AVALIAÇÃO DIAGNÓSTICA NA PRATICA PEDAGÓGICA
Anailton de Souza GAMA1
UEMS
Sonner Arfux de FiGUEIRESO2
UEMS
RESUMO: “Avaliação” é um tema pertinente nas atuais discussões pedagógicas. A
realidade dos tempos atuais nos mostra uma sociedade em constante mutação,
diversificada e globalizada. Vivemos a era da informação e as pessoas acompanham ou
sofrem as influências de tais movimentos. O presente artigo aborda a temática da
avaliação sob o enforque da avaliação diagnóstica, com vistas à uma mudança
significativa na prática educativa. A situação vivida hoje no sistema escolar em termos
de avaliação é muito problemática e tem profundas raízes. Este não é um problema de
apenas uma disciplina, curso, série ou escola, mas sim, é problema de todo o sistema
educacional inserido em um sistema social que impõem certas práticas. A era em que
vivemos exige uma ressignificação das práticas educativas, voltando-se à formação e
educação de novos sujeitos. Quando falamos em novos sujeitos os queremos críticos,
conscientes e autônomos, significando que, para isso, devemos realizar uma avaliação
diagnóstica com a proposição de uma possível democratização do ensino, que está
voltada para o futuro que pretende transformar, a partir da crítica, do autoconhecimento,
da autonomia para tomar decisões conscientes, levando o educando a descrever sua
própria caminhada e a criar suas próprias alternativas de ação.
Palavras-Chaves:
ABSTRACT: Appraisal that's a motif apropos at order of words acts arguments
educational. The actuality of the times you act at order of words shows an association
well into all-time mutation, diversified and globalization. We live the one period of time
on the information and the people accompaniment or we suffered the influences as of
such ones bandwagons. The boon I work approached the one thematic from the
appraisal under the he hangs from the appraisal diagnosis, along scenes at the
modification mini in educational practice. The situation I lived today in the system
school in terms of appraisal is a lot difficult and does have deep root. This one is not a
problem as of just a single discipline, drift, batch or scold, but yes I am, is whole
question of the complete educational system inserted well into a social system than it is
to certain practices. The one period of time wherein we live demand a new perspective
on the educational practices, lap - in case that at the formation and education as of new
guys. When we talk about well into new guys, the we are willing scolding,
conscientious and autonomous signifying about to It must accomplish an evaluation
diagnosis with the proposition from a feasible democratization from the I school, than it
is to is lap for its prospective who wants convert, from the criticism, from the auto knowledge, from the autonomy for taking decisions conscientious, taking the one
1
UEMS- Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul – Esp. Em Literatura
Comparada/UFMS/Mestre em Lingüística - UFMS/CPTL
2
UEMS- Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul – Licenciado e Especialista em
Matemática, MSc. Engenharia Mecânica UNITAU.
educating the one describe its own walk and the one breed your custom alternatives as
of aced.
Key-Word:
INTRODUÇÃO
As discussões pedagógicas atuais trazem à tona o pertinente tema da avaliação.
Quando se pensa em discutir avaliação, é preciso ter em mente que esta etapa do
processo de ensino/aprendizagem encontra-se relacionada com toda a prática escolar.
Portanto, é preciso que tenhamos cada vez mais professores competentes e
comprometidos, conscientes de sua força e identificados com uma proposta política pedagógica coerente com a avaliação realizada.
O processo avaliativo vem sempre acompanhado de dúvidas, angústias,
incertezas e até incoerências, no entanto, constitui-se no processo crucial para a vida de
quem está sendo avaliado. Nossa sociedade reserva às instituições escolares o poder de
conferir notas e certificados que, supostamente atestam o conhecimento de cada um de
seus educandos, o que torna muito grande a responsabilidade de quem avalia.
Todo educador é avaliado e deve avaliar continuamente para melhorar o
processo de ensino e aprendizagem, cultivando a responsabilidade ética, pois a
avaliação sempre inclui uma dimensão de discernimento. Podemos nos perguntar: Por
que avaliar? Para buscar a melhoria da qualidade da docência, otimizar o que é o objeto
da avaliação, evitar erros na ação docente, revisar os resultados das ações planejadas e
procurar sempre inovar na própria prática educativa, construindo uma práxis pedagógica
que tenha como princípios à reflexão sobre e na ação.
Neste artigo temos como objetivo de refletir sobre as propostas de avaliação
diagnóstica, analisando se esta prática é possível, assim como compreender as diferentes
concepções de avaliação para construir um referencial acerca das mesmas que
possibilite reflexão e possa auxiliar na construção de um novo modo de avaliar.
Valendo-nos de referencial bibliográfico e das experiências e constatações
resultantes das práticas de ensino, construímos o texto que aqui é apresentado tendo a
seguinte estrutura: primeiramente far-se-a uma análise das concepções e conceitos de
avaliação segundo os mais diversos autores, seguindo-se para uma reflexão da prática
educativa realizadas nos dias atuais. A partir daí, o enfoque abordado é o da avaliação
diagnóstica como sendo um possível caminho para mudar as práticas de avaliação que
vigoram atualmente.
