MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO SECRETARIA DA EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA RIO GRANDE DO SUL CAMPUS BENTO GONÇALVES INSPEÇÃO DE PRODUTOS CÁRNEOS ACABADOS Roselaine Louzada da Veiga Bento Gonçalves 2011 2 MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO SECRETARIA DA EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA RIO GRANDE DO SUL CAMPUS BENTO GONÇALVES INSPEÇÃO DE PRODUTOS CÁRNEOS ACABADOS Roselaine Louzada da Veiga Trabalho de Conclusão do Curso apresentado ao curso superior de Tecnologia em Alimentos do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia – Campus Bento Gonçalves como parte dos requisitos para a obtenção do título de Tecnóloga em Alimentos. Orientadora: Msc. Camila Duarte Teles Bento Gonçalves 2011 3 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 9 2 REFERENCIAL TEÓRICO ........................................................................................................... 10 2.1 Industrialização da carne.......................................................................................................... 10 2.2 Produtos cárneos: conceito e definição .................................................................................... 10 2.2.1Processamento de copa defumada.......................................................................................... 12 2.2.2 Processamento de presunto cozido ....................................................................................... 12 2.2.3 Processamento de salame...................................................................................................... 13 2.2.3.1 Preparo da mistura ou massa ............................................................................................ 15 2.2.3.2 Embutimento ...................................................................................................................... 15 2.2.3.3 Fermentação ...................................................................................................................... 16 2.2.3.4 Maturação.......................................................................................................................... 16 3 METODOLOGIA ........................................................................................................................... 19 3.1 Apresentação da empresa......................................................................................................... 19 3.2 Procedimento de inspeção de produto acabado ....................................................................... 20 3.2.1 Check-list para inspeção de produto acabado ..................................................................... 20 3.2.2 Avaliação dos produtos acabados ........................................................................................ 24 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO .................................................................................................... 28 4.1 Aplicação do procedimento de inspeção do produto acabado ................................................. 28 4.1.1 Resultados da avaliação dos produtos acabados ................................................................... 28 4.1.2 Realização de ações para eliminação de não conformidades................................................ 29 4.1.2.1 Ações corretivas e preventivas no produto presunto.......................................................... 29 4.1.2.3 Ações corretivas e preventivas no salame light com elevada acidez ................................. 32 4.1.2.4 Ações corretivas e preventivas na copa defumada............................................................. 34 4.1.2.5 Ações corretivas e preventivas em embalagens ................................................................. 35 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS.......................................................................................................... 37 REFERÊNCIAS................................................................................................................................. 38 4 LISTA DE ABREVIATURAS °C graus Celsius pH Potencial hidrogeniônico °GL graus Gay Lussac 5 LISTA DE TABELAS Tabela 1: Check-list de produto acabado .................................................................................21 Tabela 2: Faixa de valores da inspeção, conceito e observações.................................................24 Tabela 3: Não conformidades, correção e obrigatoriedade de emissão de relatório.......................25 Tabela 4: Relatório de não conformidade ................................................................................26 6 LISTA DE ILUSTRAÇÕES Figura 1: Salame com cor normal e salame com anel de desidratação .............................................. 31 7 RESUMO Este trabalho teve como objetivo estabelecer um procedimento para inspeção de produtos cárneos acabados, verificando se os produtos atendem aos requisitos planejados antes de sua distribuição. Foi elaborado um check-list, que contém os requisitos básicos para verificar a conformidade ou nãoconformidade do produto final. Para avaliação, foi dada uma nota para os itens presentes no checklist, que após, somadas serviram de avaliação para os critérios estabelecidos. Se o resultado da inspeção for considerado excelente, o processo atenderá aos requisitos planejados, sem necessidades de mudanças. Se o resultado fosse considerado “bom” ou “regular” era necessário realizar ações corretivas e/ou preventivas. Se o resultado da auditoria fosse considerado “insuficiente,” todo o processo produtivo deve ser reavaliado. Em uma das inspeções realizada em presunto cozido fatiado, verificou-se que a embalagem não estava apresentando um vácuo adequado, com presença ar no seu interior. Alguns salames inspecionados possuíam uma coloração pálida não característica, com presença de um anel de desidratação. Além disso, o salame light, apresentava uma acidez elevada e a copa defumada possuía uma textura mole, não ideal. O resultado da inspeção dos produtos mostrou-se satisfatório, pois 23,4% dos produtos tiveram conceito “bom”, apenas necessitando de ações corretivas e preventivas em pequena escala, e 76,6% dos produtos tiveram conceito “excelente”. No produto presunto, o problema da perda do vácuo causado por contaminação microbiológica diminuiu com a adição de lactato de sódio e controle da higiene das superfícies e dos equipamentos. No produto salame light, a redução do açúcar na formulação ajudou a diminuir a acidez que se encontrava elevada. A temperatura e umidade relativa do ar devem ser controladas para garantir a qualidade de todos os tipos de produtos curados, bem como o controle da velocidade do ar na sala climatizada deve ser realizada, para evitar ocorrência de anel de desidratação nos salames. As copas defumadas tiveram uma diminuição do sal comum e sais de cura, sendo recomendado também a medição da atividade de água dos produtos antes de serem embalados, pois é o que determina o final do processo produtivo, tanto das copas defumadas como dos salames. Palavras-chave: inspeção produtos cárneos, salame, copa defumada, presunto cozido 8 ABSTRACT This study aimed to establish a procedure for inspection of meat products ready, ensuring that products meet the requirements before their planned deployment. It was prepared a list which contains the basic requirements for evaluating whether or not the final product. For evaluation, was given a note for all items in a list at the end, added up and evaluated according to established criteria. If the result of the inspection is considered excellent, the process meets the requirements, without changing needs. If the result is