DERMATOLOGIA
VETERINÁRIA 1
Disciplina de Clínica Médica dos Animais de Companhia
UNIFESO
Maria Leonora Veras de Mello
temperatura e
umidade
FATORES DE NATUREZA FÍSICA, QUÍMICA, IMUNOLÓGICA E MICROBIOLÓGICA FUNCIONAM EM UM
SISTEMA INTEGRADO DE FINO AJUSTE, MODULANDO A DENSIDADEproteínas
DA POPULAÇÃO
BACTERIANA. OS
de superfície
PRINCIPAISoutros
DESSES
FATORES NA PELE
constituintes
de DOS MAMÍFEROS SÃO:
(imunoglobulinas,
transferrinas e
superfície (creatinina,
componentes
do sistema
glicose e ácido láctico).
complemento
lipídios de superfície
(ácido linoleico e
outros ácidos graxos
essenciais)
pH da superfície
cutânea
eletrólitos de
superfície (ions
orgânicos e
inorgânicos),
CLÍNICA E TERAPÊUTICA DAS DOENÇAS TEGUMENTARES DOS ANIMAIS DE
COMPANHIA
PARTE I – A) ECTOPARASITAS
1. Infestação de pulgas
Ctenocephalides felis
CICLO DAS PULGAS
CONTROLE DE PULGAS( A LISTA CONTÉM SOMENTE OS MAIS MODERNOS
E MENOS TÓXICOS, SEM ORGANOFOSFORADOS COMO PROPOFÓS, DIAZINON,ETC)

Front Line – pour on ou spot on/spray (Fipronyl– pulgas, carrapatos,
piolhos, sarna otodécica)- cães e gatos
Advantage – pour on (Imidacloprida ) cães e gatos
 Advantage Max 3- pour on (Imidacloprida, piretrina, mata pulgas,

piolhos,carrapatos, repele insetos) - cães

Advocate – pour on (Imidacloprida, moxidectina -pulgas, piolhos, vermes e
sarnas sarcóptica e demodécica) -cães

Revolution - pour on (Selamectina - pulgas, piolhos, mediano para
carrapatos, sarna otodécica e sarcóptica, vermes intestinais, dirofilariose)cães e
gatos

Activyl – pour on (indoxacarbe – somente pulgas) cães e gatos
CONTROLE DE PULGAS

Certifect –pour on (amitraz+lufenuron+ (S) metopreno)- pulgas,
carrapatos, larvas e pupas) somente cães

Scalibor – coleira ( Deltametrina -pulgas, carrapatos, repele
mosquisto Leishmaniose) cães

Seresto – coleira (Imidacloprida+flumetrina_ pulgas, carrapatos,
piolhos, repele mosquitos) cães e gatos

Capstar – oral- efeito 24 hs ( Nytempiran- pulgas , bernes miiases)cães e gatos

Confortis – oral efeito 4 semanas(Spinosad- somente pulgas) cães e
gatos
CONTROLE DE PULGAS

Program Plus oral ( milbemicina+ lufenuron- dirofilaria, vermes
redondos, pulgas, e leve ação sobre carrapatos) cães e gatos
Bravecto – oral (Fluralaner- pulgas e carrapatos- 12 semanas) cães
 Nexgard –oral ( Afoxolaner pulgas e carraptos 4 semanas) cães


IGR- reguladores de crescimento de insetos com poder ovicida
e larvicida, encontrados em produtos de uso externo
- Methopreno and pyriproxifeno ( MyPet, Front Line plus, Shampoo Garma,
Stopvet, Pulgof pour on) e mais modernamente imidacloprida
PARTE I – A) ECTOPARASITAS
2. Infestação por larvas de Dermatobia hominis e
Cochliomyia hominivorax
PARTE I – A) ECTOPARASITAS
3. Piolhos
Há dois tipos de piolhos em cães e gatos: os sugadores (Anoplura), que se
alimentam de sangue e podem causar anemia e fraqueza em infestações
maciças, e os mastigadores (Malophaga), que se alimentam de restos
celulares da pele e do pelame. Podem ainda transmitir uma verminose
intestinal pelo parasita Dipillidium caninum.
Cão infestado por piolhos com dermatite alérgicaà picada desses parasitas
Ambos os tipos podem causar uma dermatite alérgica caracterizada por prurido
intenso (coceira), com consequente perda da pelagem e escoriações
cutâneas.
. Há, contudo, casos assintomáticos em que os animais apresentam apenas uma
seborreia seca levemente pruriginosa. Estes são os portadores sãos.
Piolho sugador do cão (Linognathus cetosu)- ANOPLURA
Piolho mastigador do cão (Trichodectes canis - MALOPHAGA)
O tratamento para as larvas de moscas e
piolhos está junto do tratamento de pulgas
acima.
 Ainda são utilizados sprays como o Bactrovet