CONCEITUANDO AVALIAÇÃO
Por que discutir a avaliação? Para que abordar esta temática se tais
discussões e estudos, em geral, às vezes nos dá a impressão de não contribuírem em
nada para a mudança da prática educativa?
Por ser de suma importância lançar um novo olhar sobre esta temática, porém,
com um enfoque diferente e inquietante que seja capaz de instigar a todos os que vierem
a refletir sobre o mesmo, desafiando cada um para a construção de um novo modo de se
desenvolver a avaliação... Surge a questão: O QUE É AVALIAR?
A avaliação é um exercício mental que permite a análise, o conhecimento, o
diagnóstico, a medida e o julgamento de um objeto. Esse objeto deve ser a própria
realidade daqueles que a fazem.
O termo avaliar tem sido constantemente associado à expressão “como?”.
A prática escolar usualmente denominada de avaliação é constituída muito
mais de provas e exames do que de avaliação, simplesmente se faz uma verificação do
aprendido no final de cada unidade para atribuição de notas.
A prática de provas e exames exclui parte dos alunos porque se baseia no
julgamento, enquanto a avaliação pode incluí-los devido ao fato de proceder por
diagnóstico e assim incluir o educando no curso da aprendizagem satisfatória, que
integre todas as suas experiências de vida.
Enquanto as finalidades e funções das provas e exames são
compatíveis com a sociedade burguesa, as da avaliação as questionam,
por isso, torna-se difícil realizar a avaliação na integralidade de seu
conceito, no exercício de atividades educacionais (LUCKESI, 1997, p.
171).
As definições sobre avaliação encontram-se permeadas pela concepção de que
a avaliação é um processo continuo e sistemático que faz parte do processo ensinoaprendizagem de forma a orientar o mesmo para que os educandos possam conhecer
seus erros e seus acertos, diagnosticando as dificuldades para que se possa planejar
novas atividades de forma a que todos alcancem os objetivos propostos.
Portanto, os autores nos deixam claro a necessidade de conceber a avaliação
como uma incessante busca de compreensão das dificuldades do educando e na
dinamização de novas oportunidades de conhecimento. Processo este que implica em
uma reconstrução do significado do ato de avaliar, que não acontecerá por experiências
isoladas ou fragmentadas, mas por uma ação conjunta e continuada que ultrapasse os
muros das instituições escolares e esteja pautado na vontade de mudar... “A construção
do ressignificado da avaliação pressupõe dos educadores um enfoque critico da
educação e do seu papel social” (HOFFMANN, 1991, p.112).
Luckesi (1997), define a avaliação da aprendizagem como um ato amoroso, no
sentido de que a avaliação, por si, é um ato acolhedor, integrativo, inclusivo. Para
compreender isso, importa distinguir a avaliação de julgamento, sendo este um ato de
distinguir o certo do errado, incluindo o primeiro e excluindo o segundo. A avaliação
tem por base acolher uma situação, para então ajuizar sua qualidade tendo em vista darlhe suporte de mudança, se necessário.
O movimento que caracteriza as práticas escolares cotidianas, explicita a
impossibilidade de se reduzir avaliação a um conjunto de momentos estanques, que
costuram fragmentos do processo ensino/aprendizagem, perspectiva que limita (quando
não impede) a possibilidade de os sujeitos construírem conhecimentos num movimento
dialógico.
Por que a avaliação marca negativamente? Quem gosta de ser avaliado? Por
que temos tanto medo da avaliação?
Basta falar em avaliação que o ambiente já se torna pesado, tenso. Poucos
gostam de ser avaliados...Talvez porque os atos que permearam nossa vida em torno da
avaliação sempre serviram para punir, desautorizar ou constranger alguém... Esta é a
prática que mais está presente em nossas escolas e em nosso cotidiano.
Hoffmann (1991), afirma que da pré-escola à universidade, crianças e jovens
são constantemente sentenciados por seus comportamentos e tarefas...
Formal ou informalmente, cada vez que a criança brinca, fala,
responde ou faz tarefas, está sendo observada e julgada por seus
professores. A isto se denomina avaliação. Esta concepção abrange as
ações de observação e julgamento, limitando-se a elas (p. 69).
A avaliação sempre foi uma atividade de controle, que visava selecionar...
Neste sentido o prazer de aprender desaparece, pois a aprendizagem se resume em notas
e provas. O processo, ou o ato de realizar uma avaliação vai além disto, estando inserido
dentro de um ensino integral, onde o professor acompanha o processo desenvolvido
pelo educando, auxiliando-o em seu percurso escolar, fundamentando-se no diálogo,
reajustando continuamente o processo de ensino, de forma a que todos consigam
alcançar com sucesso os objetivos definidos, revelando suas potencialidades.
O sentido fundamental da ação avaliativa é o movimento, a
transformação... o que implica num processo de interação educador e
educando, num engajamento pessoal a que nenhum educador pode se
furtar sob pena de ver completamente descaracterizada a avaliação em
seu sentido dinâmico (HOFFMANN, p. 110).
