Color profile: Generic CMYK printer profile Composite Default screen Prova 2 ETAPA b) Os pontos de intersecção da parábola podem ser obtidos resolvendo o sistema: Questão 1 a) Quantos são os números inteiros positivos de quatro algarismos, escolhidos sem repetição, entre 1, 3, 5, 6, 8, 9? b) Dentre os números inteiros positivos de quatro algarismos citados no item a), quantos são divisíveis por 5? c) Dentre os números inteiros positivos de quatro algarismos citados no item a), quantos são divisíveis por 4? y = −4x 2 + 8x + 12 ⇔ y = 3x + 6 (x = 2 ∧ y = 12) ∨ 3 15 ⎞ ⎛ ∧ y = ⎜x = − ⎟ ⎝ 4 4 ⎠ Como a abscissa deve ser positiva, temos C = (2; 12). c) Note que temos o seguinte quadrilátero: Resposta a) Existem 6 ⋅ 5 ⋅ 4 ⋅ 3 = 360 números inteiros nas condições do enunciado. b) Os números do item a divisíveis por 5 devem terminar com o algarismo 5. Logo, existem 5 ⋅ 4 ⋅ 3 = 60 números nessa situação. c) Os números divisíveis por 4 tem seus dois últimos algarismos formando um número múltiplo de 4. Com os algarismos dados, temos 16, 36, 56, 96 e 68, ou seja, 5 opções para aqueles algarismos. Como os demais algarismos devem ser distintos, há 4 ⋅ 3 ⋅ 5 = 60 números divisíveis por 4. Sendo D e E os pontos (1; 0) e (2; 0), respectivamente, temos que a área do quadrilátero será: S = SVAD + SVDEC + SCEB = = Questão 2 No plano cartesiano Oxy, considere a parábola P de equação y = −4 x2 + 8 x + 12 e a reta r de equação y = 3 x + 6. Determine: a) Os pontos A e B, de intersecção da parábola P com o eixo coordenado Ox, bem como o vértice V da parábola P. b) O ponto C, de abscissa positiva, que pertence à intersecção de P com a reta r. c) A área do quadrilátero de vértices A, B, C e V. Resposta a) As abscissas dos pontos A e B são as raízes da parábola, então −4x 2 + 8x + 12 = 0 ⇔ x = −1 ou x = 3 . Logo A = ( −1; 0) e B = (3; 0). 3 −1 Seja V = (xv ; y v ), então xv = =1 e 2 2 y v = −4 ⋅ (1) + 8 ⋅ 1 + 12 = 16. Portanto V = (1; 16). 2fuvest.prn F:\Vestibular-2011\Fuvest\2“ fase\1“ prova\2fuvest.vp segunda-feira, 10 de janeiro de 2011 23:02:29 (16 + 12) ⋅ 1 1 ⋅ 12 2 ⋅ 16 + + = 36 2 2 2 Questão 3 Um automóvel consome, em média, um litro de gasolina para percorrer, em região urbana, uma distância de 10 km. Esse automóvel é do tipo conhecido como flex, ou seja, pode utilizar, como combustível, gasolina e/ou álcool, com as propriedades fornecidas na tabela a seguir. Com base nas informações dadas, determine: a) Os valores das energias EG e E A liberadas pela combustão de um litro de gasolina e de um litro de álcool, respectivamente. b) A distância d A percorrida, em média, pelo automóvel com 1 litro de álcool. c) O preço máximo Pm de um litro de álcool, acima do qual não seria conveniente, do ponto de vista financeiro, utilizar esse combustível, caso o litro de gasolina custasse R$ 2,40. Color profile: Generic CMYK printer profile Composite Default screen d) O gasto médio G com combustível, por quilômetro rodado pelo automóvel, em região urbana, usando exclusivamente álcool, se o litro desse combustível custar R$ 1,60. NOTE E ADOTE poder calorífico (kcal/kg) densidade (g/cm3 ) gasolina 1,0 × 104 0,7 álcool 7 ,0 × 103 0,8 A distância percorrida pelo automóvel é diretamente proporcional à energia liberada pelo combustível consumido. Questão 4 Um menino puxa, com uma corda, na direção horizontal, um cachorro de brinquedo formado por duas partes, A e B, ligadas entre si por uma mola, como ilustra a figura abaixo. As partes A e B têm, respectivamente, massas mA = 0,5 kg e mB = 1 kg, sendo μ = 0,3 o coeficiente de atrito cinético entre cada parte e o piso. A constante elástica da mola é k = 10 N/m e, na posição relaxada, seu comprimento é x0 = 10 cm. O conjunto se move com velocidade constante v = 0,1 m/s. Nessas condições, determine: Resposta a) Sabendo que as densidades da gasolina e do álcool são, respectivamente, 0,7 kg/ l e 0,8 kg/l, os valores das energias pedidas são dados por: kg kcal EG = 1 l ⋅ 0,7 ⋅ 1 ⋅ 104 ⇒ l kg 3 ⇒ EG = 7,0 ⋅ 10 kcal E A = 1 l ⋅ 0,8 kg kcal ⋅ 7 ⋅ 10 3 ⇒ l kg 3 ⇒ E A = 5,6 ⋅ 10 kcal b) Sabendo que a distância percorrida é proporcional à energia liberada, a distância d A é calculada por: Energia (kcal) Distância (km) 7 ⋅ 10 3 10 5,6 ⋅ 10 3 NOTE E ADOTE dA 3 ⋅ 10 ⇒ d A = 8 km 7 ⋅ 10 3 c) O preço máximo Pm é encontrado por: ⇒ dA = 5,6 ⋅ 10 ⇒ Energia (kcal) Preço (R$) 7 ⋅ 10 3 2,40 5,6 ⋅ 10 3 Pm ⇒ Pm = a) O módulo T da força exercida pelo menino sobre a parte B. b) O trabalho W realizado pela força que o menino faz para puxar o brinquedo por 2 minutos. c) O módulo F da força exercida pela mola sobre a parte A. d) O comprimento x da mola, com o brinquedo em movimento. ⇒ 5,6 ⋅ 10 3 ⋅ 2,40 ⇒ Pm = R$ 1,92 7 ⋅ 10 3 d) Sabendo que para cada 1 l de álcool o carro percorre 8 km, o gasto médio G é dado por: R$ 1,60 1 l G = ⋅ ⋅ ⇒ G = R$ 0,20/km l 8 km 2fuvest.prn F:\Vestibular-2011\Fuvest\2“ fase\1“ prova\2fuvest.vp segunda-feira, 10 de janeiro de 2011 23:02:29 Aceleração da gravidade no local: g = 10 m/s2 Despreze a massa da mola. Resposta a) Separando as partes A e B do cachorro e marcando as forças, temos: Color profile: Generic CMYK printer profile Composite Default screen Como a