(sulfadiazina
de
prata,
cipermetrina,
diclorvos),
Toplione
(fipronil,
para o complemento do
tratamento de bernes e miíases
sulfadiazina de prata e aluminio)
PARTE I – A) ECTOPARASITAS
4. Ácaros
4.1 carrapatos
Amblyoma sp
(estrela)
Rhipicephalus sanguineus
PARA CONTROLE DOS CARRAPATOS

Front Line – pour on ou spot on/spray (Lufenuron – pulgas, carrapatos,
piolhos, sarna otodécica)- cães e gatos
Advantage – pour on (Imidacloprida , pulgas, carrapatos) cães e gatos
 Advantage Max 3- pour on (Imidacloprida, piretrina, mata pulgas,

piolhos,carrapatos, repele insetos) - cães

Advocate – pour on (Imidacloprida, moxidectina -pulgas, piolhos, vermes e
sarnas sarcóptica e demodécica) -cães

Revolution - pour on (Selamectina - pulgas, piolhos, mediano para
carrapatos, sarna otodécica e sarcóptica, vermes intestinais, dirofilariose)cães e
gatos
Selamectina, moxidectina, doramectina, milbemicina, são derivados da ivermectina)
CONTROLE DE CARRAPATOS

Certifect –pour on (amitraz+lufenuron+ (S) metopreno)- pulgas,
carrapatos, larvas e pupas) somente cães

Scalibor – coleira ( Deltametrina -pulgas, carrapatos, repele
mosquisto Leishmaniose) cães

Seresto – coleira (Imidacloprida+flumetrina_ pulgas, carrapatos,
piolhos, repele mosquitos) cães e gatos

Program Plus oral ( milbemicina+ lufenuron- dirofilaria, vermes
redondos, pulgas, e leve ação sobre carrapatos) cães e gatos
Bravecto – oral (Fluralaner- pulgas e carrapatos- 12 semanas) cães
 Nexgard –oral ( Afoxolaner pulgas e carrapatos 4 semanas) cães

PARA CONTROLE DOS CARRAPATOS
Outros
Pesticidas -, carbaryl, chlorpyrifos, diazinon, malathion podem ser

utilizados nas formulações spray, junto com os IGR
Piretroides – permetrina (Typer C, Pulgoff, Defendog
spray),imidoclopramida
Produtos naturais para controle nos animais e
ambiental:
Solução de cravo e cânfora, capim limão e sal, arruda, chenopodium (erva de
santa-maria), neem
PARTE I – A) ECTOPARASITAS
4. Ácaro
4.2)Sarna sarcóptica
Sarcoptes scabei
4.2) SARNA SARCÓPTICA (SARCOPTES SCABIEI)
É uma doença altamente contagiosa, sendo que, a transmissão ocorre por contato
direto com animais infectados.
Durante o desenvolvimento do seu ciclo biológico, as fêmeas dos ácaros escavam
túneis por baixo da pele, onde depositam os ovos. Os ácaros alimentam-se de
serosidades e detritos da pele.
As lesões primárias que surgem nos cães são pápulas que se disseminam
rapidamente até darem origem a crostas, perda de pêlo e escoriações provocadas
pelo próprio animal, resultantes do intenso prurido. A doença geralmente tem início
na cabeça, margens das orelhas, abdómen e membros. Frequentemente, a infecção
generaliza, e o animal surge todo afectado.
A raspagem de pele e a visualização do ácaro ao microscópio é o melhor meio
complementar para confirmação do diagnóstico.
4.2) SARNA SARCÓPTICA
4.2) SARNA SARCÓPTICA (SARCOPTES SCABIEI)
TRATAMENTO



Banhos semanais com peróxido de benzoíla 2,5 %.
Amitraz (Triatox®, Ibatox) – diluir 4 mL em 1 L de água.Cuidado com efeitos hipoglicemiantes e
outros adversos.Em caso de piodermite tratar antes de inciar o amitraz.
OU Ivermectina (Ivomec®) – 0,6 mg/Kg SID 3 meses.Contra indicado para : Collie,Border Collie,
Pastor de Shetland, Old english sheepdog.

