Anais do III Simpósio sobre Formação de Professores – SIMFOP
Universidade do Sul de Santa Catarina, Campus de Tubarão
Tubarão, de 28 a 31 de março de 2011
PRODUÇÕES DA PÓS-GRADUAÇÃO NO BRASIL DE 2007 A 2008 SOBRE
AUTISMO E PSICOSE INFANTIL: ANÁLISES PRELIMINARES
Graziele Cunha Figueiredo1
André Boccasius Siqueira2
RESUMO: Neste trabalho pesquisou-se a quantidade de produções da pós-graduação no Brasil sobre a
educação especial, enfatizando o autismo e a psicose infantil, no período de 2007 a 2008. Tal tema é de suma
relevância uma vez que há poucas produções no Brasil e informações aos educadores. Nas primeiras análises
foram encontradas 95 teses e dissertações no Portal da CAPES e 29 no da Biblioteca Digital, sendo que 20
delas se encontravam no primeiro. Organizando as categorias de análise em relação ao tema proposto foram
encontradas 38 produções na CAPES, sete na área da educação, 30 na área da saúde, e uma na área das
ciências biológicas. No Portal da Biblioteca Digital apenas duas produções na área da saúde se encaixaram na
pesquisa e que não eram concomitantes.
PALAVRAS CHAVE: educação especial; autismo infantil; psicose infantil; teses e dissertações.
1. Introdução
A presente pesquisa trata-se de localizar e analisar as formas organizativas do trabalho
pedagógico para alunos com autismo e psicose infantil, e de forma sistematizada, mapear,
compilar dados quantitativos e qualitativos, identificar experiências que valorizem a
escolarização, discutir características do atendimento educacional e organizar um banco de
dados das produções da pós-graduação no Brasil sobre a educação especial, enfatizando o
autismo e a psicose infantil, no período de 2007 a 2008. A pesquisa faz uso do método
qualitativo bibliográfico, utilizando como base de dados para o levantamento das fontes
bibliográficas o Portal CAPES e a Biblioteca Digital de Teses e Dissertações. Nas categorias
de busca foram analisados os termos: autismo; psicose infantil; transtornos globais do
desenvolvimento; distúrbios globais do desenvolvimento; transtornos invasivos do
desenvolvimento; condutas típicas e espectro autista.
Tal tema é de suma relevância uma vez que há poucas produções no Brasil no que se
refere à metodologia pedagógica, com reduzidas informações aos educadores que, muitas
vezes, desconhecem o que sejam estes distúrbios. É preciso primeiramente situar a pesquisa
contextualizando historicamente a criança e tais distúrbios.
2. Construindo o universo infantil
As crianças são sujeitos sociais de plenos direitos e não miniaturas componentes da
sociedade dos adultos. Há uma imensa capacidade de produção simbólica por parte das
crianças, constituindo suas representações e crenças em sistemas organizados, ou seja, na
cultura. O termo cultura, segundo Ilse Schwidetzky (1955, p.24), está relacionado ao que o ser
humano, neste caso a criança, produz a partir de sua capacidade criadora e adaptação ao meio
físico em que vive. Nas palavras da autora:
1
Acadêmica do Curso de Pedagogia, Bolsista de Iniciação Científica–PIBIC/CNPq/UNISUL/Tubarão.
[email protected].
2
Doutor em Educação, Professor Programa de Pós-Graduação em Educação–Mestrado/UNISUL.
[email protected]; [email protected].
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o homem é um ‘ser que atua’ e, a partir de sua atuação, mobilidade e faculdade
criadora, modifica as condições do ambiente físico e o torna apto para sua
existência. Este ambiente criado pelo próprio homem, e que o denomina cultura, é
infinitamente diversificado e, muitas vezes, mais suscetível de mudanças que o
ambiente natural onde desenvolve a vida humana.3
Ao interpretar a cultura das crianças, precisamos examinar sob quais condições
sociais elas vivem, interagem com o outro dando sentido ao que executam. Portanto estes
grupos infantis solidificam sua própria cultura, observada por meio de suas ações, mesmo que
traduzam os elementos que fazem parte do meio social dos adultos, sendo reestruturada
segundo as necessidades de cada etapa de desenvolvimento, nesta reflexão, a infância.
