UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ CENTRO ACADÊMICO DE LÍNGUAS ESTRANGEIRAS MODERNAS CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM ENSINO DE LÍNGUAS ESTRANGEIRAS MODERNAS OLINDA DIAS DA CONCEIÇÃO COSTA AVALIAÇÃO GERAL NO CONTEXTO ESCOLAR: UMA ANÁLISE DAS PERCEPÇÕES DE AVALIAÇÃO DOS PROFESSORES DA ESCOLA PÚBLICA DO ENSINO FUNDAMENTAL MONOGRAFIA DE ESPECIALIZAÇÃO CURITIBA 2008 OLINDA DIAS DA CONCEIÇÃO COSTA AVALIAÇÃO GERAL NO CONTEXTO ESCOLAR: UMA ANÁLISE DAS PERCEPÇÕES DE AVALIAÇÃO DOS PROFESSORES DA ESCOLA PÚBLICA DO ENSINO FUNDAMENTAL Monografia apresentada como requisito parcial para obtenção do grau de Especialista em Ensino de Línguas Estrangeiras Modernas da Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Orientadora:Profª.Drª.Miriam Sester Retorta. CURITIBA 2008 TERMO DE APROVAÇÃO OLINDA DIAS DA CONCEIÇÃO COSTA AVALIAÇÃO GERAL NO CONTEXTO ESCOLAR: UMA ANÁLISE DAS PERCEPÇÕES DE AVALIAÇÃO DOS PROFESSORES DA ESCOLA PÚBLICA DO ENSINO FUNDAMENTAL Monografia aprovada com nota ____ como requisito parcial para obtenção de título de Especialista, pelo curso de Especialização em Ensino de Línguas Estrangeiras Modernas, do Centro Acadêmico de Línguas Estrangeiras Modernas – Universidade Tecnológica Federal do Paraná, pela seguinte banca examinadora: Orientadora: Profa. Dra. Miriam Sester Retorta Universidade Tecnológica Federal do Paraná Profa. Dra. Regina Urias Cabrera Universidade Tecnológica Federal do Paraná Coordenadora: Profa. Dra. Miriam Sester Retorta Universidade Tecnológica Federal do Paraná CURITIBA 2008 AGRADECIMENTO À professora Miriam Sester Retorta, minha orientadora pela indispensável ajuda, incentivo e paciência durante a elaboração deste trabalho. RESUMO Este estudo visa investigar se os professores da escola pública do ensino fundamental têm a percepção dos tipos de avaliações e suas reais funções. Para atingir tais objetivos, foi utilizada uma pesquisa qualitativa interpretativista, na qual alguns profissionais da educação responderam a um questionário. No entanto, pudemos perceber que os professores não tinham conhecimento suficiente das funções e também dos tipos de avaliações existentes. Verificou-se que a posição da instituição de ensino influencia no processo avaliativo e na metodologia desenvolvida pelo professor em sala de aula, de modo direto e indireto afetando o rendimento do educando. Este trabalho oferece contribuições de entendimento aos professores do que é a avaliação e sua função primordial que é a de diagnosticar, e o alerta para que todos avaliem seus alunos de maneira diferenciada, ou seja, cada educando tem seu momento de aprender e é preciso que ele tenha o respeito dos colegas de sala e também dos educadores. Palavras-Chaves: Avaliação. Avaliação diagnóstica, testes. ABSTRACT This study aims to investigate if public school teachers are aware of the kinds of assessments there are and their real functions. In order to meet these objectives a piece of qualitative interpretativist research was carried out, in which some education profissionals answered a questionnaire. The results show most teachers did not have enough knowledge of assessment and its functions. It was verified that the perception of the school influenced the assessment process and the methodology developed by teacher in classroom and thus, directly and indirectly affecting the students’performance. This study offers contributions for the understanding of what assessment is and its main function which is diagnosing and being alert to student’ needs. Key Words: Assessment. Diagnostic assessment, testing. SUMÁRIO Capítulo 1 – Introdução............................................................................................... 7 1.1 Objetivo geral........................................................................................................ 8 1.2 Objetivo específico................................................................................................ 8 Capítulo 2 – Processo avaliativo: História, funções e critérios................................... 9 2.1 Funções da avaliação............................................................................................10 2.2 Avaliação Formativa versus Avaliação Somativa.................................................12 2.3 Breve histórico da avaliação.................................................................................15 Capítulo 3 – Metodologia...........................................................................................18 3.1 Cenário..................................................................................................................18 3.2 Procedimentos e instrumento de pesquisa............................................................19 3.3 Sujeitos da pesquisa..............................................................................................19 Capítulo 4 – Análise dos dados...................................................................................21 Capítulo 5 – Conclusão...............................................................................................24 5.1 Resumo dos resultados..........................................................................................24 5.2 Limitações do trabalho..........................................................................................25 5.3 Contribuições.........................................................................................................26 Referências..................................................................................................................28 Apêndice......................................................................................................................30 CAPÍTULO 1 - INTRODUÇÃO A avaliação é um processo que, muitas vezes, se torna estressante e estéril, e que deveria ser utilizado pelo professor para alcançar objetivos, os quais nem sempre são claros e precisos. Portanto a ação avaliativa, com muita freqüência, se torna difícil e árdua causando discussões e, na maioria das vezes, até dúvidas entre professores, equipe pedagógica e direção, seja no ensino fundamental, médio ou nível superior. Alguns