velocidade é constante, a resultante é nula. Do equilíbrio de forças para as partes A e B, vem: F = fat .A ⇒ T = fat .A + fat .B ⇒ T = F + fat .B ⇒ T = μ ⋅ N A + μ ⋅ NB = μ ⋅ mA ⋅ g + μ ⋅ mB ⋅ g = = 0,3 ⋅ 0,5 ⋅ 10 + 0,3 ⋅ 1 ⋅ 10 ⇒ T = 4,5 N b) Como a força aplicada pelo menino sobre o fio é constante, podemos calcular o trabalho realizado por ela ao puxar o brinquedo por 2 min = = 120 s, como a seguir: W = T ⋅ d ⋅ cos θ ⇒ W = T ⋅ v ⋅ Δt ⋅ cos θ ⇒ d = v ⋅ Δt Resposta a) Temos um ácido fraco (acético) em solução concentrada e um ácido forte (clorídrico) em solução diluída, de tal modo que as concentra+ ções de H(aq) são muito próximas. Assim, o indicador apresenta-se com a mesma cor em ambas as soluções (o indicador universal tem a sua coloração alterada em função do pH da solução). As condutividades também são semelhantes, pois as concentrações iônicas são muito próximas (a condutividade elétrica de uma solução depende da concentração dos íons e de sua mobilidade). b) [H + ]HCl(aq) ≅ [H + ]H 3CCOOH(aq) HCl(aq) 100% + H(aq) + Cl−(aq) ⇒ W = 4,5 ⋅ 0,1 ⋅ 120 ⋅ cos 0o ⇒ W = 54 J Portanto, [H + ]H 3CCOOH = 4,2 ⋅ 10 −3 mol/l c) Do equilíbrio de forças para a parte A do brinquedo, vem: F = fat .A ⇒ F = μ ⋅ N A = μ ⋅ mA ⋅ g = 0,3 ⋅ 0,5 ⋅ 10 ⇒ H 3CCOOH(aq) ⇒ F = 1,5 N d) Da Lei de Hooke, temos: F = k(x − x0 ) ⇒ 1,5 = 10(x − 0,1) ⇒ ⇒ x = 0,25 m Questão 5 Em um laboratório, há dois frascos com soluções aquosas diferentes: – Ácido acético de concentração 1,0 mol/L; – Ácido clorídrico de concentração 4,2 ⋅ 10−3 mol/ L. Fazendo dois testes, em condições iguais para as duas soluções, observou-se que, – ao mergulhar, nas soluções, os eletrodos de um aparelho para medir a condutibilidade elétrica, a intensidade da luz da lâmpada do aparelho era a mesma para as duas soluções; – ao adicionar a mesma quantidade de indicador universal para ácidos e bases a amostras de mesmo volume das duas soluções, a coloração final observada era a mesma. a) Explique por que duas soluções tão diferentes exibem comportamentos tão semelhantes. b) Considerando os valores fornecidos nesta questão, calcule a constante de dissociação iônica do ácido acético. Mostre os cálculos. 2fuvest.prn F:\Vestibular-2011\Fuvest\2“ fase\1“ prova\2fuvest.vp segunda-feira, 10 de janeiro de 2011 23:02:29 (1,0 − 4,2 ⋅10 −3 ) − + H(aq) + H 3CCOO(aq) 4,2 ⋅10 −3 4,2 ⋅10 −3 Ka = [H + ][H 3CCOO − ] (4,2 ⋅ 10 −3 ) ⋅ (4,2 ⋅ 10 −3 ) = [H 3CCOOH] (1,0 − 4,2 ⋅ 10 −3 ) Ka ≅ (4,2 ⋅ 10 −3 ) 2 ≅ 1,76 ⋅ 10 −5 1,0 Questão 6 Em 1921, E. Rutherford e J. Chadwick relataram que, ao bombardear átomos de nitrogênio (147 N) com partículas alfa (núcleos de 4 2 He), ocorria a liberação de prótons. Poste- riormente, eles afirmaram: Não há informação sobre o destino final da partícula alfa... É possível que ela se ligue, de alguma maneira, ao núcleo residual. Certamente ela não é reemitida pois, se assim fosse, poderíamos detectá-la. Anos mais tarde, P. Blackett demonstrou que, na experiência relatada por Rutherford e Chadwick, havia apenas a formação de um próton e de outro núcleo X. Também lembrou que, na colisão da partícula alfa com o átomo de nitrogênio, deveria haver conservação de massa e de carga nuclear. a) Com base nas informações acima, escreva a equação nuclear representativa da transformação que ocorre ao se bombardear átomos de nitrogênio com partículas alfa. Color profile: Generic CMYK printer profile Composite Default screen b) O núcleo X formado na experiência descrita é um isótopo de nitrogênio? Explique sua resposta. b) A decomposição, em condições aeróbias, libera CO2 , provocando a queda do pH e alterando, assim, a coloração do indicador para amarelo. Questão 8 Duas enzimas, M e N, agem sobre o mesmo substrato e têm sua atividade influenciada pelo pH, conforme indica o gráfico abaixo. Resposta a) A equação nuclear é: 14 7N + 24 α → 11p + 178 X b) Não, pois o núcleo X (Z = 8 ) não possui o mesmo número de prótons dos isótopos de nitrogênio (Z = 7 ). Questão 7 A solução de azul de bromotimol atua como indicador de pH. Em meio ácido, sua cor fica amarela e, em meio básico, azul. Para valores de pH entre 6 e 7, a solução fica verde. Considere um aquário de água doce, iluminado e montado com peixes e plantas aquáticas. Retirou-se uma amostra de água desse aquário (amostra 1) e a ela adicionou-se solução de azul de bromotimol (indicador de pH), observando-se a cor verde. a) O aquário foi mantido, por certo tempo, em ambiente escuro. Nova amostra de água foi retirada (amostra 2) e, ao se adicionar o indicador de pH, a coloração foi diferente da observada na amostra 1. Explique o que provocou a diferença de pH entre as amostras 1 e 2. b) A adição excessiva de ração para peixes levou ao aumento da população de decompositores no aquário. Que coloração é esperada ao se adicionar o indicador de pH a uma amostra de água do aquário (amostra 3)? Justifique sua resposta. Resposta a) No escuro, as plantas e peixes do aquário realizam apenas a respiração, o que provoca aumento na concentração de CO2 , tornando o meio ácido e alterando a coloração do indicador para amarelo. 