considered good or regular activities are necessary corrective actions and / or preventive. If the audit result is exceeded the entire production process must be reevaluated. In an inspection carried out in cooked ham, it was found that the packaging was not presenting an adequate vacuum in the presence of air inside. Some salamis had inspected a strangely pale, with the presence of a ring of dehydration. Another problem was the light of salami, which showed a high acidity. The smoked pork neck had a soft texture, not ideal. The result of inspection of the products was satisfactory, 23.4% of the product had the concept 'good', requiring only corrective and preventive actions on a small scale, and 76.6% of the products were "excellent." In ham product, the problem of loss of vacuum caused by microbiological contamination decreased with the addition of sodium lactate and hygiene and control equipment and surfaces. In light salami product, reducing the sugar in the formulation reduced the acidity was high. The temperature and relative humidity must be controlled to ensure the quality of all types of cured products. Control of air velocity on air-conditioned room to avoid the occurrence of dehydration in the ring of smoked pork neck sausages.The had a decrease of salt and curing salts. It is important to measure the water activity of products before being packed, because it determines the end of the production process, both necks like smoked pork sausage. Keywords: inspection of meat products, salami, smoked pork neck, cooked ham 9 1 INTRODUÇÃO Antigamente, não havia muitos conhecimentos tecnológicos para conservar os alimentos. Porém, com o passar do tempo, as novas descobertas tecnológicas e a aplicação de ferramentas de gestão melhoraram a qualidade dos alimentos processados. Deve-se observar que as tecnologias de processamentos utilizadas hoje possuem um custo menor, pois os alimentos podem ser produzidos em escala industrial e a qualidade é mais facilmente controlada. Uma das metas da indústria de carnes é satisfazer as exigências dos consumidores sem perder o foco na escala produtiva do produto. As pesquisas são constantes, mais que alimentos saborosos, buscam-se por produtos alimentícios que agreguem benefícios à saúde do consumidor, mantendo padrões estáveis e bem definidos de qualidade, além de preços acessíveis. O sistema de gestão de qualidade das empresas serve para garantir que os processos sejam controlados, garantindo assim melhor organização no ambiente de trabalho, diminuição de custos e obtenção de um produto de qualidade. Entre as ferramentas utilizadas no sistema de gestão de qualidade, pode-se destacar as Boas Práticas de Fabricação (BPF) e a Análise de Perigos em Pontos críticos de controle (APPCC). Este trabalho teve como objetivo estabelecer um procedimento para inspeção de produtos cárneos acabados para a empresa Aida, verificando se os produtos atendem aos requisitos planejados antes de sua distribuição. 10 2 REFERENCIAL TEÓRICO 2.1 Industrialização da carne A industrialização consiste na transformação das carnes em produtos cárneos. Realiza integralmente um ciclo que tem o seu início na produção de carnes com qualidade (TERRA, 1998). Na indústria de alimentos o preço e a qualidade são fatores-chaves para a sobrevivência e o sucesso no mercado; dessa forma, ambos são importantes para a eficiência competitiva e econômica do setor. O elevado preço que um produto de alta qualidade recebe – comparado ao baixo preço de outro produto da mesma categoria, mas de baixa qualidade – é resultado da percepção do mercado pela demanda por qualidade. Em razão da grande competitividade nos mercados atuais, as empresas têm utilizado a qualidade como arma estratégica ofensiva, a fim de identificar novos nichos e aumentar sua participação naqueles já conquistados (RAMOS; GOMIDE, 2007). A industrialização da carne entre os seus objetivos maiores visa aumentar a sua vida útil, desenvolver diferentes sabores e utilizar partes do animal de difícil comercialização quando in natura. A carne, devido ao seu elevado valor nutricional e à sua grande quantidade de água disponível, torna-se uma presa muito fácil tanto dos microrganismos deteriorantes como dos microrganismos capazes de ocasionar danos à saúde do consumidor. O emprego de aditivos, calor e do frio, bem como a obtenção de produtos cárneos saudáveis e seguros (TERRA, 1998). 2.2 Produtos cárneos: conceito e definição Emtendem-se como produtos cárneos processados ou preparados aqui=eles em que as propriedades originais da carne fresca foram modificadas através de tratamento físico, químico ou biológico, ou ainda através da combinação destes métodos. O processo envolve geralmente cortes ou cominuições mais ou menos intensos, a par de adição de condimentos, especiarias e aditivos diversos (PARDI et al. 1996). 11 Visam tais processos ao prolongamento da vida comercial dos produtos, atuando de modo a anular ou atenuar a ação de enzimas e microrganismos. Procuram sempre não só manter, o máximo possível, as qualidades nutritivas e organolépticas, mas também preservar sua integridade (PARDI et al. 1996). Os produtos cárneos frescos são aqueles elaborados à base de carnes com ou sem gordura, picada, acrescida ou não de condimentos, especiaria e aditivos e que não são submetidos a tratamentos de dessecação, cozimento ou salga (ORDÓÑEZ et al., 2005). Segundo Pardi et al. (1996), é mais comum em nossos mercados, a linguiça de carne de porco, a linguiça tipo calabresa, a linguiça tipo toscana e a mista. Os produtos cárneos crus temperados são aqueles elaborados com peça de carne inteira ou pedaços identificáveis submetidos à ação de sal, especiarias e condimentos que lhes conferem aspectos e sabor característicos. Esses produtos não são submetidos a nenhum tratamento térmico (ORDÓÑEZ et al., 2005). Os produtos cárneos tratados pelo calor são elaborados à base de carne e/ou miúdos comestíveis acrescidos ou não de especiarias e condimentos e submetidos à ação do calor, alcançando em seu interior temperatura suficiente para conseguir a coagulação total das proteínas cárneas. Nesse grupo, encontra-se produtos como mortadela, salsichas e presunto cozido (ORDÓÑEZ et al., 2005). Os embutidos crus curados são produtos elaborados com carnes e gorduras cortadas e picadas com ou sem miúdos, aos quais incorporam-se especiarias, aditivos e condimentos autorizados, submetendo-os a um processo de maturação (secagem) e, opcionalmente, defumação (ORDÓÑEZ et al., 2005). São exemplos típicos os salames tipo italiano e tipo milano (PARDI et al. 1996). Trata-se de produtos nos quais ocorre uma fermentação microbiana que leva ao acúmulo de ácido láctico com a consequente queda do pH, que rege o crescimento microbiano e as complexas reações químicas que ocorrem durante o processo de maturação (ORDÓÑEZ et al., 2005). 12 2.2.1Processamento de copa defumada Conforme a Instrução Normativa n° 22 (BRASIL, 2000), a copa é definida um como produto cárneo industrializado, obtido do corte íntegro da carcaça suína, denominado de nuca ou sobrepaleta, adicionado de ingredientes, maturado, dessecado, defumado ou não. Instrução Normativa n° 22 (BRASIL, 2000), o ingredientes obrigatórios são: a Carne de Suíno (nuca ou sobrepaleta), sal, nitrito e/ou nitrato de sódio e/ou potássio. Pode ser adicionado de ingredientes opcionais como: açúcares, condimentos, aromas e especiarias e aditivas intencionais. Como coadjuvantes de tecnologia, o uso de cultivos iniciadores (starters) Segundo Terra (1998), a nuca ou sobrepaleta deve ser massageada com os ingredientes e mantida em câmara fria por dois dias. Proceder a duas novas massagens com intervalo de dois dias, mantendo sempre em câmara fria (5°C). Segundo autor, após repouso de 4 a 6 dias (5°C), lavar, secar as pecas e colocar em cedo de cordeiro. Após repouso de dois dias, submeter à defumação até o aparecimento da coloração marrom-dourada. 