IV CONALI - Congresso Nacional de Linguagens em Interação Múltiplos Olhares 05, 06 e 07 de junho de 2013 ISSN: 1981-8211 LEITURA E INTERPRETAÇÃO TEXTUAL: REFLEXOS DA MODERNIDADE NO ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA Patrícia Helena FRAI (UNIOESTE) Introdução O presente trabalho constitui uma proposta de pesquisa-ação realizada em uma sala de 8º ano do Ensino Fundamental no Colégio Estadual Marechal Rondon no município de Marechal Cândido Rondon (PR) durante o primeiro semestre do ano letivo de 2013. O trabalho encontra-se engajado no projeto PIBID - Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência, subprojeto de Letras/Língua Portuguesa da Universidade Estadual do Oeste do Paraná/UNIOESTE– campus de Marechal Cândido Rondon. A pesquisa parte do desinteresse dos alunos nas aulas de Língua Portuguesa, principalmente, nas aulas destinadas à interpretação textual. Fato este, notado a partir de observações realizadas em outros anos letivos durante atividades relacionadas ao PIBID. Foi observado o desinteresse dos alunos nas aulas de interpretações textuais, muitos só realizam as atividades se, em troca, “ganharem” algum ponto na média, ou então, se feita em sala, são copiadas as respostas do quadro. Diante dessa realidade, a capacidade de interpretação, compreensão e confrontação que o aluno deveria exercitar acaba não sendo realizada e, o ensino aprendizagem que tanto discutimos e analisamos na universidade se torna utópico. Levantado às hipóteses da qual pudesse contemplar essa problemática, elencou-se alguns pressupostos possíveis para tal afirmação. A primeira seria a alta informatização dos jovens. Nossos alunos, hoje, são fortemente “bombardeados” com informações da internet, TV, textos midiáticos com muita informação e que não suprem a necessidade do aluno em aprender, ou seja, são textos vinculados a informação e não ao saber. Junto a essa informatização, há tecnologia, estamos trabalhando com uma geração técnica e, é cada vez mais escasso encontrarmos alunos que tenham prazer na leitura. Hoje, o que notamos são muitos alunos escrevendo de forma errada, simplificada, uma escrita oriunda do internetês, IV CONALI - Congresso Nacional de Linguagens em Interação Múltiplos Olhares 05, 06 e 07 de junho de 2013 ISSN: 1981-8211 com falta de conjunções, concordância e adequação verbal, uma linguagem inadequada para a sala de aula. Dessa forma, o conteúdo escolar parece estar cada vez mais distante da vida de nossos estudantes. Consequentemente a esse pressuposto, parte a falta de concentração dos nossos alunos quando o objetivo da aula seja fazer o estudante ler, refletir e compreender. É cada vez mais escasso encontrarmos adolescentes que, nesse mundo altamente tecnológico onde as informações são veiculadas rapidamente, consiga se concentrar em atividades escolares, onde é necessária, principalmente, a concentração. Partindo do pressuposto citado, a pesquisa-ação objetiva encontrar meios de estimular o interesse dos alunos nas aulas de interpretação textual. Para isso, faz-se necessário repensar nas abordagens de ensino, conhecer o indivíduo aluno inserido em uma sociedade determinada e, principalmente, unindo a teoria da universidade com a prática da sala de aula. 1. Pesquisa-ação Tem se discutido muito sobre a nova metodologia que a pesquisa-ação traz no rumo das pesquisas. Segundo Guido Irineu Engel, a pesquisa-ação procura unir a pesquisa teórica com a prática, ou seja, a própria sala de aula é o objeto de pesquisa e, assim, a pesquisaação se torna um instrumento para pesquisas relacionadas à prática docente. Segundo Engel (2000): A pesquisa-ação surgiu da necessidade de superar a lacuna entre a teoria e prática. Uma das características deste tipo de pesquisa é que através dela se procura intervir