XXIV ENANGRAD GIT – Gestão de Informações e Tecnologia UM MODELO DE ESTÍMULO À INOVAÇÃO TECNOLÓGICA: A IMPORTÂNCIA DA COMERCIALIZAÇÃO NA IMPLANTAÇÃO DA TECNOLOGIA Andre Carlos Martins Menck João Bento de Oliveira Filho Florianópolis, 2013 Área Temática: Gestão da Informação e Tecnologia (GIT) UM MODELO DE ESTÍMULO À INOVAÇÃO TECNOLÓGICA: A IMPORTÂNCIA DA COMERCIALIZAÇÃO NA IMPLANTAÇÃO DA TECNOLOGIA UM MODELO DE ESTÍMULO À INOVAÇÃO TECNOLÓGICA: A IMPORTÂNCIA DA COMERCIALIZAÇÃO NA IMPLANTAÇÃO DA TECNOLOGIA Resumo A inovação é aceita por muitos países como um direcionador do desenvolvimento socioeconômico e as instituições de pesquisa e universidades são vistas como motores do crescimento, particularmente em países em desenvolvimento, como o Brasil. Entretanto, deve ser feita a transferência para a sociedade da tecnologia e de todo o conhecimento gerado na universidade. Essa tecnologia é produzida a partir de do uso de recursos escassos, eventualmente gerando produtos e patentes. Entretanto, para que se transformem em valor para a sociedade, é necessário que se complete o ciclo da inovação. Para tanto, as tecnologias geradas em laboratórios devem ser incorporadas em produtos e comercializadas. Daí a importância da transferência da tecnologia da universidade para a empresa. A presente pesquisa busca um modelo teórico com o objetivo de descrever os conceitos de inovação. A abordagem indicada inclui o modelo negócios como um meio de completar eficientemente o ciclo da inovação, composto de pesquisa, desenvolvimento e comercialização (P&D&C). Em particular, é apresentado um modelo de transferência de tecnologia universidade-empresa e suas restrições. Palavras-chave: Tecnologia, Inovação, Ciclo da Inovação; P&D&C; Transferência de Tecnologia Universidade-Empresa. Abstract Innovation is accepted by many countries as a driver of socioeconomic development. Research institutions and universities are seen as engines of growth, particularly in developing countries such as Brazil. However, in order for this to happen, technology and all the knowledge generated in the university needs to be transferred to society. Technology is produced through the use of scarce resources, eventually generating products and patents. However, for them to become valuable to society, it is necessary to complete the cycle of innovation. Therefore, the technologies developed in the laboratories must be incorporated into products and marketed. Hence the importance of technology transfer from the university to the company. This research aims at a theoretical model in order to describe the concepts of innovation. The approach shown includes business model as a means of efficiently complete the innovation cycle, composed of research, development and commercialization (R&D&C). In particular, we present a model of university-business technologytransfer and its restrictions. Keywords: Technology, Innovation, Innovation Cycle, R&D&C; Technology Transfer UniversityEnterprise. 1. Introdução Quando de fala em um sistema de inovação, percebe-se que é essencial a presença de um setor dinâmico de pesquisa e desenvolvimento (P&D) nas empresas, para que elas possam ser inovadoras e desenvolver produtos com maior valor agregado. Nos países onde há empresas que atuam com tecnologias avançadas, a maior parte da pesquisa e desenvolvimento tecnológico setor empresarial. No Brasil, entretanto, a maior parte da pesquisa e geração de ciência e tecnologia tem ocorrido em universidades e centros de pesquisa públicos. Dos cerca de cento e cinquenta mil cientistas e pesquisadores em atuação no Brasil, 82% estão nas universidades e 18% estão nos centros de pesquisa de empresas privados (CRUZ, 2008). De acordo com Barreto (2011), foi apresentado pelo presidente nacional do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE) que “um dos aspectos que precisa ser aperfeiçoado no Brasil é a questão da inovação. Dos empreendedores no país em 2010, apenas 16,8% afirmaram que seu produto é novo para todos ou alguns consumidores, enquanto que nos Estados Unidos esse índice chega a quase 40%”. Um dos parâmetros internacionalmente aceito como evidência do desenvolvimento tecnológico de uma empresa ou nação, é a patente. O número de patentes concedidas a uma dada empresa ou país pode refletir seu dinamismo tecnológico, e as análises sobre o crescimento das classes de patentes podem fornecer indicações sobre a direção da mudança tecnológica (Organisation for Economic Co-Operation and Development [OECD], 1994). Segundo levantamento de Fekete e Viegas (2011), apenas 1,2% do PIB brasileiro foi direcionado para a área de tecnologia em 2004, enquanto que nos países desenvolvidos 2% a 2,7% do PIB têm esse destino. Diante desta situação, fazem-se necessário que haja entidades de apoio às empresas de base tecnológicas (EBT) iniciantes para que possam lançar produtos inovadores que causem impacto na sociedade. A geração constante de pesquisa de ponta é indispensável para