REVISÃO TARIFÁRIA PERIÓDICA DA ELEKTRO AUDIÊNCIA PÚBLICA Nº. 28/2007 Manifestação da ELEKTRO à Nota Técnica n.º 178/2007SRE/ANEEL de 20 de junho de 2007. Campinas, 24 de Julho de 2007 Manifestação ELEKTRO Revisão Tarifária 2007 Página 1 de 56 1. Objetivos..............................................................................................................................3 2. Determinação do Valor da Parcela B ..................................................................................4 2.1. Custos Operacionais .......................................................................................................4 2.2. Base de Remuneração e Depreciação Regulatória.......................................................5 3. Determinação do Valor da Parcela A ..................................................................................6 3.1. Perdas .............................................................................................................................6 3.2. Preços de Compra de energia Elétrica ...........................................................................6 3.3. Custo com Transporte de Energia ..................................................................................9 3.4. Encargos ...................................................................................................................... 11 4. Fluxo de investimentos em expansão 2007-2011............................................................ 12 4.1. Índice de correção monetária dos investimentos......................................................... 12 4.2. Impacto do Racionamento no histórico dos Investimentos em Expansão .................. 12 4.3. Investimento em renovação do sistema de distribuição .............................................. 13 5. Componentes Tarifários Financeiros Externos à Revisão Tarifária................................. 15 6. Considerações Finais ....................................................................................................... 16 Apêndice A - Exigências de qualidade no Contrato de Concessão da ELEKTRO....................17 Apêndice B - Evolução do Ativo Imobilizado em Serviço .........................................................19 Anexo I - Ajustes Propostos para os Custos Operacionais ......................................................20 Manifestação ELEKTRO Revisão Tarifária 2007 Página 2 de 56 1. Objetivos Como parte do Processo n.º 48500.004294/2006-85 e de acordo com o cronograma estabelecido, a Agência Nacional de Energia Elétrica (“ANEEL”) por intermédio de sua Superintendência de Regulação Econômica – SRE apresentou a Nota Técnica 178/2007, de 20 de junho de 2007, que explicita a metodologia utilizada e os resultados da segunda revisão tarifária periódica da concessionária de distribuição de energia elétrica ELEKTRO Eletricidade e Serviços S/A. A ELEKTRO apresentou a ANEEL o Plano Operacional, como proposta de atuação para o qüinqüênio 2007-2011, que leva em consideração os requisitos do Contrato de Concessão firmado em 27 de agosto de 19981. Na prestação dos serviços são requeridos a adoção de tecnologia adequada e o emprego de equipamentos, instalações e métodos operativos que garantam níveis adequados2 de regularidade, continuidade, eficiência, segurança, atualidade e cortesia na prestação dos serviços e a modicidade das tarifas (Apêndice A). Os resultados do reposicionamento tarifário e do Fator X, apresentados na citada Nota Técnica, são considerados insuficientes pela ELEKTRO para a manutenção da prestação dos serviços de distribuição de energia elétrica nos níveis de qualidade, continuidade e segurança como requeridos pela população atendida e exigidos pela regulamentação pertinente. Seguramente estes serviços não serão atendidos da forma como hoje a ELEKTRO pratica, caso os valores pleiteados não sejam atendidos. Apresenta-se a seguir as considerações da ELEKTRO a respeito da determinação dos valores de Parcela A, Parcela B, Fluxo de investimentos em expansão 2007-2011 e Componentes Tarifários Financeiros Externos à Revisão Tarifária. 1 Cláusula Terceira, 1ª Subcláusula – Condições de Prestação dos Serviços 2 Exigências de qualidade mais restritivas do que as regulatórias, constantes do Contrato de Concessão da ELEKTRO, encontram-se no apêndice A Manifestação ELEKTRO Revisão Tarifária 2007 Página 3 de 56 2. Determinação do Valor da Parcela B 2.1. Custos Operacionais Por entender que as atuais imperfeições do modelo de Empresa de Referência (ER), utilizado na determinação dos “Custos Operacionais Eficientes”3, possam ser a razão do valor insuficiente apresentado na Nota Técnica, a ELEKTRO discorre no Anexo I, um rol de ajustes que promove uma melhor aderência à realidade das exigências impostas à ELEKTRO. Podem ser citados como exemplos dessa falta de aderência os critérios utilizados pelo regulador para dimensionamento dos recursos para prestação do serviço; (i) critério para localização de unidades consumidoras pela classificação ao invés da localização geográfica e (ii) o dimensionamento dos eletricistas comerciais por escritórios padrão ao invés de atividades. Todos os ajustes relacionados estão fundamentados nas características e exigências regulatórias que diferenciam a ELEKTRO da Empresa de Referência. Esta adequação está prevista na metodologia de Revisão Tarifária, quando cita explicitamente que os “custos operacionais da ER devem ser eficientes e aderentes às reais condições geoeconômicas do ambiente da concessionária”4. Busca-se com estes ajustes, que seja estabelecido um valor de tarifa mais próximo da realidade. A ELEKTRO entende que oscilações nesse valor possam desviar o foco do empreendimento que está atualmente alinhado e direcionado para prover uma qualidade de serviços e produtos aos clientes, exigidas pela regulação, bem como a indispensável segurança para a população e para a força de trabalho. Isso tudo se confirma na gestão eficiente, na rigorosa observância dos indicadores e na preservação dos ativos concedidos pela União, que pode ser atestado pelo desempenho da ELEKTRO. Faz-se necessário registrar que em julho de 2007, a ELEKTRO foi considerada pela Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica – ABRADEE, a melhor distribuidora nos quesitos de “Satisfação do Cliente”, “Gestão Operacional” e “Responsabilidade Social”, culminando com o título de “Melhor distribuidora de energia elétrica do Brasil” 5. Este feito repetiu-se nos anos de 2005 e 2004. 3 Ponto de vista de uma empresa entrante atuando na área de concessão equivalente a da ELEKTRO 4 Página 26 item 116 da NT/178 5 Dentre as distribuidoras de energia elétrica com mais de 400.000 consumidores Manifestação ELEKTRO Revisão Tarifária 2007 Página 4 de 56 2.2. Base de Remuneração e Depreciação Regulatória A ELEKTRO solicita que os valores preliminares apresentados no Anexo II da NT sejam substituídos pelos valores apresentados pela ELEKTRO a ANEEL em 12 de julho de 2007, por meio da correspondência CT / R / 157 / 2007. Manifestação ELEKTRO Revisão Tarifária 2007 Página 5 de 56 3. Determinação do Valor da Parcela A 3.1. Perdas Em sua Nota Técnica n.º 178/2007, a SRE/ANEEL afirma que “é lícito afirmar que a concessionária possui uma forte capacidade de gestão sobre as perdas de energia elétrica”. Com efeito, a gestão da ELEKTRO no combate às perdas de energia em seu sistema tem sido muito eficaz, traduzindo-se em um dos menores índices de perdas em todo o país. Reiteramos que os índices de perdas no sistema da Elektro estão em linha com padrões internacionalmente aceitos e praticados nos países desenvolvidos. Embora correta a afirmação da SRE/ANEEL, deve-se acrescentar que há limites para o alcance dessa gestão, pois a partir dos índices hoje verificados, os custos adicionais necessários para sua redução são muito elevados, superando em muito os benefícios obtidos, conforme detalhamos na documentação que acompanhou os dados encaminhados à ANEEL para esta revisão tarifária, em 15 de fevereiro de 2006. Tal afirmação não significa que o a ELEKTRO irá cessar os esforços para o controle de perdas em seu sistema. Muito pelo contrário, para manter os atuais níveis de perdas, será requerido um contínuo esforço contra fraudes e defeitos na medição. Reiteramos que, em reconhecimento ao nível de excelência alcançado pela ELEKTRO no controle de perdas, sejam mantidos os índices de perdas encaminhados pela ELEKTRO a ANEEL para efeito da Revisão Tarifária, para todo o período (de 2007 a 2011), ou seja, 7,43% sobre o mercado da área de concessão (ou 6,92% sobre a energia injetada). 3.2. Preços de Compra de energia Elétrica Foram encontradas diferenças entre os preços de compra informados pela ELEKTRO e aqueles considerados pela ANEEL na nota técnica NT 178/2007. Essas diferenças estão apontadas na Tabela 1. Manifestação ELEKTRO Revisão Tarifária 2007 Página 6 de 56 Tabela 1. Contratos de Compra de Energia, Preços e Montantes considerados pela Elektro e os apresentados pela ANEEL na NT 178/2007: R$ ANEEL R$ ELEKTRO R$/MWh ANEEL R$/MWh ELEKTRO CCEAR 2005 - 2012 (energia existente) 290.695.470 289.866.463 64,29 64,11 CCEAR 2006 - 2013 (energia existente) 218.667.191 218.089.598 75,28 75,08 CCEAR 2007 - 2014 (energia existente) 28.139.510 28.008.297 84,36 83,97 CCEAR 2008 - 2015 (energia existente) 23.870.611 23.758.420 90,52 90,09 MCSD - Produto 2005-2012 12.540.109 12.504.362 64,29 64,11 MCSD - Produto 2006-2013 3.221.400 3.212.876 75,28 75,08 MCSD - Produto 2007-2014 24.287 24.183 84,33 83,97 3.638.954 3.638.982 104,74 104,74 CCEAR 2007 (A-1) CCEAR 2008 - H30 (Energia Nova Hidráulica) CCEAR 2008 - T15 (Energia Nova Térmica) 1.351.319 1.344.914 113,14 112,60 12.482.469 13.142.053 132,26 139,25 FURNAS 9.322.779 9.701.238 106,27 110,58 COIMBRA-CRESCIUMAL 8.429.667 8.910.806 125,82 133,00 ITAIPU 297.475.058 313.196.771 95,92 100,99 Total 909.858.824 925.398.964 76,93 78,25 Buscando fornecer subsídios para que a ANEEL possa analisar essas diferenças, a ELEKTRO descreve abaixo os cálculos utilizados pela ELEKTRO para o reajuste dos preços para o ano teste. ¾ Foram utilizados os índices de correção contratuais realizados até o mês de junho de 2007, ou seja, foram calculados os preços de contratos para 1o de julho de 2007, faltando considerar apenas o índice de julho de 2007 para cálculo da revisão tarifária. ¾ Para cada um dos Contratos de Compra de Energia foi utilizada a regra de reajuste especificada no contrato. Manifestação ELEKTRO Revisão Tarifária 2007 Página 7 de 56 ¾ No caso dos CCEARs e MCSDs foi utilizado o índice acumulado do IPCA, realizado até junho de 2007 da seguinte forma: • Para o CCEAR de energia existente produtos 2005/2012 e 2006/2013 foi utilizado o IPCA acumulado da 01/08/2006 a 30/06/2007, resultando em uma correção de 3,69%; • Para o CCEAR de energia existente produto 2007/2014 foi utilizado o IPCA acumulado de 01/01/2005 (data base do leilão) a 30/06/2007, resultando em uma correção de 11,27%; • Para o CCEAR de energia existente produto 2007/2014 (A-1 de 2006) – não há reajuste; • Para o CCEAR de energia existente produto 2008/2015 foi utilizado o IPCA acumulado de 01/05/2005 a 30/06/2007, resultando em uma correção de 8,37%; • Para o CCEAR de energia nova hidráulica com início de suprimento em 2008 (H-30) foi utilizado o IPCA acumulado de 01/01/2006 a 30/06/2007, resultando em uma correção de 5,28%; • Para o CCEAR de energia nova térmica com início de suprimento em 2008 (T-15) foi utilizado o IPCA acumulado de 01/01/2006 a 30/06/2007, resultando em uma correção de 5,28%; • Para a energia de ITAIPU, foi utilizada a tarifa em exercício, multiplicada pelo montante de demanda (6.370 MW – cálculo detalhado no item sobre Custos com Transporte de Energia) e dividida pelo montante de energia alocada (3.101.372 MWh), ao câmbio de R$2,07/US$, resultando em um preço de R$100,99/MWh. Ademais, conforme tabela 2 abaixo, mesmo utilizando os dados informados pela ANEEL, o preço final seria R$99,27MWh. Tabela 2. Comparação de preços ANEEL MWh MW US$/kW US$ R$/US$ R$ R$/MWh • ELEKTRO 3.101.372,000 3.101.372,000 6.262,000 6.370,000 23,7524 23,7524 148.737.528,80 151.302.788,00 2,0700 2,0700 307.886.684,62 313.196.771,16 99,27 100,99 Para o contrato de compra de energia da CRESCIUMAL, foi utilizado o IGPM acumulado de 01/08/2006 a 30/06/2007, resultando em uma correção de 3,71%; Manifestação ELEKTRO Revisão Tarifária 2007 Página 8 de 56 • Para o contrato de compra de energia com FURNAS, foi utilizado o IGPM acumulado de 01/12/2005 a 31/01/2007, resultando em uma correção de 3,83% e a tarifa base no valor de R$106,50/MWh constante no último IRT; Tabela 3. Reajuste das tarifas de contratos de energia da Elektro Tipo de Contrato Valor original* (R$/MWh) Índice Utilizado Índice Acumulado CCEAR 2005 R$ 61,83 IPCA 3,69% CCEAR 2006 R$ 72,41 IPCA 3,69% CCEAR 2007 R$ 75,46 IPCA 11,27% CCEAR 2007 (A-1)** R$ 104,74 IPCA 0,00% CCEAR 2008 R$ 83,13 IPCA 8,37% CCEAR 2008 - H30 R$ 106,95 IPCA 5,28% CCEAR 2008 - T15 R$ 132,26 IPCA 5,28% Furnas R$ 106,50 IGPM 