2fuvest.prn F:\Vestibular-2011\Fuvest\2“ fase\1“ prova\2fuvest.vp segunda-feira, 10 de janeiro de 2011 23:02:30 Utilizando as Tabelas I e II impressas na folha de respostas, esquematize um experimento para verificar a influência de diferentes temperaturas, entre 20 ºC e 60 ºC, na atividade dessas enzimas. a) Complete a Tabela I, indicando, para cada um dos seis tubos-teste: i. valor do pH; ii. ausência (–) ou presença de enzima (M e/ou N); iii. ausência (–) ou presença (+) de substrato; iv. valor da temperatura. Tabela I (tubos-teste) Tubo 1 Tubo 2 Tubo 3 pH:__ pH:__ pH:__ enzima:__ enzima:__ enzima:__ substrato:__ substrato:__ substrato:__ temperatura:__ temperatura:__ temperatura:__ Tubo 4 Tubo 5 Tubo 6 pH:__ pH:__ pH:__ enzima:__ enzima:__ enzima:__ substrato:__ substrato:__ substrato:__ temperatura:__ temperatura:__ temperatura:__ Color profile: Generic CMYK printer profile Composite Default screen b) Para verificar se os resultados observados nos tubos-teste são devidos à ação enzimática ou, exclusivamente, ao efeito da temperatura, indique como deve ser o controle do experimento, completando a Tabela II, de acordo com as instruções do item a. Tabela II (tubos-controle) Tubo 7 Tubo 8 Tubo 9 pH:__ pH:__ pH:__ enzima:__ enzima:__ enzima:__ substrato:__ substrato:__ substrato:__ temperatura:__ temperatura:__ temperatura:__ Tubo 10 Tubo 11 Tubo 12 pH:__ pH:__ pH:__ enzima:__ enzima:__ enzima:__ substrato:__ substrato:__ substrato:__ temperatura:__ temperatura:__ temperatura:__ Resposta a) Tabela I (tubos-teste) Tubo 1 Tubo 2 Tubo 3 pH: 2 enzima: M substrato: + temperatura: 20 oC pH: 2 enzima: M substrato: + temperatura: 40 oC pH: 2 enzima: M substrato: + temperatura: 60 oC Tubo 4 Tubo 5 Tubo 6 pH: 8 enzima: N substrato: + temperatura: 20 oC pH: 8 enzima: N substrato: + temperatura: 40 oC pH: 8 enzima: N substrato: + temperatura: 60 oC b) Questão 9 Desde a Antiguidade até a época helênica, e durante a Idade Média (em algumas culturas, até hoje) se conferiu aos terremotos, como a todos os fenômenos cuja causa se desconhecia, uma explicação mística. Os filósofos da antiga Grécia foram os primeiros a aventar causas naturais dos terremotos; no entanto, durante o período medieval, explicações desse tipo foram formalmente proibidas por serem consideradas heréticas, e a única causa aceita na Europa era a da cólera divina. Somente em princípios do século XVII é que se voltou a especular acerca das causas naturais de tais fenômenos. Alejandro Nava, Terremotos. 4ª ed. México: FCE, 2003, p.24-25. Traduzido e adaptado. O texto menciona mudanças, da Antiguidade até o início do século XVII, na explicação dos fenômenos naturais. Hoje em dia, também é preciso considerar que as consequências dos terremotos não dependem só de sua magnitude, mas também do grau de desenvolvimento social do local onde ocorrem, como foi possível notar nos terremotos de 2010 no Haiti. a) Identifique e explique as mudanças que, no contexto intelectual do século XVII, contribuíram para que os terremotos e outros fenômenos naturais deixassem de ser vistos apenas como fenômenos místicos. b) No caso do Haiti, a pobreza do país ampliou o efeito devastador do fenômeno natural. Explique, historicamente, essa pobreza e seu impacto no agravamento das consequências dos terremotos. Resposta Tabela II (tubos-controle) Tubo 7 Tubo 8 Tubo 9 pH: 2 enzima: – substrato: + temperatura: 20 oC pH: 2 enzima: – substrato: + temperatura: 40 oC pH: 2 enzima: – substrato: + temperatura: 60 oC Tubo 10 Tubo 11 Tubo 12 pH: 8 enzima: – substrato: + temperatura: 20 oC pH: 8 enzima: – substrato: + temperatura: 40 oC pH: 8 enzima: – substrato: + temperatura: 60 oC 2fuvest.prn F:\Vestibular-2011\Fuvest\2“ fase\1“ prova\2fuvest.vp segunda-feira, 10 de janeiro de 2011 23:02:30 a) As mudanças no contexto intelectual do século XVII que contribuíram para que os terremotos e outros fenômenos naturais deixassem de ser vistos apenas como fenômenos místicos fazem parte de um quadro mais amplo, sobretudo no Ocidente europeu, que podemos considerar como integrante do processo de secularização. A secularização envolve uma postura que exclui a transcendência, em todas as suas formas de manifestação, como um modo de explicação para a existência de fenômenos naturais e humanos. Trata-se de um processo antigo, mas que se manifesta de maneira significativa, por exemplo, na época da Renascença e na chamada Revolução Científica do século XVII. Color profile: Generic CMYK printer profile Composite Default screen No lugar de argumentos de autoridade fundados em textos religiosos, valoriza-se a razão, a observação da natureza e o experimento, que resultam na possibilidade de existir outros modos de explicação, que podem ser verificados, demonstrados e se formular em leis que mudam de forma substancial a maneira de compreender e explicar os fenômenos naturais. b) O Haiti é uma ex-colônia francesa, que até o início do século XIX, quando se tornou independente, apresentava uma estrutura econômica e social baseada no latifúndio, na monocultura e no trabalho escravo. Em um violento levante negro que, em 1791, aboliu a escravidão, a maior parte da população branca foi massacrada, tendo o restante emigrado. Em 1793, um exército francês enviado para