a consolidação de um setor produtivo dinâmico, e o processo de inovação só completa o seu ciclo dentro das empresas, quando as tecnologias geradas em laboratório são incorporadas em produtos e comercializadas com sucesso no mercado (CRUZ, 1999). Considerando que uma nova empresa de base tecnológica que pretende lançar uma nova tecnologia no mercado tem que ser inovadora, os empreendedores tecnológicos têm que saber definir o conceito de inovação e o ciclo de inovação, e como implementá-los. Desta forma, o objetivo deste trabalho é descrever os conceitos de inovação, a importância do modelo de negócios como forma de conseguir completar o ciclo da inovação, formas de governança de transferência de tecnologia, apresentando um modelo de transferência de tecnologia universidade-empresa e suas restrições. Considera-se que esta base de conhecimento deve contribuir para a melhoria da implementação de inovações nas empresas nacionais, e deve ser considerada pelos gestores de políticas públicas para a dinamização e objetividade dos Núcleos de Inovação Tecnológica (NIT) existentes a partir de 2006 em todas as universidades públicas e órgãos de pesquisa públicos brasileiros. 2. Formas de inovação O documento produzido pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico [OCDE/FINEP] (2005), denominado Manual de Oslo 2005, divide a inovação em quatro níveis: inovação de produto, inovação de processo, inovação de marketing e inovação organizacional. Desta forma, a inovação é definida como “a implementação de um produto (bem ou serviço) novo ou significativamente melhorado, ou um processo, ou um novo método de marketing, ou um novo método organizacional nas práticas de negócios, na organização do local de trabalho ou nas relações externas” (OCDE/FINEP, 2005, p.55). As inovações de produto envolvem mudanças significativas nas potencialidades de produtos e serviços. Incluem-se bens e serviços totalmente novos e aperfeiçoamentos importantes para produtos existentes, como especificações técnicas, componentes, materiais, softwares incorporados ou facilidade de uso. As inovações de processo representam mudanças significativas nos métodos de produção e de distribuição. Incluem-se mudanças em técnicas, equipamentos e/ou softwares. As inovações de processo podem visar reduzir custos de produção ou de distribuição e melhorar a qualidade. As inovações de marketing são as implementações de novos métodos de marketing com mudanças no design e na concepção do produto ou em sua embalagem, no posicionamento do produto, em sua promoção ou na fixação de preços. Inovações de marketing visam melhor atender as necessidades dos consumidores, abrir novos mercados, ou reposicionar o produto da empresa no mercado, com o objetivo de aumentar as vendas. Por fim as inovações organizacionais, que são as implementações de novos métodos organizacionais nas práticas de negócios da empresa, na organização do seu local de trabalho ou em suas relações externas. Inovações organizacionais visam a melhoria do desempenho de uma empresa por meio da redução de custos administrativos ou de custos de transação, estimulando a satisfação no local de trabalho (e assim a produtividade do trabalho) (OCDE/FINEP, 2005). Para as empresas de baixa e média tecnologia as atividades de inovação são geralmente centradas na eficiência da produção, na diferenciação de produto e no marketing (VON TUNZELMANN; ACHA, 2005). Um importante aspecto da inovação nessas indústrias é o fato de ela ser mais complexa do que a simples adoção de novas tecnologias. Em muitos casos, as atividades de inovação em empresas de baixa e média tecnologia envolvem a incorporação de produtos e de conhecimentos de alta tecnologia. Já as pequenas e médias empresas (PMEs) possuem necessidades mais especializadas em suas atividades. Isso aumenta a importância de uma interação eficiente com outras empresas e com instituições públicas de pesquisa para P&D, troca de conhecimentos e, potencialmente, para comercialização e atividades de marketing (OCDE/FINEP, 2005). As inovações podem ser vistas como uma evolução incremental de uma contribuição tecnológica já existente, ou serem entendidas como algo radicalmente novo que difere substancialmente em valor e uso de algo já concebido, ou que não possui parâmetros para comparação de valor. Assim, a inovação assume importância através de sua disseminação na sociedade (GUERRA; GOMES; CHENG, 2011). Além disto, as inovações não alcançam sucesso enquanto não surgem condições econômicas, sociais e inovações complementares adequadas à sua aceitação (ETZKOWITZ, 2003). 