A infância, segundo Philippe Áries (1986), é uma construção histórica, portanto, a
que se tem hoje é fruto desta evolução, e tem características e inserções diferenciadas pelo
tempo, pelo fator econômico e social no qual se encontra.
3. Autismo: perspectivas históricas
Em 1800 em uma floresta no sul da França foi encontrada uma criança que vivia
isolada da vida em sociedade, cresceu como animal na selva até aproximadamente 12 anos.
Jean Itard, um médico francês, diante da conduta inóspita da comunidade em julgar, repudiar
e excluir o garoto de toda e qualquer relação humana, o adotou para que pudesse tratá-lo e
assim educá-lo. Chamavam-no Victor, O Selvagem de Aveyron. “Desenvolveu com ele um
programa de ensino que compreendia a educação dos sentidos, ou seja, o aprendizado das
sensações e as transformações dessas, em operações como julgar, comparar, raciocinar”.
(SOUZA, 2004, p. 21). Diante deste contexto constata-se que esta foi a primeira experiência
de um médico utilizando instrumentos pedagógicos para tratar e ensinar uma criança a viver
em sociedade, em outros termos, acredita-se ser o primeiro caso registrado com características
de um transtorno global do desenvolvimento.
4. Ao infinito e além… Educação: Possibilidades, Perfil e Definições
Há uma extrema necessidade de alguns autores de definir que “tipo” de criança é essa,
isto é, que apresenta um transtorno global de desenvolvimento. Nos questionamos: será que
existem tipos de crianças, ou elas são únicas como indivíduo pensante e cultural? Teriam elas
então, características que definem um perfil, apresentando certos comportamentos e isso as
iguala a grupos específicos?
Portanto tais contextos dão conta de explicar somente alguns comportamentos, como
se fôssemos fatiar as crianças para estudá-las, não levando em conta que elas são seres
humanos por inteiro. Subdividi-la em partes para tal intento, não contribui para compreensão
de nos adaptarmos ao desenvolvimento desta criança através da vivência escolar, desse modo,
abrindo um leque de reflexões sobre as diferentes possibilidades de construção no processo da
inclusão escolar e, sobretudo, social.
Para garantir o acesso e a escolarização destas crianças nas instituições escolares fazse necessário assegurar por lei seus direitos, uma vez que estes não são respeitados, muitas
3
“…el hombre es el ‘ser que actúa’ y mediante su actuación, movilidad e facultad creadoras, modifica las
condiciones del ambiente físico y las hace aptas para su existencia. Este ambiente creado por el hombre mismo,
y que suele llamársele cultura, es de una diversidad casi infinita y a la vez mucho más susceptible de modificar
que el ambiente natural en que se desenvuelve la vida humana”.(Tradução livre).
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vezes por desconhecimento, despreparo e conceitos pré-estabelecidos dos profissionais da
educação4.
Nesse sentido, a Lei n.9.394, de 20 de dezembro de 1996 estabelece as Diretrizes e
Bases da Educação Nacional, no Brasil, contempla este tema no Capítulo V, assegurando,
com responsabilidade, o atendimento destes sujeitos de direitos:
Art.58. Entende-se por educação especial, para os efeitos desta Lei, a modalidade de
educação escolar, oferecida preferencialmente na rede regular de ensino, para
educandos portadores de necessidades especiais.
§1º. Haverá, quando necessário, serviços de apoio especializado, na escola regular,
para atender às peculiaridades da clientela de educação especial.
§2º. O atendimento educacional será feito em classes, escolas ou serviços
especializados, sempre que, em função das condições específicas dos alunos, não for
possível a sua integração nas classes comuns de ensino regular.
§3º. A oferta de educação especial, dever constitucional do Estado, tem início na
faixa etária de zero a seis anos, durante a educação infantil.
Art.59. Os sistemas de ensino assegurarão aos educandos com necessidades
especiais:
I-currículos, métodos, técnicas, recursos educativos e organização específicos, para
atender às suas necessidades;
II-terminalidade específica para aqueles que não puderem atingir o nível exigido
para a conclusão do ensino fundamental, em virtude de suas deficiências, e
aceleração para concluir em menor tempo o programa escolar para os superdotados;
III-professores com especialização adequada em nível médio ou superior, para
atendimento especializado, bem como professores do ensino regular capacitados
para a integração desses educandos nas classes comuns;
IV-educação especial para o trabalho, visando a sua efetiva integração na vida em
sociedade, inclusive condições adequadas para os que não revelarem capacidade de
inserção no trabalho competitivo, mediante articulação com os órgãos oficiais afins,
bem como para aqueles que apresentam uma habilidade superior nas áreas artística,
intelectual ou psicomotora;
V-acesso igualitário aos benefícios dos programas sociais suplementares disponíveis
para o respectivo nível do ensino regular.