2.2.2 Processamento de presunto cozido Pela definição da Instrução Normativa n° 20 (BRASIL, 2000), entende-se por Presunto Cozido, seguido das especificações que couberem, o produto cárneo industrializado obtido exclusivamente com o pernil de suínos, desossado, adicionado de ingredientes, e submetido a um processo de cozimento adequado. O presunto é um dos produtos nobre da indústria cárnea, tendo como matéria-prima única o pernil suíno desossado. Os ingredientes são introduzidos na peça através de injeção de salmoura. Após a desossa, as porções musculares devem sofrer uma toalete com a retirada da gordura, tecido conectivo, couro, nódulos e tendões (TERRA, 1998). Segundo Roça (2000), as etapas que envolvem o processo de produção do presunto cozido são: - Pesar o pernil de suíno sem o couro e desossado. 13 - Injetar a mesma solução de cura para pernil defumado, numa proporção de 25% do peso do pernil. - Cura: sob refrigeração (2 a 4ºC) durante 4 a 6 dias. - Enformagem: enformar em formas de aço inox, protegendo com um filme plástico. - Cozimento: cozinhar em banho-maria a 85 ºC. As formas de 500g devem ser cozidas por 55 minutos e as formas de 1000g por 90 minutos. - Esfriar as formas em água corrente e depois em refrigeração por 24 horas. - Desenformar e embalar à vácuo e armazenar sob refrigeração. Segundo TERRA (1998), o presunto também pode ser produzido sem injeção de salmoura, sendo que as etapas são: - Moer o pernil em disco de grande diâmetro, e em misturadeira, incorporar todos os ingredientes. - Misturar até que toda a salmoura tenha sido completamente absorvida. - Colocar na embalagem plástica (cook in), fazer o vácuo, termocontrair, enformar e partir para o cozimento. - Cozinhar em água, iniciando pelo aquecimemto de 60°C (60 minutos), passando por 65°C (60 minutos) e atngindo a temperatura de 80 °C. - Resfriar, desenformar e quando necessário embalar. 2.2.3 Processamento de salame A Instrução Normativa n° 22 (BRASIL, 2000) define salame como: Entende-se por salame, o produto cárneo industrializado obtido de carne suína ou suína e bovina, adicionado de toucinho, ingredientes, embutido em envoltórios naturais e/ou artificiais. Em nosso país, as características de identidade e qualidade de oito tipos de salame estão definidas, sendo que a diferenciação entre eles está no tipo de matéria-prima, na granulometria da carne e do toucinho, com ênfase na condimentação (TERRA et al., 2006). A Instrução Normativa n° 22 (BRASIL, 2000) possui o regulamento técnico de identidade e qualidade para cada tipo de salame. 14 De uma forma simples, a fabricação do salame ocorre em duas etapas distintas. Em uma etapa inicial, ocorre a fermentação com o desenvolvimento das características sensoriais do salame e em uma etapa final a desidratação que, além de reforçar algumas propriedades sápidas, reduz a atividade de água a níveis insuportáveis aos microrganismos responsáveis pela deterioração do produto (WEBER, 1994 apud TERRA, 1998). A adição de cultura microbiana em embutidos fermentados faz parte da produção industrial destes produtos (TERRA et al. 2006). As culturas starter comercializadas em nosso meio sob a forma liofilizada (lactose como veículo) constam de mais de um microrganismo, pois cada microrganismo desempenha certas ações plenamente definidas. Os lactobacillus e pediococcus são essencialmente acidificantes, pois, a partir de açúcares, produzem ácido láctico. Essa acidificação não somente impede o desenvolvimento das bactérias indesejáveis como melhora a coloração, acelera a desidratação e confere o típico sabor ácido, característico dos produtos cárneos fermentados. Os micrococcus e staphylococcus atuam na coloração, sabor e aroma dos produtos fermentados. Na coloração, a atuação se dá em duas formas distintas; reduz o nitrato a nitrato aumentando a disponibilidade de NO para reagir com a mioglobina e destrói a água oxigenada (possui catalase) que pode ser liberada no meio face à ação de lactobacilos heterofermentadores. A permanência da água oxigenada no meio cárneo provocaria o aparecimento da coloração verde, altamente indesejável. A melhoria do sabor e do aroma é conseguida pelo fato de possuírem enzimas proteolíticas e lipolíticas que, ao agirem sobre as proteínas e gorduras, geram peptídeos, aminoácidos e ácidos graxos (TERRA, 1998). As leveduras (Debaryomyces) metabolizam o ácido láctico reduzindo a acidez do produto e melhoram o sabor por possuírem enzimas proteolíticas e lipolíticas. Nesse caso, o sabor tende a ficar mais suave e o aroma mais intenso (TERRA, 1998). Os mofos (Penicillium) também atuam sobre o sabor dos produtos fermentados devido ao seu arsenal enzimático, apesar de não serem adicionados na massa e, sim, aplicados sobre a tripa. Nessa localização, desempenham particular ação, regulando a rápida desidratação e dificultando a penetração do oxigênio na peça, conseqüentemente evitando a ocorrência dos indesejáveis processos oxidativos (TERRA, 1998). 15 2.2.3.1 Preparo da mistura ou massa O preparo da mistura ou massa consiste na trituração da matéria-prima, carnes magras, carnes gordas e gordura com os outros ingredientes, especificamente o sal, com o nitrato e com os condimentos. Essa trituração é feita de diferentes maneiras em função da granulosidade da massa: para salames com partículas grandes ou médias a trituração é feita em moedores de carne, enquanto para aqueles com partículas pequenas ou de massa fina, o uso do cutter é preferido. Em alguns casos o produto é homogeneizado em misturadeira com pás. Quando se efetua essa operação de mistura dois fatores especiais devem ser levados em consideração: a necessidade de o embutido perder água durante a secagem e o alto teor de gordura da mistura. A carne magra é triturada à temperatura entre -4° e 0°C para evitar forte retenção da água. A gordura também é cortada enquanto congelada à temperatura de cerca de -8°C. Isso minimiza o esmagamento da gordura e conseqüente cobertura das partículas de carne com uma camada de que dificulta a saída de água, durante o processo de secagem (ORDOÑEZ, 2005). 2.2.3.2 Embutimento O processo de embutimento consiste em introduzir a massa já preparada na tripa previamente selecionada e disposta para esse fim. Para isso, utilizam-se embutidoras que podem trabalhar de forma descontínua (a pistão) ou contínua (a vácuo), dependendo das necessidades (ORDOÑEZ, 2005). O embutimento em tripas naturais é o procedimento mais antigo e tradicional. As tripas naturais utilizadas correspondem ao trato intestinal do ovino, do suíno (de pequeno calibre) e do bovino (de maior calibre), principalmente, e sua preparação exige limpeza intensa com água potável abundante, depois da evisceração (ORDOÑEZ et al, 2005). As tripas artificiais são utilizadas com muito mais freqüência, pois não implicam problemas higiênicos. (ORDOÑEZ et al, 2005). 16 Uma vez finalizado o embutimento, as peças vão sendo individualizadas mediante fios, grampos metálicos ou cortes com facas; com isso consegue-se um aspecto satisfatório ao produto (ORDOÑEZ, 2005). 2.2.3.3 Fermentação A fermentação num sentido estrito pode ser considerada o estágio em que ocorre o crescimento e ação metabólica das bactérias produtoras de ácido láctico, com conseqüente queda de pH do produto. Mas deve ser considerado que outras mudanças importantes também ocorrem nesse período: o crescimento das bactérias lácticas continua a correr nos estágios iniciais da secagem e a atividade das enzimas microbianas persiste, mesmo após a inibição do crescimento dos microrganismos (PARDI, 1996). Num sentido amplo, o processo de fermentação consiste de três fases distintas que se diferenciam pelas condições de temperatura e umidade relativa do ambiente e pelo período de duração: fermentação propriamente dita, secagem e maturação. O período total varia em função do produto de 15 a 90 dias; em linhas gerais, os salames de maturação rápida são expostos a temperaturas altas na fermentação, enquanto aqueles de maturação longa são expostos a baixas temperaturas (PARDI, 1996). 