3. Inovação no modelo de negócio para apropriação de valor Mesmo com a classificação dos quatro níveis de inovação (produto, processo, marketing e organizacional) denominados pelo Manual de Oslo 2005, alguns autores consideram que ainda há algumas limitações no conceito de inovação, e que deveria ser inserida também a inovação do modelo de negócio. Segundo Ades; Vasconcelos e Plonski (2011), “a inovação do modelo de negócio deveria ser contemplada por critérios internacionais como o Manual de Oslo e pela Pesquisa de Inovação Tecnológica divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (PINTEC/IBGE), e valorizada pelos gestores e pelos órgãos reguladores internacionais, e não apenas considerada como inovação organizacional ou negocial”. Segundo Johnson; Christensen e Kagermann (2008), a inovação no modelo de negócio ocorre em mais de uma área simultaneamente. Cria valor para o cliente, ou seja, procura entender um problema fundamental que precisa de solução, e a partir daí projeta o produto ou serviço que a empresa irá oferecer. Define como a empresa gerará valor para si própria no ato de proporcionar valor para o cliente (uma fórmula de lucro), como obter recursos chave (pessoas, tecnologia, produtos, instalações, equipamentos, canais, parcerias e marca), e como obter processos operacionais e gerenciais que proporcionem valor de maneira reprodutível e passível de crescer em escala (marketing, treinamento, tecnologia da informação, desenvolvimento de produtos, regras métricas, etc). Pode-se trabalhar com uma tecnologia (nova ou não), combinada com um software ou oferecendo um novo tipo de serviço, que venha a proporcionar valor aos consumidores. Mais do que um plano de negócio que trabalha com estimativas de vendas, preços, projeção de resultados financeiros, o modelo de negócio tem sido considerado como estratégico para a introdução e implementação de uma inovação, a ponto de Chesbrough (2010) afirmar que “uma tecnologia medíocre acompanhada por um grande modelo de negócio será mais valiosa e bem remunerada do que uma tecnologia superior com um modelo de negócio medíocre”. Exemplos reportados na literatura descrevem as experiências da empresa Apple que praticamente deu de graça a música do iTunes (de margem baixa) para garantir a compra do iPod (de margem alta). Este modelo de negócio definiu o valor de uma nova maneira e deu ao consumidor uma conveniência revolucionária em adquirir música, que tornou insignificante a concorrência. Johnson et al, (2008) afirmaram que “a Apple fez algo mais inteligente do que envolver uma tecnologia boa com um invólucro chamativo – pegou uma tecnologia boa e a envolveu com um ótimo modelo de negócio. Em apenas três anos a dobradinha iPod/iTunes virou um produto de quase US$ 10 bilhões, gerando cerca de 50% da receita da Apple”. Considerando as observações contidas nos estudos dos autores mencionados, mais os detalhamentos de Chesbrough e Schwartz (2007), verifica-se que, em geral, um modelo de negócio inovador é composto pelos seguintes elementos: (a) segmentos de mercado interessados na inovação; (b) proposição de valor aos clientes; (c) estrutura de custos; (d) geração de receitas; (e) canais de distribuição; (f) parcerias estratégicas e posição da empresa na cadeia de valor; e (g) estratégia competitiva. Estas funções podem ser detalhadas da seguinte maneira: - Definir os segmentos de mercado, isto é, identificar os usuários cuja tecnologia será útil e o propósito para o qual ela será utilizada; - Determinar a proposta de valor a ser criada para os clientes através das ofertas de produtos e serviços baseadas na nova tecnologia ou novo modelo de distribuição; - Traçar a estrutura da cadeia de valor da empresa que é necessária para criar e distribuir os produtos e serviços, e para determinar os ativos complementares necessários para suportar a posição da empresa na cadeia de valor; - Descrever o(s) mecanismo(s) de geração de receita para a empresa, e calcular os custos da estrutura necessária e margens para produzir produtos e serviços considerando a cadeia de valor escolhida; - Localizar a posição da empresa dentro da rede de valor, conectando fornecedores e clientes, incluindo a identificação de potenciais empresas complementares e concorrentes; - Considerar o cenário de inovação de referência e construir novos cenários de apropriação de valor dos resultados de P&D, marketing e distribuição. Com relação à formação de parcerias estratégicas para inovação, pode-se observar que a globalização vem propiciando às empresas melhores condições de identificar parceiros com ativos complementares em outras partes do mundo e comercializar suas tecnologias em diferentes mercados concomitantemente. Kim e Mauborgne (2005) mostram que uma estratégia de parcerias com outras empresas maiores pode reduzir os custos necessários para comercialização e distribuição. Como exemplo citam o caso da empresa de software SAP R/3, que com parceria aproveitou o know-how e economia de escala de outra empresa de manufatura. Assim, da noite para o dia ganhou uma força de vendas global sem custo adicional. Outros exemplos citados são parcerias em que possibilitaram inovar na precificação, como a Hewlett-Packard, que passou a receber uma porcentagem da receita de outras empresas. Além do compartilhamento de estruturas produtivas, principalmente para pequenas e