A INFLUÊNCIA DA CIRCUNFERÊNCIA ABDOMINAL E DO ÍNDICE DE MASSA CORPORAL NA PRESSÃO ARTERIAL RESUMO A Hipertensão Arterial Sistêmica é uma doença assintomática, caracterizada como uma síndrome que apresenta elevados níveis pressóricos, tornando-se um importante fator de risco para complicações cardiovasculares e renais, associada a hábitos do mundo moderno e a fatores fisiológicos. Vários estudos têm mostrado a associação entre hipertensão arterial e indicadores antropométricos que refletem o excesso de tecido adiposo corporal, destacando-se entre esses indicadores o índice de massa corporal e a circunferência abdominal. Este estudo tem como objetivomensurar os valores de pressão arterial sistólica e pressão arterial diastólicade funcionários de uma faculdade, conhecer a circunferência abdominal e o índice de massa corporal desses funcionários, a fim de verificar a associaçãodos valores da pressão arterial com esses indicadores antropométricos. Trata-se de uma pesquisa de caráter quantitativo realizada com 69 funcionários com idades entre 20 e 50 anos de uma faculdade privada, localizada em Teresina – PI. Os sujeitos da pesquisa foram submetidos a uma entrevista semi-estruturada composta por duas partes. A primeira continha dados de identificação e a segunda abordava os valores da pressão arterial, índice de massa corporal e circunferência abdominal. Os dados produzidos foram representados por tabelas e gráficos. Os resultados apontaram que os referidos indicadores associam-se positivamente com o aumento dos níveis pressóricos, sendo superior a influência do índice de massa corporal em homens. Nessa perspectiva, a promoção de estratégias que visem mudanças comportamentais e de estilo de vida, além de atividades educacionais, são bastante oportunas e necessárias. DESCRITORES: Hipertensão; Obesidade;Promoção da saúde. ABSTRACT Systemic arterial hypertension is an asymptomatic disease, characterized as a syndrome that results in high blood pressure, becoming an important risk factor for cardiovascular complications and kidney, associated with habits of the modern world and the physiological factors. Several studies have shown an association between hypertension and anthropometric indicators that reflect excess body fat, foremost among these indicators as body mass index and waist circumference. This study aims to measure the values of systolic and diastolic blood pressure of a staff college, meet the waist circumference and thebody mass indexof theseemployeesin order toverifytheassociationofblood pressure values withthoseanthropometric indicators. This is a quantitative research study conducted with 69 employees aged between 20 and 50 years of a private college, located in Teresina - PI. The study subjects underwent a semi structured interview comprised two parts. The first contained identifying data and the second addressed the values of blood pressure, body mass index and waist circumference. The data produced were represented by tables and graphs. The results showed that these indicators are associated positively with blood pressure levels, exceeding the influence of body mass index in men. From this perspective, the promotion of strategies aimed at behavioral change and lifestyle, and educational activities, are very timely and necessary. KEY WORDS: Hypertension; Obesity; Health promotion. 1 INTRODUÇÃO A Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) é definida como uma pressão arterial sistólica superior a 140mmHg e uma pressão diastólica maior que 90mmHg, em um indivíduo adulto, durante um período sustentado, com base na média de duas ou mais mensurações da pressão arterial depois de uma triagem inicial.(1)É uma doença assintomática e desconhecida pela maioria dos seus portadores, tornando-se um importante fator de risco para complicações cardiovasculares e renais. A prevenção primária e a detecção precoce são as formas mais efetivas de evitar suas complicações, muitas das quais podem ser a primeira manifestação de uma doença que silenciosamente compromete órgãos-alvo. A elevação da Pressão Arterial (PA) representa um fator de risco independente e contínuo para doença cardiovascular e acarretacustos médicos e socioeconômicos elevados, decorrentes principalmente das suas complicações, como: doença cerebrovascular, doença arterial coronariana, insuficiência cardíaca, insuficiência renal crônica e doença vascular de extremidades.