profissionais procuram uma forma eficaz de avaliar as tarefas propostas a seus educandos para obter resultados com caráter formativo. O processo avaliativo não deve servir apenas para dar-se notas aos alunos, ou seja, ser aplicado somente com o intuito de classificar ou simplesmente medir como certo ou errado, mas para que o professor reflita e constate onde estão as dificuldades existentes dos alunos e professor e para que possa reorganizar o seu trabalho pedagógico com o objetivo de, integrar o desempenho do aluno às metas propostas do professor e instituição. É necessário que a avaliação não seja um instrumento apenas para classificar, mas para diagnosticar se o trabalho que está sendo desenvolvido está dando resultado, ou não, e poder, assim, oportunizar ao professor momentos para repensar sobre novas situações de aprendizagem que facilitem a formação do educando. Segundo Hoffman (1997 p.11) a ação avaliativa classificatória não é garantia de um ensino de qualidade, que assegura um saber competente dos alunos. Embora muitos profissionais da educação pensem de maneira contrária a essa. Os educadores devem estar atentos ao processo avaliativo para que busquem formas de avaliar diferenciadas, para que seu educando tenha o feedback pertinente, após cada avaliação. O professor deve ter consciência de que não se deve avaliar apenas para prestar contas do seu trabalho para os pais, a escola, o diretor ou departamento de ensino, mas para que seja primordialmente um instrumento de diagnóstico e reflexão do processo de aprendizagem/ensino permanente da avaliação qualitativa, que deve sobrepor a avaliação quantitativa. 1.1 Justificativa Sendo o processo avaliativo, parte fundamental do ensino-aprendizagem, o professor deve estar consciente do que pretende avaliar em relação à aprendizagem de seu aluno. Avaliar não deve ser apenas prestar contas a sua entidade de ensino, ou ao seu superior. Excelentes resultados em termos de notas, não indicam, necessariamente, aprendizagem perfeita. Por isso é necessário que o processo avaliativo seja tratado de forma responsável e não como se fosse apenas mais uma determinação imposta pelo Regimento Escolar e pela Legislação de Ensino. Conhecer as formas de avaliar é compreender que a avaliação da prática escolar é parte indissociável da ação pedagógica e que este processo é utilizado para diagnosticar o ensino/aprendizagem, tornando possível mudar a sua prática pedagógica processualmente. No meio educacional há muitos professores que não parecem conhecer a função primordial da avaliação que é diagnóstica com caráter de reflexão da aprendizagem/ensino. Então este trabalho se justifica uma vez que investigaremos como e porque os educandos estão sendo avaliados. 1.2 Objetivo Geral Analisar as percepções dos professores a respeito de avaliação de rendimento. 1.3 Objetivos Específicos O presente trabalho tem por objetivo: 1. Observar como os professores da Escola Estadual Helena Dionysio avaliam seus alunos e quais os tipos de avaliações são utilizados? 2. Analisar o propósito da avaliação, ou seja, por que eles avaliam seus alunos. CAPÍTULO 2 – PROCESSO AVALIATIVO: HISTÓRIA, FUNÇÕES E CRITÉRIOS No capítulo anterior, foi apresentado a justificativa para desenvolver este trabalho. Foram abordados as formas de avaliação e como o processo avaliativo deve estar em consonância com o trabalho desenvolvido pelo educador. No presente capítulo apresentarei algumas definições de avaliação e a determinação dos critérios de avaliação definidos pela legislação. Abordarei também as funções do processo avaliativo e mostrarei as definições das avaliações classificatória, seletiva e diagnóstica. Descreverei a avaliação formativa versus somativa. Finalmente explanarei sobre a história da avaliação e suas eras. O ato de avaliar está presente na maioria das atividades humanas, das mais simples às mais elaboradas. Em uma simples compra de um eletrodoméstico, avaliamos para detectar se há algum defeito, tentamos avaliar sua qualidade e comparamos seu preço com outros equivalentes. Portanto, a ação de avaliar não se restringe à escola e as questões relacionadas à aprendizagem, tornando-se presente em nosso cotidiano. Avaliar é tão natural que as pessoas não se dão conta de que avaliam, agindo instintivamente sem ter um prévio conhecimento. Se o ato de avaliar está em todas as ações humanas, na educação o processo ensino/aprendizagem estão baseados em parâmetros como notas e conceitos para a promoção ou progressão de série ou ciclo, por isso a ação de avaliar é uma constante na escola. A avaliação da aprendizagem tem seus critérios definidos pela Lei das Diretrizes e Bases da Educação - LDB, Lei 9394/96, que no seu artigo 24, inciso V, determina que a avaliação deverá ser cumulativa e contínua, enfatiza ainda que o desempenho geral do educando deve ter maior peso que provas finais e que os aspectos qualitativos devem prevalecer sobre os quantitativos. Pela importância da avaliação no âmbito escolar, sendo, a mesma indissociável da aprendizagem, é necessário que seja de fato utilizada de forma adequada. Muitos educadores passam a refletir sobre o que é avaliação escolar. Essa reflexão é de suma importância para a reconstrução da prática pedagógica a qual vem passando por transformações, que interferem tanto na postura do educador como na postura do educando. A avaliação neste processo de ensino/aprendizagem é uma interação positiva, que abre espaço para o questionamento do aprendiz sobre sua realidade, o meio que influência o desenvolvimento de seu conhecimento, que se dá à longo prazo e não imediatamente. Daí a importância da construção desta ação avaliativa. Segundo Libâneo (1994 p.195) a avaliação está inserida na prática didática de forma permanente no trabalho docente, sendo esta ação cotidiana e constante, durante todo o processo ensino/aprendizagem. Diante desta definição, podemos constatar que avaliar é estar em constante processo de transformação e mudança, e ter na ação avaliativa uma aliada para as adaptações e modificações necessárias na prática pedagógica. A avaliação dá ao professor a oportunidade de redirecionar seu trabalho inicialmente planejado, permitindo correção de possíveis erros em sua prática pedagógica, para facilitar a apropriação do conhecimento pelos seus educandos. De forma análoga ao pensamento de Libâneo, Hoffmann (2000 p.17), define que: A avaliação é a reflexão transformada em ação. Ação, essa, que nos impulsiona a novas reflexões. Reflexão permanente do educador sobre sua realidade, e acompanhamento, passo a passo, do educando, na sua trajetória de construção do conhecimento. Essas definições estão em consonância com a prática cotidiana do professor comprometido com o ensino, que redefine constantemente sua prática pedagógica, usando como parâmetro o processo avaliativo, visando sempre a melhoria da aprendizagem do aluno. 