Antiguidade Ocidental O surgimento do Estado As primeiras cidades que o mundo conheceu foram fundadas no Oriente Próximo (crescente fértil), através do desenvolvimento da agricultura irrigada nas planícies dos grandes rios dessa região. Os rios ainda serviam de acesso às fontes de matérias-primas, precisavam ser drenados e controlados, o que demandava a cooperação entre os homens, assim como uma direção centralizada, capaz de dividir e racionalizar as tarefas. Essas necessidades levaram a melhoria dos meios de transporte, ao desenvolvimento do comércio e da vida urbana. Inevitavelmente ocorreu a invenção da escrita, que tinha o objetivo de produzir e facilitar os processos de contagem, as medidas e o calendário. Contudo, houve a necessidade de uma forma de governo, que cobrava impostos, para aplicá-los no desenvolvimento das cidades, do comércio e de grupos sociais que personificavam o Estado. Zigurate de Ur Para termos uma idéia desse lento processo, vamos analisar evidências em Ur, cidade-Estado suméria. Essa elevação artificial, chamada zigurate, tinha 15 metros de altura e era composta por um oratório construído com tijolos, cerâmica e madeiras importadas, com requintada técnica de construção. Zigurate de Ur Entrada do Zigurate Mapa do Egito A dádiva do Nilo O rio Nilo tornou-se muito importante há cerca de 300 mil anos, quando se encerrou o último período de glaciação. Nessa época, a parte norte do continente africano, coberta por uma grande floresta, foi se desertificando, levando vários grupos neolíticos a mudarem-se para algum lugar onde houvesse água. Como o Nilo é muito extenso e tem seu nascedouro na África central, região onde chove constantemente, ele matem-se perene no seu baixo curso, em pleno deserto. Na segunda metade do ano, o Nilo transborda, cobrindo de detritos fertilizantes as terras ribeirinhas, preparando-as para uma agricultura abundante. Essa situação favoreceu a fixação das primeiras comunidades e sustentou o Egito nos milênios posteriores, levando o historiador grego Heródoto a escrever que a civilização egípcia era uma dádiva do Nilo. Rio Nilo Durante o quarto milênio antes de Cristo, os primeiros grupos humanos que se fixaram no vale do Nilo organizaram-se em pequenas comunidades chamadas de nomos. Com o tempo, essas comunidades sentiram a necessidade de se aliar a vizinhos para construir diques e realizar plantações e colheitas. A aglutinação dos nomos, já no ano 3500 a.C., levou à formação de dois reinos: Alto Egito(sul) e Baixo Egito(norte). Trezentos anos depois, Menés, do Alto Egito, conquistou o Baixo Egito, unificando política e territorialmente a região, tornando-se o primeiro faraó. Entre 3200 e 2300 a.C., período conhecido como Antigo Império, a civilização egípcia organizou-se em torno de uma monarquia absoluta de origem divina. Esse foi um período politicamente tranqüilo, no qual foram criadas as pirâmides de Gizé (Quéops, Quéfren e Miquerinos, entre 2700 e 2600 a.C.). Nilo Por volta de 2300 a.C., entretanto, os nomarcas passaram a questionar o poder do faraó, provocando uma descentralização política e um enfraquecimento econômico que durou 300 anos, aproximadamente. Com a capital em Tebas, os faraós reconquistaram a unidade do império, entre os anos de 2000 e 1750 a.C.. A reorganização do Estado egípcio(chamada de Médio Império) levou a uma melhoria nas condições de vida e nas atividades econômicas. Nesse período, a chegada dos hebreus tirou o Egito do seu antigo isolamento, mas abriu a possibilidade para uma invasão dos hicsos, que não tiveram dificuldade em dominar o império. O Novo Império(1580-662 a.C.) iniciou-se com a expulsão dos hicsos e foi marcado pelo imperialismo exercido pelos faraós tebanos. Nessa fase guerreira, destacam-se Tutmés III(invasão da Mesopotâmia) e Ramsés II(invasão do império Hitita). Em 