2.2.3.4 Maturação Pardi et al. (1996) e Terra (1998) recomendam que as salas de maturação possuam um controle eficiente da umidade relativa do ar, temperatura e velocidade do ar. Nesta fase, produz-se a maior parte da desidratação do produto; por isso é importante o efeito da aeração dos secadores e a distribuição uniforme do ar ao seu ambiente. Durante a maturação, não apenas o pH e a Aw continuam diminuindo, como ocorre hidrólise enzimática das proteínas e dos lipídeos (ORDOÑEZ, 2005). 17 2.3 Controle de qualidade O controle de qualidade é um sistema de proteção ao consumidor, pois seu principal objetivo é o de assegurar às indústrias a fabricação de alimentos com excelente padrão e de propiciar, aos consumidores, produtos em condições de cumprir sua finalidade de alimentar e nutrir (EVANGELISTA, 2008). As Boas Práticas de Fabricação e o Sistema de Análise de Perigos e Ponto Críticos e Controle (APPCC) são ferramentas amplamente recomendadas por órgãos de fiscalização, tais como a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) e Ministério da Agricultura e Abastecimento (MAPA), e utilizadas em toda cadeia produtiva de alimentos (BORGES, 2007). O plano ou manual das Boas Prática de Fabricação deve ser elaborado seguindo as regras expostas no Regulamento aprovado pela Portaria n.º 368 (MAPA, 1997), sobre as condições Higiênico-Sanitárias e de Boas Práticas de Fabricação para Estabelecimentos Elaboradores/ Industrializadores de Alimentos. O presente Regulamento estabelece os requisitos gerais (essenciais) de higiene e de boas práticas de elaboração para alimentos elaborados/industrializados para o consumo humano, para que assegurem qualidade suficiente dos alimentos para não oferecer riscos à saúde humana. As Boas Práticas de Fabricação são um conjunto de diretrizes e regras para o correto manuseio de produtos, abrangendo desde as matérias-primas até o produto final, de forma a garantir a segurança do que é produzido pela indústria de alimentos (BERTOLINO, 2010). Portanto, somente a inspeção do produto final como atividade de controle, hoje, não agrega valor, pois se nessa fase se detecta que o produto se encontra fora dos requisitos estabelecidos, nada pode ser feito para correção do processo (ARRUDA, 1998 apud ESTROZI 2009). O enfoque básico do sistema APPCC é a prevenção, e não a inspeção final (BERTOLINO, 2010). O APPCC é um sistema planejado para proporcionar a produção de alimentos microbiologicamente seguros, mediante a análise dos perigos referentes às matérias-primas, ao processamento e ao abuso por parte do consumidor. É um método pró-ativo e sistemático para controle de perigos nos alimentos. Embora alguns métodos clássicos de segurança alimentar sejam baseados na análise dos produtos finais, o sistema APPCC enfatiza a qualidade de todos os 18 ingredientes e de todas as etapas de processamento, estabelecendo como premissa que produtos seguros serão resultados de ingredientes e processos controlados (JAY, 2005). O controle do produto concluído e embalado constitui a derradeira intervenção fiscalizadora do departamento de controle de qualidade, para verificar as condições dos produtos, em obediência aos padrões determinados (EVANGELISTA, 2008). A aprovação do produto pelo departamento de qualidade representa o visto de liberação para a entrega ao consumidor (EVANGELISTA, 2008). Tudo deve ser feito para evitar que os produtos cheguem a um estado não conforme ou potencialmente inseguro. Para isso, os processos devem ser controlados e mantidos em seus limites de controle (BERTOLINO, 2010). 19 3 METODOLOGIA 3.1 Apresentação da empresa O Frigorífico Gasperin iniciou suas atividades no ano de 1922, como abatedouro de suínos e bovinos e a fabricação de seus derivados. Porém, com a necessidade de modernizar as suas instalações, um novo frigorífico foi construído e, com o passar do tempo, começaram a investir apenas na produção de derivados cárneos. A empresa produz uma grande variedade de produtos e derivados cárneos sendo eles: salames (tipo milano, tipo italiano e light), copa defumada, linguiça colonial, linguiça tipo calabresa, bacon defumado, costela defumada, presunto, apresuntado, mortadela (ervas finas, com toucinho e sem toucinho), salsicha Frankfurt defumada, codeguin e queijo de porco. A Empresa sempre foi conduzida pela família Gasperin, que hoje também explora a marca Aida Alimentos. Nos anos 70, foi pioneira no Estado do Rio Grande do Sul em fatiamento de embutidos como mortadela, apresuntado e presunto em escala industrial. Hoje, a Aida com mais de 80 anos de história, conta com a atuação da quarta geração da família Gasperin. Em 2008, a Empresa, seguindo uma norma da Coordenadoria de Inspeção Industrial e Sanitária de Produtos de Origem animal (CISPOA), implantou o manual de Boas Práticas de Fabricação (BPF). Em 2009, a Aida conseguiu o certificado de Boas Práticas de Fabricação. Os proprietários possuem um projeto de construção de nova fábrica na região turística do Vale dos Vinhedos, em Bento Gonçalves. Desejam construir uma empresa modelo, contando com o que há de mais moderno na área de produção industrial e gestão ambiental, tudo isto visando a expansão de sua área de mercado consumidor. 20 3.2 Procedimento de inspeção de produto acabado O procedimento de inspeção de produtos cárneos acabados foi elaborado em virtude das necessidades da empresa Aida em garantir produtos seguros e de qualidade. Este procedimento permite a verificação dos itens que são considerados crítico ou importante, para garantir a conformidade do produto. A inspeção de produto acabado deve ser organizada e executada pelo setor de controle de qualidade ou por um auditor treinado para esta função. As atividades da inspeção de produto acabado compreenderam: - aplicação do check-list de inspeção de produto acabado; - emissão de relatório de não conformidade; - acompanhamento das ações corretivas e/ou preventivas. Por critério da empresa, a inspeção do produto acabado deve ser realizada três vezes por semana, em três produtos diferentes, com data de fabricação da semana da inspeção, a fim de verificar o atendimento aos requisitos específicos para serem comercializados. 3.2.1 Check-list para inspeção de produto acabado Considerando as características de qualidade mais importantes dos produtos da empresa e a rapidez da analise, foi elaborado o check-list apresentado na Tabela 1. O check-list contém os requisitos básicos para verificar a conformidade ou não-conformidade do produto final. Além dos produtos, foram avaliadas as características de qualidade das embalagens e das caixas de acondicionamento das mesmas. Durante a inspeção verificou-se as caixas dos produtos se estavam bem fechadas e se o peso se apresentava conforme a etiqueta externa. Além disso, foi conferida a identificação do tipo de produto, data de validade, quantidade e/ou peso do produto na etiqueta das caixas Posteriormente, uma caixa era aberta, onde verificava-se se o tipo de produto e a data de validade apresentada na embalagem eram compatíveis com o que apresentava a etiqueta da caixa. 