Sob esta perspectiva, avaliar deixa de significar fazer um julgamento sobre a
aprendizagem do aluno, para servir como momento capaz de revelar o que o mesmo já
sabe, os caminhos que percorreu para alcançar o conhecimento demonstrado, seu
processo de construção de conhecimento, podendo potencializar, revelar suas
possibilidades de avanço e suas necessidades para que a supere. A avaliação propicia
um momento de mudança, avanço, progresso enfim, aprendizagem. Ela é processual,
contínua, participativa, diagnóstica e investigativa. A avaliação faz parte do ato
educativo, do processo de aprendizagem, avalia-se para diagnosticar avanços e entraves,
para interferir, agir, problematizar e redefinir os rumos e caminhos a serem percorridos.
[...] o processo avaliativo a que me refiro é um método investigativo
que prescinde da correção tradicional, impositiva e coercitiva.
Pressupõe, isso sim, que o professor esteja cada vez mais alerta e se
debruce compreensivamente sobre todas as manifestações do
educando. (HOFFMANN, 1991, p. 79).
Nos diz a LDB, Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, nº 9.394/96,
que a avaliação deve ser contínua e priorizar a qualidade e o processo de aprendizagem,
sendo que os aspectos qualitativos devem prevalecer sobre os quantitativos. Porém, para
que a avaliação sirva à aprendizagem é essencial que os professores conheçam cada um
de seus alunos e suas necessidades pois, somente assim, poderá pensar em diferentes
alternativas para que todos os alunos alcancem os objetivos. Nesta perspectiva, a
avaliação parte de duas premissas básicas: confiança na possibilidade dos educandos
construírem suas próprias verdades e a valorização de seus interesses e manifestações.
O que falar da prática avaliativa que acontece em nossas escolas? Por que o
discurso do professor é inovador enquanto sua prática é conservadora? O que dá origem
a esta contradição? Velhos mitos impregnam a prática avaliativa que desde sempre
esteve a serviço do autoritarismo dos professores.
Hoffmann (1991), acredita que a contradição entre o discurso e a prática de
alguns educadores e principalmente a ação classificatória e autoritária exercida pela
maioria encontra explicação na concepção de avaliação do educador, reflexo de sua
história como aluno e professor. Existe a vontade de fazer diferente, porém não se sabe
como fazer... Assim, o primeiro passo seria tomar consciência destas influências para
que não se venha a reproduzir o que se contesta no discurso: o autoritarismo e a
arbitrariedade.
Os educadores constroem seu jeito de ensinar no cotidiano da sala de aula, e é a
partir daí que deve se conduzir uma reflexão sobre sua prática e a construção de uma
identidade profissional. Neste contexto, o educador também pode construir e produzir
uma teoria, a partir do momento que se transforma em investigador, ou seja, quando se
debruça sobre sua prática, fundamentando-a e iluminado-a sob a luz da teoria.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Tentamos, através de teóricos, buscar apresentar a avaliação como sendo um
processo investigativo, democrático e emancipado ressaltando a importância da
coerência entre a proposta pedagógica e a avaliação adotada, fundamentando-se numa
epistemologia do conhecimento.
Rever a concepção de avaliação implica em rever sobretudo, as concepções de
conhecimento, de ensino, de educação e de escola que cada educador traz consigo.
Impõem pensar em um novo projeto político-pedagógico apoiado em princípios e
valores, comprometidos com a criação do cidadão crítico, pensante, emancipado.
Está na hora de substituir a pedagogia do fracasso e da repetência por uma
pedagogia da permanência na escola, do sucesso e da promoção / emancipação humana,
com
oportunidades
para
todos
freqüentarem
a
escola
privilegiando
o
redimensionamento das ações dos envolvidos na busca de aperfeiçoar o processo de
ensino/aprendizagem, utilizando-se da avaliação como um recurso que informa sobre o
interjogo do saber.
A escola precisa criar um ambiente estimulante, onde os alunos possam
construir sua aprendizagem aprendendo a aprender, pesquisando e reconstruindo, sem
medo da ação avaliativa que será realizada pelos educadores e até pelos próprios
educandos. Aceitar a avaliação como sendo um processo natural é fundamental para
reconhecer o erro, refazer e reconstruir, incorporando a avaliação como um desafio,
superando-se a cada dia. Os educadores precisam descobrir que mais do que nunca, este
é o momento de refletir sobre como o aluno aprende, de questionar, duvidar, investigar
e conviver com a incerteza e divergência.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
HOFFMANN, Jussara. Avaliar para promover: as retas do caminho. Porto Alegre:
Mediação, 2001.
_________________Avaliação Mediadora: Uma prática em construção da pré-escola a
universidade. Porto Alegre, Mediação 1991.
_________________Avaliação Mito e Desafio: Uma perspectiva construtivista. Porto
Alegre, 2000.
LUCKESI, Cipriano. Avaliação da aprendizagem escolar: estudos e proposições. São
Paulo: Cortez, 1997.
_________________ Prática docente e avaliação. Rio de Janeiro: ABT, 1990.
BRASIL, MEC. Parâmetros Curriculares Nacionais. Brasília, 1996.
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