Trabalho realizado por:
Pedro Afonso Gonçalves nº25 7ºA
Introdução
 Fiz este trabalho por sugestão da Directora de Turma,
para dar a conhecer um pouco mais do Arquipélago que
vamos visitar e para partilhar com os meus colegas
experiências que vivi na Ilha Graciosa entre os meses de
Janeiro e Junho de 2006.
A lenda da Atlântida
Conta-se que houve em tempos um continente imenso no
meio do oceano Atlântico chamado Atlântida. Era um lugar
magnífico: tinha belíssimas paisagens, clima suave, grandes
bosques, árvores gigantescas, planícies muito férteis, que às
vezes até davam duas ou mais colheitas por ano, e animais
mansos, cheios de saúde e força. Os seus habitantes eram os
Atlantes, que tinham uma enorme civilização, mesmo quase
perfeita e muito rica: os palácios e templos eram todos cobertos
com ouro e outros metais preciosos como o marfim, a prata e o
estanho. Havia jardins, ginásios, estádios... todos eles ricamente
decorados, e ainda portos de grandes dimensões e muito
concorridos.
As suas jóias eram feitas com um metal mais valioso que o ouro e
que só eles conheciam - o oricalco.
Houve uma época em que o rei da Atlântida dominou várias ilhas
em redor, uma boa parte da Europa e parte do Norte de África. Só não
conquistou mais porque foi derrotado pelos gregos de Atenas.
Os deuses, vendo tanta riqueza e beleza, ficaram cheios de inveja e,
por isso, desencadearam um terramoto tão violento que afundou o
continente numa só noite. Mas parecia que esta terra era mesmo
mágica, pois ela não se afundou por completo: os cumes das
montanhas mais altas ficaram à tona da água formando nove ilhas,
tão belas quanto a terra submersa o arquipélago dos Açores.
Alguns Atlantes sobreviveram à catástrofe fugindo a tempo e
foram para todas as direcções, deixando descendentes pelos
quatro cantos do mundo. São todos muito belos e inteligentes
e, embora ignorem a sua origem, sentem um desejo inexplicável
de voltar à sua pátria.
Há quem diga que antes da Atlântida ir ao fundo, tinham
descoberto o segredo da juventude eterna, mas depois do
cataclismo, os que sobreviveram esqueceram-se ou não o
sabiam, e esse conhecimento ficou lá bem no fundo do mar.
Platão, grande filósofo grego, que viveu cinco séculos antes
de Cristo, descreveu com alguns pormenores desta terra mítica
nos livros "Crítias" e "Timeu".
Descoberta ou reconhecimento?
O descobrimento do arquipélago dos Açores, tal como o da
Madeira, é uma das questões mais controversas da história dos
Descobrimentos.
O que se sabe concretamente é que Gonçalo Velho chegou à
ilha de Santa Maria em 1431, decorrendo nos anos seguintes o
(re) descobrimento - ou reconhecimento - das restantes ilhas do
arquipélago dos Açores, no sentido de progressão de leste para
oeste.
Povoamento
Os portugueses começaram a povoar as ilhas por volta 1432,
oriundos principalmente do Algarve, do Alentejo e do Minho, tendose registado, em seguida, o ingresso de flamengos, bretões e outros
europeus e norte-africanos.
No processo do povoamento das restantes ilhas, principalmente
do Faial, Pico, Flores e São Jorge, faz-se notar a presença de um
número alargado de flamengos, cuja presença se veio a reflectir na
produção artística e nos costumes e modos de exploração das terras.
De recordar o nome de Joss van Hurtere, capitão flamengo, a
quem foi confiado o povoamento de parte da ilha do Faial: a cidade
da Horta recebeu do seu patronímico a sua designação toponímica.
Existe ainda uma freguesia do concelho da Horta chamada
Flamengos, para além dos moinhos e dos modelos da exploração
agrária.
História/Administração e
Economia
A administração das ilhas açorianas foi feita através do
sistema de capitanias, à frente das quais estava um capitão do
donatário. As primeiras capitanias constituíram-se nas ilhas de
São Miguel e de Santa Maria.
O cultivo de cereais e a criação de gado foram as actividades
predominantes, com o trigo a registar uma produção
considerável. A produção de pastel e a sua industrialização para
exportação destinada a tinturaria também desempenhou um
papel relevante na economia do arquipélago.
Em finais de Setecentos, regista-se o início de uma das mais
expressivas e emblemáticas actividades económicas açorianas:
a caça ao cachalote e a outros cetáceos.
Localização Geográfica
Os Açores são um arquipélago que, embora situado
precisamente sobre a Dorsal Média Atlântica, devido à sua
proximidade com o continente europeu e à sua integração
política na República Portuguesa e na União Europeia é
geralmente englobado na Europa.
