Fantasmas
no Ensino da
MatEmática
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Um relatório elaborado pelo Movimento Todos pela
Educação comparou o rendimento dos alunos do 5° ano
do Ensino Fundamental ao das turmas do 3° ano do
Ensino Médio. E os resultados foram claros: as escolas
brasileiras não estão conseguindo ensinar Matemática.
De acordo com o estudo, quase 90% dos
estudantes brasileiros que concluem o Ensino Médio
saem da escola sem saber noções básicas da disciplina
como operações de álgebra, leitura de gráficos, mapas e
tabelas, probabilidade e porcentagem, entre outros.
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“A Matemática te dá ferramentas de pensamento lógico,
racional, de análise crítica e recursos para enfrentar
problemas e buscar novas soluções. O que preocupa não é
que os alunos não tenham o conhecimento da disciplina,
mas que eles não tenham nada desse pensamento
matemático associado a ela, que é o que nos capacita para
fazer muita coisa socialmente”, defende a coordenadora do
grupo Mathema de formação e pesquisa, Kátia Stocco
Smole.
Para ela, o problema da aprendizagem em Matemática
perpassa toda a Educação Básica e está centrado na
carência de professores especialistas e na formação desses
docentes.
http://ascom.ufg.br/pages/45158-matematica-vira-problema-para-alunos
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FORMAÇÃO
“Currículo dos cursos de Pedagogia não
prepara para a realidade escolar. Principal
entrada na profissão, ele não contempla o
"quê" e o "como" ensinar nem prepara
para a realidade escolar”, revela pesquisa da
Fundação Carlos Chagas para NOVA ESCOLA
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Segundo os especialistas, o curso de
Pedagogia de uma graduação eficiente...
Valoriza as didáticas específicas
Promove estágios supervisionados
Ensina a planejar, avaliar e registrar
Contempla os segmentos de ensino
http://revistaescola.abril.com.br/formacao/formacao-inicial/origem-sucesso-fracasso-escolar-419845.shtml
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NOS PAÍSES QUE CONTAM COM OS MELHORES
SISTEMAS EDUCACIONAIS A VALORIZAÇÃO DA
PROFISSÃO DOCENTE É A CHAVE PARA
GARANTIR A QUALIDADE.
Um recente estudo da consultoria americana
McKinsey revela as descobertas sintetizadas em
quatro lições:
selecionar os melhores professores
cuidar da formação docente
não deixar nenhum aluno para trás
capacitar equipes de gestores.
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ALGUMAS COMPARAÇÕES
A importância de uma boa aula
Pesquisa nos
EUA indica que a
qualidade do
professor tem
influência direta
no desempenho
dos estudantes
ALGUMAS COMPARAÇÕES
Esforço recompensado
"Aqui, um recém-formado
recebe 4 mil reais por mês.
Além disso, tenho três meses
de férias, muito mais do que
os 12 dias a que outros
profissionais têm direito."
"Sou um profissional reconhecido
como essencial para o país"
(Soleiman Dias, professor de
Ensino Fundamental por três anos
na Coréia do Sul).
ALGUMAS COMPARAÇÕES
A reforma que dá retorno
Em 50 anos, o
Reino Unido
tentou de tudo
para melhorar a
alfabetização. A
formação em
serviço deu
resultados em
apenas três anos
ALGUMAS COMPARAÇÕES
A distância que separa o Brasil dos melhores
Fontes Ministério da Educação da Coréia do Sul e estimativa com base em dados do Inep
ALGUMAS COMPARAÇÕES
Conhecimentos sobre a formação profissional específica
* Na Universidade de Helsinque ** Em 71 cursos de Pedagogia analisados por NOVA ESCOLA
ALGUMAS COMPARAÇÕES
Formação continuada
Fontes Ministério da Educação do Japão e Secretaria de Educação do Estado de São Paulo
Sabe-se que a típica aula de matemática, em nível de
primeiro, segundo ou terceiro graus, ainda é uma aula
expositiva, em que o professor passa para o quadro
negro aquilo que ele julga importante. O aluno, por sua
vez, copia da lousa para o seu caderno e em seguida
procura fazer exercícios de aplicação, que nada mais
são do que uma repetição na aplicação de um modelo
de solução apresentado pelo professor. Essa prática
revela a concepção de que é possível aprender
matemática através de um processo de transmissão de
conhecimento. Mais ainda, de que a resolução de
problemas reduz-se a procedimentos determinados
pelo professor.
Primeiro, alunos passam a acreditar que a
aprendizagem de matemática se dá através de um
acúmulo de fórmulas e algoritmos. Aliás nossos alunos
hoje acreditam que fazer matemática é seguir e aplicar
regras. Regras essas que foram transmitidas pelo
professor.
Segundo, os alunos acham que a matemática é um
corpo de conceitos verdadeiros e estáticos, do qual não
se duvida ou questiona, nem mesmo nos preocupamos
em compreender porque funciona.
Em geral, acreditam também, que esses conceitos
foram descobertos ou criados por gênios.
