Caso Clínico 1 Módulo: DAC – Métodos Diagnósticos Marco Aurélio Nerosky Hospital Cardiológico Costantini Caso 01 • • • • • • IFV, 59 anos, feminino Assintomática Fatores de Risco: história familiar Pressão arterial basal: 120/80 mmHg Resposta pressórica ao exercício: normal FC máxima atingida: 120 bpm, 74 % da FC máxima • Carga máxima atingida: 6 METs • Duração do exercício: 6 minutos, interrompido por dor torácica ECG repouso ECG exercício ECG após exercício ECG após exercício Caso Clínico 2 • • • • • • • • CCG, 58 anos, masculino Assintomático Fatores de Risco: hipercolesterolemia, tabagismo, história familiar, obesidade, sedentarismo Pressão arterial basal: 110/70 mmHg Resposta pressórica ao exercício: normal FC máxima atingida: 128 bpm, 79 % da FC máxima Carga máxima atingida: 6 METs Duração do exercício: 6 minutos ECG repouso ECG repouso ECG após exercício ECG após exercício Módulo: DAC – Métodos Diagnósticos Marco Aurélio Nerosky Hospital Cardiológico Costantini INTRODUÇÃO • • • • A DAC é isoladamente a maior causa de morte de homens e mulheres nos EUA; 50% dos homens e 64% das mulheres vítimas de morte súbita não apresentavam nenhum sintoma prévio da doença; Grande parte dos portadores de DAC é assintomática. A detecção precoce dos indivíduos suscetíveis a estes e outros eventos cardiovasculares pode atenuar o número de mortes e aumentar a sobrevida dessa população. Rev Soc Cardiol Estado de São Paulo. 2006; 127-37 INTRODUÇÃO • Estratificação de risco detalhada na anamnese, bem como um exame físico minuncioso; • Baseado nos anteriores, exames complementares cabíveis; • Recomendação adequada de intervenções preventivas. Rev Soc Cardiol Estado de São Paulo. 2006; 127-37 Métodos Diagnósticos na DAC Crônica • Grandes avanços desde a década de 1970, quando se iniciou a realização rotineira do TE no Brasil; • Atualmente diversos métodos não invasivos disponíveis: TE, Ecocardiograma de Estresse, Cintilografia Miocárdica, Ressonância, Angiotomografia coronariana. Tratado de Cardiologia SOCESP - 2005 Teste de Esforço x Ecocardiografia de Estresse Farmacológico DOR TORÁCICA • Sintoma mais importante da cardiopatia isquêmica. •Dor anginosa possui características bem definidas, que quando investigadas adequadamente, permitem o diagnóstico de DAC. Rev Soc Cardiol Estado de São Paulo. 2006; 127-37 DEFINIÇÃO DE ANGINA TÍPICA/ATÍPICA Diretrizes de Doença Coronariana Crônica - Angina Estável Arquivos Brasileiros de Cardiologia - Volume 83, Suplemento II, Setembro 2004 A FAVOR CONTRA CARACTERÍSTICAS DA DOR CONSTRIÇÃO COMPRESSÃO QUEIMAÇÃO “PESO” MUITO INTENSA “DOR SURDA” “FACADA”, “PONTADAS” LOCALIZAÇÃO DA DOR RETROESTERNAL MEIO DO TÓRAX OMBRO E PESCOÇO MANDÍBULA R. INTERESCAPULAR ABAIXO DO UMBIGO ACIMA DA MANDÍBULA “APONTADA COM O DEDO” FATORES DESENCADEANTES EXERCÍCIO ESTRESSE FRIO, REFEIÇÕES MOVIMENTAÇÃO DOS BRAÇOS INSPIRAÇÃO PROFUNDA Manual de Cardiologia SOCESP - 2000 SENSIBILIDADE / ESPECIFICIDADE Teste Ergométrico Ecocardiografia de Estresse Sensibilidade Entre 50 e 72% Entre 80 e 97% Especificidade Entre 69 e 74% Entre 64 e 100% Tratado de Cardiologia SOCESP - 2005 TEOREMA DE BAYES • “A probabilidade de um indivíduo ter a doença é igual ao produto da sua probabilidade préteste e da probabilidade do exame fornecer um resultado verdadeiramente alterado”. • Ou seja, quanto maior a prevalência da DAC na população selecionada, maior o Valor Preditivo Positivo do TE alterado e vice-versa. PROBABILIDADE PRÉ-TESTE PROBABILIDADE PRÉ-TESTE INFLUÊNCIA DA PREVALÊNCIA NO VALOR PREDITIVO DO T.E. II Diretrizes da Sociedade Brasileira de Cardiologia Sobre Teste Ergométrico Arq Bras Cardiol volume 78, (suplemento II ), 2002 TESTE ERGOMÉTRICO • Um dos exames de