2.1 Funções da avaliação No contexto escolar a avaliação é vista pela maioria dos educadores de forma contraditória a sua função. Alguns desconhecem outros negligenciam a verdadeira função avaliativa, aplicando de maneira equivocada a avaliação apenas para obter notas e resultados que às vezes não são condizentes com o conteúdo aplicado durante o período letivo ao qual o educando foi submetido. Esta forma de avaliar torna-se prática para o professor que tem uma carga horária estafante, mas é contrária ao verdadeiro objetivo de avaliar, tornando questionável o real desempenho do aluno. A avaliação é um instrumento complementar ao processo ensino/aprendizagem, e não deveria ser utilizada apenas para classificar, e ter como conceito nas avaliações dos educandos, certo ou errado. Esta forma de avaliar torna-se obsoleta e injusta, pois não avalia a aprendizagem do educando. É necessário levar em consideração a vivência do aluno no momento de avaliar, não fazendo apenas um julgamento de valor. Deste modo o mais importante para o educador e instituição é que ao final do período letivo sejam estabelecidas as notas, não importa de que forma foram adquiridas e se o aluno aprendeu ou não. Nesta avaliação classificatória ou seletiva, o conhecimento dos alunos é deixado em segundo plano. As avaliações são elaboradas não para auxiliar ou valorizar o conhecimento dos educandos e não lhes proporciona subsídios para que encontrem seus erros e acertos. E ao professor não dá respaldo para fazer uma reflexão necessária para mudar sua prática pedagógica, ao aplicar o conteúdo programático de sua disciplina. A avaliação classificatória tem como função apenas determinar se o educando é bom ou ruim, ou seja, se respondeu correto ou não as questões avaliadas. Esta forma de avaliar não mostra dados suficientes para o educador rever sua prática pedagógica, porque os dados utilizados que foram coletados nesta avaliação, não trazem informações suficientes para serem analisadas. Os resultados obtidos com esta forma de avaliação não são claros e também não são confiáveis porque apenas seleciona. Segundo Luckesi (1999, p.35), a avaliação classificatória ou seletiva, é um instrumento utilizado de forma autoritária, barrando o desenvolvimento de muitos daqueles que passaram pelo ambiente escolar, num processo excludente e que perpetuam as diferenças sociais. Para que os professores estejam providos de dados para mudar a sua postura de ensinar e alcançar seus objetivos diante dos seus educandos é necessário que utilize a avaliação de forma correta e precisa, utilizando-a para fins diagnósticos. Desta forma a real função da avaliação diagnóstica é de mostrar e auxiliar o processo da aprendizagem através da sua construção que deverá ser satisfatória. Na avaliação diagnóstica, o educando está em primeiro plano, seu conhecimento é posto em primeira instância, a qualidade sobrepõe a quantidade. Ao longo deste processo tanto o educando como o educador falam e caminham conjuntamente. O conhecimento prévio do educando é levado em consideração e avaliado como um todo e não apenas pelo que adquiriu em sala de aula. Com esta forma de avaliar o professor poderá se sentir mais à vontade, tendo na avaliação diagnóstica um instrumento de apoio para o avanço de seu trabalho pedagógico, para identificar novos rumos a serem tomados e quais caminhos serão percorridos, onde está o erro ou o que será mudado na sua prática pedagógica. Através da avaliação diagnóstica, o professor terá a oportunidade de perceber que cada aluno aprende de maneira diferenciada, seu momento deve ser respeitado e seu nível de aprendizagem. Vale ressaltar que na avaliação diagnóstica, o erro é fundamental para a tomada de decisão, ele é tomado como um ponto positivo e embora para alguns professores seja visto apenas como um ponto negativo. Os professores que não tem o hábito de utilizar a avaliação diagnóstica para a tomada de decisões, não poderão dar previamente ao aluno o feedback necessário do período letivo. Esta avaliação permite retomadas constantes ao processo ensino/aprendizagem para ser diagnosticada e novas estratégias utilizadas, para acompanhar a apropriação do conhecimento pelo aluno. Reportando-me a Luckesi (1999, p.43) que diz: Contudo, nesse contexto mais técnico, o elemento essencial, para que se dê à avaliação educacional escolar um rumo diverso ao que vem sendo exercitado, é o resgate da sua função diagnóstica. Para não ser autoritária e conservadora a avaliação terá de ser diagnóstica, ou seja, deverá ser o instrumento dialético do avanço, terá que ser o instrumento da identificação de novos rumos. Enfim, terá de ser o instrumento do reconhecimento dos caminhos percorridos e da identificação dos caminhos a serem perseguidos. 