de partículas infectantes para produzir infecção
em 50 % dos hospedeiros da mesma espécie que estiveram
expostos ao agente (avaliação experimental não aplicável
em humanos)
Taxa de Ataque Secundário - % de infectados entre os
contactos de um caso de doença infecciosa
Patogenicidade - Capacidade do agente para produzir doença
clinicamente aparente
O potencial de patogenicidade depende não só do agente
(factores de virulência e resistência aos mecanismos de
defesa do hospedeiro) mas também de outros factores :
Dose Infectante
Via transmissão e local do processo infeccioso
(Ex: Staphylococcus são saprófitas intestinais e da pele mas
podem ser fatais se infectarem a cavidade peritoneal ou as
meninges)
Virulência – Capacidade do agente para produzir doenças com
manifestações clínicas graves. Depende de diversos factores do
hospedeiro (idade, sexo, estado psico-físico, etc)
Agente com elevada virulência – Clostridium tetani
Agente com baixa virulência – Virus do Sarampo
A virulência de um agente pode ser avaliada por:
Dalys – Anos de vida perdidos por incapacidade e/ou morte
prematura resultante da doença
Taxa de Letalidade - % de mortes pela doença entre os que
têm a doença
Diferentes modelos de doenças infecciosas segundo a % de
casos por grau de severidade (virulência)
A – Infecções Inaparentes Frequentes (Ex: Tuberculose)
B – Doença Clínica Frequente de baixa Letalidade (Ex: Sarampo)
C – Doença Clínica com elevada Letalidade (Ex: Raiva)
Inaparente
Adaptado de
Ligeira
Moderada
Grave
(Não Fatal)
Fatal
Cadeia de Infecção
AGENTE
HOSPEDEIRO
RESERVATÓRIO
PORTA DE ENTRADA
PORTA DE SAÍDA
VIA DE TRANSMISSÃO
Medidas de Prevenção das Doenças Infecciosas
1 . Directas – Actuam ao nível da cadeia de infecção
A) Medidas Específicas
 Imunoprofilaxia
 Quimioprofilaxia
B) Medidas Inespecíficas
 Isolamento, Vigilância e Quarentena
 Cordão Sanitário
Desinfecção, Desinfestação de Vectores
 Declaração Obrigatória
2 . Indirectas – Actuam ao nível dos factores ambientais e sociais
 Higiene
 Saneamento
Medidas de Prevenção das Doenças Infecciosas
Ao Nível do Reservatório
 Isolamento, Vigilância e Quarentena
 Cordão Sanitário
 Declaração Obrigatória
Ao Nível do Mecanismo de Transmissão
 Higiene e Saneamento Básico
 Desinfecção, Desinfestação de Vectores
Ao Nível do Hospedeiro
 Imunoprofilaxia Activa e Passiva
 Quimioprofilaxia
Vigilância Epidemiológica de Doenças Infecciosas :
Colheita, organização e análise sistemática de dados referentes a
novos casos diagnosticados de qualquer doença infecciosa com o
objectivo de identificar grupos de alto risco, de conhecer os
mecanismos de transmissão da doença e reduzir ou eliminar a
sua transmissão.
Tipos de Sistemas de Vigilância
 Activa
 Passiva
 Doenças de Declaração Obrigatória
 Médicos Sentinela
 Base Hospitalar
 Base Laboratorial
Datas da Introdução das Vacinas Mais Comuns
1798
Varíola
1955
Polio inhectável (VIP)
1885
Raiva
1962
Polio oral (VAP)
1897
Peste
1964
Sarampo
1923
Difteria
1967
Parotidite
1926
Tosse Convulsa
1970
Rubéola
1927
Tétano
1981
Hepatite B
1935
Febre Amarela
Fonte: Plotkin SA and Mortimer EA (eds). Vaccines. Philadelphia, Saunders
1994
Administração de
Vacinas em
Portugal
Ganhos em Saúde associados à Vacinação em Portugal
1956-65
1991-2000
14.429 casos
873 óbitos
204 casos
3 óbitos
Poliomielite
2.723 casos
316 óbitos
0 casos
0 óbitos
Tétano
3.923 casos
2.625 óbitos
259 casos
113 óbitos
Difteria
19.100 casos
1.457 óbitos
3 casos
1 óbitos
Tosse Convulsa
Fonte: DGS 2002
2002
Vacinas do Programa
Nacional de Vacinação
2006
www.dgsaude.pt
Verdadeiras
Contra-Indicações
Precauções
Falsas Contra Indicações
Epidemiologia da Tuberculose Pulmonar
Agente: Mycobacterium tubercolosis
 Mecanismo de Acção : Invasão de tecidos e difusão no sistema
linfático. Estímulo Imunológico.
 Tipo de reservatório : Humano (Doente c/ Tuberculose activa)
 Porta de saída do reservatório : Secreções respiratórias (Tosse,
expectoração, espirros)
 Mecanismo de Transmissão : Directo
Indirecto – Via aérea
 Porta de entrada no hospedeiro : Boca e Nariz (via respiratória)
1
Epidemiologia da Tuberculose Pulmonar
Hospedeiro: Humanos Susceptíveis
 Idade (Maior incidência nos adultos jovens)
 Sexo (maior incidência nos Homens)
 Grupo étnico (maior incidência nos negros)
 Predisposição genética
 Estado Imunitário deficiente
 Estado psicofísico deficiente
Ambiente:
 Meio sócio-económico deficiente
 Acesso deficiente a cuidados de saúde
2
Portugal
Portugal
Portugal
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Doença Infecciosa