médias empresas (BARON; SHANE, 2007), as parcerias são importantes para a aprendizagem no processo de desenvolvimento das empresas (DOMINGUINHOS, 2007). Como formas de incorporação de novos conhecimentos nas empresas pode-se considerar o desenvolvimento de seminários com outras organizações, a participação em projetos de parceria e contratação de profissionais com competências elevadas. Na exploração de uma nova oportunidade é importante ter prontidão e um mecanismo de avaliação célere para apresentar respostas rápidas às solicitações dos parceiros e desafios do mercado. Em nível de capital de risco, além da injeção de capital e tomada de decisão, a parceria com empresas de capital de risco pode acrescentar novas competências à base da organização, devido à experiência no setor, bem como as relações que podem mobilizar no acesso a recursos, mercados e referências. Devido a dispersão global do conhecimento, as parcerias com universidades e centros de pesquisa através de projetos de pesquisa, são essenciais para permiter às empresas criarem mecanismos que as insiram em locais onde o conhecimento é gerado, aumentando a sua base de conhecimentos, especialmente os protegidos por patentes. (DOMINGUINHOS, 2007; BARON; SHANE, 2007). Através delas, poderão ser difundidas novas tecnologias com capacidade de transformação do conhecimento em novos produtos. Isto permite, em alguns casos, manter o foco em um produto de nicho e desenvolver uma nova competência organizacional e inovadora para um novo produto de massas e tornar a empresa mais competitiva. 4- O ciclo da inovação Apesar dos incentivos por parte do governo, Araújo (2008) identificou lacunas acerca dos indicadores de P&D e patentes, por não apresentarem nem a comercialização, nem a adoção de qualquer artefato ou processo novo ou aprimorado, conforme o conceito de inovação apresentado pela OCDE/FINEP (2005). Verifica-se a limitação, uma vez que em grande parte da literatura parece haver o esquecimento que tanto patentes quanto P&D não se referem ao ciclo completo da inovação. Em geral, o ciclo completo de uma inovação tem um padrão de esforço e gastos de recursos conforme ilustrados na Figura 1, a seguir. R e c u r s o s Pesquisa, Desenvolvimento e Comercialização (P&D&C) Recursos de Pesquisa tecnológica: CNPq, Finep, FAP´s, empresas Idéia Pesquisa Patente Recursos de Desenvolvimento e Comercialização: empresas, parcerias, joint venture, capital semente, etc. Desenvolvimento Comercialização Nível de Desenvolvimento da Inovação Figura 1. Ciclo da Inovação: distribuição dos recursos de pesquisa, de desenvolvimento e comercialização Fonte: adaptado de Markham (2002); Oliveira e Menck (2008). Na curva à esquerda da Figura 1, encontram-se os recursos para criar uma tecnologia, representados pela infra-estrutura de pesquisa da empresa ou universidade (laboratórios), por seus profissionais mais qualificados e por linhas de fomento a pesquisa, que pode resultar em uma patente. Na curva à direita desta figura, estão os recursos para o desenvolvimento necessários, como as estruturas de produção, ferramentas e equipamentos, bem como a estrutura de marketing, comercialização, e distribuição. Ambos os lados são essenciais para que a inovação tenha sucesso e se concretize com o lançamento de um produto inovador no mercado. Pode-se depreender com as abordagens anteriores, que o modelo de negócio será de suma importância para completar o ciclo da inovação. Percebemos na Figura 1 que estão claros as fases de Pesquisa, Desenvolvimento e Comercialização (P&D&C). Ou seja, para que haja Inovação (I) tem que haver estas três fases, o que equivale a dizer que Inovação = Pesquisa & Desenvolvimento & Comercialização I=P&D&C Inovação = Pesquisa & Desenvolvimento & Comercialização Assim, pode parecer redundante dizer que se trabalha com P&D&I, pois ficará faltando uma fase relevante da Inovação que é a Comercialização de novos produtos, processos e serviços para que chegue ao mercado e se torne realmente uma Inovação, de acordo com as definições de Cruz (1999), OCDE/FINEP (2005), Etzkowitz (2003), Guerra; Gomes e Cheng (2011), dentre outros. Em uma universidade ou centro de pesquisa, à luz da Figura 1, percebe-se que ela só possui estrutura para pesquisa e criação de uma tecnologia. Predomina a prospecção, e não há como completar o ciclo da inovação. Já uma empresa poderá pesquisar, desenvolver produtos, processos, serviços, e comercializar. E também poderá procurar tecnologias disponíveis em centros de pesquisa e universidades para a solução de problemas para seus clientes. Assim, poderá trabalhar na prospecção e exploração para criar valor para ela e para a sociedade. Foi observado por Herk; Pinese; Desidério e Oliveira (2011), que dentre as incubadoras de empresas de base tecnológica no Estado de Minas Gerais, as que estão sendo mais bem sucedidas são justamente as que criaram núcleos de desenvolvimento de projetos e produtos, ou adquiriram ferramentas e equipamentos industriais básicos para produção compartilhada entre as empresas incubadas. E também, incubadoras que mantém networking com empresas de grande porte estabelecidas no mercado, que auxiliam no teste de conceito e atratividade de produtos, e estratégias de marketing e comercialização. Estas incubadoras estão trabalhando por todo o ciclo da inovação. 