2.2 Avaliação Formativa versus Avaliação Somativa Avaliar os alunos ao final do período do curso ou do período letivo não assegura ao professor a chance de fornecer ao educando o feedback necessário para que ele inicie o próximo período de forma confiante e mais amadurecido. Suas dúvidas e anseios precisam ser sanados. É importante que o aluno tenha a possibilidade de expor o que errou e por que errou, e a única forma de fazer isto, será avaliando passo a passo o processo da aprendizagem, de maneira que o educando não seja prejudicado na formação do seu conhecimento, diante do conteúdo aplicado. Com esta prática o educador terá a chance de refletir e fazer mudanças benéficas na sua prática pedagógica, e desenvolver estratégias necessárias para obter bons resultados do seu trabalho junto aos seus alunos. Por este motivo, a avaliação não poderia ser aplicada apenas ao final do período deixando os alunos à mercê de uma avaliação mal concebida. A avaliação somativa ou final não fornece ao professor subsídio necessário para tomada de decisões e quais critérios deveriam ser utilizados para mudar sua prática pedagógica. Avaliar de forma somativa apenas sistematiza o processo da aprendizagem, dando uma falsa idéia de que o aluno adquiriu o conhecimento de maneira satisfatória, sendo que na maioria das vezes ele apenas estudou de véspera, para fazer a prova e conseguir a nota. No entanto, esta avaliação é prejudicial ao aprendizado do educando. Através desta avaliação o educador não verifica se o aluno aprendeu ou não. Esta forma de avaliar infelizmente tornou-se tradicional entre uma grande parcela dos professores e também por parte de alguns estabelecimentos de ensino. A avaliação somativa é julgada como uma maneira rápida e fácil de avaliar, não dando muito trabalho para ser corrigida e poupando tempo dos profissionais da educação, ou seja, o professor não tem a preocupação de fazer uma análise minuciosa do que o aluno aprendeu, porque ele está avaliando apenas para cumprir seu trabalho e estabelecer resultados através das notas. Com esta prática os professores apenas classificam seus alunos com uma determinada nota ou conceito, desperdiçando uma ótima oportunidade para transformar suas avaliações em instrumento para ajudar seus alunos. Segundo a LDB, Lei nº 9394/96 artigo 24, inciso V (1997, p.20), o rendimento escolar do educando se dá ao longo do período, através de uma avaliação contínua e cumulativa. O desempenho do aluno precisa ser observado durante todo o processo da aprendizagem e não em um único momento, dando ênfase a formação qualitativa e não a quantitativa. Diante dos avanços acima propostos, levar em consideração o conhecimento prévio do aluno é fundamental e necessário para que a verificação do processo ensino/aprendizagem seja dada de forma gradativa respeitando o momento de cada educando. Com a aplicação da avaliação somativa esta verificação torna-se inviável para a descoberta das dificuldades do aprendiz. O trabalho pedagógico do professor permanece estagnado de forma que compromete o progresso e avanços dos educandos. Aplicar somente a avaliação somativa ao final de cada período é como condenar o saber do aluno a morte. Podemos dizer que este método quando utilizado apenas mascara o saber do educando comprometendo o que ele aprendeu durante o processo de formação do seu conhecimento. Desta forma a avaliação ao final do curso não mostra a direção que o professor precisa seguir, torna-se importante apenas para obter resultados. Resultados estes que podem ser positivo ou negativo. Na visão da avaliação somativa o educando não é o objeto principal e nem sua aquisição do conhecimento. Com a avaliação aplicada ao final do período, o aluno não tem a chance de rever seus erros e mostrar o que realmente aprendeu e o mais grave nesta forma avaliativa é que o educando não tem a oportunidade de se manifestar sobre seu erro. Na forma avaliativa formativa acorre o contrário. O aluno é avaliado continuamente. Esta avaliação lhe proporciona a aquisição do conteúdo de forma verdadeira, possibilita ao professor a tomada de decisões através dos dados coletados. Diante destes dados ele percebe onde é necessário mudar para que o processo de ensino/aprendizagem ocorra de maneira eficaz. O conteúdo é retomado caso o professor considere necessário e o educando se sente integrado ao conteúdo que está sendo ensinado. Por outro lado, o professor também se sente mais à vontade porque a avaliação formativa auxilia seu trabalho e torna-o mais produtivo. De certa forma este método de avaliar aproxima o educando de seu educador. O professor consegue observar melhor as condições de cada aluno e leva em consideração o momento de cada um observando-o de maneira minuciosa. Esta verificação do conhecimento não se dá de um momento para outro, mas cumulativamente, e para que isto ocorra é necessário tempo, este tempo é disponibilizado com a avaliação formativa. Ao trabalhar com o que o educando já sabe, o professor tem um melhor aproveitamento do que foi planejado, e o seu trabalho será menos desgastante. Se a avaliação da aprendizagem é um fator educativo capaz de gerar mudanças, deve ser aplicado corretamente para que esta mudança realmente aconteça, garantindo ao educando uma melhoria na qualidade do ensino. A avaliação sendo parte indissociável do processo ensino/aprendizagem, como dito anteriormente, não deve ser utilizada de maneira contrária a esses princípios, mas para esclarecer e auxiliar o professor. A avaliação não pode ser um instrumento repressor ou que auxilie o professor a manter a disciplina na sala de aula, e sim um recurso que auxilie a progressão de seu aluno em todos os aspectos, não apenas no educacional. Se a prática avaliativa exerce a função de gerenciamento da progressão da aprendizagem. Avaliar deveria ser uma constante no cotidiano do professor. Como afirma Perrenoud (2000, p.49): “Para gerir a progressão das aprendizagens, não se pode deixar de fazer balanços periódicos das aquisições. Eles são essenciais para fundamentar decisões de aprovação ou de orientação(...)”. Diante desta afirmação podemos concluir que a avaliação não tem apenas a função de “gerir a progressão”, mas deve contribuir para que o professor procure estratégias para melhorar e desenvolver sua prática pedagógica no período letivo em que se encontra, e não aguardar para aplicar a avaliação somente ao final do período, não dando o respaldo que seu aprendiz precisa e procura. 