melhor relação custoefetividade na prática cardiológica; • Papel no diagnóstico, estratificação de risco e prognóstico. II Diretrizes da Sociedade Brasileira de Cardiologia Sobre Teste Ergométrico Arq Bras Cardiol volume 78, (suplemento II ), 2002 Indicações do T.E. II Diretrizes da Sociedade Brasileira de Cardiologia Sobre Teste Ergométrico Arq Bras Cardiol volume 78, (suplemento II ), 2002 Indicações do T.E. II Diretrizes da Sociedade Brasileira de Cardiologia Sobre Teste Ergométrico Arq Bras Cardiol volume 78, (suplemento II ), 2002 Indicações do T.E. II Diretrizes da Sociedade Brasileira de Cardiologia Sobre Teste Ergométrico Arq Bras Cardiol volume 78, (suplemento II ), 2002 II Diretrizes da Sociedade Brasileira de Cardiologia Sobre Teste Ergométrico Arq Bras Cardiol volume 78, (suplemento II ), 2002 Contra-indicações do T.E. II Diretrizes da Sociedade Brasileira de Cardiologia Sobre Teste Ergométrico Arq Bras Cardiol volume 78, (suplemento II ), 2002 Contra-indicações do T.E. II Diretrizes da Sociedade Brasileira de Cardiologia Sobre Teste Ergométrico Arq Bras Cardiol volume 78, (suplemento II ), 2002 Contra-indicações para a realização do TE na Emergência II Diretrizes da Sociedade Brasileira de Cardiologia Sobre Teste Ergométrico Arq Bras Cardiol volume 78, (suplemento II ), 2002 TEMPO DE SUSPENSÃO DE MEDICAMENTOS PARA REALIZAÇÃO DO T.E. II Diretrizes da Sociedade Brasileira de Cardiologia Sobre Teste Ergométrico Arq Bras Cardiol volume 78, (suplemento II ), 2002 Sistemas de Registro e Monitorização - Sistemas de 01 Derivação (CM5) Derivação CM5: Eletrodo Negativo no manúbrio e Positivo em V5. Eletrodo comum próximo a V5R. Consenso Nacional de Ergometria Arq Bras Cardiol Volume 65, (nº 2), 1995 Sistemas de Registro e Monitorização - Sistemas de 03 Derivações CM5, aVF e V2. Consenso Nacional de Ergometria Arq Bras Cardiol Volume 65, (nº 2), 1995 Sistemas de Registro e Monitorização - Sistemas de 12 Derivações Consenso Nacional de Ergometria Arq Bras Cardiol Volume 65, (nº 2), 1995 Sistemas de Registro e Monitorização - Sistemas de 12 Derivações + CM5 Consenso Nacional de Ergometria Arq Bras Cardiol Volume 65, (nº 2), 1995 Protocolos Consenso Nacional de Ergometria Arq Bras Cardiol Volume 65, (nº 2), 1995 Protocolos Consenso Nacional de Ergometria Arq Bras Cardiol Volume 65, (nº 2), 1995 Protocolos Consenso Nacional de Ergometria Arq Bras Cardiol Volume 65, (nº 2), 1995 Critérios de Interrupção Em relação à PA: • Elevação da PAD até 120mmHg nos normotensos; • Elevação da PAD até 140mmHg nos hipertensos; • Queda sustentada da PAS; • Elevação acentuada da PAS até 260mmHg; II Diretrizes da Sociedade Brasileira de Cardiologia Sobre Teste Ergométrico Arq Bras Cardiol volume 78, (suplemento II ), 2002 Critérios de Interrupção Em relação ao segmento ST: • Infradesnível do segmento ST de 3mm, adicional aos valores de repouso na presença de DAC suspeita ou conhecida; • Supradesnível do segmento ST de 2mm em derivação que observe região sem presença de onda Q; II Diretrizes da Sociedade Brasileira de Cardiologia Sobre Teste Ergométrico Arq Bras Cardiol volume 78, (suplemento II ), 2002 Critérios de Interrupção Em relação ao dados clínicos: • Manifestação clínica de desconforto torácico, exacerbada com o aumento da carga ou associada a alterações eletrocardiográficas de isquemia, ataxia, tontura, palidez e pré-síncope; • Dispnéia desproporcional à intensidade do esforço; II Diretrizes da Sociedade Brasileira de Cardiologia Sobre Teste Ergométrico Arq Bras Cardiol volume 78, (suplemento II ), 2002 Critérios de Interrupção Em relação às arritmias: • • • • • Arritmia ventricular complexa; TSV sustentada; Taquicardia atrial; Aparecimento de FA; BAV de 