na prática de modo inovador já no decorrer do próprio processo de pesquisa e não apenas como possível consequência de uma recomendação na etapa final do projeto. (ENGEL, 2000, p. 182) O exercício da prática que seria colocado em execução só depois da conclusão da pesquisa, agora, pode ser desenvolvida durante o processo de pesquisa. Assim, conforme IV CONALI - Congresso Nacional de Linguagens em Interação Múltiplos Olhares 05, 06 e 07 de junho de 2013 ISSN: 1981-8211 vai se analisando a problemática, novas abordagens já podem ser realizadas dentro da sala de aula. Em sua metodologia de pesquisa, podemos definir como características da pesquisaação, conforme Engel (2000): a) Todos os participantes envolvidos na pesquisa ação devem passar pelo processo de aprendizagem; b) As estratégias criadas pela pesquisa-ação só poderá funcionar se cada docente saber adequar ao contexto de utilização, ou seja, para cada sala de aula, haverá uma modificação no processo; c) A pesquisa-ação tem como objeto de pesquisa algum problema relacionado diretamente a prática, por isso, a resposta também deverá ser prática; d) A pesquisa-ação é situacional: ela acontece para um determinado contexto, em uma terminada situação específica. Pode haver questões generalizadas sob o contexto escolar, como por exemplo, o desinteresse dos alunos pelas aulas de Língua Portuguesa; e) A pesquisa-ação é autoavaliativa: o professor ao longo da pesquisa avalia sua própria prática docente, refletindo sobre sua metodologia, redefinindo conceitos conforme o necessário; f) A pesquisa-ação é cíclica: a partir das observações, planeja-se um plano de ação, em seguida, avalia-se o plano (resultados positivos ou negativos) e elabora outro a fim se que, no final, as necessidades dos alunos estejam supridas. Situados as características que abrangem a pesquisa-ação, notam-se como importância as fases que compõem a pesquisa: 1º Definição de um problema: o pesquisador escolhe um assunto que o intriga ou que ele tenha vontade de pesquisar o porquê do problema; IV CONALI - Congresso Nacional de Linguagens em Interação Múltiplos Olhares 05, 06 e 07 de junho de 2013 ISSN: 1981-8211 2º Pesquisa preliminar: trata-se das observações em sala de aula, revisão bibliográfica necessária para o desenvolvimento da pesquisa, como também, discussões os próprios alunos sobre o problema levantado; 3º Hipótese: a partir das informações levantadas, o pesquisador levanta hipóteses do por que do problema estar acontecendo; 4º Desenvolvimento de um plano de ação: a partir da hipótese levantada, o professor-pesquisador elabora um plano de ação através de atividades, projetos que possam suprir o problema elencado; 5º Implementação do plano de ação: o plano de ação é colocado em prática; 6º Coleta de dados para a avaliação: coletar dados a fim de verificar o números de alunos que participaram antes e depois do plano, o clima das aulas, a reação dos alunos diante das atividades; 7º Avaliação: trata-se do professor-pesquisador analisar e interpretar os dados coletados, refletir sobre os benefícios e mudanças realizadas na sala de aula; 8º Comunicação dos resultados: tornar pública a pesquisa a fim de que outros profissionais da área tenham acesso, como também, publicar a pesquisa em revistas ou apresentar em eventos. Nessa perspectiva, o presente trabalho considera todas as fases da pesquisa-ação para a sua elaboração, no entanto, como dito anteriormente, o trabalho está em fase inicial de elaboração, por isso, a atual pesquisa está desenvolvida até a etapa quatro. 