subjugar a revolta é derrotado. Durante a Era Napoleônica (1799-1815), houve uma tentativa do Exército francês de recolonizar a região. Mas, logo que se tornou evidente a intenção francesa de restabelecer a escravatura e as antigas formas de dominação colonial, os negros voltaram a se revoltar. Em novembro de 1803, o Haiti tornou-se a primeira colônia da América Latina a proclamar sua independência. Entretanto, os novos líderes não tiveram condições de promover a reconstrução do país. Atingido ao longo dos anos por epidemias, mergulhado em guerras civis, sofrendo intervenções estrangeiras, apresentando uma economia baseada na produção de alguns poucos produtos primários e de subsistência, o Haiti não possui uma infraestrutura capaz de enfrentar e lidar com a superação de catástrofes provocadas por fenômenos naturais (furacões e terremotos), que, quando ocorrem, ampliam a debilidade econômica e agravam os conflitos internos. Questão 10 Viver numa grande cidade implica o reconhecimento de múltiplos sinais. Trata-se de uma atividade do olhar, de uma identificação visual, de um saber adquirido, portanto. Se o olhar do transeunte, que fixa fortuitamente uma mulher bonita e viúva ou um grupo de moças voltando do trabalho, pressupõe um conhecimento da cor do luto e das vestimentas operárias, também o olhar do assaltante ou o do policial, buscando ambos a sua presa, implica um conhecimento específico da cidade. Maria Stella Bresciani, Londres e Paris no século XIX: o espetáculo da pobreza. São Paulo: Brasiliense, 1982, p.16. Adaptado. 2fuvest.prn F:\Vestibular-2011\Fuvest\2“ fase\1“ prova\2fuvest.vp segunda-feira, 10 de janeiro de 2011 23:02:30 O texto mostra como o forte crescimento territorial e demográfico de algumas cidades europeias, no século XIX, redefiniu formas de convivência e sociabilidade de seus habitantes as quais, em alguns casos, persistem até hoje. a) Cite e explique dois motivos do crescimento de cidades como Londres e Paris, no século XIX. b) Indique e analise uma característica, dentre as mencionadas no texto, que se faça presente em grandes cidades atuais. Resposta a) A Inglaterra, durante a Era Vitoriana (1837-1901), e a França, especialmente no 2º Império (1852-1870), se destacavam como grandes forças econômicas do mundo. Os vastos domínios coloniais dessas duas nações garantiram o fluxo de riquezas para o centro dos impérios e seu consequente desenvolvimento. Dessa maneira, o vigoroso progresso industrial promoveu o crescimento de cidades como Londres e Paris. Podemos citar como motivos desse crescimento: • A Segunda Revolução Industrial. O crescimento industrial transformou essas cidades em grandes centros de produção. • Centros financeiros. A importância adquirida ao longo do século, como grandes centros financeiros europeus atraíam investimentos e pessoas. • Êxodo rural. As cidades criavam a perspectiva de uma fonte de renda regular, como assalariados na indústria, aos trabalhadores rurais. • Centros decisórios. As cidades industriais de Paris e Londres aumentaram sua importância como centros decisórios, sendo, assim, um polo de atração. • Melhoria das condições de trabalho. Com o tempo, os excessos que existiam no início da Revolução Industrial em relação às condições de trabalho foram eliminadas, e as cidades passaram a aumentar seu poder de atração, além do aumento populacional por causa da melhoria de condições de vida, se comparado com períodos anteriores. • Revoluções de 1848. Não ocorreram na Inglaterra, mas no continente. Aboliram os resquícios feudais e os camponeses ficaram livres de seus senhores, e como consequência, puderam migrar para outras regiões em busca de melhores condições de trabalho. b) Dentre as características específicas presentes em grandes cidades atuais, temos: a forte presença de mão de obra feminina ("grupo de moças voltando do trabalho") e o problema de segurança pública (o assaltante e o policial). Color profile: Generic CMYK printer profile Composite Default screen b) As regiões que apresentaram as maiores taxas de crescimento demográfico no período de 1991-2000 são áreas do Norte e do Centro-Oeste brasileiro e as regiões metropolitanas de São Paulo e Rio de Janeiro. Entre os fatores que explicam tal fato, destacam-se serem estas regiões de atração populacional e que apresentam elevadas taxas de crescimento econômico relacionadas ao desenvolvimento dos setores de serviço e industrial (as regiões metropolitanas) e à expansão da agropecuária e da mineração (Norte e Centro-Oeste) Questão 11 Questão 12 O processo de formação de cidades brasileiras esteve associado, entre outras situações, à existência de aldeamento indígena, estação de saúde, arraial de mineração, capela, forte, assentamento de imigrantes, rota de tropeiros ou, ainda, à construção de cidades planejadas. PROCESSO DE FORMAÇÃO DAS CIDADES BRASILEIRAS RR AP 0° Manaus PA AM Belém MA RN Natal PB PE AL SE CE PI AC RO TO MT BA Cuiabá DF GO Diamantina MG MS SP PR Ponta Grossa Treze Tilias Passo Fundo LEGENDA ? ? ? ? ES Ouro Preto RJ Nova Friburgo Sorocaba SC RS Blumenau 0 500 km Fonte: Ministério da Integração Nacional, 2006. Adaptado. Fonte: Atlas Histórico Escolar, FAE/MEC, 1996. Adaptado. a) Correlacione as informações contidas nos mapas acima. b) Identifique e explique dois fatores responsáveis por mudanças no padrão espacial de distribuição da população brasileira, ocorridas entre 1991 e 2000. Com base no mapa e em seus conhecimentos: a) Preencha, no quadro presente na folha de respostas, a legenda correta para o mapa acima. LEGENDA Resposta a) Os mapas mostram, de maneira geral, uma relação inversa entre as informações, ou seja, as áreas com as maiores taxas de crescimento demográfico são as regiões com menores densidades demográficas. 