Milbemicina (Milbemax/Program Plus®) – alternative para as raças que não podem usar a
Ivermectina. 0,5 mg/Kg SID. Alta do paciente – só após 3 raspados negativos consecutivos.A
primeira reavaliação é feita em 8 semanas.

Piriprol – nova molécula lançada pela Novartis(Prac-tic)

Metaflumizona + Amitraz - Fort Dodge- Promeris e Promeris Duo ( reações indesejáveis)

Coleira com amitraz – Virbac - Preventic

Todos os contactantes , animais e seres humanos, mesmo que assintomáticos devem ser tratados.
Dar banhos por 3 dias consecutivos e mais 4 banhos semanais com shampoos acaricidas
(tetraetiltiruram por exemplo) e aplicar Ivermectina por exemplo.Outras drogas podem ser utilizadas,
assim como na demodécica. Como prevenção: descartar jornais diariamente,lavar fômites, panos
etc.
Fipronil ; S-Methoprene ; Amitraz - Certifect (merial)

4) Ácaro
4.3)Sarna demodécica
Demodex canis
SARNA DEMODÉCICA
4.3) SARNA DEMODÉCICA
A sarna demodécica é uma parasitose que acomete principalmente cães,
causada pelo ácaro
Demodex canis.
Esse parasita é residente normal da pele de cães e está presente em pequeno
número na pele de cães normais.
A pele dos animais com sarna demodécica favorece a reprodução e
crescimento exagerado desses ácaros, provocando a doença.
A transmissão ocorre através do contato direto da fêmea com os filhotes
durante a amamentação já nos 2 ou 3 primeiros dias de vida.
Ácaros podem ser identificados nos folículos pilosos de filhotes com apenas 16
horas de idade
4.3) SARNA DEMODÉCICA
Essa doença tem caráter hereditário e está relacionada à queda de resistência
dos animais.
Sarna demodécica localizada:
Mais comum na face e nos membros anteriores.
A maioria dos casos ocorre em filhotes de 3 a 6 meses de idade.
Ocorrem pequenas áreas com queda de pelos e descamação da pele.
Geralmente resolve espontaneamente em aproximadamente 30 dias.
Sarna demodécica generalizada:
Inicia-se na forma localizada e se agrava para a forma generalizada.
Abrange extensas áreas do corpo, principalmente cabeça e membros.
Ocorre descamação e formação de crostas na pele e perda de pelos.
Pode haver infecção secundária de pele.
4.4)SARNA DEMODÉCICA - TRATAMENTO
Tem sido visto que a tolerância nos animais sensíveis, tem sido mais alta para
a mylbemycina oxime (5 mg/kg/day)
que para moxidectina (300-400 mcg/kg/day) e para a
ivermectina (60-100 mcg/kg/day).
Doses de lactonas macrociclicas
Ivermectina (Ivomec®, Mectimax)) : 300-400 mcg/kg diariamente até
negativar+1 mes tratamento
Moxidectina (Cydectin®) :300-400 mcg/kg diariamente até negativar+1 mes
tratamento
Mylbemycine Oxime (Milbemax/Program Plus®) :
 0,5-2 mg/kg diariamente até negativar+1 mes tratamento
Doramectina - administração única subcutânea de doramectina 1%,