3,83% Cresciumal R$ 128,24 IGPM 3,71% MCSD Produto 2005 R$ 61,83 IPCA 3,69% MCSD Produto 2006 R$ 72,41 IPCA 3,69% MCSD Produto 2007 R$ 75,46 IPCA 11,27% *para os produtos 2007 e 2008, foram usados os preços da época do leilâo. **O valor original do produto 2007 (A-1) está atualizado. Valor 01/jul/2007 (R$/MWh) R$ 64,11 R$ 75,08 R$ 83,97 R$ 104,74 R$ 90,09 R$ 112,60 R$ 139,25 R$ 110,58 R$ 133,00 R$ 64,11 R$ 75,08 R$ 83,97 3.3. Custo com Transporte de Energia Foram considerados como demanda de Itaipu em 2007, os valores publicados na Resolução Homologatória no. 407, de 12 de dezembro de 2006 totalizando 2.548 MW para o período de agosto a dezembro. Para 2008, devido ao aumento da cota parte para a Elektro e devido à entrada em operação das duas últimas máquinas de Itaipu, utilizou-se como referência os valores de agosto a dezembro de 2007, que já considerava Itaipu operando com 20 máquinas. Baseado na nova cota parte para 2008, obteve-se proporcionalmente para o período de janeiro a julho o montante de 3.822MW. Sendo assim, foi considerada para Itaipu a demanda total de 6.370MW no ano teste. Manifestação ELEKTRO Revisão Tarifária 2007 Página 9 de 56 A tabela 4 demonstra como foi realizado o cálculo da potência de Itaipu para 2008: Tabela 4. Cálculo da potência de Itaipu – 2008 Potência Contratada de Itaipu 2007 (MW) jan/07 476 fev/07 476 mar/07 477 abr/07 510 mai/07 510 jun/07 510 jul/07 510 ago/07 510 set/07 510 out/07 510 nov/07 510 dez/07 508 Valores definidos na Resolução Homologatória no. 407, de 12 de dezembro de 2006 Período Ano-Teste - Para 2008, ainda não foram definidos os valores de Potência contratada de Itaipu. - Para realizar a projeção da potência contratada em 2008, foi utilizada a média dos valores de abril/2007 até dezembro/2007 para considerar o efeito da entrada das duas últimas máquinas de Itaipu em funcionamento a partir de abril/2007. Média da potência [abr-dez/07] (MW) 510 - Além da entrada de novas máquinas, para 2008 deve-se considerar o efeito da alteração de cota parte, definida pela Resolução Normativa no 218, de 11 de abril de 2006. Cota parte 2007 (%) Cota parte 2008 (%) 4,3902040320 4,7020000000 - Para se calcular o valor de potência contratada para 2008, levando-se em conta a alteração da cota parte, aplicou-se a nova cota sobre a média da demanda de abr-dez/2007 - Finalmente, para chegarmos ao valor da potência de Itaipu para Ano-Teste, somou-se os valores de agosto/2007 até dezembro/2007 e utilizou-se o valor mensal projetado para 2008 e multiplicou-se por sete meses (correspondente ao período de jan/2008 até julho/2008) Potência mensal projetada para 2008 (MW) 546 (MW) Ago/2007 -- Dez/2007 Jan/2008 -- Jul/2008 Total 2.548 3.822 6.370 Este valor de demanda permite o cálculo do MUST-Itaipu e do transporte de Itaipu. Para o cálculo do MUST foi utilizado o total de demanda multiplicado pela tarifa vigente de R$ 2.577,00/MW (Resolução Homologatória n° 497, de 26 de junho de 2007), totalizando R$16.415.490,00. Já para o cálculo do transporte de Itaipu foi utilizada a tarifa de R$3.012,28/MW (Resolução Homologatória n° 497, de 26 de junho de 2007) multiplicado pela demanda total resultando em R$19.188.223,60. Portanto, os valores relativos a Itaipu apresentam as seguintes diferenças: Demanda Itaipu MW - ANEEL MW - ELEKTRO ANEEL – ELEKTRO 6262 6370 -108 R$ - ANEEL R$ - ELEKTRO ANEEL – ELEKTRO MUST - Itaipu 15.573.594,00 16.415.490,00 -841.896,00 Transporte Itaipu 19.168.232,48 19.188.223,60 -19.991,12 Total 34.741.826,48 35.603.713,60 -861.887,12 Manifestação ELEKTRO Revisão Tarifária 2007 Página 10 de 56 3.4. Encargos Os valores serão atualizados quando da publicação da Resolução que estabelecerá as tarifas da ELEKTRO em agosto de 2007 e, portanto a ELEKTRO não fará comentários na presente manifestação e resguardará o direito de manifestar-se sobre alteração desses valores. Os custos associados à energia do PROINFA foram considerados como encargos setoriais e, portanto incluídos na parcela A e assim, não estão apontados nos custos de compra de energia. Manifestação ELEKTRO Revisão Tarifária 2007 Página 11 de 56 4. Fluxo de investimentos em expansão 2007-2011 4.1. Índice de correção monetária dos investimentos A ANEEL definiu a utilização de valores históricos de investimento em redes elétricas de baixa e média tensão para avaliar o Plano de Desenvolvimento da Distribuição – PDD (investimentos em expansão) e assim atribuiu valores para investimentos futuros. Tais valores históricos são, segundo a metodologia proposta pela ANEEL, corrigidos nominalmente pelo IGP-M. A ELEKTRO solicita que o índice de correção nominal dos valores históricos de investimento em redes elétricas de baixa e média tensão seja o correspondente às colunas 40 e 41 do índice de preços por atacado da Fundação Getúlio Vargas, que se referem à correção aplicável a, respectivamente, material elétrico, motores e geradores e material elétrico - outros. Tal índice é mais adequado para refletir as variações nominais de preços observadas para os materiais e equipamentos utilizados nas obras de investimento em redes elétricas. A atualização pelo IGP-M traz diferenças muito significativas em relação à realidade praticada no país para as correções dos itens citados. 4.2. Impacto do Racionamento no histórico dos Investimentos em Expansão Faz-se necessária a revisão da projeção dos investimentos de expansão. Isto porque os investimentos no período de 2003-2007, usados como base para projeção das necessidades futuras de expansão, foram impactados pelos desdobramentos do racionamento de 2001-2002. O início da série utilizada pela ANEEL coincide com o final do racionamento de energia elétrica ocorrido entre meados de 2001 e início de 2002. Os efeitos do racionamento, principalmente a significativa mudança de hábito dos consumidores, devem ser levados em consideração, uma vez que a principal conseqüência foi a mudança de patamar, para baixo, dos mercados de energia e respectivos carregamentos das redes. Após a drástica queda no consumo e carregamento de redes, apenas em 2004 as condições de demanda de energia se encontraram nos níveis das condições de 2000, segundo ONS . Assim, considerando que as redes elétricas estivessem adequadamente dimensionadas para a carga anterior ao racionamento é razoável supor que para as condições após o racionamento estivessem “folgadas”. Logo, o mercado de energia poderia crescer sem a necessidade de grandes expansões das redes Manifestação ELEKTRO Revisão Tarifária 2007 Página 12 de 56 elétricas, pois o crescimento da carga estaria utilizando a ociosidade conjuntural ocorrida após o racionamento. Para mitigar a distorção na relação mercado / investimento ocasionada no período após o racionamento, a ELEKTRO solicita que as taxas de crescimento projetadas sejam ajustadas de forma a torná-las mais aderentes às reais necessidades de investimento da distribuidora. A metodologia proposta contém distorções que implicam o subdimensionamento das necessidades futuras de investimento em expansão e não reflete os níveis adequados para garantir a continuidade e a qualidade da energia elétrica distribuída pela Elektro, colocando desta forma em risco a prestação do serviço de distribuição aos clientes da concessionária. A ELEKTRO solicita a consideração dos valores projetados e enviados a ANEEL em resposta ao Ofício Circular no 21 SRD - ANEEL: Investimentos ELEKTRO 2007 191.015.983 2008 152.351.297 2009 138.908.156 2010 144.150.972 2011 143.329.503 4.3. Investimento em renovação do sistema de distribuição A ANEEL, para a estimativa dos investimentos em renovação, parte da premissa de que todos os anos são renovados os ativos que chegaram ao final de sua vida útil, sendo necessário efetuar a renovação da rede em uma quantidade de anos igual à vida útil das instalações. Para isso calcula um fator de renovação determinado pelo quociente: Fator de Renovação = T / ((1 + T )n - 1), onde T = taxa percentual de crescimento médio anual do Ativo Imobilizado em Serviço; e n = vida útil do ativo considerado, expresso em anos Essa formulação pode ser observada às fls. 6 do Anexo IV – Nota Técnica n° 178/2007 SRE/ANEEL, no item 31. Nesse item 31 do Anexo IV da NT 178 ANEEL, é dito que com relação às vidas úteis, são utilizados os valores aplicados pela ANEEL para fins contábeis, assim como para o cálculo da Quota de Reintegração Regulatória (QRR) na revisão tarifária. Manifestação ELEKTRO Revisão Tarifária 2007 Página 13 de 56 A Nota Técnica disponibilizada pela ANEEL coloca como sendo de 35 anos a vida útil dos ativos, idade muito superior à vida útil utilizada para fins contábeis e para o cálculo da QRR na presente revisão tarifária. Assim a ELEKTRO solicita que a vida útil a ser utilizada para cálculo dos investimentos em renovação seja 21 anos, resultante da QRR de 4,76 % ao ano. No mesmo item 31 do Anexo IV da NT 178 ANEEL é colocado que a taxa de crescimento dos ativos é a percentagem que representa a média das taxas máximas de crescimento dos ativos de distribuição e de ramais de consumidores. O valor considerado pela ANEEL na NT 178 ANEEL é de 9% ao ano, valor este considerado elevado para a ELEKTRO. Considerando a evolução do saldo do Ativo Imobilizado em Serviço – AIS constantes dos BMP’s de 1998 a 2006 (anexo), temos uma evolução média de 6,18 %, valor este que a ELEKTRO solicita considerar para o cálculo. Manifestação ELEKTRO Revisão Tarifária 2007 Página 14 de 56 5. Componentes Tarifários Financeiros Externos à Revisão Tarifária Os valores dos componentes financeiros constantes da Nota Técnica n° 178/2007 – SRE/ANEEL são os preliminarmente informados pela ELEKTRO, sujeitos a alterações em função de dados projetados quer de indicadores econômicos, ou de faturamento, e, portanto sofrerão alterações até a publicação da Resolução que homologará as tarifas da ELEKTRO em agosto de 2007. A Superintendência de Fiscalização Econômica e Financeira – SFF/ANEEL está realizando durante a semana de 23 a 27 de julho de 2007 a fiscalização dos valores contabilizados nas contas de CVA e em outros componentes financeiros externos a revisão tarifária informados pela ELEKTRO, razão pela qual reiteramos os pleitos solicitados anteriormente através da correspondência CT/R/126/2007, de 04 de junho de 2007. No que se refere ao valor do Passivo do Programa Luz Para Todos calculado pela ANEEL e informado na Nota Técnica n° 178/2007 – SRE/ANEEL, a ELEKTRO entende que a metodologia empregada pela ANEEL na determinação do passivo, ainda está sendo submetida ao processo de Audiência Pública, e desta forma solicita que seja considerado o pleito solicitado através da CT/R/137/2007, de 21 de junho de 2007 e encaminhada a essa Agência. Manifestação ELEKTRO Revisão Tarifária 2007 Página 15 de 56 6. Considerações Finais A ELEKTRO, por meio da manifestação ora apresentada, enfatiza seu compromisso de transparência e responsabilidade com as questões abordadas, que foram concebidas de forma a garantir a preservação de seu negócio. Todos os pleitos são apresentados de forma fundamentada e justa, rigorosamente aderentes a todo esforço de redução de custos que a empresa tem feito ao longo de sua existência e condizentes com uma nova empresa entrante, que poderia estar prestando os serviços na mesma área de concessão. Atesta esta afirmação a redução significativa do valor da Parcela B para este segundo ciclo de revisão tarifária. Valores subestimados, aquém do necessário para que a empresa continue a gerir o seu negócio, podem comprometer seriamente a prestação dos seus serviços e as exigências regulamentares e legais. Por fim, cabe frisar que após esta manifestação formal e porquanto esteja em curso o processo de revisão tarifária periódica, a ELEKTRO se reserva o direito de, sempre que julgar cabível, reavaliar conceitos e valores propostos pela ANEEL, complementando e/ou retificando a argumentação aqui contida. Além disso, a ELEKTRO ressalta que os ajustes ora solicitados não abordam todos os aspectos questionados pela mesma, no que diz respeito à metodologia de cálculo utilizada pela ANEEL neste segundo ciclo de revisão tarifária periódica, bem como não implica em desistência, alteração ou renúncia dos direitos decorrentes dos pedidos / questionamentos anteriormente formulados neste processo. A ELEKTRO conta com a devida compreensão por parte da ANEEL para todos os pleitos formulados, enfatizando a necessidade de estar convocando a ELEKTRO para todas as questões que exijam explicações e exposições adicionais. Manifestação ELEKTRO Revisão Tarifária 2007 Página 16 de 56 Apêndice A - Exigências de qualidade no Contrato de Concessão da ELEKTRO Os indicadores de qualidade no caso da ELEKTRO, seja para o atendimento comercial, seja para o fornecimento de energia elétrica, foram definidos pelo Regulador, levando-se em consideração as características e exigências geoeconômicas da região servida. Nesse contexto, a ELEKTRO possui especificidades em relação às demais empresas do setor, já que o seu Contrato de Concessão determina um nível de qualidade do serviço