2.3 Breve histórico da avaliação Dentro da história da educação a forma de como o profissional da educação deve avaliar seu educando vem sendo discutida há muito tempo. Desta forma a avaliação tornouse objeto de estudo e discussão entre alguns estudiosos. Segundo Retorta (2006, p.13), a evolução dos processos avaliativos dos últimos cinqüenta anos é superior aos dos séculos anteriores. Os períodos evolutivos da avaliação têm seus três estágios delimitados no artigo “Language testing: art or science” de Spolsky (1976) como Pré-científico, PsicométricoEstruturalista e Psicolingüístico-Sociolingüístico que são respectivamente denominados como Jardim do Éden (Garden of Éden), Vale das Lágrimas (Vale of Tears) e A Terra Prometida (The Promised Land) no artigo “Communication language testing: revolution or evolution” de Morrow (1979). Período Pré-científico ou Jardim do Éden Este período perdurou por muitas décadas e durou até aproximadamente a década de 40 do século passado. Neste período os métodos avaliativos não tinham embasamento científico. A avaliação era única e exclusiva responsabilidade do professor. Não era necessário que o educador tivesse conhecimento teórico sobre o processo avaliativo, considerava-se que avaliar era um dom, uma arte pessoal do próprio educador. A forma utilizada para avaliar seus alunos não sofria nenhum questionamento teórico sobre a sua real função. A referência para a elaboração das tarefas a serem avaliadas era um processo intuitivo do professor. Uma característica deste período era a grande utilização das tarefas como escrever redações, traduções e ditados. As mudanças ocorridas que deram outro sentido ao ensino/aprendizagem fizeram surgir um novo período da avaliação. Período Psicométrico-Estruturalista ou Vale de Lágrimas Neste período o dom e a arte própria do professor de avaliar foram deixados de lado, para dar lugar à objetividade. Avaliar passa a ter um caráter cientifico onde são enfatizadas as características “tais como validade, confiabilidade, praticidade, substituindo as medidas essencialmente intuitivas que predominavam na fase anterior” Scaramucci (1987 p.81). O caráter científico sobrepunha a habilidade com testes de múltipla escolha. Estes testes facilitavam a obtenção de dados quantitativos. Neste período a avaliação do conhecimento era centrada em apenas um item, por exemplo, na língua concentrava-se na estrutura lexical. Os educandos não eram avaliados de forma global, o conteúdo era cobrado isoladamente. Essa fragmentação no ensino da língua e a visão puramente cientifica da avaliação faz com que Morrow (1981) defina este período como “Vale de Lágrimas”. Psicolingüística-Sociolingüística ou A Terra Prometida Por volta dos anos 70 a avaliação toma um novo rumo, diferente da forma científica de avaliar do período anterior com seu excesso de objetividade. Período que Morrow ainda utilizando definições bíblicas chama de A Terra Prometida. Nesta fase é focada a contextualização do conhecimento faz-se uma integração de habilidades do educando. O conteúdo não é mais avaliado de maneira isolada, por exemplo, os testes de línguas englobam fatores sociolingüísticos, aspectos culturais e tarefas comunicativas. A coleta de informações no processo avaliativo não pode restringir-se apenas a um instrumento de avaliação uma prova ou um teste. A partir deste período torna-se importante toda uma combinação de mecanismos de avaliação. Toda e qualquer participação do educando passa a ter significado para o processo avaliativo. O professor através desta observação pode avaliar de forma holística. CAPÍTULO 3 - METODOLOGIA No capítulo anterior apresentei algumas definições de avaliação e suas funções no contexto escolar. Desta forma procurei construir uma base teórica para este estudo. Neste capítulo abordarei na seção 3.1 o cenário onde foi realizada a pesquisa. Na seção 3.2, descreverei os procedimentos e o instrumento de pesquisa utilizado. Finalmente, na seção 3.3, apresentarei os sujeitos desta investigação. Neste estudo foi utilizada uma pesquisa qualitativa interpretativista que segundo González-Rey citado por Benício (2007 p.35) “é um processo dialógico que implica tanto o pesquisador quanto as pessoas pesquisadas (...) A ênfase recai nos processos de construção e interpretação e não na resposta”. 3.1 Cenário Os cenários desta pesquisa foram duas escolas públicas estaduais, ambas de ensino fundamental situadas em regiões diferentes. Os perfis dos seus educandos são parecidos: alguns vivem em moradias irregulares, ou seja, popularmente conhecidas por invasões e os demais são moradores dos conjuntos habitacionais populares dos bairros da região. Embora alguns tenham condições sociais mais confortáveis, eles, na maioria das vezes são oriundos de famílias desestruturadas, nas quais a figura paterna está ausente. Esta situação familiar interfere direta ou indiretamente no processo ensino/aprendizagem e no relacionamento com os professores e com reflexo na forma do professor avaliar esses alunos. A escola E.H.D.E.F está situada em um bairro com grande especulação imobiliária, e tornou-se um bairro considerado de alto padrão, onde foram construídos edifícios e condomínios para a classe A e B. Os alunos que freqüentam a escola são filhos e netos dos antigos moradores do bairro. que tinham acesso a moradia na região antes da especulação imobiliária, e os demais alunos moram nas invasões em bairros próximos a escola. A escola E.P.C.E.F. situa-se em um bairro tradicional da cidade de Curitiba e seus moradores são das classes B e C. Apesar de alguns alunos morarem próximos da escola, a maioria deles são moradores de invasões que existem num bairro próximo a esta escola que é a escola pública mais próxima de suas moradias. 3.2 Procedimentos e instrumento de pesquisa A pesquisa utilizou para coleta de dados, um questionário elaborado com 11 questões. O questionário (Apêndice A) é composto de 10 questões abertas e de 1 questão fechada de múltipla escolha. O questionário foi aplicado para vários professores de atuação em diferentes áreas do conhecimento. As questões tinham por objetivo facilitar a compreensão da forma como os professores utilizam e percebem as funções das avaliações. 