na dose de 0,3 mg/kg para sarna sarcoptica. Mais vezes para demodécica
http://ojs.c3sl.ufpr.br/ojs2/index.php/veterinary/article/view/4042
UTILIZAÇÃO DE AMITRAZ (FORMAMIDINA)
TÓPICO
Sarna demodécica: Diluir uma parte de Amitraz em 250 partes de água. Esta concentração é
conseguida mediante a adição de 4mL para cada litro de água morna ou fria
Sarna sarcóptica , pulgas e carrapatos: diluir uma parte de Amitraz em 500 partes de água. Esta
concentração é conseguida mediantea adição de 2 mL para cada litro de água morna ou fria.
Homogeneizar bem e aplicar diretamente sobre o animal, com o auxílio de uma esponja ou pano,
molhando bem as áreas afetadas. No tratamento da demodicosegeneralizada e das
ectoparasitoses causadas por pulgas ecarrapatos, é necessário molhar todo o corpo do
animal,tendo o cuidado de não aplicar sobre os olhos e evitar aingestão do produto pelo cão.
Deixar secar, naturalmente, à sombra.
IMPORTANTE: A diluição deve ser preparada no momento do uso.
4.3) SARNA NOTOÉDRICA
4.2 SARNA NOTOÉDRICA
Nos gatos é denominada Sarna Notoédrica, transmitidas pelos ácaros da espécie
Notoedris Cati. É altamente contagiosa entre gatos, principalmente naqueles que
tem origem de ninhadas em péssimas condições de higiene. As lesões, geralmente,
se iniciam na cabeça, orelhas e pescoço, podendo se estender para regiões
posteriores dos animais e extremidades. Como os felinos tem o hábito de dormir
"encaracolados", os ácaros da cabeça e orelhas podem se espalhar para regiões
próximas da cauda. E assim, como resultado do intenso ato de se coçar, ocorrerão
as crostas, descamações, escoriações e feridas.
TRATAMENTO: ivermectina (dose de 0,3 mg/kg), em aplicações subcutâneas,
quinzenais, totalizando duas aplicações, complementando-se com banhos com
sabonete a base de monossulfiram (tetmosol), a cada 3-4 dias
Ainda a milbemicina pode ser usada
Pode-se tentar , de forma mais segura, o Program plus + aplicações locais de fipronil
4.4)SARNA OTODÉCICA
Agente causador: Otodectes cynotis
Como o animal adquire: através do contato direto com outro animal
contaminado ou por objetos contaminados, como máquina de tosa, pinças,
escova, toalha, gaiola/baia, casinha, panos
Características clínicas: conhecida popularmente como sarna de ouvido, afeta
principalmente os condutos auditivos de cães e gatos, levando a uma otite
externa parasitária com produção excessiva de cerumen de cor
enegrecida. Causa bastante incomodo e coceira no animal, que pode
manifestar o problema chacoalhando a cabeça e coçando ouvidos. Em casos
avançados a sarna pode acometer área ao redor das orelhas, como cabeça e
pescoço
Diagnóstico: através de parasitológico de cerumen
Tratamento: fipronill, tiabendazol, selamectina
NÂO USAR AMITRAZ
4.5)SARNA OTODÉCICA
4.5) LYNXACARUS RADOVSKY
4.6) LYNXACARUS RADOVSKY