2. Leitura e texto Nas PCN’s (Parâmetros Curriculares Nacionais) de Língua Portuguesa (1998, p. 32- 33) há enfatizado os objetivos gerais de ensino da matéria na sala de aula, dentre os elementos expostos, há a interpretação textual de diversos tipos de textos: a linguagem é utilizada para explicar a experiência e a realidade. Nessa perspectiva, aponta-se que, o principal modo de IV CONALI - Congresso Nacional de Linguagens em Interação Múltiplos Olhares 05, 06 e 07 de junho de 2013 ISSN: 1981-8211 fazer o aluno se “prender” a uma leitura e levá-lo a reflexão é trazer conteúdos que se aproximam de seu cotidiano para a sala de aula. Nessa perspectiva, a DCE (Diretrizes Curriculares da Educação Básica) de Língua Portuguesa aponta: Compreende-se a leitura como um ato dialógico, interlocutivo, que envolve demandas sociais, históricas, políticas, econômicas, pedagógicas e ideológicas de determinado momento. Ao ler, o indivíduo busca as suas experiências, os seus conhecimentos prévios, a sua formação familiar, religiosa, cultural, enfim, as várias vozes que o constituem. (PARANÁ, 2008, p. 56). No entanto, deparamo-nos com livros didáticos padronizados na escola, ou seja, livros didáticos produzidos em um determinado local que é distribuído para todas as escolas do território nacional. E o que isso implica na leitura e interpretação textual? Não é novidade afirmarmos que nossos alunos não são iguais, que vivem em um contexto social, econômico e histórico diferente e que, determinadas metodologias de leituras para esses diferentes estudantes também deveriam ser distintas. Logo, os textos que estão no livro didático são iguais para os nossos diferentes alunos. O que implica é que a leitura e a interpretação textual não é a mesma para todos. Por exemplo, um texto que questiona as favelas sendo “vizinhas” de condomínios luxuosos em São Paulo não condiz com a realidade de alunos que vivem no oeste do Paraná, logo, esses alunos conhecerão uma realidade distinta à deles, porém, provavelmente não conseguirão compreender o que esse contexto social significa para ele – indivíduo e, quais críticas que o texto tenta abordar juntamente com a interpretação textual. Do mesmo modo, um texto expondo a situação de crianças que trabalham na agricultura com seus pais certo período do dia, também não condiz com a realidade dos alunos moradores de grandes centros. Nessa perspectiva, aponta-se a importância de saber trabalhar esse diversos temas com diversos textos, não apenas aqueles trazidos pelo livro didático que, juntamente, trazem apenas atividades de decodificação na interpretação textual. IV CONALI - Congresso Nacional de Linguagens em Interação Múltiplos Olhares 05, 06 e 07 de junho de 2013 ISSN: 1981-8211 Outro aspecto relevante a ser questionado sobre a leitura é o objetivo que o texto é levado para a sala de aula: “[...] a leitura assume finalidades imediatistas e utilitárias, tais como: ler para fazer exercícios de interpretação, para estudar itens de conteúdo, para adquirir modelos de escrita, para gostar e se habituar, para conscientizar e politizar” (MAGNANI, 2001, p. 50). É possível trabalharmos os mais diversos conteúdos em textos, escrita e interpretação textual, no entanto, devem estar claros os objetivos do texto em sala, especificar a utilidade, o porquê de estar sendo levado para o âmbito escolar e, a real função da interpretação textual. A autora ainda discorre sobre o tema: Importa, pois, no âmbito da disciplina de Língua Portuguesa, colocar em causa a função de “literário”, e distinguir, na análise, o que diz respeito ao efeito estético e o que diz respeito a outras funções que o texto assume enquanto obra de linguagem, documento etc. Importa desmistificar a ambiguidade da noção de “valor literário”, que mistura em si toda a sorte de utilização de textos (“dados” como) literários. (MAGNANI, 2001, p.51). Nessa dimensão, cabe ao professor educador um levantamento de conteúdos e textos diversificados que, condizem com a realidade do aluno, para serem trabalhos em sala de aula, textos que rompem com o estabelecido, que vá além do que já está posto e que fazem de fato o aluno refletir. 