3.3 Sujeitos da pesquisa Os sujeitos desta pesquisa foram os professores das escolas públicas estaduais do Município de Curitiba, que compreendem a Escola E.H.D. e a Escola E.P.C. A professora da Escola E.H.D., determinado como professora A tem quinze anos de magistério, todo este período trabalhou em escola pública e sempre com a disciplina de Geografia. A professora da Escola E.H.D. determinada como professora B é formada há nove anos e leciona há três na escola pública. Esta professora ministra as disciplinas de História e Ensino Religioso. A professora da Escola E.P.C. determinada como professora C tem vinte e um anos de magistério, todo este período trabalhou em escola pública como professora de Educação Física também leciona a disciplina de Ciências. Ela sempre trabalhou com ensino fundamental. Uma quarta professora determinada como professora D também da Escola E.P.C. é formada há onze anos e leciona a disciplina de História no ensino fundamental, médio e superior. Na escola pública ministra a disciplina de História e na Faculdade particular leciona História da Educação. O presente capítulo teve por objetivo, apresentar a metodologia de pesquisa deste estudo e a sua justificativa. Para este trabalho apresentei uma pesquisa qualitativa interpretativista, descrevi ainda os cenários, onde foram realizados a pesquisa e os procedimentos e instrumento para a coleta dos dados, assim como os sujeitos participantes. . CAPÍTULO 4 – ANÁLISE DOS DADOS No capítulo anterior, apresentei os cenários onde foi realizada a pesquisa. Descrevi os procedimentos e instrumento usados para coleta de dados e apresentei os sujeitos investigados. Apresentei ainda, quais os tipos de avaliação usados por eles para avaliar seus educandos. Este capítulo tem por objetivo apresentar os resultados da pesquisa, através dos dados coletados e fazer uma comparação de cada item pesquisado. Todas as professoras denominadas A, C e D, das escolas pesquisadas têm mais de dez anos de magistério, com exceção da professora denominada B que tem nove anos de magistério. As professoras da Escola E.H.D.E.F. denominadas A e B e também as da Escola E.P.C.E.F. denominadas C e D, foram categóricas em suas afirmações, não houve divergência entre elas. Todas entendem que a avaliação é tudo que o professor faz para verificar se o educando aprendeu e também para prepará-lo para a vida social a qual ele está inserido. Neste item analisado, as professoras deram as mesmas respostas dizendo que suas avaliações tinham por objetivo verificar se o aluno aprendeu satisfatoriamente o conteúdo aplicado, perceber a evolução do educando diante deste conteúdo e o nível de aprendizagem de cada aluno e verificar se o seu trabalho está influenciando no seu desenvolvimento intelectual e crítico. A avaliação empregada pelas professoras denominadas A, B e D, são muito parecidas, ou seja, todas utilizam a prática da avaliação escrita e trabalho em equipe. Quanto a professora denominada C, ela utiliza a prova prática e a participação como formas de avaliação dos seus alunos. Segundo a professora este método é utilizado porque ela ministra aula de educação física. A professora denominada A, simplesmente aplica a avaliação subjetiva e objetiva, critério utilizado por ela para avaliar seus educandos. As professoras denominadas B, C e D elaboram suas avaliações diante do conteúdo aplicado em sala através de trabalhos realizados pelos alunos e baseiam-se também no nível de aprendizagem em que a turma se encontra para elaborarem os testes. As professoras das Escolas pesquisadas denominadas A, B, C, e E avaliam seus alunos diariamente. Todas as professoras utilizam a mesma freqüência para avaliar seus educandos. A professora da Escola E.H.D.E.F. denominada professora A compõe as notas de seus alunos com várias atividades em sala e uma avaliação bimestral no valor de 4,0 pontos. Todas estas atividades são somadas para adquirir o valor final que é a nota 10,0. Deste modo se o seu aluno faz todas as atividades aplicadas pela professora, que são compostos de trabalhos em sala, confecções de mapas etc., estas notas são somadas e atribuída a média final do aluno. As professoras denominadas B, C e D fazem três avaliações e as notas adquiridas pelos alunos são somadas para obter as suas médias. Seus trabalhos, em sua maioria são individuais e aplicados em sala. Para a professora denominada A, os alunos são reprovados quando não demonstram aptidões e desenvolvimentos necessários para seguir adiante em seu conteúdo. A professora frisou ainda que “não é o professor que reprova o aluno, porque este apenas avalia o desempenho do educando”. Para as professoras denominadas B e D, seus alunos são reprovados nas seguintes circunstâncias: quando não demonstram interesse pela disciplina, quando ao final do ano letivo a aprendizagem está muito aquém da dos demais educandos da turma e quando há faltas em excesso. A professora denominada C reprova o aluno quando o mesmo tem faltas em excesso e suas notas estão abaixo da média. Quando a maioria dos alunos vai mal na prova, as professoras denominadas A e D têm a mesma opinião em relação à atitude a ser tomada, ambas retomam o conteúdo e tentam melhorar o nível de aprendizagem do aluno. As professoras denominadas B e C aplicam recuperação após revisar o conteúdo. Com esta prática o educando terá a chance de recuperar o que ele não aprendeu durante o período em que o conteúdo foi aplicado, afirmaram as duas professoras. Se apenas alguns alunos vão mal na sua disciplina as professoras denominadas A e D retomam o conteúdo da avaliação aplicada anteriormente. A professora denominada B analisa o aluno para saber se o problema está com seu educando ou com ela. A professora denominada C faz recuperação após revisão. Apenas a professora denominada A teve a disciplina de avaliação em sua formação universitária. Ela frisou que foi uma disciplina que lhe deu subsídios para avaliar seus educandos com coerência. As professoras denominadas B, C e D não tiveram a disciplina de avaliação em sua formação acadêmica. A professora denominada B, como não teve a disciplina de avaliação, afirmou que aprendeu avaliar o seu educando através de seu interesse próprio e a sua preocupação em relação ao seu estudo. A professora denominada C aprendeu a avaliar com os professores mais experientes, ou seja, com seus colegas de trabalho e com a prática do seu cotidiano. A professora denominada D, não argumentou sobre o item. Após a análise dos dados coletados através do questionário, nota-se que as professoras não tem a percepção de funções da avaliação. Em nenhum momento foi dito avaliação