5. Opção de inovação aberta para a transferência de tecnologia As atividades de P&D de produtos e processos realizadas somente dentro da empresa é, para alguns setores industriais tradicionais, uma barreira de entrada e vantagem competitiva frente aos concorrentes (ADES; SBRAGIA; PORTO; PLONSKI; FIGLIOLI; CELADON, 2011). Porém, com o avanço das tecnologias de informação e comunicação, informação on-line, tecnologia de produção e custos reduzidos, surgiu uma nova perspectiva de gestão tecnológica para as empresas serem mais eficientes em seus esforços de P&D, denominado inovação aberta. Em 2003 Henry Chesbrough lançou o livro intitulado ‘Open Innovation: the New Imperative for Creating and Profiting from Technology’, argumentando que as empresas poderiam aumentar os resultados de P&D se aproveitassem melhor as sinergias existentes entre os ativos de conhecimento próprios e outros disponíveis em todo o mundo. A abordagem da inovação aberta permitiu às empresas obterem vantagem de ideias que não fariam sentido serem desenvolvidas internamente, e outras que se encaixam perfeitamente nas necessidades da empresa, mas foram desenvolvidas externamente à companhia. Este modelo, permite que “a empresa comercialize tanto suas próprias ideias como inovações de outras empresas, e desenvolva novos produtos mesmo fora de seus negócios usuais” (CHESBROUGH, 2003). A Figura 2 a seguir apresenta o Modelo de Inovação Aberta. Observa-se que o funil de inovação da empresa – desde a captação de ideias até a comercialização de produtos/tecnologias no mercado – é representado por linhas tracejadas, indicando que as fronteiras da empresa são permeáveis. Figura 2: Modelo de inovação aberta Fonte: Mortara et.al. (2009). São observados também na Figura 2 do Modelo de Inovação Aberta as fases de Pesquisa, Desenvolvimento e Comercialização (P&D&C), constantes no Ciclo da Inovação. Na Pesquisa e Desenvolvimento (P&D), consideram-se os processos outside-in (ideias e tecnologia, internalização de licenciamento, aquisição de produtos, marca compartilhada), relacionado à internalização de conhecimento e recursos pela empresa. Na fase de Comercialização (C) observam-se os processos inside-out (licenciamento, colocação externa da tecnologia, spin outs), relacionado à transferência de conhecimento e resultados de P&D para ´C`, para o ambiente externo à empresa. Este modelo também deixa explícito que é igualmente importante considerar todas as Fases da Inovação, ou seja, Pesquisa, Desenvolvimento e Comercialização. A adoção do modelo de inovação aberta não significa que atividades de P&D realizadas internamente deixarão de existir, mas sim que assumirão um novo papel e exigirão novas competências, tais como as de identificação, entendimento e acesso ao conhecimento externo, integração entre ambos e de geração de receitas adicionais a partir desta integração. Pode-se observar o caso da pequena empresa de base tecnológica Invit. Com um projeto inovador e modelo de inovação aberta, contou com o comprometimento de 10 professores doutores e 12 doutorandos para desenvolver o projeto de identificação de imagens em multidões, o que viabilizou o financiamento da FINEP (DESIDÉRIO; OLIVEIRA; FERREIRA, 2011). O modelo de inovação aberta vem representando atualmente uma evolução nas formas organizacionais das empresas em relação à inovação. O desafio de gerar sistematicamente inovações tecnológicas (de produto e de processo), inovação de marketing e inovação organizacional para criação de vantagens competitivas sustentáveis, vem fazendo com que pesquisadores, empresas e governos estejam sempre refletindo sobre a melhor forma de estimular a inovação, ou seja, sobre o conjunto de medidas para se alcançar esse objetivo. Independentemente do modelo escolhido para a transferência de tecnologia, o que se nota é o papel central das empresas para que se possa obter uma inovação. É apenas quando as empresas se apropriam de uma determinada tecnologia e a utilizam na produção de um bem ou na prestação de um serviço para a sociedade, que podemos falar em inovação. Deste modo, o passo inicial para o desenvolvimento tecnológico é necessariamente a capacitação das empresas locais na absorção e aplicação do conhecimento científico, seja ele estrangeiro ou nacional, desenvolvido dentro da própria empresa – inovação fechada –, ou em instituições de pesquisa e universidades – inovação aberta (CHESBROUGH, 2003). 