2fuvest.prn F:\Vestibular-2011\Fuvest\2“ fase\1“ prova\2fuvest.vp segunda-feira, 10 de janeiro de 2011 23:02:31 b) Identifique e explique duas razões para a construção de Brasília, capital do país, que é uma cidade planejada. Color profile: Generic CMYK printer profile Composite Default screen Resposta a) Legendas: Arraial de mineração Assentamento de imigrantes Fortes Rota de tropeiros b) Dentre as razões, podemos destacar: estimular a ocupação e a integração econômica e humana do interior do país; diminuir a vulnerabilidade a agressões externas da capital, deslocando-a do litoral para o interior; colaborar para uma maior integração do território nacional, localizando o centro político do país numa área mais central (interland). Questão 13 Baseando-se nas informações fornecidas pelo texto, responda às questões a seguir: a) O que a 14ª emenda à Constituição dos Estados Unidos assegura e por que ela foi adotada? b) Qual é a questão polêmica apresentada no texto com relação aos imigrantes? Resposta a) Ela concede cidadania a qualquer pessoa nascida em solo americano e foi adotada em 1868, após a guerra civil, para bloquear leis que impedissem ex-escravos de se tornarem cidadãos americanos. b) Alguns membros do Partido Republicano alegam que a 14ª emenda à Constituição está defasada e que incentiva a “invasão por meio da natalidade” (“invasion by birth canal”) em que imigrantes ilegais chegam aos EUA para gerarem “bebês âncora” (“anchor babies”), o que asseguraria sua estada no país. Questão 14 In the latest move to inflame the racially tinged issue ahead of November’s congressional and state elections, Republican senators say they intend to call hearings on overturning the 14th amendment to the constitution, which grants citizenship to anyone born in the US. Leading Republicans have denounced the provision as outdated, saying it encourages “invasion by birth canal” in which illegal immigrants smuggle themselves into the US to have “anchor babies”. The change is being pushed by the Republican whip in the Senate, John Kyl, and senator Lindsey Graham, who said that “birthright citizenship is a mistake”. The 14th amendment was adopted in 1868 after the civil war to block laws that prevented former slaves from becoming US citizens. Reform must be approved by two-thirds of both houses of Congress and ratified by three-quarters of US states or by calling a convention by the states. Guardian.co.uk. 3 August 2010. Adaptado. 2fuvest.prn F:\Vestibular-2011\Fuvest\2“ fase\1“ prova\2fuvest.vp segunda-feira, 10 de janeiro de 2011 23:02:31 Although the human brain has an impressive amount of storage space for memories, it does not keep each one indefinitely. We tend to forget memories that are similar to one another – remembering instead more novel events or information. In fact, forgetting is important because it makes it easier to recall new memories. Although forgetting can be annoying, it sometimes helps us learn. In 2007 researchers at Columbia University showed that genetically modified mice that cannot generate new neurons in the hippocampus – a brain area involved in storing memories – do better on memory tasks than mice that create new neurons as usual. Learning new information does not require new neurons; it simply requires that existing neurons connect in new ways. Yet storing a memory does require the ability to sprout new neurons. Thus, the genetically modified mice could still learn new information, like the most recent location of food in the maze, but had no old memories of where food was hidden interfering with their most recent one. Forgetting, then, helps us remember. Scientific American, July 13, 2010. Adaptado. Color profile: Generic CMYK printer profile Composite Default screen Baseando-se no texto, responda: a) Qual é a importância do esquecimento para o cérebro humano? b) No experimento mencionado no texto, por que os ratos geneticamente modificados aprenderam novas informações com mais facilidade que os outros ratos? Resposta a) O esquecimento é importante por facilitar a lembrança de memórias mais recentes. b) Como não podiam gerar novos neurônios, os ratos modificados não acumulavam “velhas lembranças” que pudessem interferir nas mais recentes. Questão 15 Os ventos alísios fazem parte da circulação atmosférica global, soprando das zonas tropicais, de alta pressão, para a zona equatorial, de baixa pressão, sendo responsáveis, por exemplo, pelo transporte de umidade oceânica para o nordeste brasileiro. Esse tipo de vento aparece no poema de João Cabral de Melo Neto “A escola das