(2) De acordo com a Sociedade Brasileira de Hipertensão(3), a doença atinge 30% da população adulta brasileira, chegando a mais de 50% na terceira idade e está presente em 5% das crianças e adolescentes no Brasil. É responsável por 40% dos infartos, 80% dos acidentes vasculares cerebrais e 25% dos casos de insuficiência renal terminal. Estudos indicam uma associação positiva entre o Índice de Massa Corporal (IMC) e a pressão arterial elevada.(4-5) O excesso de massa corporal é um fator predisponente para a pressão arterial elevada, podendo ser responsável por 20% a 30% dos casos de hipertensão arterial. Além disso, diversos índices antropométricos têm sido propostos para determinar a associação entre excesso de peso e fatores de risco cardiovascular. Por exemplo, a medida da Circunferência Abdominal (CA) maior que 80 cm para mulheres e maior que 94 cm para homens é capaz de identificar paciente com maior risco de doenças cardiovasculares.(5) Este estudo objetivou mensurar os valores de Pressão Arterial Sistólica (PAS) e Pressão Arterial Diastólica (PAD) dos funcionários da Faculdade Integral Diferencial (FACID); conhecer a CA e o IMC desses funcionários e verificar a associação entre os valores de pressão arterial com o IMC e a CA. 2 METODOLOGIA Trata-se de uma pesquisa de campo de caráter descritivo dentro do pressuposto quantitativo. A pesquisa foi desenvolvida na Faculdade Integral Diferencial-FACID, na cidade de Teresina-PI. O tamanho amostral foi calculado considerando-se uma população de 126 funcionários, intervalo de confiança de 95% e erro de estimação de 8%, resultando numa amostra de 69 servidores. Os sujeitos da pesquisa foram submetidos a uma entrevista semiestruturada, os quais a responderam por livre e espontânea vontade. Os critérios de inclusão foram de que todos fossem funcionários da faculdade e tivessem assinado o termo de consentimento livre e esclarecido. Os critérios de exclusão foram: funcionários já diagnosticados com HAS, funcionários não efetivos, funcionários terceirizados, professores e aqueles que não aceitassem participar do estudo. Para a realização desta pesquisa foi elaborado um roteiro de entrevista composto por duas partes. A primeira continha dados de identificação dos participantes (nome, sexo, idade, estado civil, grau de escolaridade e ocupação) e a segunda abordando os valores da PA, peso, altura, IMC e CA. A PA foi aferida de acordo com as técnicas padronizadas com VI Diretrizes de Hipertensão Arterial da Sociedade Brasileira de Cardiologia(2). Em seguida, foi verificada a CA com uma fita métrica flexível e inextensível, colocada no plano horizontal, ao redor do abdome, no nível da crista ilíaca.(1) O peso foi medido em uma balança digital de marca OMRON®, com capacidade para 150 Kg e registrado em quilogramas (Kg). Posteriormente foi averiguada a altura com ajuda de uma fita métrica inserida na parede. Calculou-se o IMC através da divisão do peso pela altura ao quadrado. Após as entrevistas, os resultados obtidos foram analisados de forma quantitativa através do software Epi Info 3.3.2. A caracterização dos dados levantados foi representada por tabelas, possibilitando melhor visualização e análise da situação encontrada na área de abrangência da pesquisa. Esta pesquisa obedeceu aos critérios da resolução do Conselho Nacional de Saúde 196/96, a qual orienta o termo de consentimento livre e esclarecido, que foi apresentado aos sujeitos, explicando que sua participação seria voluntária e não acarretaria riscos aos mesmos. Os dados serão utilizados para fins deste trabalho apenas. 3 RESULTADOS E DISCUSSÃO A amostra foi composta por funcionários com idades entre 20 e 50 anos, faixa etáriana qual o risco de estágio final de doença renal por hipertensão arterial é 30% maior em homens do que em mulheres.