21 Após, as embalagens da caixa aberta eram pesadas, verificando se o conteúdo líquido estava conforme. Em seguida, uma embalagem era aberta para a verificação das características sensoriais e físicas dos produtos. Tabela 1: Check-list de produto acabado Requisitos: IC - item crítico CHECK LIST DE PRODUTO ACABADO Data: Produto (código): Data de fabricação: Data de validade: 0 5 10 NA 0 IP- item importante CÓD.:XXXX REVISÃO:00 5 Caixa IP Apresenta fechamento? IC Apresenta identificação do produto adequada? IC Apresenta data de fabricação e validade? IP Apresenta a quantidade de produtos correta? IC Apresenta peso conforme etiqueta externa? Embalagem IC Apresenta fechamento bem vedado? IP Apresenta fechamento sem pregas? Apresenta fechamento termoencolhivel IP adequado? IC Apresenta tripa solta? IC Apresenta vácuo adequado? IP Apresenta-se integra, ou seja, sem avarias? IC Apresenta data de fabricação e de validade? Produto IP Apresenta sujidades? IC IC Apresenta mofos/bolores na superfície? IC Apresenta textura característica do padrão? IC Apresenta cor característica do padrão? IC Apresenta sabor característico do padrão? IC Apresenta odor característico do padrão? IC Apresenta peso líquido conforme tolerável? IP Apresenta integridade? Resultado: (7x total de pontos para IC+ 3x total de pontos para IP)/(7x total de pontos possíveis IC+ 3x total de pontos possíveis IP) x 100 Observações: Ações Corretivas: Assinatura do Auditor: Assinatura do Auditado: Data: Data: 10 NA 0 5 10 NA 22 Os itens do check-list referente as caixas foram os seguintes: - apresenta fechamento: durante a inspeção, as caixas dos produtos eram analisadas para verificar se estavam bem fechadas, cuidado importante, pois evita exposição dos produtos durante o transporte; - identificação adequada do produto: este item é considerado critico, há de ter cuidado para evitar trocas de produtos; - apresenta data de fabricação e validade: as caixas devem apresentar na etiqueta externa a data de fabricação e validade para que não saia da expedição produtos que sejam de fabricação mais nova. Este item é crítico, pois os produtos possuem uma vida útil limite; - apresenta quantidade correta de produtos: todas as caixas devem ter um padrão de quantidade. Este item é considerado importante, não influi na qualidade do produto, porém é uma questão de ética empresarial; - apresenta peso conforme a etiqueta externa: as caixas devem apresentar o peso conforme o indicado na sua etiqueta externa. Este item é considerado importante, não influi na qualidade do produto, porém é uma questão de ética empresarial. Em relação as embalagens, os itens do check-list contemplavam: - apresenta fechamento bem vedado: este item foi considerado crítico, pois quando a embalagem não estiver bem vedada, causa perda de qualidade do produto; - apresenta fechamento sem pregas: a presença de pregas (enrugamento) denota problemas de envasamento. Este item é considerado importante por causa da apresentação visual dos produtos; - apresenta fechamento termoencolhível adequado: este item se aplica aos produtos que apresentam embalagem termoencolhível. Este item é importante, pois a má aderência pode provocar perda de qualidade; - apresenta tripa solta: as embalagens da lingüiça colonial (tripa de celulose) e da mortadela (tripa plástica) não podem estar mal aderidas, pois além de causar má impressão, sofrerá contaminação. Portanto este item é considerado crítico, pois denota problemas de produção; - apresenta vácuo adequado: os produtos embalados devem apresentar-se com vácuo, pois a presença de ar pode provocar o crescimento de microrganismos aeróbios que se desenvolvem na presença de oxigênio, sendo um item crítico; 23 - apresenta-se íntegra, ou seja, sem avarias: as embalagens não podem apresentar defeitos, como por exemplo, rasgadas, amassadas, problemas de impressão, entre outros. Este item é considerado importante por uma questão de assegurar a qualidade do produto e pela visualização; - apresenta data de fabricação e de validade: todos os produtos devem conter a data de fabricação e validade, pois é um item prioritário da embalagem. Este item é crítico, pois os produtos possuem uma vida útil limite e, conforme Resolução nº 259 (BRASIL, 2002) é uma informação obrigatória. Os itens do check-list relacionados aos produtos foram: - apresenta sujidades: em hipótese alguma deve apresentar alguma forma de sujidade. É um item importante, mas pode se tornar um item crítico; - apresenta mofos/bolores na superfície: quando o produto apresenta mofos/bolores pode ser indicativo de algum tipo de contaminação durante o processo de fabricação. Este item é crítico, pois envolve segurança alimentar; - apresenta textura característica do padrão: deve ser característica do produto e qualquer alteração pode ser causada por processamento ou formulação inadequada. Este item é crítico, por questão de qualidade e normas definidas pela legislação relativas aos produtos; - apresenta cor característica do padrão: deve ser característica do produto e qualquer alteração pode ser causada por processamento ou formulação inadequada. Será obrigatório ter um exemplo da cor definida como padrão pela empresa por meio de algum tipo de imagem. Este item é crítico, por questão de qualidade e normas definidas pela legislação relativas aos produtos; - apresenta sabor característico do padrão: deve ser característico do produto e qualquer alteração pode ser causada por processamento ou formulação inadequada. Será obrigatório ter um exemplo descritivo dos sabores padrão dos produtos definida pela empresa. Este item é crítico, por questão de qualidade e normas definidas pela legislação relativas aos produtos; - apresenta odor característico do padrão: deve ser característico do produto e qualquer alteração pode ser causada por processamento ou formulação inadequada. Será obrigatório ter um exemplo descritivo dos odores padrão dos produtos definida pela empresa. Este item é crítico, por questão de qualidade e normas definidas pela legislação relativas aos produtos; - apresenta peso líquido conforme tolerável: o peso líquido deve ser conferido para que fique de acordo com os critérios da Portaria do INMETRO n° 248 (BRASIL, 2008). Este item é considerado crítico, desobediência aos critérios da portaria pode causar autuação contra a empresa; 24 - apresenta integridade: o produto não deve se apresentar fora do seu formato original, ou seja, amassado, quebrado ou com buracos. Este item é importante por questão de apresentação visual. 3.2.2 Avaliação dos produtos acabados Para avaliação dos produtos, foi dada uma nota para os itens presentes no check-list, no final os pontos foram somados e avaliados conforme os critérios estabelecidos. As notas utilizadas na aplicação check-list de produtos acabados foram: - (0) não conforme com os requisitos planejados dos itens considerados críticos; - (5) não conforme com os requisitos planejados dos itens considerados importantes; - (10) conforme os requisitos planejados; - (NA) não aplicável na avaliação do produto. As evidências objetivas encontradas durante a execução da auditoria foram relatadas no check-list aplicado, sendo o resultado da auditoria obtido através da seguinte fórmula: R = 7 x total de pontos obtidos para IC + 3 x total de pontos obtidos para IP x 100 7 x total de pontos possíveis IC + 3 x total de pontos possíveis IP Para o desenvolvimento da fórmula utilizou-se como critério que: os itens críticos (IC) tenham um peso de 70% e os itens importantes um peso de 30% no valor do resultado. O resultado deve ficar entre 95,0 – 100 para ser considerado excelente aos requisitos planejados. O resultado obtido na inspeção é avaliado conforme Tabela 2. Tabela 2: Faixa de valores da inspeção, conceito e observações Resultado 95,0 _ 100 85,0 _ 94,9 60,0 _ 84,9 0,00 _ 59,9 Conceito Excelente Bom Regular Insuficiente Observações Atende aos requisitos planejados Necessita de ações corretivas e/ou preventivas em pequena escala Necessita de ações corretivas e/ou preventivas em grande escala Ponto crítico 25 3.2.3 Ações