facas”, publicado em 1980 no livro de mesmo nome, a seguir. O alísio ao chegar ao Nordeste baixa em coqueirais, canaviais; cursando as folhas laminadas, se afia em peixeiras, punhais. Por isso, sobrevoada a Mata, suas mãos, antes fêmeas, redondas, ganham a fome e o dente da faca com que sobrevoa outras zonas. O coqueiro e a cana lhe ensinam, sem pedra-mó, mas faca a faca como voar o Agreste e o Sertão: mão cortante e desembainhada. a) Existe relação entre o que ocorre com o “alísio”, ao chegar ao Nordeste, e a palavra “escola”, presente no título do poema de João Cabral de Melo Neto? Explique. b) A umidade do ar, trazida pelos ventos alísios, diminui ao entrar no continente. Descreva e explique duas adaptações evolutivas, relacionadas a esse fato, que diferenciam a vegetação da Zona da Mata da vegetação do Sertão. 2fuvest.prn F:\Vestibular-2011\Fuvest\2“ fase\1“ prova\2fuvest.vp segunda-feira, 10 de janeiro de 2011 23:02:32 Resposta a) O "alísio" chega ao Nordeste, atuando mais intensamente na Zona da Mata, área onde destaca-se a economia canavieira e a coleta de coco na orla oriental. A baixa pressão dessa área atrai a umidade oceânica, como a necessidade de mão de obra atrai o habitante do Sertão e Agreste, onde esses trabalhadores aprendem na prática o ofício (corte da cana e coleta do coco), que nas suas áreas de origem não é possível praticar com a mesma intensidade. b) Na Zona da Mata domina o clima tropical úmido e a floresta tropical (mata Atlântica), latifoliada, com árvores de grande porte, adaptada aos altos índices pluviométricos; já no Sertão do Nordeste, a vegetação dominante é a caatinga, vegetação complexa, arbustiva, com aspectos xeromórficos (folhas na forma de espinho, raízes largas e profundas e caule com reservatório de água, entre outros), adaptados às condições de pluviosidade irregular e escassa. Questão 16 Define-se geometricamente a razão áurea do seguinte modo: O ponto C da figura abaixo divide o segmento AB na razão áurea quando os valores AC/AB e CB/AC são iguais. Esse valor comum é chamado “razão áurea”. A razão áurea, também denominada proporção áurea, número de ouro ou divina proporção, conquistou a imaginação popular e é tema de vários livros e artigos. Em geral, suas propriedades matemáticas estão corretamente enunciadas, mas muitas afirmações feitas sobre ela na arte, na arquitetura, na literatura e na estética são falsas ou equivocadas. Infelizmente, essas afirmações sobre a razão áurea foram amplamente divulgadas e adquiriram status de senso comum. Mesmo livros de geometria utilizados no ensino médio trazem conceitos incorretos sobre ela. Trecho traduzido e adaptado do artigo de G. Markowsky, Misconceptions about the golden ratio, The College Mathematics Journal, 23, 1, january, 1992, pp. 2-19. a) Reescreva o trecho “(...) mas muitas afirmações feitas sobre ela na arte, na arquitetura, na literatura e na estética são falsas ou equivocadas”, substituindo a conjunção que o inicia por “embora”, com as devidas alterações. Color profile: Generic CMYK printer profile Composite Default screen b) O verbo da oração “Infelizmente, essas afirmações sobre a razão áurea foram amplamente divulgadas” está na voz passiva analítica. Reescreva-a com o verbo na voz passiva sintética, fazendo as devidas alterações. c) Na figura presente no espaço destinado à resposta desta questão, o polígono ADEFG é um pentágono regular. Utilize semelhança de triângulos para demonstrar que o ponto C da figura divide o segmento AB na razão áurea. Resposta a) “... embora muitas afirmações feitas sobre ela na arte, na arquitetura, na literatura e na estética sejam falsas ou equivocadas.” b) “Infelizmente, divulgaram-se amplamente essas afirmações sobre a razão áurea.” c) O ângulo interno do pentágono regular mede (5 − 2) ⋅ 180o = 108 o . Assim, no triângulo ADE, 5 $ $ que é isósceles, m (DAE) = m (DEA) = 180o − 108 o $ = 36o . Analogamente, m (ADG) = 2 $ = m (FDE) = 36o . $ $ No triângulo ABD, m (BAD) = = 36o , m (ADB) o o $ $ = m (ADE) − m (FDE) = 108 − 36 = 72 o e $ m (ABD) = 180o − 36o − 72 o = 72 o . No triângulo $ = m (ADB) $ − m (ADG) $ BCD, m (BDC) = 72 o − 36o = = = 36o . Assim, os triângulos ABD e DBC têm ângulos de mesma medida, sendo semelhantes pelo caso $ AA. Além disso, são isósceles. Sendo m (ADG) = o $ = m (DAE) = 36 , o triângulo ACD é também isós- celes. Logo AD = AB e BD = CD = AC. AD BD AB AC Pela semelhança, e, = ⇔ = DC BC AC BC portanto, C divide AB na razão áurea. 