662 a.C., os assírios, sob o comando de Assurbanipal, invadiram o Egito, encerrando o Novo Império. Os assírios seriam expulsos em 650 a.C., quando o rei Cambises, da Pérsia, invade o Egito, transformando-o em província persa. O deus Sol O Novo Império marca uma tentativa de reforma religiosa. O faraó Amenófis IV, tentando se livrar da enorme influência política dos sacerdotes, que ameaçavam constantemente sobrepujar o poder real, expulsou-os, baniu as crenças politeístas e criou um novo culto a um deus único: Áton, o disco solar. Amenófis passou a a se denominar Akhenaton, isto é, supremo sacerdote do novo deus, único que podia render culto direto a ele. Todo o restante da população deveria cultuar o próprio faraó. Sua “revolução” religiosa só foi possível graças ao apoio do exército. Mas após 10 anos, com sua morte, o exército conciliou-se com os sacerdotes e o antigo poder egípcio foi restaurado. O filho de Akhenaton, Tutankhamon, foi o responsável por restabelecer o politeísmo. Akhenaton e Tutankhamon Escriba O escriba ou escrivão era a pessoa na Antiguidade que dominava a escrita e a usava para, a mando do regente, redigir as normas do povo daquela região ou de uma determinada religião. Escriba em posição típica, segurando um papiro estendido sobre suas pernas cruzadas. Terra entre rios Mesopotâmia, essa região, dividida em Assíria (terras altas,no norte) e Caldéia (região pantanosa ao sul), ser como passagem entre Europa, África e Ásia, num vale fértil entre os rios Tigre e Eufrates. Quem iniciou a civilização Mesopotâmia, foi o povo sumério, que em torno do ano 3.200 a.C., criou a escrita cuneiforme e fundou as primeiras cidades-estados, como Ur, Uruc, Nipur e Lagash. Naquela época, não havia unificação política na Mesopotâmia ,essas cidades eram politicamente autônomas, embora suas economias e práticas culturais fossem interdependentes e coesas. Ao contrário do Egito, na Mesopotâmia, assistimos a um desfilar de reinos que lutam entre si por um espaço político-econômico. Enquanto as cidades sumérias se combatiam, tribos semitas se instalavam na Mesopotâmia. A origem provável dos semitas é a orla do deserto da Arábia, esses povos pastores fundaram algumas cidades às margens do Tigre, onde se sedentarizaram. Dentre as cidades a mais conhecida era Acad, que deu origem ao nome acádios. Entre os líderes acádios estava Sargão I, que dominou toda a Caldéia, por volta do ano de 2330 a.C., criando o primeiro Império Mesopotâmico. Estátua de Gudea, Rei de Lagash O Império Acádio expandiu-se dominando toda região entre Golfo Pérsico e o mar Mediterrâneo. Os Acádios assimilaram e difundiram a cultura suméria. Eles deram uma organização centralizada ao seu império, afastando os influenciados sacerdotes. Com isso um só Estado dominava toda a Europa. Um grupo semita que habitavam uma cidade chamada Babilônia,ás margens do rio Tigre,ficou em condições de vagarosamente,dominas toda a Caldeia.O rei Hamurabi (1728-1686 a. C)organizou o código de leis que é a primeira compilação legislativa escrita da humanidade,o código era baseado no princípio do “olho por olho, dente por dente” ou seja, o mal ou dano provocado em alguém seria vingado com idêntico dano feito ao perpetrador do crime. O Primeiro Império Babilônico, no século XIX a. C assistiu as invasões que abriram a possibilidade para lenta ascensão do Império assírio. Os assírios eram uma tribo de pastores arianos, que viviam nas regiões montanhosas, onde nasce o rio Eufrates.Quando os egípcios conseguiram expulsar os acádios, outros povos dominados, por meio de revoltas continuas, enfraqueceram o poderoso Império, o que permitiu aos Babilônios voltarem e dominar a Mesopotâmia. O Segundo Império Babilônico foi marcado por várias conquistas territoriais, o rei Nabopalasar dominou toda a Mesopotâmia e Nabucodonosor