Em gatos
O Lynxacarus radovskyi é um ácaro pilícola parasito do gato doméstico.
Informações sobre aspectos relacionados à infestação em populações
felinas são raras.
O sinal clínico mais evidente é a queda de pêlo seguida por intenso prurido,
mas múltiplos sinais não específicos podem ser constatados quando da
infestação pelo ácaro.
O número e a severidade dos sinais secundários são proporcionais ao
número de ácaros e à duração da infestação.
Embora não seja considerada uma sarna altamente contagiosa, os poucos
estudos sobre freqüência de parasitismo realizados até o momento revelam
índices consideráveis de infestação.
4.7) CHEYLLETIELA SP – CÃES E GATOS
FUNGOS/MICOSES
PARTE I – B) FUNGOS
As micoses podem ser sistêmicas, subcutâneas, ou superficiais.
As micoses superficiais envolvem pele, pelos e unhas e são o tipo mais comum
de doença dermatológica
Dermatófitos são fungos que invadem e crescem em tecido ceratinizado.
1. dermatófitos zoofílicos - adaptados ao animal e raramente crescem na terra
Ex. Microsporum canis, Trichophyton equinum
2. dermatófitos geofílicos: habitam geralmente o solo e tendem a causar
inflamação pronunciada no hospedeiro
Ex. Microsporum gypseum
3. dermatófitos antropofílicos: adaptados aos humanos, e tendem tambem a
causar maior reação inflamatória na pele
PARTE I – B) FUNGOS
Dermatofitoses e onicomicoses
1)Microsporum canis
O Microsporum canis é o fungo que acomete cães e gatos com mais freqüência. A sua
transmissão ocorre pelo contato de pêlos e escamas infectadas ou de fungos
presentes nos animais, ambiente, escovas, pentes, etc. Animais jovens, idosos e
com deficiência imunológica são acometidos com mais freqüência. Os gatos podem
ser portadores desses fungos e não apresentar sintomas. Nesse caso podem ser
fontes de infecção para outros animais ou até para o homem.
As lesões normalmente são circulares, com queda
de pêlos, inflamação e descamação. Pode ou não haver
coceira.
Entretanto, as lesões podem se apresentar de formas
diversas, tornando o diagnóstico clínico muito difícil.
Por isso, é necessária a realização de um tricograma
(exame dos pêlos no microscópio) e de cultura
fúngica.
DERMATOFITOSES E ONICOMICOSES
1)MICROSPORUM CANIS
Em cães, as lesões solitárias podem ser tratadas com medicamentos tópicos.
Se o animal apresentar diversos focos de lesão é preciso entrar com
medicamentos orais. Os gatos devem sempre ser tratados com
medicamentos orais. Se um gato não apresentar sintomas e outro animal,
do mesmo ambiente, for diagnosticado com esse fungo, ambos deverão ser
tratados.
É muito importante o tratamento do ambiente, pois os esporos podem ficar na
região e recontaminar o animal. Animais com pêlos longos devem ser
tosados para que o tratamento tenha sucesso. Essa doença pode ser
transmitida para o homem, e nesse caso é aconselhável procurar um
médico para indicar o melhor tratamento.
MYCROSPORUM CANIS
PARTE I – B) FUNGOS
Dermatofitoses e onicomicoses
2) Microsporum gypseum
Infecções por Microsporum gypseum são mais freqüentes em cães que ficam bastante
em contato com a terra, se habitat, e causam lesões principalmente em patas e
focinhos.
3) Tricophyton mentagrophytes
As infecções por Tricophyton mentagrophytes freqüentemente se originam de um
contato com roedores, reservatórios naturais deste fungo.
TRYCHOPHYTUM SP
PARTE I – B) FUNGOS
4)Leveduras- Malassezia pachydermatis
Também conhecida como Pityrosporum canis. Trata-se de uma levedura comensal, capaz de se
converter em um patógeno oportunista, encontrado na pele (saco anal, vagina e reto) e canal
auditivo dos cães. Os fatores que favorecem o crescimento desta levedura incluem aumento
de produção de cerúmen e substratos lipídicos (sebo), aumento da umidade relativa do ouvido
e distúrbios da imunidade celular. Alterações da microflora normal do ouvido e da pele por
anterior ou concorrente antibioticoterapia ou corticoideterapia podem também predispor ao
crescimento da Malassezia.
A Malassezia produz lipases, proteases e outras enzimas que liberam ácidos graxos inflamatórios,
causando inflamação e prurido de forma direta e indireta. De maior importância, entretanto,
são as reações de hipersensibilidade a estes e outros antígenos solúveis. Atualmente, é sabido
que os alérgenos responsáveis pela manifestação clínica de dermatite atópica ganham acesso
ao organismo e ao sistema imune através da penetração percutanea.