prestado aos clientes superior ao estabelecido pelas resoluções vigentes da ANEEL. O Contrato de Concessão da ELEKTRO prevê, buscando a efetiva garantia da prestação do serviço adequado pela distribuidora, a observância de determinados padrões, contemplados sob três enfoques distintos: qualidade do produto, qualidade do serviço e qualidade do atendimento comercial. O atendimento a esses padrões de qualidade exigidos, evidentemente, requer a realização de maiores investimentos e dispêndios com a operação e manutenção do sistema elétrico. Nesse contexto, o Contrato de Concessão da ELEKTRO definiu padrões individuais de atendimento comercial, estabelecendo prazos máximos mais restritivos que a regulamentação da ANEEL para que a ELEKTRO execute determinados serviços ou atendimento às solicitações de seus consumidores. Além disso, o Contrato de Concessão determina obrigações adicionais não presentes na regulamentação / legislação do setor elétrico brasileiro. É evidente que a ANEEL ao considerar somente características de ordem geral, aplicáveis às demais concessionárias de distribuição de energia elétrica, para determinação dos custos operacionais eficientes, provoca distorções no dimensionamento de custos e investimentos, já que prazos menores e menos flexíveis, bem como obrigações exclusivamente aplicáveis a ELEKTRO por força de previsão específica em seu Contrato de Concessão, indiscutivelmente acarretam maior alocação de recursos financeiros e humanos. A seguir apresentamos a tabela contendo as especificidades do Contrato de Concessão da ELEKTRO, que não estão superadas por regulamentações mais recentes. Manifestação ELEKTRO Revisão Tarifária 2007 Página 17 de 56 Tabela A – Processos e Atividades Processos e Atividades Atender pedido de ligação em média tensão (vistoria + ligação) Vistoria Ligação Atender pedido de ligação em baixa tensão Vistoria Ligação urbana Ligação Rural Religação de UC após cessado o motido do corte Comunicação dos resultados dos estudos, orçamentos, projetos e do prazo para início e conclusão de obras em média e baixa tensão. Secundária Primária Início de obras após satisfeitas as condições gerais de fornecimento pelo interessado. Regularizaçào de medição na ocorrência de defeitos nos medidores Devolução referente erros de faturamento que tenham resultado em cobrança a maior do cliente. Responder as solicitações ou reclamações formuladas por seus clientes. Apresentação de informações referentes à possibilidade de atendimento e suas condições para pedidos de novas ligaçòes de UC de alta tensão Responder a toda consulta ou reclamação formulada por seus clientes. Art. 97. A concessionária deverá comunicar ao consumidor, no prazo máximo de 30 dias, sobre as providências adotadas quanto às solicitações e reclamações recebidas do mesmo. Manifestação ELEKTRO Revisão Tarifária 2007 Contrato de Concessão Resoluções ANEEL 5 dias uteis 3 dias úteis 10 dias úteis 2 dias úteis 24 horas 3 dias úteis 3 dias úteis 5 dias úteis 48 horas 15 dias úteis 2 dias úteis 5 dias uteis 10 dias úteis 30 dias 45 dias 45 dias 30 dias até 30 dias 30 dias 20 dias úteis 45 dias 15 dias úteis 10 dias úteis Página 18 de 56 30 dias Tabela B – Outras obrigações contratuais Outras obrigações do Contrato de Concessão Fornecer ao órgão regulador, até o final do mês de janeiro de cada ano, os resultados das inspeções e aferições programadas referentes ao ano imediatamente anterior; Submeter à aprovação do órgão regulador, até o final do mês de setembro de cada ano, plano de inspeção e de aferição programada de equipamentos de medição instalados nas unidades de consumo existentes; anual anual não está previsto em outro regulamento não está previsto em outro regulamento São ainda obrigações da ELEKTRO: a) a realização de pesquisas periódicas de satisfação de consumidores. As pesquisas deverão abordar a satisfação dos consumidores com respeito, dentre outros, aos seguintes aspectos: • Frequência e duração das interrupções no fornecimento de energia elétrica; • Qualidade do produto - nível de tensão, variações de tensão, interferências e qualidade da forma de onda; • Atendimento pessoal e telefônico comercial e de emergência, em termos de disponibilidade do serviço, atenção, presteza e eficiência; • Serviços prestados pela ELEKTRO, tais como ligação, religação, leitura de medidores, entrega de contas, orçamentos para extensões de rede; • Orientações obrigatórias feitas pela ELEKTRO sobre o uso seguro e adequado da energia elétrica; • Esclarecimentos obrigatórios sobre direitos e deveres dos consumidores; • Serviço de iluminação pública • Imagem institucional da ELEKTRO; • Tarifas de fornecimento e taxas de serviços; • Notificações sobre interrupções programadas. anual não está previsto em outro regulamento Para consumidores atendidos em alta tensão, tendo em vista o universo restrito destes consumidores, a ELEKTRO deverá avaliar anualmente, dentre outras, as seguintes informações, através de questionário especial encaminhado a todos eles: • Frequência e duração das interrupções; • Qualidade do produto - nível de tensão, variações de tensão, interferências e qualidade de forma de onda; • Atendimento comercial e de emergência; • Esclarecimentos obrigatórios da ELEKTRO; • Tarifas de fornecimento. Compiladas as respostas, a ELEKTRO deverá encaminhar relatório específico ao órgão regulador. anual não está previsto em outro regulamento anual não está previsto em outro regulamento anual não está previsto em outro regulamento b) elaboração e encaminhamento de relatórios de acidentes, de programas especiais, de mercado e faturamento e relatórios específicos Esses relatórios serão obrigatórios e deverão ser enviados periodicamente ou quando solicitados pelo órgão regulador. Visam permitir que o órgão regulador analise o desempenho da ELEKTRO no que se refere a: • Acidentes • Empregados acidentados no ano, inclusive os de empresas contratadas, com indicação, no mínimo, de causas e níveis de gravidade dos acidentes ocorridos; • Acidentes com terceiros envolvendo a rede de energia elétrica, com indicação de respectivas causas e níveis de gravidade, bem como de ações corretivas nos casos de inadequação de instalações da ELEKTRO; • Campanhas preventivas sobre acidentes no uso de energia elétrica; • Pedidos de Indenização por queima de aparelhos e indenizações efetivamente pagas pela ELEKTRO. Este relatório será encaminhado anualmente ao órgão regulador. • Programas Especiais • Conservação de energia elétrica; • Programas/Atendimentos sociais, como a desempregados, consumidores de baixa renda, aposentados, entidades sem fins lucrativos, eletrificação rural, dentre outros; • Pesquisa e desenvolvimento em sistemas comerciais e em tecnologia. Este relatório será encaminhado anualmente ao órgão regulador. Manifestação ELEKTRO Revisão Tarifária 2007 Página 19 de 56 Manifestação ELEKTRO Revisão Tarifária 2007 Página 20 de 56 Anexo I - Ajustes propostos para os Custos Operacionais. 1. Considerações Iniciais A Nota Técnica nº. 178/2007/SRE/ANEEL (NT 178), no seu Anexo I, apresentou a proposta provisória de valorização dos custos operacionais da ELEKTRO com base na metodologia da Empresa de Referência (6). Como ainda existem divergências relevantes sobre os resultados encontrados no referido anexo, o objetivo deste documento é apresentar a avaliação da ELEKTRO para a proposta provisória da ANEEL de valorização dos seus custos operacionais eficientes, dentro do segundo ciclo de revisão tarifária periódica. Assim, nos capítulos seguintes serão demonstradas as necessidades de dotações de recursos adicionais destinadas aos processos e atividades do negócio de distribuição de energia elétrica na área de concessão da ELEKTRO, segundo três grupos de pleitos distintos, quais sejam: • No capítulo 2, “Atualização de Dados”: será pleiteada, exclusivamente, a correção da base de cliente utilizada pelo modelo da ER; • No capítulo 3, “Incorporação de Custos Não Contemplados”, serão pleiteados os itens de custos não considerados no modelo atual e que por serem inerentes ao negócio da concessionária ou a sua área de atuação, devem necessariamente constar da relação de atividades consideradas na ER e; • No capítulo 4, “Ajustes de Dimensionamento”, serão pleiteados os itens de custo relevantemente subdimensionados no modelo atual, de tal modo que não seria possível a uma empresa competitiva praticá-los, a não ser comprometendo a qualidade do serviço. Para o cálculo do impacto de cada ajuste de custo solicitado pela ELEKTRO dois pontos merecem destaques: (i) foram utilizadas as mesmas regras de cálculo estabelecidas no modelo da ER entregue pela ANEEL e (ii) os valores pleiteados estão referenciados para o mês de Abril de 2007, mesma data da utilização da 6 Trata –se de uma concorrente virtual que, explorando a mesma concessão de que é titular determinada concessionária, apresenta, a juízo do Regulador, a mais eficiente locação de recursos de Pessoal e Materiais e Serviços destinados aos seus processos de negócio. O enfoque básico da metodologia define, a partir das bases reais de ativos e clientes da concessionária, os parâmetros - técnicos e econômicos - de eficiência na execução dos processos de negócio sem qualquer vinculação explícita entre a metodologia de cálculo e os resultados observados na empresa real. Manifestação ELEKTRO Revisão Tarifária 2007 Página 21 de 56 base física de ativos e de clientes no cálculo preliminar da ER por parte da ANEEL. Por fim, cabe frisar que após esta manifestação formal e porquanto esteja em curso o processo de revisão tarifária periódica, a ELEKTRO se reserva o direito de, sempre que julgar cabível, reavaliar conceitos e valores propostos pela ANEEL, complementando e /ou retificando a argumentação aqui contida. Além disso, a ELEKTRO ressalta que os ajustes ora solicitados não abordam todos os aspectos questionados pela mesma no que diz respeito à metodologia de cálculo utilizada pela ANEEL neste segundo ciclo de revisão tarifária periódica, bem como não implica a desistência, alteração ou renúncia dos direitos decorrentes dos pedidos /questionamentos anteriormente formulados neste processo. Anexo I - Ajustes propostos para os Custos Operacionais Página 22 de 56 2. Atualização de dados 2.1. Base de Clientes Na proposta provisória apresentada pela NT 178, os processos e atividades comerciais e técnicos foram dimensionados utilizando-se a classificação de clientes rurais conforme enquadramento tarifário constante da Resolução ANEEL 456/00, que considera somente aqueles faturados no Subgrupo B2 e por atividade. Neste enfoque, a ELEKTRO apontou a existência de 126.949 clientes rurais, base de cálculo utilizada pelo modelo da ER. Entretanto, a Resolução 234/06, que define as metodologias e regras de cálculo a serem aplicadas no processo da Segunda Revisão Tarifária Periódica, determina que os custos associados aos processos e atividades comerciais devem levar em conta somente a localização geográfica dos clientes e não o enquadramento pela atividade, o que é mais aderente à realidade dos custos incorridos de atendimento de prestação de diversos serviços junto aos clientes. No Brasil, a Lei nº 5.172 (Código Tributário), de 25 de outubro de 1966, define que serão consideradas como zona urbana as parcelas das áreas do município dotadas de pelo menos dois dos melhoramentos abaixo listados e construídos ou mantidos pelo Poder Público: I - meio-fio ou calçamento, com canalização de águas pluviais; II - abastecimento de água; III - sistema de esgotos sanitários; IV - rede de iluminação pública, com ou sem postes para distribuição domiciliar; V - escola primária ou posto de saúde a uma distância máxima de três quilômetros do local considerado. A legislação municipal pode ainda considerar como zonas urbanas as áreas urbanizáveis, ou de expansão urbana, de loteamentos aprovados pelos órgãos competentes destinados à habitação, à indústria ou ao comércio, mesmo que localizados fora das zonas definidas nesses termos. A ELEKTRO, para delimitar a área Urbana dos municípios, define e mantém “poligonais” que além de seguir as recomendações da Lei, as associa às características do sistema elétrico existente no local, ou seja, rede elétrica com média e baixa tensão (rede secundária) e vão médio entre postes de 35 metros. Para operacionalizar as poligonais nos processos técnicos a ELEKTRO utiliza o SGD – Sistema de Gestão da Distribuição, com funções de GIS – Sistema de Informação Georeferenciada, tendo como base cartográfica os mapas oficiais do IBGE para definição do limite dos municípios e as poligonais com delimitação das áreas urbanas. O sistema técnico (SGD), totalmente integrado aos sistemas comercial (UE) e de gestão (SAP R/3) representa com precisão as poligonais definidas segundo o critério descrito. Anexo I - Ajustes propostos para os Custos Operacionais Página 23 de 56 A poligonal no SGD é um objeto gráfico que caracteriza as informações que estão dentro de sua área, ou seja, transmite as características pré-definidas pela poligonal automaticamente