6. Mecanismo de transferência universidade-empresa Com a crescente velocidade da concorrência, diversas organizações empresariais globais são motivadas a buscar conceitos e novas configurações externamente, já experimentados pelos modelos de terceirização e, no momento, para absorção de conteúdo e ideias que potencializarão seu core business. Um ponto de iniciativa são as parcerias realizadas com centros de pesquisa e universidades com o objetivo de transferência de tecnologia, uma vez que se depara com pesquisa pura e aplicada gestionada por pessoas de denso know-how científico e conceitos inéditos (OLIVEIRA; FILION, 2008). Esses autores consideram também, que a participação da pesquisa subvencionada nos processos de inovação pode se efetuar sob a forma de patentes vendidas ou licenciadas a uma empresa já existente, ou na forma de criação de uma nova empresa tecnológica que produzirá ou comercializará os resultados da pesquisa. E essa nova via de comercialização contribuirá para criar conexões que estimularão futuras pesquisas. Assim, resumidamente, observaram as seguintes formas de se transferir tecnologia a partir de um centro de pesquisa: “vender” a tecnologia sob a forma de extensão, consultoria ou licenciamento de patentes, ou empreender a tecnologia com a criação de uma empresa de base tecnológica (OLIVEIRA; FILION, 2008). O processo de transferência de conhecimentos científicos das universidades para empresas e mercados, através de meios legais que envolvem o registro de patentes e formas de licenciamento de tecnologias, quando geradas pela universidade e exploradas pela empresa, poderá resultar em uma inovação quando comercializadas. Contudo, um bom resultado de pesquisa não é suficiente para iniciar o processo de comercialização, pois é preciso demonstrar-se a viabilidade de transformá-la em inovação, que pressupõe a absorção do conhecimento gerado na universidade pelas empresas, requerendo o empenho de ambas às partes nesse processo de transferência (SBRAGIA, 2006). O termo "transferência de tecnologia universidade-empresa" usado aqui, refere-se ao processo pelo qual uma invenção ou propriedade intelectual resultante de uma pesquisa acadêmica é licenciada ou transferida através de direitos de uso a uma entidade com fins lucrativos e eventualmente comercializadas (THURSBY; SUKANYA, 2002). Assim como no Brasil, nos países emergentes asiáticos (TENG, 2010) também há uma crescente preocupação com a transferência de tecnologia universidade-empresa. Nos estudos de Teng (2010) foram enumerados seis passos para este tipo de transferência de conhecimentos das universidades para as empresas: 1) As demandas de mercado Como nos modelos de negócios, em muitos modelos de transferência de tecnologia, o principal ponto de partida é definido pelo mercado, pois um bom entendimento do mercado é necessário quando alguém tenta introduzir novos produtos, serviços ou tecnologias. As necessidades não satisfeitas representam uma série de oportunidades para empresários e universidades. Em alguns casos, as necessidades podem ser muito básicas (por exemplo, pode haver uma necessidade de serviços públicos modernos e eficientes). Mas também, em mercados de alta tecnologia, as necessidades podem ser tão complexas e sofisticadas como as das indústrias dos países mais desenvolvidos. 2) “Fase de criação ou imaginação” O próximo passo do modelo é a “fase de criação ou imaginação”. Aqui é quando uma solução ou processo é desenvolvido. Nesta fase, não só as necessidades de mercado devem ser consideradas, mas também é importante olhar para o ambiente político e econômico, a fim de prever a viabilidade real da introdução do produto. 3) Buscando a tecnologia Uma vez que uma solução foi criada e documentada, começa a busca por tecnologias disponíveis. Uma prática comum é a criação de joint ventures entre a universidade e as empresas. Uma empresa com uma ideia e um modelo de negócio, normalmente começa a olhar para as universidades tentando encontrar tecnologias disponíveis que podem satisfazer as suas necessidades. Nesses empreendimentos, as universidades normalmente fornecem a tecnologia e know-how do negócio principal, enquanto o parceiro fornece o know-how em tarefas administrativas (contabilidade, recursos humanos, impostos, etc.), e como a tecnologia irá gerar valor para os clientes e como será comercializada. 4) Projeto de produto Um ponto importante a considerar é que frequentemente é necessário uma adaptação da tecnologia, que Teng (2010) denominou como “tropicalização da tecnologia”. Neste ponto pode-se ter uma ligação muito importante entre a universidade e a empresa, indo e voltando até que a tecnologia esteja pronta para as condições da empresa. A tecnologia escolhida deve ser adaptada para atender as necessidades não só do mercado, mas também dos aspectos regulatórios, tais como especificações técnicas e normas de segurança. 5) Fase de implementação Quando a tecnologia está pronta, começa a fase de implementação. Se a tecnologia é um produto final, ou seja, que vai para um consumidor, a fase de implementação pode ser a comercialização e, consequentemente, a definição do prazo de logística para importação de insumos, entrega dos produtos, e assim por diante. Se a tecnologia a ser implementada é parte de um processo de produção ou de infra-estrutura de uma empresa, a fase de execução será a implantação da tecnologia até o ponto de estar pronto para produzir os produtos. 