(6). Observou-se que 15 funcionários (21,7%), os quais estudaram de 0 a 8 anos, são dotados de uma baixa escolaridade, o que poderá afetá-los, devido à falta de informação a respeito da HAS e prevenção primária da doença (Tabela 1). A baixa escolaridade tem sido apontada como um dos fatores mais importantes associados à hipertensão, visto que o nível educacional é uma característica importante da forma de inserção dos indivíduos na sociedade, que pode ser decisiva para a qualidade do autocuidado e para a capacidade de interpretar informações relativas a comportamentos preventivos para proteção à saúde.(7) Por outro lado, 32 (46,4%)funcionários possuem um nível de instrução mais elevado, o que os torna sábios educacionalmente e aptos a exercer o autocuidado. Tabela 1: Prevalência de funcionários segundo características socioeconômicas. Teresina, 2010. CARACTERÍSTICAS N % Faixa etária (anos) 20 – 30 25 36,2 31 – 40 30 43,5 41 – 50 14 20,3 Masculino 21 30,4 Feminino 48 69,6 Solteiro* 40 58 Casado ou União estável 29 42 0–8 15 21,7 9 – 11 22 31,9 ≥ 12 32 46,4 Sexo Situação Conjugal Escolaridade (anos de estudo) N = Número total * Inclui divorciado, separado e viúvo. A Tabela 2 traz a média das principais variáveis do estudo, quais sejam: idade, IMC, CA, PAS e PAD. A média de idade foi de 37,6 anos para homens e de 35,3 para mulheres, fato que os coloca na faixa de risco, visto que a incidência de HAS ocorre com mais frequência entre os 30 e os 55 anos de idade, podendo então acarretar prejuízos para o ser humano e para a sociedade.(1) Pessoas que apresentam IMC de 25 a 29 Kg/m2 são consideradas com sobrepeso; aquelas com um IMC de 30 a 39 kg/m2 são considerados obesos; acima de 40 Kg/m2 considera-seobesidade extrema.(1)Observou-se a prevalência de obesidade grau I no sexo feminino, sendo a média do IMC igual a 30,3 Kg/m2, segundo classificação da OPAS/OMS.(8)O sexo masculino obteve média de IMC de 28,4 kg/m², classificando-se como sobrepeso. A medida da CA está acima dos valores considerados normais em ambos os sexos: média de 95,8cm em homens e 89,7cm em mulheres. Ainda segundo a Tabela 2, observa-se que a média da PAS e PAD foram, respectivamente, 135,53 x 91,36 mmHg no sexo masculino e 130,9 x 86,5 mmHg no sexo feminino. Os maiores níveis pressóricos foram detectados na população masculina, o que demonstra que os homens do estudo apresentam maior risco de serem afetados pela HAS do que as mulheres. Tabela 2: Média das principais variáveis segundo sexo.Teresina, 2010. VARIÁVEIS Masculino Feminino (N = 21) (N = 48) Idade (anos) 37,6 35,3 IMC (kg/m²) 28,4 30,3 CA (cm) 95,8 89,7 PAS (mmHg) 135,53 130,9 PAD (mmHg) 91,36 86,5 N = Número total Resultados de inúmeros estudos epidemiológicos indicam que a obesidade é um importante e independente fator de risco para hipertensão. Estudos populacionais mostram que a prevalência da hipertensão dobra em adultos jovens e é pelo menos 50% maior nos adultos mais velhos (40 a 64 anos) com excesso de peso quando comparados com indivíduos com peso normal.(9) De acordo com dados do IBGE(10), dois levantamentos populacionais (Estudo Nacional da Despesa Familiar – ENDEF e Pesquisa Nacional sobre Saúde e Nutrição – PNSN) realizados no Brasil nos últimos anos indicam aumento significativo na prevalência de excesso de peso em torno de 27% em homens e de 38% em mulheres, e que a obesidade acomete 8,9% dos homens e 13,1% das mulheres. O Brasil tem cerca de 38,6 milhões de pessoas com peso acima do recomendado, o equivalente a 40,5% da população adulta. Deste total, 10,5 milhões são obesos. Evidencia-se nesse sentido que 52,38%(11) dos homens e 64,58%(31) das mulheres apresenta IMC acima do limite superior aos valores considerados normais (≥25 kg/m²). Valores de CA acima do limite superior foram encontrados em 14 homens e em 32 mulheres, os quais correspondem a 66,7% em ambos os sexos (Tabela 3). Tabela 3: Prevalência de funcionários segundo a classificação do IMC e CA em homens e mulheres por faixa etária. Teresina, 2010. Homens (N = 21) Mulheres (N = 48) Faixa Etária VARIÁVEIS 20 – 30 (N = 6) n % IMC (kg/m²) < 25 25 – 29,9 ≥ 30 CA (cm) < 94 94 – 101,9 ≥ 102 CA (cm) < 80 80 – 87,9 ≥ 88 31 – 40 (N = 9) 41 – 50 (N = 6) 20 – 30 (N = 19) 31 – 40 (N = 21) 41 – 50 (N = 8) n % n % n % n % n % - 66,7 33,3 - 4 3 2 44,4 33,3 22,3 2 2 2 33,3 33,3 33,4 10 5 4 52,6 26,3 21,1 5 12 4 23,8 57,1 19,1 2 3 3 25,0 37,5 37,5 