para as demais entidades cadastrais (Ex: Redes, Postes, Transformadores, Chaves, Equipamentos, Clientes, etc) que estão dentro de sua área. Além das poligonais que definem a área do município e área urbana, também existem aquelas que definem outras informações, por exemplo, áreas de preservação ambiental. Exemplo: Tela do SGD com áreas definindo poligonais em azul como sendo do limite dos municípios, em rosa como limites da área urbana e em verde como poligonais que definem áreas de preservação ambiental. Exemplo: Tela do SGD com Zoom das poligonais da região de Votuporanga, com filtro de Redes Secundárias e Primárias, podendo ser bem caracterizado que a área urbanizada está dentro da poligonal rosa. Anexo I - Ajustes propostos para os Custos Operacionais Página 24 de 56 A atualização dessas poligonais é feita constantemente com base no mapeamento cartográfico municipal, novas áreas urbanizadas disponibilizadas pelas Prefeituras Municipais e extensão das redes urbanas que atendem essas novas áreas, permitindo afirmar que a área Rural é definida como a área geográfica oficial do município, reduzida da área poligonal que foi caracterizada como Urbana. A metodologia utilizada pela ELEKTRO para a definição das poligonais foi a mesma considerada pela ANEEL para homologação da Base de Remuneração em 2003, bem como para prestar as demais informações da Empresa de Referência, tais como: Km de Redes Urbanas e Rurais, Número de Trafos Urbanos e Rurais, Etc. A ELEKTRO também a utilizou para elaboração do Plano de Metas de Universalização apresentado a ANEEL assim como para a definição de cálculos do padrão individual de DIC, FIC e DMIC para cada cliente. Ademais, é importante ressaltar que a definição descrita é amplamente utilizada na ELEKTRO, e influencia o atendimento ao cliente, novos pedidos de ligação, indicadores técnicos de performance, taxas de falhas, operação e manutenção, elaboração de projetos, planejamento técnico, etc. A ELEKTRO entende que a metodologia utilizada para a definição de poligonais urbanas e rurais é a melhor e mais segura alternativa existente. Portanto, com base na metodologia de classificação georeferenciada das entidades cadastrais, em específico clientes, solicita que seja considerada a classificação das unidades consumidoras urbanas e rurais da ER, de acordo com a sua localização geográfica, cujo resultado é ilustrado na tabela adiante: Anexo I - Ajustes propostos para os Custos Operacionais Página 25 de 56 Classe de Consumo Residencial Industrial Comercial Rural Poder Público Iluminação Pública Serviço Público Consumo Próprio Total SOMENTE UNIDADES CONSUMIDORAS ALOCADOS NA ÁREA RURAL - ABR/2007 A1-UAT A2-EAT A3-AT A3a-AT A4-MT AS-BT 0 0 0 0 8 0 0 12 3 5 659 0 0 0 0 0 197 0 0 0 0 8 663 0 0 0 0 0 46 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 125 0 0 0 0 0 0 0 3 13 1.698 0 B-BT 141.516 1.491 5.599 107.503 1.819 66 357 49 258.400 TOTAL 141.524 2.170 5.796 108.174 1.865 66 482 49 260.126 Diante do exposto, a ELEKTRO entende que a correta determinação dos custos dos processos e atividades comerciais e de operação e manutenção deve ter uma base de 260.126 clientes rurais – critério localização – e não de 126.949 clientes rurais – critério atividade – como estabelecido na NT 178, já que essa premissa está aprovada para fins do processo da Segunda Revisão Tarifária, o que representa o acréscimo de R$ 7.120.300, a preço de Abril de 2.007, sendo R$ 6.835.080 nos custos de Pessoal e R$ 285.215 nos custos de Materiais e Serviços. Cabe destacar que em reunião realizada na sede da ANEEL, em Brasília, no dia 17 de julho de 2.007, a ELEKTRO expôs em detalhes toda a metodologia e regras de cálculo para a definição das poligonais e a consequente distribuição da base de clientes segundo localização. Anexo I - Ajustes propostos para os Custos Operacionais Página 26 de 56 3. Custos não contemplados 3.1. Lavagem de Uniformes A lei estadual nº. 12.254, de 09 de fevereiro de 2006, estabelece que as empresas do Estado de São Paulo que utilizam produtos nocivos à saúde do trabalhador ou ao meio ambiente são responsáveis pela lavagem dos uniformes de seus empregados. Para atender esta determinação, as empresas do Estado de São Paulo passaram a incorrer em um acréscimo de custo operacional sem a devida cobertura tarifária. Assim sendo, com base nos seguintes custos e freqüências de lavagem, foi calculado o custo adicional necessário à ER: Desta forma, para atender os 1.547 eletricistas lotados nos processos de O&M em redes e subestações considerados no modelo preliminar da NT 178, utilizando empresa especializada para a execução da lavagem de uniformes, é necessário lavar 371.280 conjuntos de calça e camisa e 99.008 jaquetas por ano. Diante do exposto, a ELEKTRO solicita a inclusão da lavagem dos uniformes do pessoal operacional, o que representa o acréscimo de R$ 2.153.424, a preços de Abril de 2.007, nos custos de materiais e serviços. 3.2. Limpeza de faixas AT / MT Rural A área de concessão da ELEKTRO, no estado de São Paulo compreende 80% do total das zonas de preservação ambiental existentes, com predominância de ativos em área rural. Esta condição requer a execução de serviços de limpeza de faixa nas proximidades das linhas de média e alta tensão, garantindo assim a confiabilidade e qualidade dos serviços prestados aos clientes, bem como a manutenção dos ativos e atendimento aos indicadores de desempenho estabelecidos pelo órgão regulador. Para a realização destas atividades são obtidas as devidas licenças junto aos órgãos ambientais. Anexo I - Ajustes propostos para os Custos Operacionais Página 27 de 56 As quantidades destes serviços realizadas anualmente são explicitadas nas tabelas abaixo nas devidas tensões de fornecimento: A execução das atividades de limpeza de faixa próximas às redes aéreas rurais de baixa e média tensão são executadas de forma programada por equipes capacitadas. As atividades são realizadas de acordo com procedimentos préestabelecidos pela ELEKTRO, que garantem a correta aplicação das orientações técnicas e de segurança, respeitando a legislação ambiental e a integridade dos empregados. Considerando os 68.843 km de redes MT /AT rurais são necessárias quatro equipes do tipo C5 durante todo o ano. Neste sentido, a ELEKTRO solicita o acréscimo de R$ 1.125.081, a preços de Abril de 2.007, sendo R$ 903.071 nos custos de Pessoal e R$ 222.010, nos custos de Materiais e Serviços, a título de limpeza de faixas nas redes MT /AT rurais. 3.3. Energia Elétrica e Limpeza para o Call Center A NT 178 não considerou os custos de energia elétrica e limpeza para a área de Call Center. Na medida em que o valor do aluguel de Call Center é o mesmo para as demais áreas de infra-estrutura da ER, fica evidente a omissão dos itens referidos. Neste sentido, a ELEKTRO solicita um acréscimo de R$ 265.248, a preços de Abril de 2007, nos custos de Materiais e Serviços. 3.4. Atendimento a NR-04 Não se observa na ER calculada pela NT 178, o cumprimento do quadro mínimo a ser observado para os serviços de Segurança e Medicina do Trabalho, conforme estabelecido pela NR-4, Grau de Risco 3, que corresponde às atividades da ELEKTRO, conforme descrição adiante: “As empresas privadas e públicas, os órgãos públicos da administração direta e indireta e dos poderes Legislativo e Judiciário, que possuam empregados regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho – CLT, manterão obrigatoriamente, Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho, com a finalidade de promover a saúde e proteger a integridade do trabalhador no local de trabalho. (104.001-4/12)”. Anexo I - Ajustes propostos para os Custos Operacionais Página 28 de 56 O dimensionamento dos Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho vincula-se à graduação do risco da atividade principal e ao número total de empregados do estabelecimento, conforme ilustra a Tabela adiante. Assim sendo, tendo por base os 5.254 funcionários da ER – 4.823 funcionários nas atividades vinculadas à operação e manutenção do sistema elétrico e 431 funcionários vinculados às atividades adicionais de Iluminação Pública, Vigilância de Subestação, Manutenção de Equipamentos em Oficinas, dentre outras – atuando na área de concessão da ELEKTRO, foi considerada a distribuição da força de trabalho em dois diferentes locais, ou seja: na sede com 1.024 funcionários e 4.230 funcionários nas seis gerências regionais (incorporando escritórios comerciais e pessoal de execução em campo). Para cada uma das duas localidades foi considerada a faixa de 1.001 a 2.000 para os funcionários lotados na estrutura central e a faixa de 3.501 a 5.000 para os funcionários lotados na estrutura regional visando ao dimensionamento dos Serviços Especializados em Segurança e Medicina do Trabalho, conforme demonstrado a seguir, segundo quantidade e categoria salarial da força de trabalho necessária. Com base na necessidade de pessoal para o atendimento da NR-04 nas sete localidades da área de concessão da ELEKTRO foi calculado o custo de pessoal vinculado às atividades, conforme ilustra a Tabela adiante. Anexo I - Ajustes propostos para os Custos Operacionais Página 29 de 56 Do exposto, a ELEKTRO solicita a inclusão do quadro mínimo de 21 funcionários propostos para serviços de Segurança e Medicina do Trabalho, em atendimento a NR-4, o que representa o acréscimo de R$ 2.229.952 , a preços de Abril de 2.007, sendo R$ 2.033.636 nos custos de Pessoal e R$ 196.316 nos custos de Materiais e Serviços. 3.5. Vigilância em Depósitos e Almoxarifados A NT não contemplou recursos para Vigilância e Segurança Patrimonial dos 83 depósitos e almoxarifados previstos na ER. Contudo, a ELEKTRO entende que estes custos devem ser considerados. Estes recursos se fazem necessários tendo em vista a crescente criminalidade no país, sobretudo na área de concessão da ELEKTRO, onde os furtos de cabos de cobre da rede elétrica e /ou depósitos têm sido recorrentes. Em função deste quadro, faz-se necessária a implantação de vigilância humana e /ou eletrônica em todos os depósitos em regime de 24 horas por dia, como forma de coibir ações que ponham em risco o patrimônio da empresa. Neste sentido, a ELEKTRO solicita a vigilância dos 83 depósitos e almoxarifados e empregue a vigilância ao custo mensal de R$ 8.742,52 por depósito e almoxarifado em regime de trabalho de 24 horas por dia, como considerado para as subestações, o que representa o acréscimo de R$ 8.707.559, a preços de Abril de 2007, nos custos de materiais e serviços. 3.6. Gestão de Garantias Financeiras A partir de 2005, foi alterada a forma de comercialização de energia elétrica, passando da comercialização via contratos bilaterais, para a compra de energia através de Leilões Regulados, conforme definido pela Lei 10.848 de 15/03/04. Com esta mudança na comercialização de energia ocorreu um aumento significativo do número de contratos a serem firmados entre as distribuidoras e geradoras, em decorrência do modelo definido para a realização do leilão onde as distribuidoras informam a quantidade de energia que desejam comprar e as geradoras rateiam a venda, suprindo a demanda. Anexo I - Ajustes propostos para os Custos Operacionais Página 30 de 56 O contrato de compra e venda de energia decorrente do Leilão requer obrigatoriamente o acompanhamento de um instrumento de garantia, conforme definido no CCEAR – Contrato de Comercialização de Energia Elétrica no Ambiente Regulado, em sua cláusula 11. As garantias aceitas para participação e pagamento mensal das faturas decorrentes do Leilão de Energia Existente são: Vinculação de fluxo de arrecadação, Depósito bancário, CDB, fiança bancária, seguro garantia, títulos públicos federais ou cotas do fundo de investimento extra-mercado (fundos do Banco do Brasil). De todas as alternativas, vinculação de fluxo de arrecadação (recebíveis) é o instrumento mais utilizado no setor, visto que é a opção menos onerosa para a empresa, seja pelo custo de contratação (gestão de bancos) ou pelo custo de manter a operação junto aos bancos por prazos muito longos. Sendo assim, apesar deste tipo de garantia resultar em custo para a empresa, este modelo ainda é o que menos impacta os custos e capital de giro da empresa, fato reconhecido pelo próprio Regulador. A vinculação de fluxo de arrecadação requer obrigatoriamente a figura de um Banco Gestor, o qual será responsável pela gestão das garantias apresentadas. A alteração na forma de comercialização de energia elétrica, passando a ser via leilão e tendo um aumento no volume de contratos, gerou uma mudança de procedimento por parte dos bancos, que antes forneciam este serviço como uma “cortesia”, já que o mesmo administrava o fluxo de arrecadação e o número de contratos era pequeno. Em razão deste novo modelo, os bancos começaram a criar estruturas operacionais para controlar os contratos e garantir que o papel que lhes era imposto fosse cumprido, repassando para as distribuidoras os custos decorrentes desta adequação de estrutura operacional. As tabelas a seguir mostram a quantidade atual de contratos da ELEKTRO e o custo de gestão de garantias financeiras pagas ao banco gestor: Quantidade de contratos Custo da Gestão Anexo I - Ajustes propostos para os Custos Operacionais Página 31 de 56 Do exposto, a ELEKTRO solicita o custo de gestão do fluxo de arrecadação dos contratos de compra de energia em leilões regulados, o que representa o acréscimo, na média dos anos entre ciclo revisional, de R$ 170.000, a preços de Abril de 2.007, nos custos de materiais e serviços. 