6) Gestão do ciclo de vida O último passo do modelo é o "gerenciamento do ciclo de vida". Significa que o produto, o mercado, e o processo devem ser constantemente avaliados. 7. Restrições à transferência de tecnologia universidade-empresa Nos países em desenvolvimento a colaboração universidade-empresa e comercialização dos resultados da pesquisa é dificultada por uma série de restrições, incluindo: • o domínio dos investimentos estrangeiros nos setores críticos de fabricação. Para evitar a forte competição com multinacionais instaladas no país, e com abundantes de recursos, Dominguinhos (2007) propõe que as empresas locais que procurem novas tecnologias para a inovação adotando uma estratégia de nicho, principalmente para mercados globais. Para ele, dada a natureza intangível dos recursos, que exigem investimentos em P&D, as vendas nos mercados externos proporcionariam escala para tais investimentos e fontes de fundos para novas pesquisas, essenciais para que as empresas consigam renovar a sua oferta de valor. Devido a intensa competição empresarial, as janelas temporais são muito curtas, obrigando as novas empresas a explorarem logo as vantagens de inovação nos mercados internacionais (DOMINGUINHOS, 2007). • falta de um financiamento realmente eficaz para P&D na indústria. No Brasil há Lei da Inovação (Lei nº 10.973) e a Lei do Bem (Lei n.º 11.196). Mas de acordo Soares (2013), a análise dos resultados de 2010 do Relatório Anual da utilização dos Incentivos Fiscais à Inovação Tecnológica previstos na Lei do Bem, publicado pelo Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação (MTCI), “há ainda um desalinhamento entre os órgãos reguladores e o empresariado, devido ao alto número de empresas `desclassificadas´ para a obtenção de incentivos a inovação” (SOARES, 2013). • a falta de cientistas altamente capacitados que podem atingir as fronteiras do conhecimento; • a falta de empreendedorismo inovador. Esses dois últimos casos pode ser consequência da existência de poucas empresas nacionais de alta tecnologia, e • o foco das universidades no ensino, criando assim uma divergência de objetivos entre a universidade e a indústria. De acordo com Teng (2010), é difícil obter um efetivo interesse acadêmico em atividades de P&D pertinentes com problemas específicos da industria, e o conhecimento científico das universidades não é algo que as empresas podem receber e utilizar imediatamente, pois requererá mais pesquisa e desenvolvimento nas empresas, inclusive com o apoio das universidades. Já as incubadoras de base tecnológica ou centros de inovação devem aproveitar mais as ligações com a academia. Do ponto de vista legal, a situação da propriedade das invenções das universidades têm sido complexa, resultando em muitos questionamentos que dificultam a transferência de tecnologia. Outro impasse ocorre entre o financiamento público para a P&D e as necessidades do mercado, pois a maioria dos resultados de P&D não são adequados para ir o mercado. Os programas de incentivo ao desenvolvimento de novas tecnologias devem ser focados para satisfazer as necessidades das empresas e também os mercados globais. 8. Estimulando comercialização a transferência de tecnologia universidade-empresa para a Teng (2010) observou que na Malásia já se procura focar as áreas-chave e estratégicas de pesquisa, objetivando fornecer um financiamento adequado que alinhe as necessidades de mercado com a P&D direcionada ao mercado. A viabilidade comercial dos resultados da pesquisa tem sido colocada como critério-chave para aprovação, separadamente dos critérios técnicos, para a avaliação de processos. O autor mencionou que há um esquema de subvenção alinhado com a geração de novos conhecimentos e desenvolvimento de tecnologia para a comercialização, incubação e planta piloto. Este esquema procura gerar um fluxo linear do ciclo da inovação, que Teng (2010) denomina de Cadeia de Valor da Pesquisa, Desenvolvimento e Comercialização (P&D&C). Partindo dos trabalhos de P&D de base, segue para testes comerciais e depois para uma completa scale-up industrial. Também em Portugal, Dominguinhos (2007) relatou que o fundador da empresa Critical Software, criada em 1998 na incubadora de empresa da Universidade de Coimbra, participou de um Curso de Comercialização de Tecnologia realizado em conjunto com as Universidades de Coimbra e de Austin, no Texas, freqüentado por portugueses e estrangeiros. Como os fundadores da Critical Software não tinham conhecimentos empresariais e de gestão, este curso possibilitou a aquisição de conhecimentos essenciais para a empresa recém criada, que permitiram definir de uma forma clara o modelo de negócio e incorporar uma visão empresarial em todo o processo. Além disto, o networking do Curso de Comercialização de Tecnologia nos Estados Unidos possibilitou a entrada no centro de negócios International Business Incubator (IBI) em San Jose, através de um colega de turma, e ter como clientes as agências espaciais norte-americana (NASA) e européia (ESA). 