É bastante comum o aluno desistir de solucionar um
problema matemático, afirmando não ter aprendido
como resolver aquele tipo de questão ainda, quando ela
não consegue reconhecer qual o algoritmo ou processo
de solução apropriado para aquele problema. Falta aos
alunos uma flexibilidade de solução e a coragem de
tentar soluções alternativas, diferentes das propostas
pelos professores.
Alguns exemplos de propostas de trabalho visando à
melhoria do ensino de matemática segundo uma
perspectiva construtivista:
(para maiores detalhes a respeito de teorias construtivistas aplicadas ao ensino da
matemática veja Liben, 1987).
D’AMBROSIO, Beatriz S. Como ensinar matemática hoje? Temas e
Debates. SBEM. Ano II. N2. Brasilia. 1989. P. 15-19.
“Eu não tenho dúvida nenhuma que dentro de mim há
escondido um matemático que não teve chance de acordar, e
eu vou morrer sem ter despertado esse matemático, que
talvez pudesse ter sido bom. Bem, uma coisa eu acho, que se
esse matemático que existe dormindo em mim tivesse
despertado, de uma coisa eu estou certo, ele seria um bom
professor de matemática. Mas não houve isso, não ocorreu,
e eu pago hoje muito caro, porque na minha geração de
brasileiras e brasileiros lá no Nordeste, quando a gente
falava em matemática, era um negócio para deuses ou
gênios. Se fazia uma concessão para o sujeito genial que
podia fazer matemática sem ser deus. E com isso, quantas
inteligências críticas, quantas curiosidades, quantos
indagadores, quanta capacidade abstrativa para poder ser
concreta, perdemos.”
Trecho retirado de uma entrevista concedida por Paulo Freire ao professor Ubiratan D'Ambrosio.
Reengenharia (Max Gehringer )
Duas pulgas estavam conversando e então uma comentou com a
outra:
- Sabe qual é o nosso problema? Nós não voamos, só sabemos
saltar.
Daí nossa chance de sobrevivência quando somos percebidas
pelo cachorro é zero. É por isso que existem muito mais moscas
do que pulgas.
Elas então contrataram uma mosca como consultora, entraram
num programa de reengenharia de vôo e saíram voando.
Passado algum tempo, a primeira pulga falou para a outra:
- Quer saber? Voar não é o suficiente, porque ficamos grudadas
ao corpo do cachorro e nosso tempo de reação é bem menor do
que a velocidade da coçada dele. Temos de aprender a fazer
como as abelhas, que sugam o néctar e levantam vôo
rapidamente.
Elas então contrataram o serviço de consultoria de uma abelha,
que lhes ensinou a técnica do chega-suga-voa. Funcionou, mas
não resolveu.. . A primeira pulga explicou por que:
- Nossa bolsa para armazenar sangue é pequena, por isso temos
de ficar muito tempo sugando. Escapar, a gente até escapa, mas
não estamos nos alimentando direito. Temos de aprender como
os pernilongos fazem para se alimentar com aquela rapidez.
E então um pernilongo lhes prestou uma consultoria para
incrementar o tamanho do abdômen. Resolvido, mas por poucos
minutos.
... Como tinham ficado maiores, a aproximação delas era
facilmente percebida pelo cachorro, e elas eram espantadas
antes mesmo de pousar.
Foi aí que encontraram uma saltitante pulguinha, que lhes
perguntou:
- Ué, vocês estão enormes! Fizeram plástica?
- Não, reengenharia. Agora somos pulgas adaptadas aos desafios
do século XXI. Voamos, picamos e podemos armazenar mais
alimento.
- E por que é que estão com cara de famintas?
- Isso é temporário. Já estamos fazendo consultoria com um
morcego, que vai nos ensinar a técnica do radar. E você?
- Ah, eu vou bem, obrigada. Forte e sadia.
Mas as pulgonas não quiseram dar a pata a torcer, e
perguntaram à pulguinha:
- Mas você não está preocupada com o futuro? Não pensou em
uma reengenharia?
- Quem disse que não? Contratei uma lesma como consultora.
- Mas o que as lesmas têm a ver com pulgas? Quiseram saber as
pulgonas...
- Tudo. Eu tinha o mesmo problema que vocês duas. Mas, em
vez de dizer para a lesma o que eu queria, deixei que ela
avaliasse a situação e me sugerisse a melhor solução.
E ela passou três dias ali, quietinha, só observando
o cachorro e então ela me disse:
- Não mude nada. Apenas sente na nuca do
cachorro. É o único lugar que a pata dele não
alcança.
Moral da história:
Você não precisa de uma reengenharia radical
para ser mais eficiente. Muitas vezes, a grande
mudança é uma simples questão de
reposicionamento.
Colaboração: Sidnei Bavati Fraga
“As vezes a solução está bem diante dos
nossos olhos e nós não a vemos...”
(FERNANDES, 2014)
O que
você vê
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MUITO, MUITO, MUITO OBRIGADO!!!
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