3.7. Help Desk, Data Center e Bancos de Dados O escopo de atividades da Gerência de Sistemas da ER, como constante na NT 178, está focado na implementação dos sistemas de informática, englobando as tarefas de gestão, desenvolvimento e integração dos sistemas e dados entre as estruturas da empresa, não fazendo qualquer referência vinculada à Operação dos Sistemas e que envolvem: • Administração de Data Center: os Sistemas de missão crítica, tais como os Sistemas Comercial e Técnico, necessitam de supervisão 24 horas por dia, 7 dias por semana. Para tanto, faz-se necessário um serviço de Administração de Data Center, que contempla como principais atividades o monitoramento dos servidores (disponibilidade, performance e ocupação de disco), controle de backups, monitoração de rotinas batches e monitoração de links de comunicação. • Help Desk: para atender cerca de 3.500 chamados/mês oriundos da sede corporativa e gerências regionais, compatível com o porte da empresa, a ELEKTRO contrata um serviço de Help Desk que envolve principalmente suporte a microinformática (hardware/software), autorização de acessos aos Sistemas Centrais e direcionamento de atendimento de 2º nível aos Analistas de Sistemas e Suporte Técnico. Além disso, presta o serviço de reposição de peças para hardware (desktops, notebooks, plotters e impressoras) e conta com técnicos na sede e descentralizados para atender as estruturas das gerências regionais. • Administração de Banco de Dados: é imprescindível em uma empresa do porte da ELEKTRO contar com uma equipe de profissionais especialistas em Banco de Dados, responsáveis pela criação/manutenção dos bancos, otimização de parâmetros decorrente das especificidades dos Sistemas, integração entre aplicações, segurança de acesso e integridade dos dados, capacity planning, elaboração de procedimentos (ex. backup), migração de dados e atualização de versão. Diante do exposto, a ELEKTRO solicita a inclusão das atividades de Operação de Sistemas vinculadas a Help Desk, Data Center e Administração de Banco de Dados, o que representa o acréscimo de R$ 2.323.938, a preços de Abril de 2.007, nos custos de Materiais e Serviços. Anexo I - Ajustes propostos para os Custos Operacionais Página 32 de 56 3.8. Conselho de Consumidores Apesar de considerado na Resolução 234/06, não estão contemplados na ER os custos relativos à manutenção do Conselho de Consumidores, órgão de caráter consultivo, criado por determinação da Lei 8.631/93 e regulamentado pelo Decreto 774/93, e ainda conforme Resolução ANEEL 138/2000. O Conselho de Consumidores da ELEKTRO é composto por 01 Secretário Executivo e 06 Conselheiros, sendo sua composição definida por regimento interno regulado pela Resolução no 138/00. Além dos gastos com materiais, transportes, taxas e eventos, faz-se necessário contemplar as despesas de viagens decorrentes da participação de representantes do Conselho no Encontro Nacional de Conselhos de Consumidores, nas reuniões semestrais do Fórum Nacional dos Conselhos de Consumidores e em eventos promovidos pela ANEEL. Diante do exposto, a ELEKTRO solicita contemplar este item no cálculo da ER, o que representa o acréscimo de R$ 60.000, a preços de Abril de 2.007, nos custos de Materiais e Serviço. Anexo I - Ajustes propostos para os Custos Operacionais Página 33 de 56 4. Ajustes de dimensionamento 4.1. Equipes típicas de O&M A Norma Regulamentadora nº. 10 (NR-10), aprovada pela Portaria nº. 598 de 7 de Dezembro de 2004, determina que os serviços executados em instalações elétricas energizadas com tensão acima de 1kV (AT) sejam executados por duas pessoas treinadas e habilitadas, tanto em primeiros socorros como em procedimentos técnicos. Isto é necessário, pois, na eventual ocorrência de um acidente, o funcionário que tiver que efetuar o socorro deve, além de socorrer o acidentado, efetuar todos os procedimentos técnicos de segurança, tais como: isolamento elétrico de equipamentos; possível retirada do acidentado do local de serviço, que pode ser próximo a equipamentos energizados; contato operativo com os Centros de Operação, entre outros. Esta condição impacta na questão de natureza trabalhista, cuja determinação para execução de serviço por pessoal autorizado 7 , ,implica diretamente o pagamento da mesma remuneração para ambos eletricistas por conta de evitar passivo trabalhista pois, de acordo com o que determina os Artigos 460 e 461 da Consolidação das Leis do Trabalho CLT (abaixo transcritos), não é permitido praticar salário diferenciado para trabalhadores que exercem a mesma função. Art. 460 - ... o empregado terá direito a perceber salário igual ao daquele que, na mesma empresa, fizer serviço equivalente ou do que for habitualmente pago para serviço semelhante. Art. 461 - Sendo idêntica a função, a todo trabalho de igual valor, prestado ao mesmo empregador, na mesma localidade, corresponderá igual salário, sem distinção de sexo, nacionalidade ou idade. A ANEEL especifica que as equipes tituladas por C3, C6, C8 e C9 são compostas por 3 operários, sendo: 1 do tipo O1 - Eletricista I, 1 do tipo O3 Auxiliar O&M e 1 do tipo O4 - Operador de Munk / Motorista. Considerando que os operários habilitados a atuar nos sistemas são dos tipos O1 e O3 e, que têm remunerações básicas diferentes, as configurações mencionadas não atendem aos requisitos da NR-10 do Ministério do Trabalho. A ELEKTRO solicita a substituição do auxiliar de eletricista do tipo O3 pelo eletricista do tipo O2 – Eletricista II na composição daquelas equipes típicas em atendimento aos requisitos da NR-10 do Ministério do Trabalho, o que representa o acréscimo de R$ 8.161.828, a preços de Abril de 2.007, nos custos de pessoal. 7 Entenda por autorizado o trabalhador qualificado ou capacitado e o profissional habilitado, com anuência formal da empresa. Anexo I - Ajustes propostos para os Custos Operacionais Página 34 de 56 4.2. Poda de Árvores A NT adotou o seguinte critério para a realização de atividade de poda de árvores: “Realização da atividade de poda de árvores em redes de baixa, média e alta tensão em áreas urbanas e rurais, através da equipe típica C1, composta de 2 Eletricistas”. Esta composição de equipe não atende a necessidade de recursos para a adequada operação pela ELEKTRO. A equipe adequada para executar a tarefa de poda de árvore deve ser composta por três pessoas. A poda deve ser executada por pessoas devidamente treinadas de forma a garantir a preservação das estruturas das árvores e segurança dos envolvidos e terceiros. Além do responsável pelo serviço, é necessária uma pessoa para efetuar a poda e outra no solo. O responsável pela poda orienta a elaboração do corte, dada a dificuldade de visualização da copa pela pessoa que está executando a atividade. Este responsável conta com treinamento NR-10, assim como o eletricista que de fato realiza a poda, e necessita de treinamento e vasta experiência para orientar a poda com precisão. Vale ressaltar que a concessionária está sujeita a penalidades de órgãos ambientais caso a poda seja realizada sem seguir as orientações técnicas e ambientais cabíveis. A outra pessoa em solo (auxiliar) tem como responsabilidade a sinalização e isolamento da área, a orientação aos pedestres, o controle da descida dos galhos e resíduos ao solo, para que não atinjam a rede elétrica, residências e pessoas que se encontram nas proximidades. Estes galhos e resíduos devem ser recolhidos, varridos do passeio e acondicionados no caminhão. Em decorrência das particularidades envolvidas para execução de poda de árvores, incluindo as atividades de limpeza da área e destinação do resíduo, é necessário adicionar um Auxiliar de O&M à equipe C1, composta por um Eletricista I e um Eletricista II, o que a torna equivalente à equipe C7 no modelo da ER. Do exposto, a ELEKTRO solicita uma adequação da equipe para poda de árvores junto às redes de BT, MT e AT, o que representa o acréscimo de R$ 2.328.702, a preços de Abril de 2.007, sendo R$ 2.324.412 nos custos de Pessoal e R$ 4.289 nos custos de Materiais e Serviços. 4.3. Eletricistas Comerciais A NT desvincula o dimensionamento da necessidade de eletricista da ER, baseado em escritórios típicos (escritórios comerciais), com os níveis de atividades a serem cumpridos, algumas inclusive regulatórias, com destaque para os serviços: Anexo I - Ajustes propostos para os Custos Operacionais Página 35 de 56 • • • Técnicos não taxados; Fiscalização para o combate a perdas não técnicas e; Corte decorrente de inadimplência. Neste enfoque a NT dimensionou 276 eletricistas lotados nos escritórios comerciais. A ELEKTRO considera que tal força de trabalho é insuficiente para a realização das tarefas de responsabilidade dos Escritórios Comerciais, dadas as especificidades de sua área de concessão e as exigências do Contrato de Concessão, considerando as freqüências e produtividades observadas, como apontadas adiante. • Serviços Técnicos Não Taxados A ELEKTRO tem como uma de suas obrigações a execução, sem custo para o cliente, de serviços de novas ligações e outros não taxados. Desconsiderando o serviço de novas conexões, já que o conceito de O&M não é evidente, a demanda registrada no último ano de serviços não taxados atingiu um total de cerca de 11.000 solicitações mensais, ensejando uma freqüência de 0,5% da base de clientes. Fazem parte destes serviços: reforma de padrão e desligamento a pedido de clientes. Esta atividade requer uma equipe de trabalho formada por 2 eletricistas realizando, na média, 8 serviços não taxados por dia. Considerando os parâmetros de dimensionamento definidos, são necessárias 63 equipes equivalentes a 126 eletricistas. Atividade Base Freqüência Física Técnico Não Taxado • 2.213.764 0,50% Volume Produtividade Dias Quant. Mês Dia Mês Equipe Eletricistas 22 63 126 11.000 8 Quant. Serviços de Fiscalização (perdas não técnicas) A análise da evolução das perdas na ELEKTRO mostrou que desde a última Revisão Tarifária Periódica, o montante global de perdas na distribuição manteve-se praticamente estável. Esta estabilidade decorre das ações focadas ao combate a perdas: campanhas, programa de substituição de medidores, mas principalmente o programa de inspeções. Dada a alta taxa de fraudadores entrantes, e a pulverização de fraudadores de baixa tensão, a diminuição do número de inspeções acarretará aumento do índice de perdas comerciais. O gráfico abaixo mostra como seriam as perdas não técnicas em 2006 caso não houvesse combate desde 2003. Anexo I - Ajustes propostos para os Custos Operacionais Página 36 de 56 Perdas Não Técnicas GWh/ano 600 541,0 500 400 343,4 65,8 113,9 300 197,6 200 236,8 124,5 100 39,2 0 Perda Comercial Perdas Entrada de Perda Comercial Energia Energia Perda Comercial Energia Real 2006 comerciais em novas perdas Real 2003 recuperada em recuperada em recuperada em esperada em 2006 se nada comerciais no 2006 2006 2005 2004 tivesse sido período recuperado Neste cenário, para a manutenção, no mínimo, do nível de perdas considerado pela ANEEL, é fundamental a manutenção dos recursos atualmente dedicados aos serviços de fiscalização de unidades consumidoras. É necessária a fiscalização mensal de 21.750 de unidades consumidoras, como registrado na média dos últimos anos, ensejando uma freqüência de 0,98% da base de clientes. Esta atividade requer uma equipe de trabalho formada por 2 eletricistas realizando, em média, 9 fiscalizações por dia. Considerando os parâmetros de dimensionamento definidos, são necessárias 111 equipes equivalentes a 222 eletricistas. Atividade Base Inspeção de Unid. Consumidoras • Volume Produtividade Dias Quant. Quant. Física Freqüência Mês Dia Mês Equipe Eletricistas 2.213.764 0,98% 21.750 9 22 111 222 Serviços de Corte por inadimplência Dentro das ações de combate à inadimplência é destaque o serviço de suspensão do fornecimento de energia, via corte. Tal serviço se configura como sendo a última recorrência interna de cobrança da empresa, depois de cumpridos os prazos estabelecidos pela Resolução ANEEL no 456/00. Alia–se ainda no contexto de combate à inadimplência o serviço de Verificação de Irregularidades (auto-religação) na instalação dos clientes com o fornecimento de energia elétrica suspenso. Anexo I - Ajustes propostos para os Custos Operacionais Página 37 de 56 A ELEKTRO apresenta um índice de incobrável em relação à receita bruta superior ao estabelecido pela NT, o que justifica a necessidade deste volume de corte. Para manter o patamar de inadimplência da área de concessão da ELEKTRO, é necessário realizar mensalmente cerca de 23.000 cortes de unidades consumidoras, como registrado nos últimos anos, ensejando uma freqüência de cerca de 1,04% da base de clientes. Esta atividade requer uma equipe de trabalho formada por 2 eletricistas realizando, na média, 12 cortes/dia. Considerando os parâmetros de dimensionamento definidos, são necessárias 84 equipes equivalentes a 168 eletricistas. Atividade Base Física Corte de Unidades Consumidoras 2.213.764 Freqüência 1,04% Volume Produtividade Dias Quant. Quant. Mês Dia Mês Equipe Eletricistas 23.000 12 22 84 168 A Tabela a seguir consolida a visão da ELEKTRO sobre o dimensionamento da necessidade de eletricistas para cada atividade contemplada nos escritórios comerciais. ATIVIDADES Eletricistas Eletricistas NT ELEKTRO 125 Técnico Não Taxado Inspeção de Unidades Consumidoras Corte de Unidades Consumidoras Total Diferença 222 168 276 515 239 Diante do exposto, a ELEKTRO solicita a inclusão de 239 eletricistas nos escritórios comerciais para o necessário atendimento dos requisitos regulatórios, o que representa o acréscimo de R$ 16.354.411, a preços de Abril de 2.007, sendo R$ 13.399.655 nos custos de Pessoal e R$ 2.954.756 nos custos de Materiais e Serviços. 