3. Leitura e Produção de sentidos Segundo Geraldi (2003) o trabalho de leitura é “integrado” a produção de dois sentidos, o primeiro que incide sobre “o que se tem a dizer”, a compreensão do leitor no que o autor escreve e, as “estratégias do dizer”, como o autor utiliza da linguagem para escrever aquilo que pensa e qual a maneira em que se constrói a verdadeira cadeia de sentidos. Dessa forma, a interpretação textual não é apenas a decodificação ou apenas um “teste” de leitura para certificar que o aluno realmente o leu. Esses tipos de atividades onde o aluno apenas retira as informações (muitas vezes na íntegra) não são o suficiente para a compreensão textual. Segundo Claudia Riolfi: “Os alunos, quando convidados a se manifestarem sobre um texto, acabam apresentando paráfrases ou ainda selecionam trechos dispersos sem um fio condutor” (RIOLFI, 2008, p. IV CONALI - Congresso Nacional de Linguagens em Interação Múltiplos Olhares 05, 06 e 07 de junho de 2013 ISSN: 1981-8211 49). Essas atividades são muitas vezes a proposta dos livros didáticos. Por isso, fazem-se necessários professores críticos e comprometidos em explorar todas as instâncias do texto, planejar sequências didáticas que leve o aluno a ler novamente o texto, que o retome quantas vezes forem necessário na procura dos sentidos. Ainda, faz-se necessário desaprender o aluno a fazer leituras automáticas, onde são realizadas apenas para responder as questões básicas do texto. Dessa forma, o professor precisa trabalhar com seus alunos a ponto em que eles possam estar aptos à: Examinar o texto de modo que seja possível desmontá-lo; Reconstruir o percurso de sua montagem para demonstrar como foi tecido Analisar como as diversas escolhas (lexicais, estruturais, argumentativas etc.) feitas pelo escritor interferem no resultado final da trama do texto (RIOLFI, 2008, p.53) A partir dos propósitos, a elaboração de atividades torna-se mais eficiente no sentindo de refletir sobre a construção de sentidos. Segundo Geraldi (2003) e Riolfi (2008) via o primeiro, também argumentam sobre novas abordagens de se trabalhar o texto em sala. São fomentadas quatro motivações para a leitura na escolha pertinente de um material para a sala de aula, são elas: 1. Busca de informações: são atividades que levam o aluno a extrair informações básicas do texto, como informações do autor, meio de veiculação do texto e assunto. Trata-se, pois, de perguntar ao texto. 2. Leitura e estudo do texto: é a leitura para a compreensão e reflexão do texto. Nessa instância, confronta-se a visão do leitor com a do autor. Trata-se de questões que expõem pontos de vistas, objetivos, contrapõe opiniões e desenvolvem o senso crítico do aluno. 3. Pretexto para realizar outras atividades: o texto é utilizado como pretexto para a realização de outras atividades, como, por exemplo, um teatro. Nesse pretexto, pode-se também trabalhar com questões de linguagem, essas atividades são voltadas IV CONALI - Congresso Nacional de Linguagens em Interação Múltiplos Olhares 05, 06 e 07 de junho de 2013 ISSN: 1981-8211 para a parte “estrutural” do texto, ou seja, pode-se trabalhar a paragrafação, coerência, coesão etc. 4. Leitura fruição: a leitura é realizada por prazer, o aluno pode ser instigado a pesquisar leituras paralelas às realizadas em sala de aula, essa leitura não precisa ser necessariamente de textos literários. Diante dessa perspectiva de ensino, ainda há a escolha do texto para ser trabalhado. No âmbito da leitura, o professor precisa atuar como um mediador fazendo com que, o aluno realize leituras significativas e que, no decorrer do processo, possa desenvolver a sua sensibilidade crítica juntamente