PARTE I – B) FUNGOS
4)Leveduras- Malassezia pachydermatis (cont.)
Os alérgenos derivados de microorganismos residentes na superfície da pele, como a
Malassezia e, portanto, localmente liberados, contribuem para a carga alergênica e
tornam-se os principais fatores de todo o processo alérgico.
Uma toxina chamada de “Zimogen” é liberada pelas paredes da célula da Malassezia e
esta liberação causa ativação da via do sistema complemento, diminuição da
imunidade celular e produção de linfocinas. Este fungo tem também uma grande
habilidade de se aderir a queratinócitos em dermatites atópicas e seborréicas.
PARTE I – B) FUNGOS
4)Leveduras- Malassezia pachydermatis (cont.)
A importância da hipersensibilidade a Malassezia decorre em primeiro lugar das observações
clínicas. Todos os casos da dermatite atópica devem passar pela contagem de Malassezia
como um processo de rotina, não apenas como uma avaliação inicial, mas também durante a
terapia. Em muitos casos, a terapia antifúngica pode resultar uma significante diminuição do
nível de prurido. Algumas vezes isso ocorre em casos com pequena evidência de crescimento
significante da Malassezia que possa sugerir a hipersensibilidade do paciente.
Nas dermatites por Malassezia, o prurido é um achado consistente. Ele pode ser severo e não
responsivo a terapias com antibióticos ou corticóides. As lesões são variáveis, mas incluem
eritema com uma quantidade variável de crostas, hiperpigmentação, liquenificação e autotraumatismo. As crostas podem ter coloração amarelas, cinzas ou castanhas. Um odor
característico é freqüente. O animal poderá apresentar-se com seborréia seca ou oleosa. A
distribuição clássica das lesões incluem face, pés, abdômen, região ventral do pescoço, axilas
e coxas.
MALASSEZIA
DIAGNÓSTICO
O diagnóstico se faz através de tricograma,
raspado de pele ou cultura para fungos
Nos casos de Microsporum canis, utiliza-se a
lâmpada de Wood, positiva em 60% dos casos
PARTE I – B) FUNGOS
Tratamento
O tratamento envolve promover uma boa resposta imunológica,
proceder um protocolo eficiente e o controle ambiental
Animais saudáveis têm remissão expontânea em até 4 meses
Pacientes com lesões localizadas devem ser tratados
considerando infecção generalizada
Deve-se sempre que possível tosar o animal para facilitar a
higienização e tratamento
PARTE I – B) FUNGOS
Tratamento tópico
Shampoos antifúngicos a base de cetoconazol 2% ; Miconazol/clorexidine,
enxofre com acido salicílico, iodopovidona, peróxido de benzoíla, piritionato
de zinco
Preparados tópicos – cremes e loções a base de cetoconazol , enilconazol e
derivados e terbinafina(spray 1% e creme 10mg)
Nos quadros de Malassezia- produtos a base de nistatina,
cetoconazol,miconazol, clotrimazol, tiabendazol, shampoo com selênio,
enxofre. ( terapia sistêmica nos casos mais graves)
PARTE I – B) FUNGOS
Tratamento sistêmico
Griseofulvina- 50mg/kg sid + gordura (teratogênico!!!)
Cetoconazol- 10 mg/kg BID ou SID(felinos)
Itraconazol 2,5 mg/kg BID cão/ 1,5 a 3mg/kg até 5mg/kg SID
Fluconazol- 5 a 10mg/kg/SID
Terbinafina(Lamisil)-10 a 30mg/kg/dia (GATOS ATÉ 20MG/KG) tambem tópico
Lufenuron-60 a 120mg/kg (program plus)
Nistatina ( nos casos de Candida albicans)-100.000
UI/ml 4 vezes ao
dia oral ou topicamente
QUERION- LESÃO LOCALIZADA, COM FOLICULITE OU FURUNCULOSE ASSOCIADA (
BACTERIA + FUNGO, GERALMENTE MICROSPORUM GYPSEUM) COM FORMAÇÃO DE
NÓDULOS E EXSUDAÇÃO
Tratar de forma mista, com antibióticos e antifúngico locais.
Devido a grande inflamação, pode-se acrescentar um
corticoide local por pouco tempo
MICOSES SISTÊMICAS
Criptococose
CRYPTOCCUS NEOFORMANS
CRIPTOCOCOSE
A criptococose é uma micose, ocasionada pelo Cryptococcus neoformans, que
atinge com mais freqüência os pulmões e o sistema nervososo central.
Causa infecção no pulmão, rins, próstata, ossos ou fígado, demonstrando
poucos sintomas localizados. Na pele podem aparecer lesões, tais como
úlceras ou tumores subcutâneos. Provavelmente a forma de contaminação
se dá pela inalação dos fungos contidos nas fezes de pombos e o contágio
não acontece de pessoa para pessoa. Os pombos não são contagiados pelo
fungo.. Sugere-se que o homem possua uma resistência considerável a este
fungo. Cães, gatos, cavalos, vacas, macacos e outros animais também
podem adquirir a doença.
MICOSES SISTÊMICAS
Esporotricose
SPOROTHRIX SCHUENKII
ESPOROTRICOSE