Art.60. Os órgãos normativos dos sistemas de ensino estabelecerão critérios de
caracterização das instituições privadas sem fins lucrativos, especializadas e com
atuação exclusiva em educação especial, para fins de apoio técnico e financeiro pelo
Poder Público.
Parágrafo único. O Poder Público adotará, como alternativa preferencial, a
ampliação do atendimento aos educandos com necessidades especiais na própria
rede pública regular de ensino, independentemente do apoio às instituições previstas
neste artigo. (BRASIL,1996).
No Brasil documentos tratam de contemplar estes sujeitos na prática inclusiva. As
políticas públicas apresentam as características das pessoas com transtornos globais do
desenvolvimento. Assim, conforme a Política Nacional da Educação Inclusiva (BRASIL,
2008, p.15), os
alunos com transtornos globais do desenvolvimento são aqueles que apresentam
alterações qualitativas das interações sociais recíprocas e na comunicação, um
repertório de interesses e atividades restrito, estereotipado e repetitivo. Incluem-se
nesse grupo alunos com autismo, síndromes do espectro do autismo e psicose
infantil.
4
Por profissionais da educação compreendemos como aqueles que desenvolvem suas atividades laborais na
instituição escolar ou em órgãos administrativos.
3
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Neste sentido, segundo a descrição de Leboyer (1935), as relações de tais crianças
com o meio, já na primeira infância, há uma inaptidão nas brincadeiras de grupos e
dificuldades quanto aos laços de amizade. Elas demonstram empatia pelos outros, bem como
reduzidas emoções e simpatias. Por volta dos cinco ou seis anos podem desenvolver maior
ligação pelos cuidadores e pelas crianças de seu convívio, entretanto, as relações sociais
conservam-se basilares e imaturas, isto é, o desenvolvimento de suas relações não condiz com
o esperado de sua idade cronológica.
A criança que apresenta uma psicose sobrepõe a realidade com a fantasia, em outros
termos, é como se ela vivesse em mundos imaginários, buscando o isolamento, se afastando
da realidade externa e entrando de cabeça em sua realidade interna.
Para Zenoni (1991), a perspectiva genética a respeito dos determinantes da psicose
infantil consiste em concebê-la como uma parada ou uma recusa de avançar sobre a
linha do desenvolvimento, ou seja, a psicose infantil é entendida, dessa perspectiva,
como uma defesa contra uma realidade excessivamente perigosa ou frustrante. Esses
perigos podem advir, segundo ele, de fatores inatos ou de uma atitude materna
inadequada. Dessa perspectiva, o tratamento será concebido como sendo
essencialmente um tratamento do “pequeno sujeito”, e se fundamentará na
interpretação ou na explicação sobre a causa “interna” desta parada. Portanto, a
orientação psicanalítica da instituição resume-se à presença de um psicanalista
exercendo a psicanálise sobre a criança, e é indiferente que esse tratamento se
realize em uma instituição ou em um consultório particular. (KUPFER; FARIA;
KEIKO, 2007, p.2).
Comparando os distúrbios temos as seguintes descrições:
Autismo é um mecanismo de isolamento (aquiescência; apatia frente à realidade
externa); Psicose é um mecanismo de fuga, parte do que lhe fermenta confrangimento
(desordem; perturbação).
O Código Internacional das Doenças: CID-10 apresenta o autismo e a psicose infantil
como pertencentes a categoria dos Transtornos Mentais e de Comportamento, em particular
no grupo dos Transtornos Globais do Desenvolvimento. Dependendo do viés estudado,
teremos diferentes termos a fim de definir estes distúrbios.
Os Transtornos Globais do Desenvolvimento têm como unitermos: Distúrbios
Globais do Desenvolvimento (DSM-III-R,1989), Transtornos Invasivos do
Desenvolvimento (DSM-IV,1994), Transtornos Abrangentes do Desenvolvimento
(CID-10,1993). No Brasil, por uma questão de tradução, utiliza-se o termo
Transtornos Invasivos do Desenvolvimento (DMS-IV) com os critérios diagnósticos
do CID-10. (Vasques; Baptista, 2009, p.9).