no processo de ensino aprendizagem. Segundo as propostas estabelecidas pelas Diretrizes Curriculares da Educação Básica: Ler é familiariza-se com diferentes textos produzidos em diversas esferas sociais: jornalísticas, artística, judiciária, científica, didático-pedagógico, cotidiana, midiática, literária, publicitária, etc. No processo de leitura, também é preciso considerar as linguagens não verbal. A leitura de imagens, como: fotos, cartazes, propagandas, imagens digitais e virtuais, figuras que povoam com intensidade crescente nosso universo cotidiano, deve contemplar os multiletramentos mencionados nestas Diretrizes. (PARANÁ,2008, p.71). O uso de diferentes gêneros textuais se faz necessário para que possa desenvolver o processo de ensino aprendizagem do aluno, como já mencionado. Através dos diversos discursos, o aluno desenvolve diferentes habilidades de interpretação, conhece as diferentes esferas discursivas, aprende os elementos que nela se constituem. É nessa instância que o professor aproxima o conteúdo do texto com o cotidiano do estudante. 4. Plano de ação Considerando Magnani (2001) a respeito de levar para a sala de aula conteúdos que fazem parte do cotidiano dos alunos, o tema violência foi escolhido para ser trabalho no desenvolvimento do plano de ação. Tal tema aponta-se apropriado devido ao contexto social em que está inserido a escola e os estudantes que nela frequentam. O Colégio Estadual Marechal Rondon situa-se em um bairro classe-média baixa na cidade de IV CONALI - Congresso Nacional de Linguagens em Interação Múltiplos Olhares 05, 06 e 07 de junho de 2013 ISSN: 1981-8211 Marechal Cândido, por alguns anos, o bairro foi considerado alvo da polícia devido à violência e ao tráfico de drogas. A partir do tema solucionado, pretende-se trabalhar diversos textos, como por exemplo, conto, poema, música que abordam o assunto violência e as suas diversas facetas na sociedade. Para o desenvolvimento de um plano de ação, elaborou-se um projeto de ensino com em cerca de dez aulas para o desenvolvimento das atividades. Juntamente ao plano, encontra-se o embasamento teórico para a elaboração de atividades de interpretação textual, como também todas as etapas de desenvolvimento da pesquisa-ação. 5. Considerações finais O objetivo para o trabalho com o tema violência é mostrar aos alunos as diversas faces da violência, não aquela que é feita apenas com uma arma branca, mas sim aquela que se dá todo dia em nossa casa, na escola, na própria sala de aula e entre colegas, como também aprofundar a interpretação textual e estimular os alunos na busca do real sentido do texto. Considerando o aporte teórico estudado e, retomando a fase em que a pesquisa encontra-se, aplicar-se-á no segundo semestre do ano de 2013 a pesquisa-ação desenvolvida até então. IV CONALI - Congresso Nacional de Linguagens em Interação Múltiplos Olhares 05, 06 e 07 de junho de 2013 ISSN: 1981-8211 Referências BRASIL, Ministério da Educacao. Parâmetros Curriculares Nacionais – Ensino Médio. Área de Linguagens,Códigos e suas Tecnologias. Brasília: Secretaria de Educação Média e Tecnológica/MEC, 1999. ENGEL. Ido Irineu. Pesquisa-ação. Curitiba: UFPR. n.16, p.181-191, 2000 GERALDI, João Wanderley. Portos de passagem . 4ª ed. São Paulo: Martins Fontes, 2002 MAGNANI, Maria do Rosário M. Leitura, literatura e escola, sobre a formação do gosto. 2ªed. São Paulo: Martins Fontes, 2001. PARANÁ, Secretaria de Estado de Educação. Diretrizes Curriculares de Língua Portuguesa para os anos finais do Ensino Fundamental e Ensino Médio Curitiba: SEED, 2008. RIOLFI, Claudia [et al.] Ensino de língua portuguesa – São Paulo: Thomson Learning, 2008. IV CONALI - Congresso Nacional de Linguagens em Interação Múltiplos Olhares 05, 06 e 07 de junho de 2013 ISSN: 1981-8211