4 2 - 66,7 33,3 - 2 5 2 22,3 55,4 22,3 1 3 2 16,7 50,0 33,3 - - - - - - - - - - - - 9 6 4 47,4 31,6 21,0 6 10 5 28,6 47,6 23,8 1 5 2 12,5 62,5 25,0 4 2 N = Número total n = Número absoluto A hipertensão arterial sistêmica pode ser dividida em categorias de acordo com os valores de PAS e PAD e possui 3 estágios: estágio 1 compreende PAS entre 140 e 149 mmHg e PAD entre 90 e 99 mmHg; o estágio 2 compreende PAS entre 160 e 179 mmHg e PAD entre 100 e 109 mmHg; e o estágio 3 compreende PAS e PAD igual ou superior a 180 mmHg e 110 mmHg, respectivamente. Uma pressão arterial ótima fica abaixo de 120/80 mmHg e a pressão considerada normal é constituída por uma PAS menor que 130 mmHg e PAD menor que 85 mmHg. A PAS ente 130-139 mmHg e PAD entre 85 e 89 caracterizam o estágio de pré-hipertensão.(1) A pesquisa realizada mostrou que da população masculina estudada, 12 pessoas(57,1%) possuem alterações dos níveis pressóricos,caracterizando um estágio de préhipertensão. Com relação ao sexo feminino, 23 pessoas (47,9%) apresentaram pressão elevada (Tabela 4). Observa-se no estudo que os valores de PA são superiores em homens quando comparado aos das mulheres. Estudos mostram que com o passar dos anos, as pessoas perdem uma grande quantidade de massa magra e acumulam maior quantidade de massa gorda, principalmente na região abdominal, elevando a pressão arterial.(11)No que diz respeito ao sexo e à idade, a hipertensão é mais prevalente nos homens até 45 a 50 anos; a partir dessa idade, acomete com mais frequênciaàs mulheres. Uma das possíveis explicações para esse fenômeno é a proteção que o estrogênio confere à mulher, uma vez que o risco cardiovascular aumenta após a menopausa.(12) Tal fato ficou comprovado no estudo, no qual foi observado maior incidência de PA elevada nos homens da referida faixa etária. Tabela 4: Prevalência de funcionários de acordo com a classificação da pressão arterial através da medida casual relacionada à faixa etária em homens e mulheres. Teresina, 2010. Homens (N = 21) Mulheres (N = 48) Faixa Etária CLASSIFICAÇÃO 20 – 30 (N = 6) n Ótima Pré-hipertensão Hipertensão Estágio 1 Hipertensão Estágio 2 Hipertensão Estágio 3 41 – 50 (N = 6) 20 – 30 (N = 6) 31 – 40 (N = 9) 41 – 50 (N = 6) % n % n % n % n % 66,7 4 44,4 1 16,7 10 52,6 7 33,3 3 37,5 - - - - - 5 26,3 - - - - 33,3 4 44,4 3 50,0 3 15,8 9 42,9 3 37,5 - 1 11,2 1 16,7 1 5,3 4 19,1 2 25 - - - - 1 16,6 - - 1 4,7 - - - - - - - - - - - - - - 4 - Normal 31 – 40 (N = 9) 2 -- n % N = Número total n = Número absoluto Quando se relaciona os valores de PA e os de IMC dos funcionários da faculdade, fica constatado 57,14% (12) dos homens com IMC elevado apresentam pressão arterial elevada eque 21 das 31 mulheres com IMC igual ou superior a 25 Kg/m2 (67,7%) apresentam elevados níveis tensionais. Observa-se na tabela 5 um incremento dos níveis pressóricos no quantitativo de pessoas com IMC ≥ 25, em ambos os sexos. Na pesquisa, evidenciou-se que 11(78,57%) dos 14 homens que têm a CA acima dos padrões normais possuem pressão arterial elevada. O valor da PA está elevado em 22(68,75%) das 32 mulheres com CA acima da normalidade mostrando, assim, elevação nos níveis de PA diretamente relacionado ao aumento da CA. (Tabela 5). Tabela 5: Prevalência de funcionários com a pressão arterial elevada* segundo índices antropométricos em homens e mulheres. Teresina, 2010. Homens com PA elevada VARIÁVEIS N n Mulheres com PA elevada % n % IMC (kg/m²) < 2510 2 20 - - 10 90,9 - - - - 2 11,76 - - 21 67,70 < 94 7 1 14,28 - - ≥94 14 11 78,57 - - ≥ 25 11 IMC (kg/m²) < 2517 ≥ 25 31 CA (cm) CA (cm) < 8016 - - 1 6,25 ≥8032 - - 22 68,75 N = Número total n = Número absoluto * Correspondente a níveis de pressão sistólica ≥ 130 mmHg e pressão diastólica ≥ 85 mmHg. Indivíduos com níveis pressóricos ótimos que, no decorrer do tempo, apresentam elevada CA, manifestam maior risco de desenvolver hipertensão.