2º ou 3º graus. II Diretrizes da Sociedade Brasileira de Cardiologia Sobre Teste Ergométrico Arq Bras Cardiol volume 78, (suplemento II ), 2002 Critérios de Interrupção Outros: • IVE, com atenção especial no indivíduo idoso, uma vez que o achado de estertores crepitantes à ausculta pulmonar não é infreqüente, mesmo na ausência de sintomas; • Falência dos sistemas de monitorização e/ou registro. II Diretrizes da Sociedade Brasileira de Cardiologia Sobre Teste Ergométrico Arq Bras Cardiol volume 78, (suplemento II ), 2002 Critérios de Interrupção ACC/AHA Critérios de Interrupção ACC/AHA Análise dos Resultados • • • • • • Sintomatologia; Ectoscopia; Exame físico; FC; PA; ECG. Tratado de Cardiologia SOCESP - 2005 Análise dos Resultados • FC: Lauer e cols: FC Atingida – FC repouso FC Máx. – FC repouso x 100 Se < 80 %: Incompetência cronotrópica Circulation 1996;93:1520-26 Análise dos Resultados • FC: Incompetência cronotrópica: “Incapacidade do paciente elevar a FC a um valor inferior a 2 desvios padrão da FC máxima prevista (24bpm), sem outras limitações concomitantes” Consenso Nacional de Ergometria Arq Bras Cardiol Volume 65, (nº 2), 1995 Análise dos Resultados • FC: Cole e cols:2428 pctes - seguidos: 6 anos Queda da FC no 1º minuto. RR 4,0 quando ∆FC < 12 bpm N Eng J Med 1999; 341: 1351-57 Análise dos Resultados • PA: – Aumento da PAS no esforço; – Reatividade (valores ainda não bem estabelecidos. SOCESP: acima de 15 mmHg por MET ou 220 mmHg) – Manutenção ou oscilação discreta (10 mmHg) da PAD ao esforço; Tratado de Cardiologia SOCESP - 2005 Análise dos Resultados • PA: PAS 3º minuto/ PAS auge do exercício > 0,95 considerado anormal Tratado de Cardiologia SOCESP - 2005 Análise dos Resultados • ECG - Variações fisiológicas: – Aumento da amplitude de P; – Encurtamento de PR; – Infradesnivelamento do ponto J sem desnivelamentos de PQ; – Encurtamento de QT – Em CM5, aumento de Q, diminuição de R e aumento de S. Tratado de Cardiologia SOCESP - 2005 Respostas eletrocardiográficas • ECG - Infra de 1mm se horizontal ou descendente; • Infra de 2mm se ascendente; • Considerar ponto Y (0,08 s após J) Tratado de Cardiologia SOCESP - 2005 Manifestações de Isquemia no TE Consenso Nacional de Ergometria Arq Bras Cardiol Volume 65, (nº 2), 1995 Fatores Prognósticos - Dados Sugestivos de Gravidade da DAC • PAS 3º minuto/ PAS auge do exercício > 0,95 • Baixa capacidade funcional ( <5 METs) Circulation. 2005; 112:771-776. Fatores Prognósticos - Escores • Mais de 30 equações prognósticas estabelecidas; Fatores Prognósticos - Escores •Mais populares: • Morise et al: possibilidade de diferenciar o risco entre homens e mulheres • Duke University. Tratado de Cardiologia SOCESP - 2005 Escore de Duke: Tempo de Exercício (min.) – (5 x Infra de ST) – (4 x Índice de Angina) 0 = sem angina / 1= angina não limitante / 2= angina interrompeu TE -23 a -12 ALTO RISCO ( † anual ≥ 5%) Entre + 5 e -11 a 5%) RISCO INTERMEDIÁRIO († anual 0,5 +5 a +15 BAIXO RISCO( † anual < 0,5%) Tratado de Cardiologia SOCESP - 2005 Fatores Prognósticos - Dados Sugestivos de Gravidade da DAC • Proporção da reserva cronotrópica utilizada (FC pico – FC repouso) / (220 – idade – FC repouso) Valores ≤ 0,80 significam risco maior. Circulation. 2005; 112:771-776. Fatores Prognósticos - Dados Sugestivos de Gravidade da DAC • Recuperação da FC no 1º minuto (FC pico – FC 1º minuto) Valores ≤ 12 bpm significam risco maior. Circulation. 2005; 112:771-776. PROBABILIDADE PÓS-TESTE ESCORES PROGNÓSTICOS • A probabilidade pós-teste de um exame pode ser utilizada como probabilidade pré-teste do exame seguinte. • Escore prognóstico de Duke tem se mostrado melhor que depressão de ST isoladamente para diagnóstico de DAC.