O CORPO E SUA INFLUÊNCIA NO CONCEITO DE ESTILO DE VIDA E PREVENÇÃO DE CÂNCER DE PELE: UMA VISÃO PRODUZIDA PELO PROFISSIONAL FISIOTERAPEUTA DERMATO FUNCIONAL MOREIRA FERRARI, ANA CLAUDIA1 MOSER, IVONE2 1 Autora 2 Orientadora Fisioterapia Dermato-funcional ISEPE – PÓS GRADUAÇÃO RESUMO: O corpo conservou sempre um lugar central na história da humanidade independente das diferentes formas que foi encarado no decorrer desta. As mudanças nos processos sociais podem quase sempre estar vinculadas a uma transformação social que afeta as pessoas diretamente. Vemos através disto como a industrialização desencadeou e redefiniu não só os conceitos de padrão de vida, mas também de saúde e doenças, e proporcionou imenso avanço tecnológico que marcou profunda e indiscutivelmente os progressos na área da saúde, sua modernização, o progresso tecnológico e a valorização da ciência. PALAVRAS CHAVES: pedagogia da ação de políticas públicas, corpo, doença/corpo INTRODUÇÃO Tomando como base os dados do INCA de 2005 a respeito dos casos de câncer no Brasil, percebe-se uma estimativa de, para o ano de 2008, 55.890 casos entre homens e de 59.120 nas mulheres. Esses valores correspondem a um risco estimado de 59 casos novos a cada 100 mil homens e de 61 para cada 100 mil mulheres. Segundo o próprio INCA, tal fato se deve a maior exposição dos indivíduos a fatores de risco cancerígenos, ao aumento da expectativa de vida do brasileiro, e também como sendo resultado direto das grandes transformações globais das últimas décadas que modificaram estilos de vida, em especial imposta pela urbanização acelerada e ao descontrole da atenção à saúde da população. JUSTIFICATIVA O presente trabalho pretendeu colocar em questão a forma como o conhecimento, hábitos e estilos de vida influenciam no pensamento da população diante do assunto saúde/doença relacionado ao câncer de pele, bem como citar quais os fatores responsáveis por tais maneiras tão distintas de pensar. Para se aproximar com a problemática acima retratada, tem-se por objetivo estudar como a industrialização e a urbanização influenciaram, com o passar dos anos, no comportamento e estilo de vida da população; analisar como as diferentes classes sociais influenciam no pensamento e nos hábitos de vida da população relacionados à saúde/doença e, por último e não menos importante agregar o conhecimento teórico à prática diária do profissional dermato-funcional em relação ao câncer de pele. MATERIAIS E MÉTODOS Para a realização deste trabalho utilizou-se o método cientifico da análise de conteúdo e apoio em fundamentos de epistemologia. Trata-se de compreender criticamente o sentido manifesto e oculto das comunicações, no caso o discurso pronunciado em linguagem escrita e publicada através de uma tese de mestrado datada do ano de 2010, sob o tema: Modelos de ação em saúde: obstáculos e potencialidades preventivas na ciência da saúde - Uma análise sobre câncer de pele. Utilizaram-se os indicadores significativos, indispensáveis para a compreensão dos problemas ligados as praticas humanas e seus componentes psicossociais. Pretendeu-se descrever, analisar e interpretar os enunciados, procurando conhecer as idéias da autora. DISCUSSÃO As mudanças nos processos sociais, como os ocorridos em relação ao corpo, podem quase sempre estar vinculadas a uma transformação social que afeta as pessoas diretamente. Foi na Antiguidade que o corpo passou a ser concebido a partir de duas noções: a de saúde e doença. Segundo Moser (2010), o sistema de saúde atualmente se encontra totalmente dependente destes recursos tecnológicos. Em resumo, é a tecnologia colocada à disposição da manutenção da vida. Mas é fato que uma parte considerável da população não possui acesso ou condições econômicas para usufruir de tal benefício. Cria-se, assim, um paradoxo para o sistema tecnológico, que ao trazer benefícios a uma parte da humanidade, submete a grande maioria a uma situação de exclusão pela impossibilidade de usufruto de tais benefícios. Portanto ressalta Moser (2010) quando os investimentos em saúde – e destaquemse também condições sanitárias ou saneamento básico, condições sóciohabitacionais, nível educacional, entre outras tão importantes quanto à saúde em si –, não são suficientes, ou não contemplem as necessidades da comunidade, refletem diretamente na queda de condições gerais de saúde da população. CONSIDERAÇÕES FINAIS É necessário admitir que o modelo atual biomédico não dê mais conta dos problemas sociais de saúde, não satisfaz a população, e como conseqüência de sua própria evolução técnica científica encontra-se cada vez mais caro e inacessível. O profissional graduado em dermato-funcional tem como principal serviço minimizar a distância existente entre esta evolução técnica científica e o indivíduo, seja através de suas técnicas, seja através da comunicação. Segundo Luz (2005), não se trata de simplesmente combater ou erradicar doenças: trata-se de incentivar a existência de cidadãos saudáveis, capazes de interagir em harmonia com outros cidadãos, e de criar para si e para os que lhe são mais próximos um ambiente harmônico, gerador de saúde. A recuperação da relação terapeuta/paciente, hoje danificada pela medicina transformada em biotecnologia, seria a solução. A escuta do paciente iria se constituir na fonte primária da investigação e acumulação de dados REFERÊNCIAS CHAMMÉ, Sebastião Jorge. Modos e modas da doença e do corpo. Saúde e Sociedade, 5 (2):6176, 1996. GUERRA, João. Proposta para a Criação do Núcleo de Estudos sobre Gestão da Doença Crônica da SPMI. Sociedade Portuguesa de Medicina Interna, 2009. LUZ, Madel T. Cultura Contemporânea e Medicinas Alternativas: Novos Paradigmas em Saúde no Fim do Século XX. Rev. Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, 15:145- 176, 2005. MOSER, Ivone Isabel. Modelos de ação em saúde: obstáculos e potencialidades preventivas na ciência da saúde - uma análise sobre câncer de pele. 2010. Dissertação de mestrado em Gestão de Políticas Públicas pela Universidade do Vale do Itajaí – UNIVALI, 2010. RISCADO, Liana Carvalho. Culto ao corpo: o significado da cirurgia estética entre mulheres jovens do Rio de Janeiro. 2009. Dissertação de mestrado em Psicosociologia de Comunidades e Ecologia Social pela Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ, 2009.