2fuvest.prn F:\Vestibular-2011\Fuvest\2“ fase\1“ prova\2fuvest.vp segunda-feira, 10 de janeiro de 2011 23:02:32 Questão 17 As sensações provocadas nos passageiros, dentro de um carrinho, durante o trajeto em uma montanha-russa, podem ser associadas a determinadas transformações históricas, como se observa no texto: A primeira é a da ascensão contínua, metódica e persistente. Essa fase pode representar o período que vai, mais ou menos, do século XVI até meados do século XIX. A segunda é a fase em que, num repente, nos precipitamos numa queda vertiginosa, perdendo as referências do espaço, das circunstâncias que nos cercam e até o controle das faculdades conscientes. Isso aconteceu por volta de 1870. Nunca é demais lembrar que esse foi o momento no qual surgiram os parques de diversões e sua mais espetacular atração, a montanha-russa, é claro. A terceira fase, na nossa imagem da montanha-russa, é a do “loop”, a síncope final e definitiva, o clímax da aceleração precipitada. A escala das mudanças desencadeadas, a partir desse momento, é de uma tal magnitude que faz os dois momentos anteriores parecerem projeções em câmara lenta. N. Sevcenko, No loop da montanha-russa, 2009. Adaptado. a) Explique duas das fases históricas mencionadas no texto. b) Na montanha-russa esquematizada abaixo, um motor leva o carrinho até o ponto 1. Desse ponto, ele parte, saindo do repouso, em direção ao ponto 2, localizado em um trecho retilíneo, para percorrer o resto do trajeto sob a ação da gravidade (g = 10 m/s2 ). Desprezando a resistência do ar e as forças de atrito, calcule 1. o módulo da aceleração tangencial do carrinho no ponto 2. 2. a velocidade escalar do carrinho no ponto 3, dentro do loop. Color profile: Generic CMYK printer profile Composite Default screen Resposta a) O texto do enunciado estabelece um paralelo entre as sensações provocadas nos passageiros, dentro de um carrinho, durante o trajeto da montanha-russa, com determinadas transformações históricas. Nele, o autor distingue três fases: identifica o trajeto inicial, quando o carrinho sai do nível do solo e passa a fazer uma trajetória ascendente, com o intervalo, no mundo ocidental, entre os séculos XVI e XIX. No plano histórico, corresponde ao início da Época Moderna – Renascimento, Reforma, grandes descobertas, e a abertura de um ciclo de grandes revoluções, como a Revolução Científica, as revoluções políticas (inglesa, francesa, americana) e a Revolução Econômica (industrial, nas suas distintas fases). Nessa fase, no plano das sensações e das conquistas, tudo leva a crer que o mundo ocidental torna-se o senhor da humanidade. Todavia, já no topo, da mesma forma que o carrinho da montanha-russa alcança uma grande velocidade no sentido descendente, o paralelo histórico (1870-1945) é que, a partir de um certo momento, aquelas aparentes certezas que faziam o Ocidente considerar-se a vanguarda da humanidade, com a valorização da ciência, da razão, da tecnologia, simultaneamente mergulha numa fase marcada por graves conflitos que se manifestam, por exemplo, nas guerras mundiais entre as grandes potências, nas contestações às regras da economia de mercado e nas doutrinas que procuram explicitar a ideia de que, para além do manifesto, do aparente, existem níveis que ultrapassam o plano do consciente, como se dá, por exemplo, nas propostas de Marx e Freud. Em seguida à velocidade de mergulho, entra-se na terceira e última fase dessa jornada na montanha-russa – a velocidade adquirida permite que se entre em loop, ou seja, no plano histórico (pós-guerra à atualidade), tudo aquilo que se tinha por estabelecido, considerado como seguro, passa por um processo de tensão, crise e colapso – “o mundo de cabeça para baixo” – que se manifesta na crise dos paradigmas, no colapso das formas consagradas de sociabilidade, em processos contraditórios de homogeneização, globalização e, reversivamente, de valorização do local, do particular, da indistinção entre essência e aparência, que se manifestam na chamada pós-modernidade. b) Sendo θ o ângulo de inclinação com a horizontal no trecho retilíneo de comprimento H = = 3 2 + 10 2 = 109 , para a aceleração tangencial no ponto 2, temos: 10 a = g sen θ = 10 ⋅ ⇒ a = 9,6 m/s 2 109 2fuvest.prn F:\Vestibular-2011\Fuvest\2“ fase\1“ prova\2fuvest.vp segunda-feira, 10 de janeiro de 2011 23:02:32 Da conservação da energia, com a referência no ponto 3, temos: mv 2 E1 = E 3 ⇒ mg(h − 2R) = ⇒ 2 ⇒ 10(20 − 2 ⋅ 8) = v2 ⇒ 2 v = 8,9 m/s Questão 18 Recifes de coral são rochas de origem orgânica, formadas principalmente pelo acúmulo de exoesqueletos de carbonato de cálcio secretados por alguns cnidários que vivem em colônias. Em simbiose com os pólipos dos corais, vivem algas zooxantelas. Encontrados somente em mares de águas quentes, cujas temperaturas, ao longo do ano, não são menores que 20 oC, os recifes de coral são ricos reservatórios de biodiversidade. Como modelo simplificado para descrever a existência dos recifes de coral nos mares, pode-se empregar o seguinte equilíbrio químico: CaCO 3 (s) + CO2 (g) + H2O( l ) Ca2 + (aq) + 2 HCO −3 (aq) a) Descreva o mecanismo que explica o crescimento mais rápido dos recifes de coral em mares cujas águas são transparentes. b) Tomando como base o parâmetro solubilidade do CO2 em água, justifique por que ocorre a formação de recifes de coral em mares de água quente. Resposta a) Em águas mais claras, a maior luminosidade favorece a realização de fotossíntese pelas algas zooxantelas, que estão associadas aos pólipos dos corais. Com a maior produção de alimento pela fotossíntese, os corais podem crescer mais rapidamente. Além disso, a diminuição da [CO2 ] favorece a formação de CaCO3(s) (Le Chatelier). b) A solubilidade do CO2 diminui com o aumento da temperatura. Em águas quentes é baixa a concentração de CO2 , favorecendo a reação inversa (Princípio de Le