O arquipélago situa-se no nordeste do Oceano Atlântico
entre os 36ºe os 43º de latitude Norte e os 25º e os 31º de
longitude Oeste. Os territórios mais próximos são a Península
Ibérica, a cerca de 2000 km a leste e a Madeira a 1200 km a
sudeste.
O arquipélago dos Açores é
constituído por nove ilhas principais
divididas em três grupos distintos:
 Grupo Ocidental: Corvo e Flores
 Grupo Central: Faial; Graciosa; Pico; Terceira e S. Jorge
 Grupo Oriental: Santa Maria e São Miguel
Graciosa
A Graciosa é uma ilha situada no extremo noroeste do Grupo Central do
arquipélago dos Açores, 37 km a nordeste da ilha de São Jorge e 60 km a
noroeste da Terceira, com o seu centro aproximadamente nas coordenadas
geográficas 28° 05’ O e 39° 05’ N. A ilha tem uma área aproximada de 62
km² e uma forma grosseiramente oval, com 12,5 km de comprimento e 8,5
km de largura máxima. É a menos montanhosa das ilhas açorianas,
atingindo 402 m de altitude máxima no bordo leste da Caldeira. Esta baixa
elevação confere à ilha um clima temperado oceânico, caracterizado pela
menor pluviosidade do arquipélago. Tem 4 780 habitantes (2001), na
maioria concentrados na sede do único concelho da ilha, a vila de Santa
Cruz da Graciosa, cujo centro histórico constitui, pela riqueza e equilíbrio da
sua arquitectura, uma zona classificada.
O território da ilha Graciosa constitui um
único concelho, o de Santa Cruz da
Graciosa, dividido em quatro freguesias:
 Vila de Santa Cruz, a sede do concelho e principal
povoação da ilha;
 Vila da Praia, uma vila histórica que foi sede do concelho
com o mesmo nome, extinto no século XIX;
 Guadalupe, a maior povoação rural da ilha;
 Luz, freguesia conhecida localmente por Sul, localizada
ao longo da costa sul da ilha.
Santa Cruz da Graciosa
Vista do Monte da Ajuda
Praça da Vila de Santa Cruz - um dos Pauis À direita, uma árvore característica dos
Arquipélagos Atlânticos: “Dragoeiro “
Os Moinhos
paisagem
fazem
parte
da
A paisagem da Graciosa é de grande beleza,
conjugando o verde das pastagens com o branco das
casas isoladas e das povoações. O ex-líbris da Graciosa
é uma formação rochosa de grandes dimensões,
existente frente ao farol da Ponta da Barca, com uma
configuração muito parecida com uma baleia vista de
perfil. Possui campos férteis e aplainados que
produzem hortícolas, fruta e vinho e onde se cria gado
bovino, hoje a principal fonte de riqueza da ilha.
A Furna do Enxofre
Situada quase exactamente no centro da Caldeira, é
acessível por uma pequena abertura no seu tecto, pela
qual se tem acesso a uma torre construída no interior da
Furna, pela qual se desce até às margens do lago que
ocupa a sua parte central. O tecto é uma imensa abóbada
de basalto, da qual se desprenderam ao longo dos tempos
gigantescos blocos que agora juncam o chão da gruta. O
campo fumarólico sito nas imediações da torre, e a lama
em ebulição que o rodeia, liberta grandes quantidades de
gases, incluindo monóxido de carbono, que já causou
algumas mortes entre os visitantes e obrigou à instalação
de um centro de monitorização de gazes.
Vista do centro da caldeira
Furna
O interior iluminado da
furna, onde existe um
pequeno lago.
O príncipe Alberto I do Mónaco, ali aportou em 1879, a bordo do iate
"Hirondelle", no decurso dos seus trabalhos de hidrografia e estudo da vida
marinha. Durante a sua permanência na ilha, desceu à Furna do Enxofre, no
interior da Caldeira, tendo sido uma das primeiras vozes que se levantaram na
defesa da criação de um acesso adequado que permitisse potenciar aquele local
como atracção turística.
Furna do Enxofre
A Ilha Graciosa é também conhecida como “a Ilha dos Burros”, animal que
hoje se encontra em vias de extinção.
Natal das ILHAS - Vitorino Nemésio
Natal das Ilhas. Aonde
O prato do trigo novo,
A camélia imaculada,
O gosto no pão do povo?
Olho, já não vejo nada.
Chamo, ninguém me responde.
Natal das Ilhas. Serão
Ilhas de gente sem telha,
Jesus nascido no chão
Sobre alguma colcha velha?
Burra de cigano às palhas,
Vaca com língua de pneu,
Presépio girando em calhas
Como o eléctrico, tu e eu.
Natal das Ilhas. Já brilha
Nas ondas do mar de inverno
O menino bem lembrado,
Que trouxe da sua ilha
O gosto do peixe eterno
Em perdão do seu passado.
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