para eliminação de não conformidades Quando o resultado da inspeção for considerado excelente, o processo atende aos requisitos planejados, sem necessidades de mudanças. Caso o resultado for considerado bom ou regular será necessário realizar ações corretivas e/ou preventivas dentro do processo produtivo para a adequação do produto. Entretanto, se o resultado da inspeção for considerado insuficiente todo o processo produtivo deve ser reavaliado para a eliminação total das não conformidades. É necessário verificar quais itens que não estão de acordo com as características desejadas nos produtos para identificar onde ocorreu do problema dentro da produção. De acordo com a Tabela 3, o relatório de emissão de não-conformidade será obrigatório para alguns itens e facultativo para outros. Para algumas não conformidades a correção foi realizada no momento em que foram identificadas, sendo facultativa a emissão de relatório de não conformidade. Já as não conformidades de maior grau o relatório de não conformidade é obrigatório. Tabela 3: Não conformidades, correção e obrigatoriedade de emissão de relatório Não conformidade Caixa com nome do produto trocado ou faltando identificação e/ou validade, na etiqueta externa Peso incorreto na caixa Caixa mal fechada Embalagens abertas (falta de solda) Embalagens rasgadas Falta de data de fabricação e validade no produto Cor fora do padrão Aspecto de superfície fora do padrão Tamanho/ formato fora do padrão Sabor/odor fora do padrão Textura fora do padrão Correção Retrabalho Emissão de relatório de NC Facultativa Retrabalho Retrabalho Retrabalho Retrabalho Retrabalho Facultativa Facultativa Obrigatória Obrigatória Obrigatória Reprocesso Reprocesso Reprocesso Reprocesso Reprocesso Obrigatória Facultativa Facultativa Obrigatória Obrigatória Presença de sujidades Rejeitado Peso líquido do produto abaixo da Retrabalho/ legislação reprocesso Obrigatória Obrigatória 26 O modelo de relatório de não conformidade apresenta-se na Tabela 4. A emissão do relatório de não conformidade deve ser realizada pelo responsável pelo controle de qualidade (engenheiro ou tecnólogo de alimentos) ou pelo inspetor treinado para a função. No relatório é feita a descrição da não conformidade encontrada. O modo como vai ser efetuada a ação corretiva ou preventiva deve ser relatado no relatório pelo responsável (chefe da produção). O responsável pelo controle de qualidade deve aprovar ou não a ação utilizada para o fechamento da não conformidade. Todos os check-list e relatórios de não-conformidades deverão ser arquivados em gavetas de registro de documentos pelo responsável do controle de qualidade. Tabela 4: Relatório de não conformidade Ação corretiva ( ) Emitente: Item/ Produto: Relatório de Não Conformidade (ação corretiva/ ação preventiva) Ação Preventiva ( ) Data de abertura: Descrição da não conformidade: Ação corretiva/ preventiva: Responsável pela ação preventiva/ corretiva: Data: Análise da ação utilizada: Aprovação da análise da ação e fechamento da NC: ( ) Aprovado ( ) Não aprovado Responsável (controle Data: de qualidade): 27 28 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO 4.1 Aplicação do procedimento de inspeção do produto acabado A inspeção dos produtos foi realizada três vezes por semana no setor da expedição, de preferência em três tipos de produtos de processos de produção diferentes. Os produtos foram analisados conforme os itens presentes no check-list. Após, foi avaliado os resultados do check-list, para assim verificar se estão apresentados conforme os requisitos desejados para serem comercializados. O relatório de não conformidade foi emitido apenas para os salames que não apresentavam cor característica sendo que, a inspeção dos produtos acabados é uma atividade nova na empresa e ainda não levado a sério. Todas as ações corretivas e/ou preventivas foram acompanhadas pela responsável pelo controle de qualidade. 4.1.1 Resultados da avaliação dos produtos acabados A avaliação da conformidade dos produtos foi realizada conforme a Tabela 2 referentes aos resultados da inspeção. Quando terminada a inspeção do produto, o resultado da avaliação é obtido pela fórmula apresentada na seção 3.2.2. Dos produtos inspecionados, 76,6 % obtiveram um resultado na faixa entre 95,0 a 100% recebendo assim o conceito “excelente”, ou seja, atendem aos requisitos planejados para a comercialização. Dos produtos inspecionados 23,4% receberam o conceito “bom”, necessitando de ações corretivas e preventivas em pequena escala. Nenhum dos produtos obteve conceito “regular”, ou seja, que não atendem aos requisitos planejados e que necessitem de ações corretivas e preventivas em grande escala. O conceito “insuficiente” também não foi verificado, o que geraria um produto completamente crítico e com necessidade de reavaliação de todo o processo de produção. 29 Os produtos que obtiveram uma média menor que 95,0 na auditoria foram os produtos curados, como os salames e a copa defumada em pedaço fatiado sendo que, o processo de fabricação teve que ser reavaliado para a eliminação das não conformidades, com realização de ações corretivas e preventivas de pequena escala. 4.1.2 Realização de ações para eliminação de não conformidades Nesta subseção serão apresentadas as ações realizadas para eliminação das não conformidades nos produtos, sendo elas: - Uma suposta contaminação microbiológica do presunto, após verificação do vácuo da embalagem do produto que não se apresentava adequada; - presença de um anel de desidratação nos salames verificada durante a avaliação da aparência do produto; - acidez elevada nos salames light, detectada durante a avaliação do sabor do produto; - textura mole e o excesso de sal na formulação das copas defumadas, detectada durante a avaliação do sabor do produto; - a má qualidade da vedação dos produtos durante embalamento a vácuo e nos produtos com o uso de embalagens termoencolhíveis que se apresentavam pouco aderidas. Estes problemas foram detectados durante a avaliação das embalagens. 4.1.2.1 Ações corretivas e preventivas no produto presunto Em uma das inspeções realizada em presunto cozido fatiado, verificou-se que a embalagem não estava apresentando um vácuo adequado, com presença ar no seu interior. Conforme Jay (2005), a embalagem a vácuo além de retardar o crescimento de microrganismos aeróbios, o vácuo minimiza o encolhimento do produto e retarda tanto a oxidação quanto a descoloração. Para Terra (1998), são duas as possíveis causas para a presença de ar na salsicha, porém pode ocorrer para qualquer produto cárneos, que é o caso do presunto cozido. Uma possível causa é 30 a ocorrência de microfuros na termossoldagem, a outra é o desenvolvimento de bactérias lácticas heterofermentivas, que ao produzirem gás carbônico provocam a quebra do vácuo. Segundo Terra (1998), a contaminação por bactérias lácticas é resultante de contaminação de superfícies. O autor recomenda a limpeza e desinfecção das mesas com freqüência, fazendo uso de álcool etílico 70 °GL e nas mãos o mesmo álcool adicionada de 2% de glicerina. Na indústria Aida Alimentos utiliza-se o álcool etílico 70 °GL, e nas mãos o mesmo álcool, porém com adição de 2% de iodo. Terra (1998) recomenda que seja realizado um controle da hermeticidade da termossoldagem das embalagens, para verificar a presença de furos. O teste da termossoldagem é realizado sempre que empresa recebe novas embalagens para verificar se os lotes não possuem defeitos, com isto prevenir a ocorrência de problemas, como a falta de vácuo. Acreditava-se que o problema de vácuo nos presuntos fosse motivado por problemas de embalagens, pois na expedição dos produtos observavam-se falhas de aderência e os produtos não tinham firmeza característica. Porém, com frequência retornavam à empresa produtos ainda no prazo de validade, apresentando embalagem estufada, isto é, o problema não era de microfuros, mas de contaminação microbiológica. O cheiro acético presentes nestes produtos também é um indicativo de contaminação. Uma das ações corretivas realizada pela responsável no controle de qualidade foi incluir nas formulações do presunto e também do apresuntado a adição de lactato de sódio em concentração de 2,4% para sua conservação. Segundo Pardi et al. (1996), grande parte da atividade do lactato de sódio é devido à queda do pH que ele provoca, e também é muito estável em relação ao calor, resistindo a temperaturas elevadas. A análise microbiológica dos produtos não é realizada empresa, mas por uma outra empresa, quando necessário. Quanto à prevenção contra contaminação microbiológica, a higiene operacional diária dos equipamentos, superfícies e manipuladores também se tornaram mais rigorosa. Semanalmente se realiza uma análise microbiológica dos equipamentos, superfícies e das mãos dos manipuladores para verificar a eficiência da higienização. 