venceu os fenícios e hebreus. Mesopotâmia O povo da Bíblia Os hebreus influenciaram as civilizações, modernas por terem introduzido a religião Monoteísta, o Judaísmo, que está na base da idéia posterior dos cristianismos e islamismos. Esse povo viveu na Palestina, próxima ao Mar Morto e ao Rio Jordão. Por volta do ano 2000 a.C., os hebreus, grupo nômade, liderado por seus patriarcas, deslocou-se da região de Ur, na Caldéia, para o vale do Rio Jordão. Mas as secas tornaram impossível a sobrevivência naquele local, fazendo-os mudar para o Egito. Rio Jordão Mar Morto A Bíblia conta que os egípcios escravizaram os hebreus, e ainda segundo o relatório religioso, liderado por Moisés, os hebreus fugiram do Egito, num episódio conhecido como Êxodo. Entre 1250 e 1310 a.C., os hebreus teriam vagado pelo deserto em busca da “terra prometida”. Foi nessa busca que Moisés teria recebido os dez mandamentos. Pedra onde foram esculpidos os 10 mandamentos da Bíblia. Antigo manuscrito hebreu encontrado em 1948 por pastores de ovelhas numa gruta às margens do Mar morto. Os hebreus tiveram que lutar muito, após Moisés, pela posse de Canaã. Por isso, a velha estrutura tribal dirigida pelos patriarcas teve de ser substituída pela dos chefes militares, conhecidos como juízes. Dentre os juízes mais importantes estavam Gideão, Sansão e Samuel, que se destacaram nas lutas contra os filisteus. Com o fortalecimento da nação, os juízes foram substituídos pelos reis, como Saul e Davi, que consolidaram a conquista sobre os filisteus e prepararam o período de apogeu, no reinado de Salomão, iniciado em 966 a.C. Cidade de Canaã restaurada Após a morte de Salomão, houve uma grande luta pelo poder e o reino dividiu-se em dois: Judá (com duas tribos) e Israel (com dez tribos). Em 701 a.C., Israel foi invadido pelos assírios e, em 586 a.C., Judá foi conquistada por Nabucodonosor, que escravizou muitos hebreus (Cativeiro Babilônico). E quando os persas invadiram a Babilônia, os hebreus foram libertos. Ruínas da Babilônia A civilização fenícia desenvolveu-se na Fenícia, território do atual Líbano. No aspecto econômico, este povo dedicou-se e obteve muito sucesso no comércio marítimo. Mantinha contatos comerciais com vários povos da região do Oriente. As cidades fenícias que mais de desenvolveram na antiguidade foram Biblos, Tiro e Sidon. A religião fenícia era politeísta e antropomórfica, sendo que cada cidade possuía seu deus (baal = senhor). Acreditavam que através do sacrifício de animais e de seres humanos podiam diminuir a ira dos deuses. Por isso, praticavam esses rituais com certa freqüência, principalmente antes de momentos importantes. ruínas Fenícias Alfabeto Fenício, quando completado pelas vogais, tornou-se o alfabeto Grego Os persas, importante povo da antiguidade oriental, ocuparam a região da Pérsia (atual Irã). Este povo dedicou-se muito ao comércio, fazendo desta atividade sua principal fonte econômica. A política era toda dominada e feita pelo imperador, soberano absoluto que mandava em tudo e em todos. O rei era considerado um deus, desta forma, o poder era de direito divino. Ciro, o grande, foi o mais importante imperador dos medos e persas. Durante seu governo ( 560 a.C - 529 a.C ), os persas conquistaram vários territórios, quase sempre através de guerras. Em 539 a.C, conquistou a Babilônia, levando o império de Helesponto até as fronteiras da Índia. A religião persa era dualista e tinha o nome de Zoroastrismo ou Masdeísmo, criada em homenagem a Zoroastro ou Zaratrusta, o profeta e líder espiritual criador da religião. escultura de guerreiros Persas Bibliografia http://www.wikipedia.org.br/ http://www.google.com.br/ Livro: Nova História Integrada Ens. Médio Autor:João Paulo Mesquita Hidalgo Ferreira Luís Estevam de Oliveira Fernandes Cáp. 02 Antiguidade Oriental Página 22 á 35