4.4. Qualificação do Eletricista do Escritório Comercial tipo 4 Na NT um dos eletricistas lotados nos escritórios comerciais do tipo 04 é qualificado como Auxiliar de O&M. Esta configuração de eletricista, embora atenda aos requisitos da NR-10 do Ministério do Trabalho, que determina que todas as atividades em eletricidade sejam executadas por duas pessoas treinadas e habilitadas, tanto em primeiros socorros como em procedimentos técnicos, se contrapõe com a questão trabalhista em que não é permitido praticar salário diferenciado conforme determina os Artigos 460 e 461 da Consolidação das Leis do Trabalho – CLT, anteriormente descritos. Anexo I - Ajustes propostos para os Custos Operacionais Página 38 de 56 A consideração descrita impõe a necessidade de substituição do Auxiliar lotado nos escritórios comerciais do tipo 04 pelo Eletricista II, uniformizando assim o emprego desta categoria para todos os escritórios comerciais. Em função dessas motivações concernentes à segurança técnica no desenvolvimento das funções e atendimento qualitativo dos serviços, bem como ao atendimento dos requisitos jurídicos, a ELEKTRO solicita a substituição do Auxiliar lotado nos escritórios tipo 4 pelo Eletricista II, o que representa o acréscimo de R$ 1.225.817, a preços de Abril de 2.007, sendo R$ 1.214.669 nos custos de Pessoal e R$ 11.149 nos custos de Materiais e Serviços. 4.5. Quadro de pessoal da estrutura central Os macros processos relacionados com Assuntos Regulatórios na Presidência, Gestão dos Contratos de Compra de Energia na Diretoria Comercial e Gestão da Telecomunicação na Gerencia de Sistemas apresentam um quadro de pessoal inadequado às exigências requeridas pelas tarefas envolvidas, como caracterizado adiante: • Assuntos Regulatórios O pessoal envolvido em Assuntos Regulatórios é responsável pela coordenação geral da condução de temas, ações e negócios de cunho regulatório, de relações institucionais, bem como de ações específicas junto ao Governo Federal, no ambiente do desenvolvimento do modelo do setor elétrico. É a área responsável pelas atividades diretamente relacionadas ao Poder Concedente, Órgão Regulador, Associações de Classe, Operador Nacional do Sistema Elétrico, Conselho de Consumidores, tarifas, atendimento às questões associadas aos contratos dos clientes e relações com autoridades da área de concessão da ELEKTRO. Os profissionais que atuam nesta área devem ser qualificados para discutir os problemas e propor as soluções adequadas para a melhoria da qualidade dos serviços prestados ao consumidor de energia elétrica. Além disso, devem possuir amplos conhecimentos sobre a atividade de distribuição de energia elétrica, sobre o ambiente regulatório, além de possuir sólidos conhecimentos técnicos e financeiros, que permitam efetuar contribuições eficazes nas tarefas regulatórias, quais sejam: Regulação econômico-financeira, Estratégia setorial e Regulação técnico-comercial. Na ER este assunto é conduzido por uma única pessoa, classificada na categoria funcional de Gerente, que também assume a questão de assessoramento legal, o que é claramente subdimensionado. A ELEKTRO solicita a criação de uma gerência específica com 1 gerente, 3 analistas e 3 técnicos em substituição a 6 auxiliares administrativos lotados na Presidência. Anexo I - Ajustes propostos para os Custos Operacionais Página 39 de 56 • Gestão de Contratos de Compra de Energia O modelo do setor elétrico que vigiu até a publicação da Lei no 10.848, em 15 de março de 2004 e do Decreto no 5.163, em 30 de julho de 2004, marco do “Novo Modelo do Setor Elétrico”, permitia às Distribuidoras realizar de maneira simplificada o planejamento da compra e do transporte da energia elétrica, além da gestão dos contratos correspondentes. Àquela época, as distribuidoras não eram obrigadas a contratar 100% de seu mercado e o gerenciamento de sua posição (recursos versus requisitos) era realizada mês a mês, inclusive de maneira “ex-post” através de contratos bilaterais de curto-prazo. O número de contratos de suprimento de longo-prazo era reduzido uma vez que existiam apenas os Contratos Iniciais e Itaipu, que cobriam por volta de 95% do mercado da distribuidora. Apenas os 5% restantes estavam lastreados por contratos bilaterais. Desta forma, o número mensal de faturas a serem pagas e contabilizadas e o cálculo do custo de compra de energia, incluindo o acompanhamento da Conta de Variações Acumuladas (CVA), era mais simples e menos oneroso. Com a entrada em funcionamento do “Novo Modelo do Setor Elétrico”, este panorama foi completamente alterado, elevando-se significativamente o nível de complexidade das atividades relacionadas ao planejamento do suprimento e transporte de energia elétrica. Em relação ao planejamento da compra, as distribuidoras perderam a flexibilidade de gestão da compra mês a mês, já que o Novo Modelo obrigou-as a realizar esta gestão com no mínimo 5 anos de antecedência. Além disso, o novo modelo implantou a sistemática de aquisição das necessidades de energia elétrica por meio de leilões, tanto de energia de empreendimentos existentes, quanto de novos empreendimentos, que se tornaram novas variáveis a serem consideradas no planejamento. Isso exigiu que a atividade de gestão de compra de energia fosse reestruturada, implicando a necessidade de ampliação qualificada do quadro de pessoal, com a contratação de pessoal especialista em análise e gestão de risco. Fez-se necessária a utilização de sistemas de informação avançados, de modo a garantir o menor custo de compra de energia e, conseqüentemente, a menor tarifa possível para o consumidor, atendendo completamente a legislação. Além do aumento da complexidade para o planejamento da compra, a distribuidora viu-se também obrigada a montar uma estrutura de gestão de contratos, dada a grande variedade de leilões e multiplicação de fontes de suprimento, associado ao Mecanismo de Compensação de Sobras e Déficits Anexo I - Ajustes propostos para os Custos Operacionais Página 40 de 56 (MCSD). Isso gera um volume significativo de contratos, e consequentemente um volume significativo das seguintes atividades: • • • • Processo de compra: a distribuidora deve analisar as regras e se habilitar de maneira correta para cada leilão; Revisão e assinatura dos contratos de compra e dos contratos de garantias financeiras, envolvendo desde a negociação com bancos, até a conferência das faturas contra os contratos; Pagamento das faturas; Cálculo da Conta de Variações Acumuladas (CVA) para cada fatura. No caso específico da ELEKTRO, com a entrada em funcionamento do Novo Modelo e levando-se em conta apenas os leilões e o Mecanismo de Compensação de Sobras e Déficits (MCSD) já realizados, o número de contratos de compra de energia multiplicou-se por sete. A expectativa é a de que estes números continuem em trajetória crescente, uma vez que a distribuidora não só participará de vários leilões ao ano, como também do Mecanismo de Compensação de Sobras e Déficits (MCSD) que ocorre mensalmente. Dado este cenário, e levando-se em conta que erros no planejamento da compra e na gestão de contratos podem levar a elevados prejuízos não apenas para a ELEKTRO, mas também para seus clientes finais, dado que são transacionados mais de R$ 120 milhões/mês neste processo, faz-se necessário considerar na Revisão Tarifária, dentro da Empresa de Referência, a área de Gestão de Contratos de Suprimento de Energia. As responsabilidades desta área são, basicamente, assessorar todo o processo de planejamento e estratégia de compra de energia, bem como realizar toda a gestão de contratos, desde a habilitação para os leilões, até o resultado mensal das contabilizações da CCEE e o pagamento de faturas. Na ER este assunto é conduzido dentro da Gerência de Mercado e Tarifa, sem uma separação clara do pessoal envolvido na gestão dos contratos de compra de energia. Porém, o total de 11 pessoas reconhecido pelo Regulador nas tarefas executivas da Gerência – Mercado, Tarifa e Comercialização - fica claro que a força de trabalho está subdimensionada. A ELEKTRO solicita a incorporação de 2 analistas e 2 assistentes comerciais. • Gestão TELECOM Uma distribuidora de Energia Elétrica do porte e com as características geográficas onde atua a ELEKTRO deve dispor de uma área específica de Automação e Telecomunicação (TELECOM) que estabeleça as estratégias de Anexo I - Ajustes propostos para os Custos Operacionais Página 41 de 56 inovações tecnológicas, dotando a empresa dos recursos necessários de telecomunicações, proteção e automação que visem à eficiência na gestão A velocidade com que ocorrem as transformações e a modernização dos equipamentos e da tecnologia desenvolvida na área de Automação e Telecomunicação requer da concessionária um quadro de profissionais competentes, altamente qualificados e atualizados. Para fazer face à abrangência e ao nível de complexidade das atividades efetivamente exercidas por uma área de Automação e Telecomunicação, a ELEKTRO entende ser necessária uma estrutura organizada dentro da Gerência de Sistemas, para planejar a expansão /atualização dos sistemas de telecomunicações que atendem as atividades operacionais, administrativas e comerciais e programar e controlar a manutenção dos Sistemas de Telecomunicações, operacionais e administrativos da ELEKTRO, envolvendo eletrônica e configurações digitais de todos e quaisquer equipamentos do sistema TELECOM. Na ER este assunto não é evidente como é conduzido dentro da Gerência de Sistemas ou mesmo em outra Gerência. A ELEKTRO solicita a incorporação de 2 Engenheiros de Telecomunicações e 2 Analistas responsáveis pelo planejamento e controle Diante do exposto, a ELEKTRO solicita a alteração no quadro de pessoal de determinados macros processos da estrutura central, o que representa, no conjunto, o acréscimo de R$ 1.653.620, a preços de Abril de 2.007, sendo R$ 1.548.745 nos custos de Pessoal e R$ 104.875 nos custos de Materiais e Serviços. 