Atualmente nos deparamos com bibliografias que desvalorizam o sujeito autista
enfatizando somente seus prejuízos relacionados ao distúrbio, negando qualquer tentativa de
aprendizagem. Nesta mesma direção, há pesquisas como a de Oliveira (2002) e de Vasques
(2002) que “apontam para a ausência e a precariedade de serviços destinados a prestarem
algum tipo de atendimento ao indivíduo com autismo” (ROTH, 2006, p.65).
Porém paralelo a este contexto temos várias discussões a respeito da possibilidade de
escolarização destas crianças. Sendo a Educação Especial uma discussão histórica, abordada
por educadores e educandos que promove a contextualização de formas organizativas do
trabalho pedagógico. Isso não é o suficiente para o modelo de instituição escolar atual. Para
que possamos desenvolver uma organização escolar na perspectiva inclusiva a fim de atender
estas crianças, e vai além dos limites impostos pelo tradicionalismo pedagógico, Vasques e
Baptista(2006), apud Vasques(2009, p.34), afirmam que
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no que se refere às estratégias de ensino, o atendimento educacional desses alunos
não demanda metodologias específicas, mas alterações curriculares semelhantes
àquelas que devem ser ativadas quando ocorre a inclusão de outros perfis de alunos
no ensino comum: necessidade de individualização e flexibilização do planejamento
(importância de elaborar formas de acolher a produção dessas crianças); das
estratégias de avaliação; dos tempos escolares; oferta de apoios diferenciados para
os alunos e os docentes; interlocução entre diferentes profissionais e áreas do
conhecimento, sob forma de acompanhamento e construção de estratégias que
favoreçam o percurso e o rendimento escolar etc.
Ter um olhar diferente e sensível em relação à inclusão escolar nos concebe a ideia de
um universo infantil como meio onde se efetivam as interações sociais que permeiam a
inclusão, contempla-se a diversidade e a individualidade de cada criança, respeitando assim
suas experiências como produtoras de cultura. Quando compreendemos este processo nos
perguntamos, será que a Instituição de Educação Infantil está preparada para delinear formas
que abordem e atendam estas necessidades de desenvolvimento dos sujeitos com autismo e
psicose infantil?
Neste processo torna-se um grande desafio ao educador ter a sensibilidade de observar
e entender esta criança, perspectiva que demanda um mecanismo de estudo e dedicação ao
“outro”, nos permitindo ir “ao infinito e além”. Assim,
Abordar a escolarização dessas crianças é deparar-se com um campo em construção.
Nesse caminho, marcado por dúvidas e respostas provisórias, a escola e a educação
emergem cada vez mais como espaços possíveis desde que seja superada a
concepção de escola como espaço social de transmissão em seu valor instrumental e
adaptativo. Há então, um enorme trabalho a ser feito no sentido de superar as
interpretações mais estreitas, alargar perspectivas e flexibilizar os processos
educacionais. (VASQUES, 2008, p.46).
Desse modo, mediar os processos de aprendizagem, não se delimita apenas nas
relações, mas também no meio aonde estas ações ocorrem. É necessário apaixonar-se pela
educação, sentir que realmente há possibilidades, proporcionar a elas um ambiente rico de
imaginação e criatividade, sendo este o mais próximo possível do meio social a que
pertencem. Todos estes fatores citados viabilizam a flexibilização curricular e os
planejamentos do educador, contudo, estamos mais perto de uma relação de respeito sem
preconceitos, havendo trocas de experiência e confiança mútua, construindo assim um
universo de aprendizagem á respeito da criança e do educador.
Entendendo que as produções acadêmicas podem nos trazer informações valiosas a
respeito do tema em estudo, pesquisamos nas principais agências de fomento no Brasil, isto é,
nas produções strito sensu, sobretudo a CAPES (CNPq) e Biblioteca Digital. Esta última é um
espaço de divulgação de produções brasileiras.