9. Considerações finais A pesquisa universitária é uma fonte de inovação e de geração de conhecimento significativa que pode ser difundida entre as empresas e empresários. As universidades de países desenvolvidos têm estabelecido escritórios de transferência de tecnologia para promover uma interação com a indústria e a comercialização dos resultados da pesquisa. Entre as contribuições do presente estudo está a análise do impacto da prática organizacional universitária e fatores ambientais do sucesso da transferência de tecnologia das universidades. A inovação e a difusão das empresas de base tecnológica no mercado nacional necessitam de maior aprofundamento nos agentes de interesse, inclusive pelo fato de a maior parte da pesquisa brasileira estar situada no ambiente acadêmico (CRUZ, 2008). As novas configurações de competição reforçam uma mudança estrutural necessária para compor novos ciclos produtivos, em muitos casos, determinados pela intensa interação entre elementos como universidades, centros de pesquisas e organizações empresariais. Como contexto da inovação está imbricado no modelo de negócio, as mudanças organizacionais podem esbarrar na resistência de sua própria estrutura, afetados por modelos e hábitos mais amplos do que sua própria gestão consiga visualizar, uma vez relacionada que a inovação no modelo de negócio pode ser tão impactante quanto à inovação tecnológica (DAVILA; EPSTEIN; SHELTON, 2007). Um dos elementos críticos está na absorção pela ação de transferência tecnológica, licenciamento de patentes e formação de parcerias. O debate deve estar nas formas de desobstrução das formas de interação das empresas com as pesquisas acadêmicas, particularmente as de gestão pública, por concentrarem os registros de patentes e produção científica nacional. O desafio está na acessibilidade por parte das empresas, que já internalizam o processo de inovação aberta (CHESBROUGH, 2003), aos projetos e patentes depositados pelas universidades que, pela realidade brasileira das instituições de ensino públicas, não há um processo homogêneo de aquisição ou licenciamento pelas empresas, de suas patentes e projetos tecnológicos. No enfoque de buscar a inovação no modelo de negócio e modelo de transferência de conhecimento para prover sucesso nas empresas de base tecnológica, chegamos a abordagens importantes sobre a preocupação de sedimentação dessas empresas no mercado, no qual muitas são pequenas e muito orientadas às suas soluções técnicas. Com isso, esbarram na formatação mercadológica de seus projetos, o que torna um gargalo para seus gestores. A inovação pode estar bem delineada, mas há outros aspectos para materializar o negócio, como recursos financeiros, meios de produção, design, canais de distribuição, comunicação e ações de vendas. Chesbrough e Schwartz (2007) observaram que um modelo de negócio inovador deve levar em consideração os aspectos externos como os segmentos de mercado interessados na inovação, proposição de valor aos clientes, posição da empresa na cadeia de valor, parcerias estratégicas, além da gestão interna. Foi proposto também um modelo para a absorção de uma tecnologia resultante da pesquisa universitária, a partir de necessidades identificadas por empresas, a sua adaptação ou “tropicalização” para que possa ser implementada com sucesso no mercado, com uma escala economicamente viável. Contudo, entendemos que o trabalho apresentou diversos pontos para discussão dos projetos de inovação e transferência de tecnologia no cenário nacional, no qual temos que potencializá-los para atingir paridade competitiva com outras nações. Um aspecto de aprofundamento está em pesquisas sobre modelos de negócios mais efetivos para empresas de base tecnológica baseados no trinômio tecnologia-produto-mercado, como também em processos de transferências tecnológicas mais acessíveis às organizações empresariais. Referências Bibliográficas ADES, C.; SBRAGIA, R.; PORTO, G.; PLONSKI, G. A.; FIGLIOLI, A.; CELADON, K. Implementação da inovação aberta: os casos da Natura, IBM e Siemens. XIV Congreso Latino-Iberoamericano de Gestión Tecnológica – ALTEC 2011. Lima-Peru, outubro 2011. ADES, C.; VASCONCELOS, E. P. G.; PLONSKI, G. A. O portfólio de negócios como estratégia de marketing de tecnologia no B2B. XXXV Encontro da ANPAD. EnANPAD 2011. Rio de Janeiro, set. 2011. ARAÚJO, S.V. Além de P&D e Patentes: uma proposta para a emergência de uma sociologia da inovação. XXXII Encontro da ANPAD. EnANPAD 2008. Rio de Janeiro, set 2008. BARON, R. A.; SHANE, S. A. Empreendedorismo: uma visão do processo. São Paulo: Thomson Learning. 2007. 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