31 4.1.2.2 Ações corretivas e preventivas no salame com presença de anel de desidratação Os salames inspecionados possuíam uma coloração pálida não característica, com presença de um anel de desidratação, visualmente indesejável para os consumidores. Na Figura 1, o salame à esquerda apresenta uma cor característica do produto, já o salame à direita possui um anel de desidratação e na parte interna a cor é esbranquiçada. Figura 1: Salame com cor normal e salame com anel de desidratação Terra (1998) recomenda utilizar velocidade do ar da sala climatizada entre 0,2 a 0,5 m/s. Conforme o autor, a excessiva velocidade do ar circulante entre as peças de salame é o agente maior deste defeito. Terra (1998) afirma que a desidratação excessiva da face externa forma uma “casca” que impede a saída de água mantendo no centro da peça um elevado conteúdo aquoso (alta atividade de água) que possibilitará a ocorrência de processos fermentativos indesejáveis, originando salames ácidos, pútridos ou descolorados. A água migra do interior da peça para a superfície e daí para o ambiente da câmara climatizada. A migração interna deve ocorrer a uma 32 velocidade maior do que da superfície para o meio ambiente. Caso isso não aconteça, ocorrerá a formação do anel de desidratação (TERRA et al., 2004). Porém, é importante destacar que, o anel de desidratação não é o único problema visual que pode ocorrer. O salame pode apresentar uma coloração pálida devido ao uso de carne PSE (Pale, Soft and Exudative). A cor pálida da carne PSE irá influenciar na cor do salame, mas por ser uma carne de baixa capacidade de retenção de água, ajudaria na perda desejável de água do produto durante a secagem. Entretanto, segundo Varnan e Sutherland (1995), pode-se usar até 20% de carne PSE, ou mais, sem desqualificar o produto final. A ação corretiva para que não ocorram salames com anel de desidratação foi controlar a velocidade do ar na sala climatizada para que não fique acima de 0,5m/s. 4.1.2.3 Ações corretivas e preventivas no salame light com elevada acidez O salame light apresentava-se com uma acidez elevada. O sabor “suave” ácido do salame é característico de produto fermentado, porém como se apresentou em excesso, todo o processo produtivo precisou ser avaliado para verificar a causa. Segundo Terra et al. (2004), a acidez excessiva do embutido pode ser causada pela má condução do processo fermentativo, escolha de cultura starter inadequado, uso excessivo de açúcares e temperatura excessivamente alta, por ocasião do processo fermentativo. Com relação ao açúcar utilizado na formulação, é importante não somente a sua quantidade como seu tipo. A glicose produz uma maior quantidade de ácido (em relação ao tempo) do que a sacarose (açúcar comum), lactose (açúcar do leite) ou maltose (resultante do desdobramento parcial do amido) (TERRA et al., 2004). A acidez suave é característica do salame, porém conforme Terra et al. (2006), a acidificação do salame pode não ser alcançada se o açúcar não tiver sido adicionado na quantidade adequada. Como dito anteriormente, açúcar é substrato utilizado pelas bactérias da cultura starter para a produção do ácido lático, responsável pelo sabor ácido do salame. Como ação corretiva para o salame light deu-se uma diminuição de 0,03% de açúcar comum na formulação, para diminuir a acidez causada pela fermentação excessiva. A redução de açúcar no 33 salame light também teve como objetivo reduzir a ocorrência de estufamento da embalagem no mercado. Para Terra (1998), o ideal é que a temperatura da sala climatizada seja 25°C, umidade relativa de 95% no primeiro dia do processo fermentativo, diminuindo estas variáveis até chegar à fase da maturação. Após uma semana, na fase de maturação, reduzir a temperatura para 18°C e umidade relativa para 75%, mantendo-se assim até que se atinja a atividade de água de 0,87. A temperatura e a umidade relativa da sala climatizada devem ser controladas diariamente. Na empresa em questão, a temperatura, conforme a responsável pelo controle de qualidade, deve estar entre 16 a 19 °C e umidade relativa entre 75 a 85%, para evitar que ocorra o desenvolvimento de microrganismos indesejáveis como, por exemplo, as bactérias heterofermentativas. Segundo Terra et al. (2006), as principais espécies de bactérias ácido láticas, desejáveis para o processo de acidificação, são os Lactobacillus e Pediococcus. Por serem homofermentativas, produzem apenas ácido lático, desejado para dar a acidez desejável no salame. Conforme Terra et al. (2004), quando ocorre contaminação por bactérias láticas heterofermentativas, ao lado do ácido lático formam-se outros ácidos tais como acético, fórmico e succínico que responde por um sabor “excessivamente ácido”, além de gás carbônico que descompacta a massa. A cultura starter utilizada na fábrica é comprada da SACCO Brasil, sendo da linha Lyocarni RHM-33, composta por Staphylococcus xylosus e Pediococcus pentosaceus. Conforme Terra et al., (2006) e Varnam e Sutherland (1995), a primeira cepa contribui para o desenvolvimento e estabilização da coloração e do aroma do salame. A segunda, por ser uma cultura homofermentativa, garante que o produto final da fermentação seja apenas ácido láctico, o qual exerce um controle sobre a flora patogênica, garantindo assim a segurança microbiológica do produto e também contribui para a redução do pH e secagem do salame. Segundo Terra et al., (2006) e Varnam e Sutherland (1995), cepas como micrococcus e Stapholococcus xylosus e Staphulococcus carnosus são importante para reduzir o nitrato a nitrito, pois possuem um sistema nitrato e nitrito redutase, o que favorece a ocorrência das reações de cura responsáveis pela coloração típica dos produtos cárneos. Sendo assim, a cultura tem uma mistura ideal para garantir a qualidade do produto, desde que utilizada conforme indicado pelo fornecedor. Um trabalho realizado por Scheidt et al. (2009), comparando o efeito da adição de culturas iniciadoras em salame tipo italiano, constatou que o uso destas reduz de forma significativa os microrganismos patogênicos e/ou deteriorantes. Segundo os autores, isso ocorre pelo fato de que pH 34 diminui e pela quantidade de bactérias lácticas, que competem pelo substrato inibindo o crescimento de outras bactérias indesejáveis. Na sala climatizada da empresa são utilizadas varas de madeira para pendurar os produtos, não sendo permitido conforme a Portaria n° 368 (BRASIL, 1997), pois pode ser uma via de contaminação, como por exemplo, as bactérias heterofermentativas, sendo correto o uso de varas de metal que são de fácil higienização. Observou-se também que o controle da temperatura e umidade relativa do ar não é realizado com o rigor que seria ideal para a condução da fermentação e maturação dos produtos. A única ação corretiva realizada foi a redução do açúcar na formulação. 