diagnóstica, somativa ou qualquer outra avaliação. Elas falaram em verificação de aprendizagem, mas não disseram quais seriam as atitudes a serem tomadas para mudar a forma de avaliar seus alunos. No item nove do questionário, nenhuma das professoras cogitou a idéia de que o problema poderia estar com a sua metodologia, ou seja, como ela está apresentando ao aluno o conteúdo. Sempre sugeriram que a dificuldade de aprendizagem está somente no educando e não na prática pedagógica do professor. Neste capítulo, pudemos chegar à conclusão de que os professores pesquisados, não têm o conhecimento de como devem avaliar seus educandos. Notou-se também que a visão que os educadores possuem sobre o que é avaliar, não é coerente com os métodos avaliativos que eles aplicam em sala de aula e negligenciam a função primordial da avaliação. Assim este instrumento de suma importância, que deveria ser utilizado para diagnosticar e verificar o desempenho de seus alunos é usado meramente para classificar. Diante deste resultado, nota-se que o não conhecimento na formação acadêmica do professor sobre avaliação, influencia na sua vida profissional de forma negativa. CAPÍTULO 5 – CONCLUSÃO Neste capítulo, apresentarei a conclusão desta pesquisa. Na seção 5.1, apresentarei o resumo dos resultados da pesquisa. Na seção 5.2, apresentarei as limitações que foram encontradas no desenvolvimento desta pesquisa qualitativa interpretativista e finalmente na seção 5.3, falarei da contribuição deste trabalho para a o ensino e avaliação das escolas, onde foram desenvolvidas as observações. 5.1 Resumo dos resultados Este estudo teve por objetivo investigar quais são as percepções que os professores têm dos tipos de avaliações. Foram observados também quais os critérios que os profissionais da educação utilizavam para avaliar seus educandos e com quais objetivos. Os resultados deste estudo deixaram evidente que os educadores, não estão familiarizados com os tipos de avaliações e nem quais são as suas funções. Deste modo estes educadores não demonstraram a importância do conhecimento necessário em relação à avaliação e sua real função que é de diagnosticar. Através das respostas do questionário há evidências de que os professores não aproveitam o conhecimento prévio do aluno para avaliar e quando a maioria dos educandos vai mal nas suas avaliações, os educadores não fazem reflexões sobre como está sendo desenvolvido seu trabalho. Esses educadores acreditam que a retomada dos conteúdos prejudicam o cronograma estabelecido, pois o estabelecimento de ensino determina prazos para que seu planejamento seja cumprido. Com esta atitude quem acaba sendo prejudicado é o aluno que não tem o feedback do conteúdo ensinado. Como afirma Carissimi (2007, p.9) “A avaliação é parte fundamental do processo ensino aprendizagem, que implica uma análise, um diagnóstico dos avanços e dificuldades dos alunos”, em consonância com a afirmação da autora, podemos concluir que a avaliação além de ser parte fundamental do ensino/aprendizagem, deve-se levar em conta tudo que o aluno sabe para ter uma avaliação eficiente e não perder a oportunidade de mostrar ao seu educando qual é seu erro e como poder transpor suas dificuldades. Para o desenvolvimento satisfatório deste trabalho o professor não pode ignorar que a função primordial da avaliação é a de diagnosticar para determinar qual caminho seguir com o seu trabalho pedagógico. 5.2 Limitações do trabalho A avaliação faz parte do cotidiano do professor, não apenas do ensino fundamental, médio e superior. Deste modo, apesar da avaliação fazer parte do dia-a-dia do educador em sua prática pedagógica, houve algumas resistências em relação ao tema avaliação. Alguns professores se recusaram a responder ao questionário por ser este tema abordado, alegando que não estavam preparados para falar com segurança sobre o assunto. Esta atitude impossibilitou que o estudo tivesse maior abrangência em relação ao cenário e aos sujeitos da pesquisa. Assim o tema avaliação, mesmo sendo muito discutido entre os educadores, muitos profissionais não dão a devida importância para esta prática. Alguns vão mais longe, negligenciam as várias formas de avaliar. Diante desta situação quando o professor precisa responder ou falar sobre este assunto sente-se desconfortável e inseguro, pois alega ser um tema desconhecido e que precisa conhecer melhor as funções da avaliação. Apesar da avaliação fazer parte da vida destes profissionais, suas atitudes nos causam surpresa. É necessário que estes profissionais melhorem a qualidade das avaliações aplicadas para seus educandos e que também se interessem em aprofundar seus conhecimentos sobre o que é avaliar e como avaliar, diante das dificuldades encontradas em relação aos seus alunos. Ver na avaliação um instrumento que possa utilizar de maneira positiva e não torná-la prejudicial a seus educandos e a si mesmo deve ser uma prática cotidiana do professor. Para que esta mudança ocorra, o professor precisa tomar consciência da importância de avaliar. Ele deve avaliar com a responsabilidade de ensinar e não simplesmente para cumprir as imposições do estabelecimento de ensino e do cronograma do planejamento pedagógico, mas também para verificar se seu trabalho está sendo desenvolvido adequadamente. O professor deve ter a consciência de que ele pode mudar o rumo de uma escola inteira e até mesmo mudar o rumo da vida de seu aluno. Se ele aprofundar seus conhecimentos em relação à avaliação, seu trabalho será mais prazeroso. Ele saberá o que está fazendo e que caminho seguir para desempenhar adequadamente o seu papel de educador. 