(13)Isso indica que a medição da CA é particularmente útil para pessoas que são caracterizadas como de peso normal ou peso acima do normal. Um fato interessante é que houve aumento dos níveis pressóricos em homens e mulheres com medidas de CA e IMC considerados normais nas classificações tradicionais desses indicadores. Isso pode ser devido a fatores fisiológicos próprios de seus organismos ou explicado pelo estresse sofrido no ambiente familiar e/ou profissional, tendo em vista que os fatores estressores da sociedade moderna são frutos da rotina puxada das empresas, das relações familiares e sociais, além de fatores intrínsecos, como a privação de sono, por exemplo.(14) 4 CONCLUSÃO Os resultados do presente estudo indicaram que tanto o IMC quanto a CA associam-se de forma importante com o aumento dos níveis pressóricos em ambos os sexos e que não apenas a gordura depositada na região abdominal deve ser considerada desfavorável para a saúde. Quanto às mulheres, percebeu-se que não há diferença significativa entre os valores de IMC e CA relacionados ao aumento da pressão arterial, pois ambos os valores acompanham a tendência da obesidade associada ao aumento da PA. Portanto, o estudo confirma dados da literatura que apontam elevado poder explicativo tanto para o IMC quanto para a medida da CA na determinação da elevação nos níveis tensionais e consequente desenvolvimento de hipertensão arterial. A prevenção do sobrepeso e da obesidade é o principal meio para diminuir a adiposidade total, a qual terá um forte impacto nas incidências de hipertensão arterial. Nessa perspectiva, atividades educacionais e estratégias que visem mudanças no estilo de vida, tais como aumento da atividade física e modificações nos hábitos alimentares, são oportunas e necessárias. REFERÊNCIAS 1. Smeltzer S, Bare B. Brunner & Suddarth. Tratado de enfermagem médico-cirúrgica. 11ed. Rio de Janeiro; Guanabara Koogan, 2009. 2. Sociedade Brasileira de Cardiologia - SBC. VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial. São Paulo; [s.n.], 2010. 3. Sociedade Brasileira de Hipertensão - SBH. IV Diretrizes brasileiras de hipertensão arterial. Revista Brasileira de Hipertensão. São Paulo. 2002; 9:359-408. 4. Sarno F, Monteiro CA. Importância relativa do Índice de Massa Corporal e da circunferência abdominal na predição da hipertensão arterial. Rev. Saúde Pública. 2007; 41(5): 788-796. 5. Carneiro G, Faria AN, Filho FFR, Guimarães A, Lerário D, Ferreira SRG et al. Influência da distribuição da gordura corporal sobre a Prevalência de hipertensão arterial e outros fatores de risco Cardiovascular em indivíduos obesos. Revista da Associação Médica Brasileira. 2003; 49(3): 306-311. 6. Noblat ACB, Lopes MB, Lopes GB, Lopes AA. Complicações da Hipertensão Arterial em Homens e Mulheres Atendidos em um Ambulatório de Referência. Arquivos Brasileiros de Cardiologia. 2004; 83(04). 7. Barbosa LS, Scalla LCN, Ferreira MG.Associação entre marcadores antropométricos de adiposidade corporal e hipertensão arterial na população adulta de Cuiabá, Mato Grosso. Revista Brasileira de Epidemiologia. 2009; 12(2): 237-247. 8. Organização Pan-Americana de Saúde; Organização Mundial de Saúde. Doenças crônicodegenerativas e obesidade: Estratégia mundial sobre alimentação saudável, atividade física e saúde. Brasília, 2003. Disponível em http://www.who.int/hpr/gs. facts.shtml. 9. Mano R. Hipertensão Arterial e http://drashirleydecampos.com.br/noticias/13190. Obesidade, 2004. Disponível em 10.Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Pesquisa de orçamentos familiares 20022003: análise da disponibilidade domiciliar de alimentos e do estado nutricional no Brasil. Rio de Janeiro; IBGE, 2004. 11. Tumerelo S, Santos Júnior MF, Nunes NCR. Influência da idade sobre os valores de pressão arterial e frequência cardíaca em repouso. Revista Digital. 2003; 9(60). Disponível em http://www.efdeportes.com. 12.Reckelhoff JF, Fortepiani LA. Novel mechanisms responsible for postmenopausal hypertension. Journal of Hypertension. 2004; 43:918-923. 13. Simone G, Devereux RB, Chinali M, Roman MJ, Best LG, Welty TK. Strong heart study investigators. Risk factors for arterial hypertension in adults with initial optimal blood pressure: the strong heart study. Journal of Hypertension. 2006; 47(2): 162-167. 14. Chaves DBR, Costa AGS, Oliveira ARS, Oliveira TC, Araújo TL, Lopes MVO. Fatores de risco para Hipertensão Arterial: investigação em motoristas e cobradores de ônibus. Revista de Enfermagem. 2008; 16(3): 370-376.