A esporotricose é uma micose subcutânea
piogranulomatosa, causada pelo fungo dimórfico
Sporothrix schenckii, que acomete o homem e
uma grande variedade de animais. Esta micose se
apresenta nas formas: cutânea localizada,
cutânea disseminada, cutânea linfática e
raramente evolui para forma extra cutânea
(sistêmica), sendo que os principais sinais clínicos
e lesões são nódulos, úlceras, crostas e
enfartamento dos linfonodos seguindo a cadeia
linfática .
ESPOROTRICOSE


O Estado do Rio de Janeiro - sobretudo a região da Baixada Fluminense e,
mais recentemente, a Zona Oeste - têm sido cenário de uma epidemia
incomum de esporotricose, envolvendo gatos, cães e seres humanos.
A transmissão normalmente ocorre por inoculação traumática de material
contaminado através da pele, mas infecção disseminada pode ocorrer,
raramente, devido à inalação direta de esporos fúngicos. O potencial
zoonótico da esporotricose, especialmente em gatos, deve ser considerado
seriamente e respeitado. Gatos com esporotricose são intensamente
infectados com o parasita.
ESPOROTRICOSE

Em gatos, as lesões da esporotricose, geralmente, ficam confinadas aos
aspectos dorsais da cabeça e tronco. As extremidades podem, ou não, ser
afetadas. São típicas as lesões circulares elevadas, caracterizadas por
alopecia, crostas e ulceração central. É comum que as áreas
envolvidas estejam indolores e não pruriginosas. No caso de infecção
disseminada, podem estar presentes manifestações oculares, do sistema
nervoso central e linfáticas. O diagnóstico é realizado através de cultura,
exame direto ou sorologia, onde o material coletado deverá ser de amostras
de biópsia ou exudatos de lesões ulceradas. A reação em cadeia da
polimerase (PCR) pode ser utilizada como meio diagnóstico, mas não é uma
técnica de diagnóstico de rotina disponível em todos os laboratórios.
MICOSES SISTÊMICAS
HISTOPLASMOSE
HYSTOPLASMA CAPSULATUM
HISTOPLASMOSE
A Histoplasmose é uma doença tem sido observada na literatura
médico-veterinária em diversos animais, e principalmente em cães,
nos quais causa hepato-megalia, com adenopatia e emagrecimento
do animal.
A porta de entrada do parasita no organismo animal é constituida
possivelmente pela mucosa buco-laringeana, pele e pulmões.
Henderson e colaboradores (1942) sugerem a mucosa intestinal como
porta de entrada do parasita.
O contágio direto pode ocorrer.
TRATAMENTO DAS MICOSES SISTÊMICAS
2 a 8 meses de duração
Cetoconazol- 10 mg/kg BID ou SID(felinos)
Itraconazol 2,5 mg/kg BID cão/ 1,5 a 3mg/kg até 5mg/kg SIDgato
Fluconazol- 5 a 10mg/kg/SID
Anfoterecin B- 0,2-0,8mg/kg sid cão/ 0,1-0,8m/kg/dia gato
Flucitocina- 125-250mg/kg SID
Atenção: como são doenças zoonóticas, cada caso deve ser estudado quanto as
decisões que o médico veterinário terá que tomar, no sentido ético e quanto à
Saúde Pública
TRATAMENTO DAS MICOSES SISTÊMICAS


Iodeto de sódio ou potássio a 20%. A dosagem recomendada
é de 40 miligramas por quilograma de peso (0,4 ml/kg), TID,
VO, mesclado a alimento ou no pós-prandial, até a plena
remissão lesional e, então, por período adicional de 30
dias.Terapia antiga e barata. Em gatos o iodismo é frequente.
Terbinafina- devido a resistência ao itraconazol, tem sido
utilizado.A dose ainda está em estudo: 10 a 30MG/kg/dia
https://play.google.com/store/apps/details?id=com.conduit.app_b36eb22d6e6b4fd4b112ad35bd6313b8.app&hl=pt_BR
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Dermatologia Veterinária