5.3 Contribuições Ao perceber que muitos professores não davam a real importância para a forma de avaliar seus educandos, este estudo faz sua contribuição para que estes profissionais reflitam e possam entender as várias formas de avaliar e sua real função. Deste modo se faz necessário o conhecimento prévio do educador sobre o que é avaliar, e que todas as circunstâncias avaliativas são válidas para que o aluno não seja prejudicado no processo avaliativo desenvolvido. Outra contribuição deste estudo é alertar os profissionais de que a questão social do seu educando influencia de forma significativa no desempenho em sala de aula. É necessário que o professor ao avaliar leve em consideração a condição não só emocional, mas também social do aluno. Se o educador utilizar esta prática avaliativa, ele obterá subsídios necessários para a correta avaliação do seu educando e também não perde a oportunidade de conhecer melhor seu aluno e desenvolver seu trabalho pedagógico de maneira eficaz. Assim o educador não prejudicará seu aluno, pois oportunizará a ele possibilidades de recuperação. Uma terceira contribuição está relacionada à forma como os professores utilizam a avaliação. Muitos a utilizam de forma inadequada diante do conteúdo aplicado, ou seja, nem sempre o conteúdo ministrado em sala para o aluno é coerente com aquele que o professor cobra na avaliação. E na maioria das vezes esta avaliação não é usada para diagnosticar e tomar decisões. O professor deve ter a consciência de que a avaliação é um instrumento facilitador para que o mesmo crie novas situações no processo da aprendizagem, que possibilite ainda trilhar novos caminhos, para que o processo ensino/aprendizagem de seu aluno seja completo, e que a retomada dos conteúdos será permitida por ele sempre que achar necessário, independente do prazo dado pela instituição ou do que foi planejado. Deste modo o educador não deve ser prejudicado ao fazer seu trabalho e nem seu educando. É importante uma análise do educador sobre avaliação ou o modo de como ele vai avaliar. Esta reflexão deve ser feita para dar respaldo ao educador em seu trabalho pedagógico. Se a investigação se limitasse em apenas um participante, provavelmente não teríamos a possibilidade de enxergarmos a avaliação como um fator de suma importância para o conhecimento e crescimento, tanto do aluno quanto do professor. Teríamos uma investigação incompleta de como o aspecto avaliativo interfere no ensino, seja do ponto negativo ou positivo. Através desta investigação pretendo alertar aos professores participantes, para o fato de que a avaliação é de alta relevância e que tem influência direta no modo em que o ensino está sendo aplicado. Para discutir sobre as formas avaliativas empregadas no cotidiano do ensino escolar é necessário ter conhecimento do que está sendo desenvolvido na forma de avaliar e qual a posição da instituição perante os métodos avaliativos dos professores. O estudo visa também mostrar aos profissionais da educação que seus métodos avaliativos precisam ser revistos e serem iguais a sua prática em sala de aula, não deixar que a real função da avaliação permaneça apenas na teoria, mas que esteja presente também na sua prática. Portanto quanto mais se adquire conhecimento teórico sobre o tema avaliação, mais eficiente torna-se sua aplicação prática. REFERÊNCIAS BENÍCIO, Miliane Nogueira Magalhães. Escrita e processos de letramento: construindo inter-relações entre conhecimento sistematizado e práticas sociais letradas. 2007 – Dissertação. Universidade de Brasília – UNB, Brasília, DF, 2007. Disponível em: http://www.bdtd.bce.unb/.../processaArquivo.php?codArquivo=2413&PHPSESSID=78dd0 2cff4c29172e6a3879e0ababf9e. Acesso em 23/05/2008, 20:30. BRASIL, Ministério da Educação. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional 9394/96. Brasília, 1996. CARISSIMI, Aline Chalus Vernick. Avaliação da aprendizagem: Concepção, trabalho docente e cultura escolar. Revista chão da escola. Curitiba: Editora e Gráfica Popular, 2007. ed. nº 6, p. 9. GONZÁLEZ-REY, F. L. Pesquisa qualitativa em psicologia: caminhos e desafios. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2002. HOFFMANN, Jussara Maria Lerch. Avaliação mediadora: uma prática em construção da pré-escola à universidade. Porto Alegre: Editora Mediação, 1997. _______. Avaliação: mito e desafio: uma perspectiva construtivista. Porto Alegre: Editora Mediação, 2000. LIBÂNEO, José Carlos. Didática: Coleção magistério 2º grau: Série formação do professor. São Paulo: Editora Cortez, 1994. LUCKESI, Cipriano Carlos. Avaliação da aprendizagem escolar: estudos e proposições. São Paulo: Cortez, 1999. ______. Filosofia da Educação. São Paulo: Cortez, 1994. MORROW, K. Communicative language testing: revolution or evolution? In: BRUMFIT, C. J.; JOHNSON, K. (Eds). The communicative approach to language teaching. Oxford: Oxford University Press, 1979. p. 143-58. PERRENOUD, Philippe. Dez novas competências para ensinar. Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 2000. RETORTA, Miriam Sester. Efeito Retroativo do Vestibular da Universidade Federal do Paraná no ensino de língua estrangeira no ensino médio do Paraná. Tese. Universidade Federal do Paraná. Curitiba, 2006. SCARAMUCCI, M. V. R. Avaliação de rendimento no ensino-aprendizagem de português língua estrangeira. 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Qual o objetivo principal de suas avaliações? _________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________ 4. Como você avalia seus alunos? ( ) prova escrita ( ) prova oral ( ) participação em sala ( ) trabalho em equipe ( ) trabalho individual ( ) trabalho de pesquisa ( ) outra 5. Quais os critérios que você utiliza para elaborar suas avaliações? _________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________ 6. Com que freqüência você avalia seus alunos? _________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________ 7. Como você compõe as notas das médias de seus alunos? Quantas avaliações você utiliza para compor a média bimestral? _________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________ 8. Em que circunstância você reprova um aluno? _________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________ 9. O que você faz quando a maioria dos alunos vai mal na prova? _________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________ 10. E quando somente alguns vão mal, o que você faz? _________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________ 11. Você teve a disciplina ‘avaliação’ na faculdade? Caso positivo, você achou que te influenciou positivamente na prática? Caso negativo, como você aprendeu a avaliar? _________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________