4.1.2.4 Ações corretivas e preventivas na copa defumada A copa defumada da empresa possuía uma textura mole, sendo que as outras marcas no mercado apresentam-se mais firmes. A Instrução Normativa n° 22 (BRASIL, 2000), determina que a atividade de água da copa tenha no máximo 0,90. Portanto, a medição da atividade de água deve ser realizada antes dos produtos serem embalado para a sua comercialização. Quando se mistura produtos novos com produtos velhos dentro da sala climatizada, a umidade dos produtos mais novos passa para os mais velhos. Portanto, deve-se evitar a colocação de copas de datas de fabricação diferentes na mesma sala. Terra (1998) recomenda que após a defumação, o produto seja mantido na sala climatizada com umidade relativa de 75% e temperatura de 18°C por 40 dias. Portanto, o controle da umidade e temperatura da sala climatizada deve ser realizado diariamente. Duas outras ações corretivas foram propostas, ou seja, a medição da atividade de água dos produtos antes de sua liberação para serem embalados e evitar que se coloquem produtos novos juntos com produtos velhos. Outro problema da copa defumada é o excesso de sal comum, tornando a produto salgado. Na formulação, além do sal comum, foi diminuída a quantidade de sais de cura. Na empresa há dois tipo de formulação de copa, uma para o inverno e outra para o verão. O motivo das duas formulações diferenciadas é que no verão a copa estraga facilmente, motivada pela 35 falta de um ambiente climatizado controlado. Entretanto, as duas formulações apresentam uma quantidade grande de sal comum e de cura para evitar a contaminação dos produtos. Uma das ações corretivas para melhorar a qualidade da copa foi a elaboração de uma nova formulação de condimentos, cuidando para que a quantidade de sais de cura no produto final esteja abaixo do máximo permitido pela legislação. As formulações das copas defumadas tinham o pó húngaro (que é sal de cura) e um outro sal de cura, agora só possui um tipo. A empresa não quantifica a quantidade de resíduos de nitrato e nitrito, mas por segurança a formulação foi modificada. A quantidade residual máxima expressa como nitrito de sódio para o nitrito (de sódio ou potássio) dever ser de 0,015 g/ 100 g (150 ppm) e para o nitrato (de sódio ou potássio) de 0,03 g/ 100 g (300 ppm) nos produtos cárneos, conforme a Portaria nº 1.004 (BRASIL, 1998) para evitar ricos à saúde do consumidor. Portanto, conforme a legislação, nenhum produto cárneo deve ultrapassar estes limites. 4.1.2.5 Ações corretivas e preventivas em embalagens Um dos problemas encontrado em algumas embalagens foi a má vedação destas. Outro problema foi verificado nas embalagens termoencolhíveis que se apresentavam pouco aderidas ao produto. Alguns produtos vendidos em peças inteiras, como copa, culatello e salames são acondicionados em embalagens termoencolhiveís tipo cryovac. Evangelista (2008), afirma que o uso dessas embalagens se deve as suas qualidades de impermeabilidade e pela sua capacidade de contração imediata e uniforme. Conforme o autor, o acondicionamento a vácuo através do cryovac tem por objetivo criar condições desfavoráveis nos fatores capazes de promover a deterioração do produto, a sua oxidação, descoloração e outros termos de caracteres organolépticos. O produto é colocado dentro da embalagem termoencolhível e realiza-se o vácuo. Depois de embalados, os produtos são submersos em tanque de encolhimento contendo água a temperatura de 80°C. O calor da água faz com que a embalagem fique bem aderida ao produto. Mas, quando a água não está à temperatura ideal, a embalagem não fica bem aderida. 36 Preventivamente, antes de colocar os produtos no tanque de encolhimento deve-se verificar a temperatura da água, para que a embalagem fique bem aderida no produto. A vedação das embalagens também é caracterizada como sendo um item crítico, pois quando não adequada, o produto no interior ficará exposto à presença de ar. Foram encontradas algumas embalagens mal vedadas (apresentando produto aberto e sem vácuo ou com selagem torta). Sempre que estes problemas foram detectados, foi comunicado ao supervisor do setor de embalamento dos produtos, para que seja realizado um treinamento aos funcionários responsáveis pela realização do trabalho. 37 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS O procedimento de inspeção dos produtos acabados foi importante para avaliar a qualidade final destes antes de irem para o mercado e propor mudanças nos processos de fabricação, quando necessário, a fim de evitar a não conformidade dos produtos. O resultado da inspeção mostrou que 23,4% dos produtos tiveram conceito “bom”, sendo que seria ideal que este valor fosse bem menor. E 76,6% dos produtos tiveram conceito “excelente”. Nenhum dos produtos inspecionados obteve conceito “regular” e/ou “insuficiente”. No produto presunto, o problema da perda do vácuo causado supostamente por contaminação microbiológica diminuiu com a adição de lactato de sódio e controle da higiene das superfícies e dos equipamentos. No produto salame light, a redução do açúcar na formulação ajudou a diminuir a acidez. A temperatura e umidade relativa do ar deve ser controladas para garantir a qualidade de todos os tipos de produtos curados. Controle da velocidade do ar na sala climatizada, para evitar ocorrência de anel de desidratação nos salames. As copas defumadas tiveram uma diminuição do sal comum e sais de cura. É importante medir a atividade de água dos produtos antes de serem embalados, pois é o que determina o final do processo produtivo, tanto das copas como dos salames. Não foi mais verificado nenhum problema com a vedação das embalagens durante a realização do, pois os funcionários passaram por um novo treinamento. O controle da temperatura do tanque de encolhimento das embalagens termoencolhíveis começou a ser observado com mais frequência para evitar problemas de aderência nos produtos que usam este tipo de embalagem. 38 REFERÊNCIAS BRASIL, Ministério da Agricultura e do Abastecimento. Regulamento Técnico de Identidade e Qualidade dos Produtos Cárneos. Instrução Normativa n° 22, de 31/07/2000. Diário Oficial (da) Republica Federativa do Brasil, Brasília, DF, de 3 de agosto 2000. BRASIL, Ministério da Agricultura e do Abastecimento. Regulamento Técnico de Identidade e Qualidade de Presunto Cozido. Instrução Normativa nº 20, de 31/07/2000. Diário Oficial (da) Republica Federativa do Brasil Brasília, DF, 3 de agosto 2000. BRASIL. Ministério da Saúde. Regulamento Técnico Atribuição de Funções de Aditivos, Aditivos e seus Limites Máximos de uso para a Categoria 8 – Carne e Produtos Cárneos. Portaria nº 1004, 11 de dezembro de 1998. Diário Oficial (da) Republica Federativa do Brasil, Brasília, DF, 14 dez. 1998, p. 28. BRASIL. Ministério da Saúde. Resolução - RDC nº 259, de 20 de setembro de 2002. Diário Oficial (da) Republica Federativa do Brasil, Brasília, DF, 23 de set. 2002. BRASIL. Ministério da Agricultura e do Abastecimento. Regulamento Técnico sobre as Condições Higiênico-Sanitárias e de Boas Práticas de Elaboração para Estabelecimentos Elaboradores/ Industrializadores de Alimentos-. Portaria nº 368, de 04/09/97. Diário Oficial (da) Republica Federativa do Brasil, Brasília, DF, 18 fev. de 1997. BRASIL. Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior – MDIC. Portaria INMETRO nº 248 de 17 de julho de 2008. Diário Oficial (da) Republica Federativa do Brasil, Brasília: INMETRO, 2008. BERTOLINO, T. M. Gerenciamento da qualidade na indústria de alimentos: Ênfase na segurança de alimentos. Porto Alegre: Artmed, 2010. 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