Uma aplicação da complexidade na
compreensão da Epidemiologia

Prof. Vicente Pereira de Barros
Entender a modelagem matemática das doenças.
Os efeitos e riscos da transmissão de idéias.
Como entender um fenômeno físico e seus prováveis
desdobramentos na saúde pública.
A semelhança de algumas áreas de
saúde pública e as ciências exatas

A
exemplo
da
termodinâmica
que
manipula
grandezas
macroscópicas
para
descrever
um
comportamento coletivo de
entes microscópicos. A
epidemiologia por exemplo
procura
entender
o
comportamento geral de
uma população em face à
uma doença particular.
Taubes, 1995. Epidemiology faces its limits. Science, 269:264-269
O problema do viés e do controle



Aqui surge um problema difícil, será que os dados
que temos deste comportamento coletivo são
confiáveis?
Será que nós mesmos não o manipulamos ou
influenciamos?
Mesmo com todo o ferramental matemático não
estamos apenas nos iludindo que possamos
controlar algo que seja, na verdade, incontrolável?
“Boas notícias” pensar estas coisas
é algo novo.
A epidemiolgia é
uma ciência nova,
levada
pelo
sucesso
das
Ciências Exatas,
as Ciências da
Saúde e da Vida
procuraram usar
as
mesmas
ferramentas.




Para se definir o que é uma ciência, se
desenvolveram muitas escolas filosóficas. Karl
Popper foi um dos pensadores desta linha.
Um dos principios que ele considerava como mais
científico era o princípio da falseabilidade. Se eu
posso pensar uma ideia e consigo pensar o que
ocorreria se ela fosse falsa, então estou fazendo
Ciência.
Outro princípio é o da reprodutibilidade.
E finalmente o princípio da verificabilidade
Agora os problemas começam a
surgir



As relações com os seres humanos, no entanto,
não são tão simples assim.
Exemplo: Uma família mora próxima à um local
de descarte de materiais químicos e as crianças
desta família sofrem de uma doença rara.
Normalmente para a família é evidente que existe
uma conexão entre a doença e o local
No entanto, isto não é nem um pouco
evidente.
Aleatoriedade
Um
fenômeno
importante
que
surge
quando
falamos
de
probabilidades é
que
a
aleatoriedade
surge aos montes.
Andrew Wakefiel e a controvérsia
Vacina- Autismo
Percentual de crianças de dois anos
que receberam vacina tríplice –
Escócia, Irlanda e Gales 1994-2008
Casos de sarampo em Londres e
no resto da Inglaterra e Gales
Outro exemplo: O telefone celular
causa câncer de cérebro.


A rápida propagação do uso de celulares causa um
questionamento da segurança da interação do
aparelho celular.
Será que dados epidemiológicos são capazes de
desvendar este problema?
O telefone celular e o câncer de
cérebro


Na verdade esta
controvérsia sugiu nos
Estados Unidos quando em
uma entrevista em 1993
Larry King mostrou vários
homens que afirmaram que
suas esposas faleceram de
câncer no cérebro porque
usavam muito celular.
Os dados eram poucos e
não conclusivos.
O telefone celular


Em muitos países o telefone
celular é usado por cerca de
75% da população e o seu
uso têm aumentado
rapidamente.
O telefone celular difere de
outros aparelhos eletrônicos
tais como câmaras digitais e
computadores por emitirem
sinais de rádio frequência no
espectro eletromagnético
Evidências epidemiológicas


Um grande estudo foi
realizado usando a
metodologia de cohort em
uma grande população
dinamarquesa e publicada
em 2012.
No entanto, não foi
encontrada nenhuma
evidência da correlação do
câncer no cérebro e o uso do
telefone celular.

Um outro estudo é o chamado estudo metaanalítico que não indica condições de associações
também.
Conclusão


É muito difícil relacionar o comportamento
individual e prever um comportamento coletivo,
temos apenas indicativos.
Os métodos da Física nos ajudam nesta tarefa,
mas não nos permite uma conclusão definitiva.
Download

O telefone celular - física itapetininga