Cadernos do Aluno do São Paulo faz escola: uma contribuição ao ensino de Sociologia? Juliana Soares de Oliveira (aluno-autor), Shelton Ygor Joaquim De Cicco (aluno-autor) Maria Valéria Barbosa Veríssimo (orientadora), Sueli Guadalupe de Lima Mendonça (orientadora), Alexandre Silvestre do Nascimento (colaborador), Laís Rafaela Fuzeto (colaborador), Luciana Silva Rocha (colaborador), Faculdade de Filosofia e Ciências, campus de Marília, Ciências Sociais, [email protected], PIBID/Capes. O trabalho apresenta resultados parciais da pesquisa desenvolvida pelos grupos Pibid/Sociologia e Núcleo de Ensino sobre a análise do Caderno do Aluno, da disciplina de Sociologia do São Paulo faz escola, material pedagógico utilizado nas escolas públicas da rede estadual paulista. Tem por objetivo elucidar o conjunto das hierarquias políticas e filosóficas engendradas e exteriorizadas nos conteúdos e atividades que o compõe. Partimos do pressuposto de que o conteúdo direcionado pelos Cadernos é expressão de um conhecimento que não se ocupa em apreender a realidade social, nem os valores daqueles que o utilizam, mas se materializa como uma violência simbólica, uma imposição necessária à captura da subjetividade do estudante para o modo de produção capitalista. Os conteúdos dos Cadernos, segundo suas autoras, visam a “sensibilidade sociológica” e não a apropriação de um conhecimento concreto, de percepção da realidade como contradição e totalidade. Apresentando o conhecimento sociológico em conceitos fechados, não demonstrando o movimento entre teoria e prática, impossibilitando uma reflexão para além da cotidianidade. Destituídos de um conteúdo teórico, com fragmentos de textos, imagens vazias e linhas de cadernos pautados, para serem preenchidas pelos alunos. Assim, os Cadernos não favorecem ao menos um conteúdo escolar raso e formação de habilidades úteis para inserção precária ao mercado de trabalho. O desafio de incorporar a Sociologia na escola - como espaço de apreensão e reflexão da realidade social, econômico e cultural, pensado de modo dialético, e como tomado dos fenômenos sociais de coisas em si em para si, permanece.