Chatelier), que é o sentido da formação de CaCO3 , constituinte dos corais. Color profile: Generic CMYK printer profile Composite Default screen Questão 19 Os modelos permitem-nos fazer previsões sobre situações reais, sendo, em geral, simplificações, válidas em certas condições, de questões complexas. Por exemplo, num jogo de futebol, a trajetória da bola, após o chute, e o débito cardíaco dos jogadores podem ser descritos por modelos. • Trajetória da bola: quando se despreza a resistência do ar, a trajetória da bola chutada, sob a ação da gravidade (g = 10 m/s2 ), é dada por h = d tgθ − 5 (d2 /v02 ) (1 + tg 2θ), em que v0 é a velocidade escalar inicial (em m/s), θ é o ângulo de elevação (em radianos) e h é a altura (em m) da bola a uma distância d (em m), do local do chute, conforme figura abaixo. • Débito cardíaco (DC): está relacionado ao volume sistólico VS (volume de sangue bombeado a cada batimento) e à frequência cardíaca FC pela fórmula DC = VS × FC. Utilize esses modelos para responder às seguintes questões: a) Durante uma partida, um jogador de futebol quer fazer um passe para um companheiro a 32 m de distância. Seu chute produz uma velocidade inicial na bola de 72 km/h. Calcule os valores de tgθ necessários para que o passe caia exatamente nos pés do companheiro. b) Dois jogadores, A e B, correndo moderadamente pelo campo, têm frequência cardíaca de 120 batimentos por minuto. O jogador A tem o volume sistólico igual a 4/5 do volume sistólico do jogador B. Os dois passam a correr mais rapidamente. A frequência cardíaca 2fuvest.prn F:\Vestibular-2011\Fuvest\2“ fase\1“ prova\2fuvest.vp segunda-feira, 10 de janeiro de 2011 23:02:33 do jogador B eleva-se para 150 batimentos por minuto. Para quanto subirá a frequência cardíaca do jogador A se a variação no débito cardíaco (DCfinal − DCinicial ) de ambos for a mesma? Resposta 72 m/s = 3,6 = 20 m/s e, desprezando as dimensões da bola, h = 0, para que o passe chegue aos pés do companheiro. 32 2 0 = 32 ⋅ tg θ − 5 ⋅ (1 + tg 2 θ) ⇔ 20 2 a) Temos d = 32 m, v 0 = 72 km/h = ⇔ 2 tg 2 θ − 5 tgθ + 2 = 0 ⇔ 1 ou tgθ = 2 . 2 b) O volume sistólico (VS) se mantém constante para cada indivíduo. Sendo V o volume sistólico do jogador B, então para ele DCfinal − DCinicial = = V ⋅ 150 − V ⋅ 120 = 30V . 4 O volume sistólico de A é V . Assim, sendo FC 5 sua frequência cardíaca final, temos para ele 4 4 DCfinal − DCinicial = V ⋅ FC − V ⋅ 120 ⇔ 5 5 4 ⇔ 30V = V(FC − 120) ⇔ FC = 157,5. 5 ⇔ tgθ = Questão 20 A borracha natural apresenta propriedades que limitam o seu uso. Por exemplo, ao ser aquecida, torna-se mole e pegajosa. O processo de vulcanização da borracha, desenvolvido a partir de 1839 e exemplificado na figura a seguir, permitiu a produção de pneus, mangueiras e outros utensílios incorporados à vida cotidiana. A utilidade industrial da borracha estimulou sua exploração comercial a partir das seringueiras da Amazônia. A produção brasileira desse produto dominou o mercado mundial até 1913, quando foi superada pela produção proveniente do cultivo de seringueiras na Ásia. Color profile: Generic CMYK printer profile Composite Default screen a) Por que a adição de enxofre, no processo de vulcanização, altera as características mecânicas da borracha natural? b) Supondo que 16 g de enxofre foram adicionados a 1000 g de borracha natural pelo pro- é de 68 g/mol. cesso de vulcanização, exemplificado no es- Portanto, o número de mols de unidades modificadas é calculado por: quema acima, responda: Que porcentagem de unidades de isopreno foi modificada por liga- 16 g S ⋅ 1 mol S ⋅ 2 mol isopreno = 32 g S 4 mol S ções cruzadas? (Massas molares: H = 1 g/mol, 14243 1442443 m. molar eq. química C = 12 g/mol e S = 32 g/mol) c) Cite e explique uma consequência social = 0,25 mol isopreno provocada pela exploração da borracha na Para 1 000 g de borracha natural, temos o seguinte número de mols de isopreno: Amazônia até 1913. 1 mol isopreno = 1 000 g isopreno ⋅ 68 g isopreno 3 144244 Resposta m. molar a) Na borracha natural, as cadeias poliméricas in- = 14,7 mol isopreno teragem por forças de atração intermolecular que A porcentagem de unidades de isopreno modificasão mais facilmente rompidas com o fornecimento das é dada por: de energia (aumento de temperatura). 0,25 mol de unidades Com a vulcanização, ocorre a formação de liga⋅ 100 ⇒ 1,7% 14,7 mol de unidades ções covalentes entre as cadeias poliméricas. Tais ligações são mais fortes que as forças inter- c) À época do chamado boom da borracha moleculares e conferem à borracha vulcanizada (1870-1910), ocorre um fluxo migratório interno no maior dureza. Brasil, do Nordeste para o Norte, sobretudo na reb) De acordo com o enunciado, a vulcanização da gião do Acre, adquirida pelo Brasil junto à Bolívia (Tratado de Petrópolis – 1903). borracha respeita a seguinte proporção em mols: O declínio econômico do Nordeste e a grande 2 isopreno + 4 S → 1 isopreno modificado A massa molar da unidade de repetição do polí- seca de 1870 coincidem com a procura da borracha nos mercados internacionais. mero (isopreno) 2fuvest.prn F:\Vestibular-2011\Fuvest\2“ fase\1“ prova\2fuvest.vp segunda-feira, 10 de janeiro de 2011 23:02:33