4.6. Investimentos em Tecnologia de Informação. Os investimentos vinculados aos sistemas de porte de Tecnologia de Informação (“TI”) de porte na NT 178 alcançaram o valor de R$ 56.441.311, a preços de Abril de 2.007. Tal valor não demonstra as necessidades reais para que uma concessionária atuando na área de concessão da ELEKTRO atinja a devida e correta prestação de serviços ao cliente. São necessários recursos de R$ 71.643.500, como ilustrado na tabela adiante, evidenciando uma diferença de R$ 15.202.189 em relação à NT 178. Anexo I - Ajustes propostos para os Custos Operacionais Página 42 de 56 ITEM Investimento Aquisição Implementação TOTAL (R$) (R$) (R$) Gestão de Distribuição (inc. no GIS) - SCADA GIS (inc. gestão de distribuição) Sub total - Soluções Técnicas - 690.000 345.000 9.240.000 4.000.000 1.035.000 13.240.000 9.930.000 4.345.000 14.275.000 20.000.000 10.000.000 30.000.000 Sistema Administração e Finanças 6.654.000 4.185.000 10.839.000 Sub total - Soluções Adm/Fin/Com. 26.654.000 14.185.000 40.839.000 Hardware /Software Servidores 16.529.500 Sistema Gestão Comercial TOTAL - 53.113.500 18.530.000 16.529.500 71.643.500 Uma comparação dos investimentos em TI para cada sistema considerado nas visões da ELEKTRO e NT 178 torna–se difícil, na medida em que não se tem conhecimento das concepções dos sistemas da NT 178 que geraram os investimentos a eles vinculados. No entanto, é possível a seguinte agregação para efeito de comparação entre os investimentos: ITEM Investimento Aquisição Implementação TOTAL (R$) (R$) (R$) Soluções Técnicas (868.720) (7.893.549) (8.762.269) Soluções Corporativas 23.774.341 (6.548.543) 17.225.798 Hardware /Software Servidores 6.738.660 - 6.738.660 TOTAL 29.644.281 (14.442.092) 15.202.189 Os dados constantes da Tabela permitem tecer os seguintes comentários: • com relação às soluções técnicas, a ELEKTRO desenvolveu o Sistema Técnico (SGD/GIS) em parceria com o fornecedor. Esse fato tornou a ELEKTRO pioneira na utilização desta tecnologia para apoiar a operação do sistema elétrico a um custo competitivo, inclusive menor do que aquele constante na NT 178. • com relação às soluções corporativas, cita –se o módulo CCS – Customer Care Services do SAP (Billing e CRM), cujo objetivo principal é a atualização tecnológica e de processos visando à melhoria operacional, sem a qual não teremos asseguradas a continuidade da operação dos Sistemas da Elektro e, conseqüentemente, a qualidade dos serviços prestados aos consumidores finais estará comprometida. Some-se a isso, o fato de ser um Sistema de Classe Mundial com excelente adequação às Anexo I - Ajustes propostos para os Custos Operacionais Página 43 de 56 necessidades do Setor de Distribuição de Energia Elétrica. O valor de mercado para cobrir os custos de licenciamento e implementação é basicamente o responsável pela diferença observada neste grupo de solução de TI. • com relação às soluções de servidores, os custos descritos para hardware e software centrais estão baseados na necessidade de capacidade de processamento e armazenamento que a ELEKTRO está obrigada a cumprir diante das exigências da ANEEL exemplificadas nos pontos a seguir: • Performance no Atendimento Técnico: apoio fundamental que os Sistemas (SGD/GIS) dão a uma rápida reação das equipes da ELEKTRO para restabelecimento de uma interrupção de fornecimento de energia que impacta diretamente no DIC. • Performance no Atendimento Comercial: a resolução 057/04 da ANEEL estabeleceu parâmetros agressivos para o atendimento aos consumidores finais, como por exemplo definiu um nível de serviço que determina um índice de 90% de atendimento das chamadas em até 30 segundos, necessitando por conta disto alta performance com relação ao tempo de resposta do Sistema de apoio (Sistema Comercial). • Disponibilidade 24 horas por dia e 7 dias por semana: os Sistemas de missão crítica possuem contingenciamento de operação que por si só implica numa duplicação do parque de servidores e discos, bem como todos os softwares de controle necessários para o sincronismo destes ambientes. • Armazenamento: alta capacidade de armazenamento de informação por um período mínimo de 5 anos. Do exposto, a ELEKTRO solicita que ao valor já reconhecido pela NT 178 para investimentos em Sistemas Centrais seja adicionado R$ 15.202.189, o que representa o acréscimo nas anuidades de R$ 2.689.179, a preços de Abril de 2.007, nos custos de Materiais e Serviços. 4.7. Anuidade de Tecnologia de Informação • Vinculada ao custo de capital A anualidade do investimento em sistemas de porte vinculada ao custo de capital foi calculada levando em conta a remuneração sobre 50% do custo de Anexo I - Ajustes propostos para os Custos Operacionais Página 44 de 56 compra valorado como novo a preços de mercado, a taxa de remuneração regulatória e a vida útil, conforme definida pela fórmula abaixo. Anuidade= PAS*f*r +PAS /Vu, onde: PAS: Preço aquisição do sistema de hardware e software, a valor de mercado; f: Fator de depreciação do PAS: 50% para software e hardware ; r: Taxa de remuneração regulatória, antes dos impostos (15,08%). Vu: Vida útil: 10 anos para sistemas de hardware e software; A ELEKTRO entende que são necessários ajustes nas premissas utilizadas pelo Regulador, exceto nos preços de aquisição dos sistemas já discutidos no item anterior, como adiante comentado. • • Fator de depreciação – Se mantida a atualização tecnológica dos sistemas não tem sentido considerar depreciação técnica para software pois o mesmo estará sempre atendendo as necessidades de apoiar os processos de negócio. Ademais, o licenciamento de software não dá direito a ELEKTRO ou outro usuário, revender o uso da licença a terceiros. O mesmo não ocorre com os hardwares que têm em si um valor de revenda. Neste sentido, a ELEKTRO solicita a exclusão do fator de depreciação nos preços de aquisição de software e a manutenção do fator de depreciação de 50% para os preços de aquisição de hardware. • Vida útil – Se mantida a atualização tecnológica em software, a premissa de 10 anos de vida útil tem certa razoabilidade. Já para o hardware, a prática corrente mostra que no período de 4 a 6 anos existe a necessidade de sua substituição. Para a simulação a ELEKTRO adotou uma vida útil média de hardware de 5 anos. Vinculada ao custo de manutenção A NT reconheceu as taxas anuais de 10% e 5% aplicadas sobre o valor dos investimentos em sistemas de porte para o cálculo dos custos de manutenção em software e hardware, respectivamente, em Sistemas de Porte – SCADA, GIS e ERP, dentre outros - vinculados à Tecnologia de Informação (“TI”). Se o modelo da ER representa em teoria uma empresa entrante na mesma área de concessão, as anuidades de custeio consideradas, para a área de concessão Anexo I - Ajustes propostos para os Custos Operacionais Página 45 de 56 da ELEKTRO, são indicadores extremamente agressivos e independem dos esforços da organização, pois o mercado não pratica tais índices. O padrão no Brasil e no mundo de valor de manutenção anual de software é na faixa de 15% a 20% sobre o custo das licenças de uso. Todos os fornecedores, que apresentam soluções que atendem os níveis de confiabilidade, qualidade e disponibilidade requeridas pelo Órgão Regulador, praticam valores em torno deste percentual. Especificamente no setor de distribuição de energia, a manutenção de software compreende, sobretudo, a adequação às alterações legais (Ex. Resoluções do Baixa Renda, Resolução 505/01 – Qualidade de Tensão, Resolução 057/04, Programa Luz para Todos) e atualização tecnológica e de processos visando à melhoria operacional, sem as quais não se teriam assegurados a qualidade dos serviços prestados aos consumidores finais e a continuidade da operação dos próprios sistemas estaria comprometida. Para subsidiar a argumentação, foram enviadas dentro do processo de revisão em curso as Notas Fiscais e evidências de valor de manutenção de alguns dos principais fornecedores e um trecho da publicação Nr. G00139871 de 19 de Maio de 2006 do Gartner Group - Órgão Especializado em Tecnologia da Informação, conforme descrição abaixo. Publicação Nr. G00139871 - Trecho da Página 2: “A maioria dos fornecedores de software oferece manutenção e suporte. Esta manutenção e suporte custam entre 17 e 25% do custo das licenças. O serviço que cada cliente recebe por este valor pode variar de fornecedor para fornecedor, mas geralmente inclui suporte técnico, correção de erros e atualização tecnológica.” Para efeito da presente contribuição a ELEKTRO adotou uma taxa de manutenção média dos sistemas de porte de 18%. Do exposto, a ELEKTRO solicita a alteração das paramétricas de formação das anuidades dos sistemas de porte visando melhor expressar as anuidades vinculadas ao custo de capital e manutenção, o que representa o acréscimo de R$ 8.581.887, a preços de Abril de 2.007, nos custos de Materiais e Serviços. 4.8. Anuidade de Telecomunicação A área de concessão da ELEKTRO é de 121 mil km2, descontínua e dispersa ao longo de 228 municípios nos Estados de São Paulo e Mato Grosso do Sul. Por conta disto torna-se mandatória uma infra-estrutura operacional de transmissão de dados que possibilite o acesso da força de trabalho que está remotamente distribuída em toda a área de concessão, aos Sistemas de Informação que ficam centralizados em Campinas. Anexo I - Ajustes propostos para os Custos Operacionais Página 46 de 56 Esta infra-estrutura consiste no uso de links de satélite combinados com outras tecnologias, como VHF, MPLS e celular, a qual permite a melhor viabilidade técnica e econômica se comparada com quaisquer outras tecnologias de transmissão de dados, tais como enlace de microondas e fibra ótica, aplicadas numa região extensa, descontínua e dispersa a exemplo do que é a área de concessão da ELEKTRO. O uso desta tecnologia possibilita a agilidade na comunicação e no atendimento e despacho de ordens de serviço, cujo objetivo é garantir a maior disponibilidade possível da energia fornecida pela ELEKTRO aos consumidores finais, bem como o suprimento de informação aos Órgãos Reguladores. São dois os segmentos de custos significativos da transmissão de dados da ELEKTRO: • Sistema VHF-DAMA/DirectIP – Constituído de estações de rádio transmissão em VHF para comunicação entre o COD central e as viaturas de restabelecimento do sistema elétrico, estações de comunicação via Anexo I - Ajustes propostos para os Custos Operacionais Página 47 de 56 satélite que atendem (SEs ELEKTRO, e SEs de terceiros) para suprir o Sistema SCADA mais 106 Estações repetidoras de VHF-DAMA/TopNet. • Link de Dados (Frame-Relay, MPLS e GPRS/EVDO) - Linhas de Dados utilizadas para transferência de informações digitais entre a Sede, Regionais, Escritórios Descentralizados, PDAs (Sistema de Gestão de Serviços), Internet, Empreiteiras de Serviços Técnicos e Comerciais (acesso aos Sistemas, SAP, Comercial e Técnico). O custo anual de comunicação é de R$ 5.763.010, a preços de Abril de 2.007, sendo R$ 2.830.983 relativo ao custo de comunicação operacional e R$ 2.932.027 vinculado ao custo de comunicação de dados. Além das despesas com comunicação, são necessárias as despesas operacionais relativas aos ativos de Telecomunicação, que na área de concessão da ELEKTRO são constituídos de 146 Torres /Antenas, 844 Rádios de VHF e infra-estrutura de rede /fibra ótica cujo investimento alcança R$ 9.088.440, a preços de dezembro de 2.006. Para a manutenção são alocados 14 técnicos e 13 veículos do tipo V2 equipados com ferramentais adequados. O custo anual das despesas com manutenção dos ativos de TELECOM alcança R$ 1.849.338 e, junto com as despesas com comunicação perfazem um custo total de R$ 7.612.348, a preços de Abril de 2.007. A anuidade de Telecomunicação da NT 178 alcançou o valor total – Comunicção e O&M de ativos de TELECOM- de R$ 5.247.360, a preços de Abril de 2.007, ensejando uma diferença de R$ 2.364.988, a preços de Abril de 2.007, valor solicitado pela ELEKTRO para ser adicionado aos custos de materiais e serviços da ER. É importante registrar que a diferença pleiteada para suportar o custo das anuidades dos ativos de TELECOM refere –se basicamente às Linhas de Dados utilizadas para transferência de informações digitais entre a Sede, Regionais, Escritórios Descentralizados, PDAs (Sistema de Gestão de Serviços), Internet, Empreiteiras de Serviços Técnicos e Comerciais (acesso aos Sistemas, SAP, Comercial e Técnico). 4.9. Tarifa do 0800 Na NT 178, as despesas com o 0-800 são calculadas a partir de uma tarifa média de R$ 0,180/minuto, a preços de Abril de 2.007. Este valor está incompatível com a realidade de uma concessionária atuando na área da ELEKTRO. Anexo I - Ajustes propostos para os Custos Operacionais Página 48 de 56 Dada a área de concessão da ELEKTRO, as ligações telefônicas são de natureza interestadual e/ou interurbana, envolvendo degraus tarifários de longa distância. Além disso, a prestação de serviço essencial e emergencial, nas diversas áreas da concessão, envolvendo áreas rurais e áreas de veraneio, obriga a uma disponibilização de todos os meios de telefonia existentes nos mercados: telefonia fixa e móvel, interurbana e local. Cabe mencionar que qualquer que seja a região onde se instalasse o Callcenter da ELEKTRO, os custos seriam similares. Observa–se ainda que com o advento da Resolução ANEEL no 057/04 ficou determinado por essa Agência Reguladora a obrigatoriedade do atendimento “gratuito” de telefonia móvel e fixa a todos os clientes, independentemente de sua localização (urbano e rural), e de todos os municípios da área de concessão (SP e MS), que no caso da ELKTRO abrange tarifa estadual e inter-estadual. Destacam–se também os crescentes níveis de operações registrados pela telefonia móvel em nível nacional e, em particular, para os estados de São Paulo e Mato Grosso do Sul. Conforme dados disponíveis no site da Anatel (www.anatel.gov.br), constata-se expressiva elevação no uso dessa tecnologia de comunicação no período de setembro de 2.003 a Março de 2.007, praticamente dobrando a densidade de celulares / 100 habitantes. Da mesma forma, na área de concessão da ELEKTRO foi constatado por meio de uma Pesquisa de Satisfação dos Consumidores – Perfil do Entrevistado “Itens de Posse”, realizada pela TNS_InterSciense, o expressivo aumento na quantidade de clientes que possuem aparelhos de telefonia móvel – de 55% em 2.005 para 90% em 2007 - em contrapartida à uma redução na presença da telefonia fixa nos lares das cidades – de 73% em 2.005 para 67% em 2.007. Dentro desta realidade, foi apresentada ao Regulador, dentro do processo de revisão em curso, a cópia do Termo Aditivo n. VEM-3-DDN-0009-2004 de 21/02/2004 ao Contrato n. VEM-3-DDN-0285-2001 de 02/01/2002, que estabelece as tarifas “sem impostos” junto à operadora Embratel: Aplicando-se o reajuste contratual previsto na cláusula 2.1. do instrumento contratual entre ELEKTRO e EMBRATEL, têm–se os seguintes valores de tarifas atualizados: Anexo I - Ajustes propostos para os Custos Operacionais Página 49 de 56 Valores (sem impostos) Tarifas ago/04 ago/05 ago/06 ago/07 Chamada da mesma área (local + conurbada) R$ 0,06 R$ 0,06 R$ 0,06 R$ 0,07 Chamada dentro do mesmo Estado (intra) R$ 0,12 R$ 0,12 R$ 0,13 R$ 0,13 Chamada de fora do Estado (inter) R$ 0,12 R$ 0,12 R$ 0,13 R$ 0,13 Chamadas de Celular (móvel) R$ 0,44 R$ 0,45 R$ 0,46 R$ 0,49 IGP-DI ago/06 a março/07 ago/04 a ago/05 ago/05 a ago/06 projetado 2,71% 2,78% 4,71% Considerando os valores acima referênciados, acrescidos dos impostos (fórmula = tarifa sem imposto / 0,7135 ref. ICMS), resultam nos seguintes valores de tarifas: Tarifas Valores em R$ (com impostos) Chamada da mesma área (local + conurbada) R$ 0,09 Chamada dentro do mesmo Estado (intra) R$ 0,19 Chamada de fora do Estado (inter) R$ 0,19 Chamadas de Celular (móvel) R$ 0,68 Apresenta-se a seguir um demonstrativo que representa o perfil das ligações no que tange quanto à origem e modalidade da chamada, o que resulta no custo médio por minuto da tarifa de R$ 0,31 considerando os diferentes degraus tarifários da área de concessão da ELEKTRO, inclusive de outros estados, e modalidade da chamada (fixo ou celular). Modalidade % em minutos Custo Médio em R$ Celular R$ 0,68 27% R$ 0,18 Fixo Interurbano (inter e intra) R$ 0,19 61% R$ 0,11 Fixo Local R$ 0,09 12% R$ 0,01 100% R$ 0,31 Total Diante do exposto, a ELEKTRO solicita o aumento do custo médio das ligações recebidas pelo Callcenter, de R$ 0,180/minuto para R$ 0,31/minuto, o que representa o acréscimo de R$ 4.341.156, a preços de Abril de 2.007, nos custos de Materiais e Serviços. 