Análise, interpretação e
apresentação
DISCIPLINA: PESQUISA EM EDUCAÇÃO
APRESENTAÇÃO: LOURENÇO DE OLIVEIRA BASSO
Analisando as evidências do estudo de caso
 Análise de dados consiste em examinar,
categorizar, classificar em tabelas, testar ou
recombinar as evidências quantitativas e
qualitativas para responder às questões de pesquisa.
 Técnicas para análise:
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



Adequação ao padrão
Construção de explanação
Análise de séries temporais
Modelos lógicos
Síntese de casos cruzados
Dados: e agora?
 O que fazer com as evidências coletadas?
 Na análise estatística: ferramentas, fórmulas, receitas fixas.
 No estudo de caso: estilo de pensar do pesquisador + apresentação
de evidências + análise cuidadosa de interpretações
 Manipulação dos dados (Miles e Huberman, 1994):
 Dispor as informações em séries
 Criar matriz de categorias para as evidências
 Criar modos de apresentação (fluxogramas, gráficos) dos dados
para análise
 Tabular frequência de eventos
 Examinar relação entre essas tabulações, calculando médias e
variâncias
 Realizar disposição cronológica das informações
Estratégia analítica
 Uso de uma estratégia analítica geral ajuda a
considerar as evidências de forma justa, produzir
conclusões analíticas convincentes e eliminar
interpretações alternativas. Deve ser pensada antes
da coleta de dados.
1.
2.
3.
Baseando-se em proposições teóricas que levaram ao
estudo de caso: dão forma ao plano de coleta de dados e
estabelecem prioridades/relevância dos dados obtidos.
Pensando sobre explanações concorrentes: pensar e
buscar hipóteses concorrentes, evitando acusação de
influência.
Desenvolvendo uma descrição de caso: estrutura descritiva
para organizar o estudo.
Técnicas analíticas: adequação ao padrão
 Comparação de um padrão fundamentalmente empírico
com outro de base prognóstica, reforçando sua validade.
 Variáveis dependentes não-equivalentes tidas como
padrão: variáveis distintas com padrão pré-estabelecido,
cuja negação pode questionar a proposição inicial da
pesquisa.
 Explanações concorrentes como padrão: cada explanação
envolve um padrão de variáveis independentes que é
mutuamente excludente (se uma for válida, as outras
não podem ser).
Técnicas analíticas: construção da explanação
 Objetivo: analisar os dados do estudo de caso
construindo uma explanação sobre o caso.
 Elementos da explanação: forma de narrativa,
refletindo algumas proposições teoricamente
significativas.
 Natureza iterativa da construção de explanações:
explanação final representa o resultado de uma série
de iterações.
 Problemas em potencial na construção de
explanações: desvio a cada iteração do tópico
original de interesse.
Técnicas analíticas: análise de séries temporais
 Objetivo: examinar questões do tipo "como" e "por
que" sobre as relações dos eventos ao longo do
tempo.
 Séries temporais simples x Séries temporais
complexas (padrão duplo)
 Cronologia: pesquisar eventos ao longo do tempo.




Alguns eventos sempre devem acontecer antes de outros
Alguns eventos sempre devem acontecer depois de outros
Alguns eventos só podem seguir outros depois de um tempo
Certos períodos de tempo marcados por eventos que diferem
de outros períodos
Técnicas analíticas: modelos lógicos
 Estipula um encadeamento complexo de eventos ao
longo do tempo: causa-efeito-causa-efeito.
 Consiste em comparar eventos empiricamente
observados com eventos teoricamente previstos.
 Inserção de sequencias concorrentes de eventos.
 Tipos: nível individual, nível organizacional, nível de
programa.
Técnicas analíticas: síntese de casos cruzados
 Exclusivamente para casos múltiplos.
 Estudos de caso individual independentes feitos
anteriormente ou como parte do mesmo estudo.
 Grande número de casos permite incorporar técnicas
quantitativas.
Princípios para a qualidade da análise
 Análise se baseou em todas as evidências.
 Análise deve abranger todas as principais
interpretações concorrentes.
 Análise deve se dedicar aos aspectos mais
significativos de seu estudo de caso.
 Utilizar seu conhecimento prévio de especialista
em seu estudo de caso.
Análise textual qualitativa
 Processo importante, seja a partir de textos existentes ou de
materiais produzidos (entrevistas, observações).
 3 etapas:



Etapa 1 - Desmontagem do texto (unitarização): analisar
materiais em detalhes, fragmentando-os até atingir
unidades.
Etapa 2 - Estabelecimento de relações (categorização) :
construir relações entre as unidades de base, formando
conjuntos mais complexos chamados de categorias
Etapa 3 - Captando o novo emergente: análise permite a
comunicação da nova compreensão, assim como sua crítica e
validação, resultando em uma nova combinação das
unidades e categorias.
Desmontagem do texto (unitarização)
 Todo texto permite uma multiplicidade de leituras, que
levará à atribuição de sentidos e significados pelo leitor, a
partir de seus conhecimentos e teorias.
 Atitude fenomenológica na leitura: exercitar uma
leitura a partir da perspectiva do outro (ex: pesquisa
etnográfica).
 As teorias estão presentes na leitura e também nas
diferentes etapas de análise.
 Corpus: conjunto de textos que representam os dados da
pesquisa. Seleção e delimitação rigorosa para obter dados
válidos e confiáveis.
Desmontagem do texto (unitarização)
 Como se delimita o corpus? Seleciona-se uma amostra
capaz de produzir resultados válidos e representativos em
relação aos fenômenos investigados (saturação - coleta e
análise paralelos).
 Desconstrução e unitarização: processo de
desmontagem dos textos, destacando seus elementos
componentes (unidades de análise), cujo tamanho é
definido pelo pesquisador.
Desmontagem do texto (unitarização)
 Etapas da unitarização:
1. Fragmentação do texto e codificação de cada
unidade.
2. Reescrita de cada unidade assumindo um
significado (+ completo possível).
3. Atribuição de um nome ou título para cada
unidade assim produzida.
 Tornar caótico o que era ordenado, para então
iniciar a construção do novo (metatexto).
Estabelecimento de relações (categorização)
 Processo de categorização: comparação
constante entre as unidades definidas no processo
inicial de análise, levando ao agrupamento de
elementos semelhantes (categoria).
 Retorno cíclico aos mesmo elementos,
aperfeiçoando e delimitando as categorias cada
vez com mais rigor e precisão.
Estabelecimento de relações (categorização)
 Como chegar às categorias?
 Método dedutivo (do geral para o particular): categorias
deduzidas das teorias de fundamento da pesquisa.
 Método indutivo (do particular para o geral): construir
categorias a partir do corpus, por comparação e contraste
entre as unidades de análise.
 Misto: indução auxilia a aperfeiçoar um conjunto prévio de
categorias produzidas por dedução.
 Método intuitivo (abdução): supera a racionalidade linear
através de insight decorrentes do envolvimento do
pesquisador com fenômeno estudado.
Estabelecimento de relações (categorização)
 Propriedades das categorias:
 Validade ou Pertinência (representa o conteúdo categorizado?)
 Homogeneidade
 Desafio: utilizar as categorias como modo de
focalizar o todo por meio das partes.
 Toda categorização (inclusive a emergente) implica
uma teoria.
 Explicitação de um argumento aglutinador do todo
nas categorias.
Captando o novo emergente
 Construção de um metatexto: texto que descreve e
interpreta sentidos e significados que o analista constrói ou
elabora a partir do corpus.


Descritivo (+ próximo do corpus original): ancorado em
informações retiradas do texto
Interpretativo (abstração e teorização mais aprofundada):
novos sentidos e compreensões
 Processo reiterativo (espiralado) de escrita em que,
gradativamente, atingem produções mais qualificadas:
definidas as categorias, estebelecem-se relações entre elas,
definindo as formas como elas podem ser organizadas.
Captando o novo emergente
 "Argumentos centralizadores" e "teses parciais" para as
categorias e para a análise como um todo, mediante
um olhar abrangente do fenômeno.
 Teorização:
1. Construção de novas teorias a partir do exame do
material do corpus (análise)
2. Ampliação de teorias já existentes (utiliza categorias "a
priori").
 Validade e confiabilidade: construídas ao longo do
processo com base no rigor de cada etapa. [Inserção de
trechos originais também valida]
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estudo de caso