4.10.Custos unitários de insumos de escritório As paramétricas de custeio dos insumos de energia elétrica e telefonia para uma ER atuando na área de concessão da ELEKTRO, no estado de São Paulo, não são isonômicas quando comparadas com outra ER atuando no mesmo estado, Anexo I - Ajustes propostos para os Custos Operacionais Página 50 de 56 conforme observado nas Notas Técnicas de outras concessionárias em processo de revisão tarifária disponíveis no “site” da ANEEL. A ELEKTRO solicita que para estes insumos sejam considerados os mesmos custos por funcionário cujos valores mensais regulatórios para o Estado de São Paulo que alcançam R$ 60,00 e R$ 157,00 para despesas de energia elétrica e telefonia, respectivamente. Cabe lembrar que a ELEKTRO atua em municípios da Região Metropolitana de São Paulo – Arujá, Caieiras, Francisco Morato, Franco da Rocha, Mairiporã e Santa Isabel -, além das cidades de Atibaia e do litoral de São Paulo (Guarujá, Ubatuba, Bertioga) embora não reconhecidas oficialmente como integrantes da área metropolitana da Capital, encontram-se distantes a menos de 100 km da Capital. Diante do exposto, a ELEKTRO solicita um acréscimo de R$ 1.365.120, a preços de Abril de 2007, nos custos de Materiais e Serviços, a título de correção dos custos unitários de insumos de escritórios. 4.11.Jornada do Call Center Um dos parâmetros utilizados para a determinação dos custos de Call Center é a carga de trabalho diária de um atendente. A ANEEL vem considerando a carga de 7,5 horas de trabalho diário. A ELEKTRO considera a jornada de 5,66 horas (jornada de 6 horas, com pausa de 20 minutos) de trabalho ajustada à Consolidação das Leis do Trabalho – CLT, que determina que a jornada de trabalho dos atendentes de Call Center não exceda o limite de 6 horas, e à Portaria n° 09 do Ministério do Trabalho e Emprego, de 30 de março de 2007, que aprovou o Anexo II da Norma Regulamentadora n.º 17 – Trabalho em Teleatendimento /Telemarketing. Pelo exposto, a ELEKTRO solicita o ajuste do quadro de atendentes comerciais do Call Center, considerando o critério de carga laboral (horas/ano) ajustada conforme abaixo: • Carga laboral de um atendente comercial do Call Center ajustada à Consolidação das Leis do Trabalho – CLT, 5,66 horas trabalhadas x 48 semanas de trabalhos em um ano x 5 dias dias de trabalho por semana = 1.358 horas de trabalho anual Do exposto, a ELEKTRO entende ser necessária a correção na quantidade de atendentes comerciais do Call Center, em respeito à jornada de trabalho que não deve exceder o limite de 6 horas, passando de 307 para 410 atendentes comerciais do Call Center, o que representa o acréscimo de R$ 2.086.799 , a Anexo I - Ajustes propostos para os Custos Operacionais Página 51 de 56 preços de Abril de 2.007, sendo R$ 1.776.290 no custo de Pessoal e R$ 310.509 nos custos de Materiais e Serviços. 4.12.Conselhos de Administração e Fiscal Analisando a composição da ER proposta pela NT, verificou-se que, na composição dos custos de pessoal dos Conselhos de Administração e Fiscal, não foram considerados os encargos legais referentes aos 20% de recolhimento ao INSS (parte Empresa). Também não foram considerados os custos de infra estrutura vinculados com aluguéis de imóveis, comunicações, informática, eletricidade e limpeza vinculado ao pessoal do Conselho de Administração e ao Conselho Fiscal, o que não é correto na medida em que pela lógica do modelo da ER todo o pessoal em área abrigada recebe os custos desta infraestrutura. Diante do exposto, a ELEKTRO solicita adicionar os custos referentes ao pagamento do INSS (parte Empresa) e das despesas de infra-estrutura relacionada aos Conselhos, o que representa o acréscimo de R$ 200.545, a preços de Abril de 2.007, nos custos de Pessoal. 4.13.Iluminação Pública A NT apresenta em seus custos adicionais um valor de R$ 8.672.389 para o item Iluminação Pública ensejando um custo unitário por ponto de Iluminação Pública de R$ 15,62. A ELEKTRO entende que o custo por ponto estabelecido a partir dos custos individuais de troca de componentes é uma forma eficiente de se estabelecer o custo final de manutenção do parque de iluminação pública, porém, há a necessidade de se corrigir dados de entrada de alguns itens, tais como a vida útil e taxa de substituição das lâmpadas, tempos de execução das tarefas e tipo de veículo usado. Necessita-se ainda inserir relês fotoeletrônicos e reatores para o acendimento das lâmpadas, uma vez que estes equipamentos não foram considerados na valoração dos custos. A iluminação pública atende a requisitos luminotécnicos e de segurança pública. É de amplo conhecimento que pontos escuros ou com iluminação deficiente acabam sendo locais visados pela marginalidade. Com este contexto, um processo de manutenção constante, que não permita a existência de pontos apagados ou com lâmpadas cansadas, se faz necessário. Para isto há custos e requisitos técnicos que precisam ser aqui discutidos para que a política de atendimento ao cliente e a manutenção da continuidade do fornecimento do serviço de Iluminação sejam mantidas com a qualidade requerida. Os pontos a serem atendidos são: Anexo I - Ajustes propostos para os Custos Operacionais Página 52 de 56 • Vida útil da Lâmpada. O tempo de permanência de uma lâmpada em condições luminotécnicas de atendimento é especificado pelos próprios fabricantes como no máximo 4 anos. Se observado o conceito das lâmpadas de alta eficiência, a exemplo 4Y da Osram e Plus Pia da Philips, tal fato pode ser constatado, conforme ilustra a figura abaixo. Texto extraído do Catalogo Osram para Lâmpadas de alta Eficiência 4Y. Os testes para se obter uma vida mediana de 32.000 horas, são realizados em condições controladas, não simulando a realidade de campo, principalmente nesta área de concessão, com 52% das descargas atmosféricas do Estado de São Paulo. Outros eventos tais como vandalismo, curtos circuitos externos e outros, também promovem a redução do tempo de vida útil da lâmpada. Vale ressaltar que após ser instalada, a luminosidade da lâmpada diminui gradativamente, e as lâmpadas que duram as 32 mil horas, já possuem seu fluxo luminoso comprometido muito antes disso, não atendendo os requisitos luminotécnicos que definem que a lâmpada é considerada queimada no momento em que o seu fluxo luminoso está com redução maior do que 30%. O marketing dos fabricantes sobre a vida mediana controlada da lâmpada é muito forte e não representa a realidade detectada após a instalação das lâmpadas em campo. Em contato com os fabricantes, confirma-se que em campo deve-se considerar uma vida útil técnica próxima de 4 anos. Confirmadas as observações feitas por meio das características técnicas apresentadas e informações dos fabricantes, é justo, razoável e adequado inserir os novos custos considerando a correção da Taxa de substituição anual Anexo I - Ajustes propostos para os Custos Operacionais Página 53 de 56 de 0,137 correspondente a 7,3 anos de vida mediana, para 0,250 correspondente a 4 anos de vida útil e com quesitos luminotécnicos atendidos, fluxo luminoso maior do que 70%. • Relés Fotoeletrônicos O relé para acendimento da lâmpada não foi considerado na ER ANEEL. A ELEKTRO utiliza-se de relé fotoeletrônico que apresenta uma vida útil maior do que os relés fotoelétricos. No caso do relé, a taxa de substituição ou freqüência anual é de no mínimo 0,037 (3,7%) com picos no efeito avalanche quando a vida útil deste dispositivo se encerra, próximo dos 10 anos de instalação. Tal valor foi obtido através do consumo anual de materiais para manutenção de IP na ELEKTRO. • Reatores O reator externo não foi considerado na ER ANEEL. Assim, solicita-se a inserção deste dispositivo amplamente existente no parque de Iluminação pública desta companhia, oriundo desde a sua privatização. Para reator externo, a freqüência anual de substituição é de 0,027 (2,7%). Tal valor foi obtido através do consumo anual de materiais por manutenção de IP na ELEKTRO. Em resumo, a ELEKTRO solicita a adequação e/ou inserção dos seguintes itens: Adequações • Vida Útil das Lâmpadas • Taxa de Substituição de Lâmpadas 4 anos 0,250 Inserções: • Troca de relé fotoeletrônico: Equipe Tempo Execução Custo do Material Freqüência Anual 2 O2 e 1 V4 10 minutos R$ 35 0,037 • Troca de reator: Equipe Tempo Execução Custo do Material Freqüência Anual 2 O2 e 1 V4 20 minutos R$ 63 0,027 Anexo I - Ajustes propostos para os Custos Operacionais Página 54 de 56 Diante do exposto, a ELEKTRO solicita o ajuste de algumas paramétricas de formação do custo operacional dos ativos de Iluminação pública da área de concessão, o que representa o acréscimo de R$ 9.291.913, a preços de Abril de 2.007, sendo R$ 5.302.839 nos custos de Pessoal e R$ 3.989.074 nos custos de Materiais e Serviços. Cabe mencionar que o acréscimo solicitado pela ELEKTRO evidencia um custo total de R$ 17.964.302, equivalente um custo unitário por ponto de Iluminação Pública de R$ 32,36, custo compatível com a prática operacional corrente. 4.14. Ajustes de Crescimentos Físicos e de Preços. • Físicos A NT 178 considerou os custos das atividades comerciais - Leitura de medidores e Impressão, Entrega e Cobrança de faturas - e técnicas – Manutenção e Operação de Redes e Subestações - decorrentes, respectivamente, dos crescimentos das bases físicas de clientes e ativos entre a data de cálculo do modelo (Abril de 2.007) e a data da revisão tarifária da ELEKTRO (Agosto de 2.007). Sobre este assunto a ELEKTRO faz as seguintes observações: • Para o período considerado, a taxa de crescimento de clientes projetada pela ELEKTRO é de 1,53%. Na NT 178 foi utilizada a taxa de 3,07%, o que não é correto; • Ressalta-se que nos ajustes de crescimento dos processos comerciais considerados pelo Regulador não foram incorporados os processos de Call Center, Marketing e 0800, o que é injustificável, na medida em que essas atividades têm uma relação direta com o crescimento da base de clientes, assim como as atividades de Leitura de medidores e Impressão, Entrega e Cobrança de faturas. Neste sentido, a ELEKTRO solicita contemplar essas atividades nos custos de crescimento dos processos comerciais. • Segundo o modelo da ER o custo de crescimento das atividades de técnicas - O&M de Rede e Subestações - se posiciona no patamar de 60% da taxa de crescimento de clientes projetada. A área de concessão da ELEKTRO tem como característica principal a grande dispersão de carga, sendo necessárias grandes extensões de rede para baixa concentração de carga, o que acarreta maiores custos operacionais para cobrir as distâncias no atendimento e, neste sentido, a relação de 60% não é satisfatória. A ELEKTRO, dentro do seu processo de revisão tarifária, já Anexo I - Ajustes propostos para os Custos Operacionais Página 55 de 56 demonstrou que a proporção mais aderente é de 1:1 de crescimento entre os custos de atividades comerciais e técnicas • Preços A NT_178 considerou o ajuste de crescimento de preços levando em conta as variações de IPCA e IGPM no período compreendido entre Abril de 2.007 a agosto de 2.007, nos percentuais de 0,78% e 0,56%, respectivamente. Nenhum comentário de correção fará a ELEKTRO, apenas ressaltando que o valor definitivo deverá ser estabelecido na data do reposicionamento tarifário através da divulgação dos índices oficiais de IPCA e IGPM. Anexo I - Ajustes propostos para os Custos Operacionais Página 56 de 56