Alguns dos textos encontrados na página da web da CAPES não são os mesmos da
Biblioteca Digital, uma vez que o autor da tese ou da dissertação pode autorizar ou não sua
publicação em um ou em outro. Muitas vezes o autor autoriza a publicação em ambas. Por
esse motivo, ao ler o texto a seguir, pode-se pensar que nos enganamos na quantidade de
textos apresentados. Não se trata disso, o que evitamos foi reapresentar o mesmo texto.
Nas primeiras análises foram encontradas 95 teses e dissertações no Portal da CAPES
e 29 no site da Biblioteca Digital, sendo que 20 delas se encontravam no primeiro.
Organizando as categorias de análise em relação ao tema proposto foram encontradas 38
produções na CAPES, sete na área da educação, 30 na área da saúde, e uma na área das
ciências biológicas. No Portal da Biblioteca Digital apenas duas produções na área da saúde
estavam de acordo com os objetivos da pesquisa.
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A seguir apresentamos 40 produções relacionadas ao tema de pesquisa, isto é 38
produções encontradas no Portal da CAPES e duas no da Biblioteca Digital.
5. Banco de dados
Produções CAPES-2007
1-Autora: Fabiane Trevisan.
Mestrado. Universidade Presbiteriana Mackenzie.
Título: Poliformismo T102C do Gene Receptor 2A da Serotonina: Pesquisa em indivíduos da
população e relação com os Transtornos Invasivos do Desenvolvimento.
Área do conhecimento: Biologia geral.
2-Autora: Patrícia Menk.
Mestrado. Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho/Araraquara.
Título: Um estudo sócio-antropológico com um grupo de mães de pessoas portadoras de
autismo infantil.
Área do conhecimento: Educação.
3-Autora: Camila Gioconda de Lima E Menezes.
Mestrado. Universidade Federal de São Paulo.
Título: Habilidade de atenção compartilhada em sujeitos do espectro autístico.
Área do conhecimento: Fonoaudiologia.
4-Autora: Fernanda Tebexreni Orsati.
Mestrado. Universidade Presbiteriana Mackenzie.
Título: Correlação entre Habilidades Executivas e Rastreamento Ocular em Crianças e Jovens
com Transtorno Invasivo do Desenvolvimento.
Área do conhecimento: Psicologia do desenvolvimento humano.
5-Autora: Christiane de Bastos Delfrate.
Mestrado. Universidade Tuiuti do Paraná.
Título: Enfoque acerca da aquisição de linguagem em crianças psicóticas do espectro
autístico: um estudo de caso.
Área do conhecimento: Fonoaudiologia.
6-Autora: Ana Cristina Silva Araújo.
Mestrado. Universidade Presbiteriana Mackenzie.
Título: Frequência do fenótipo autista em uma amostra de crianças e jovens com cegueira
congênita.
Área do conhecimento: Neurologia, saúde coletiva.
7-Autora: Aline Beatriz Silva Feltrin.
Mestrado. Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho/Bauru.
Título: Relações Familiares e Habilidades Sociais de Irmãos de Indivíduos com Transtorno
do Espectro Autístico: Estudo Comparativo.
Área do conhecimento: Psicologia do ensino e da aprendizagem.
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8-Autora: Maria Cláudia Brito.
Mestrado. Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho/Bauru.
Título: Análise do perfil comunicativo de alunos com transtornos do espectro autístico na
interação com seus professores.
Área do conhecimento: Psicologia do desenvolvimento humano, psicologia do trabalho e
organizacional.
9-Autora: Julia Maciel Soares.
Mestrado. Universidade de São Paulo.
Título: Possibilidades e limites do tratamento psicanalítico da psicose infantil em instituições
de saúde mental.
Área do conhecimento: Psicologia do desenvolvimento humano.
10-Autora: Sabrina Helena Bandini Ribeiro.
Mestrado. Universidade Presbiteriana Mackenzie.
Título: Prevalência dos transtornos invasivos do desenvolvimento no município de Atibaia:
um estudo piloto.
Área do conhecimento: Psicologia do desenvolvimento humano.
11-Autora: Margareth Regina Gomes Neves Montenegro.
Mestrado. Universidade Presbiteriana Mackenzie.
Título: Avaliação e Estudo dos Comportamentos de Orientação Social e a Atenção
Compartilhada nos Transtornos Invasivos do Desenvolvimento.
Área do conhecimento: Psicologia do desenvolvimento humano.
12-Autora: Camila Graciella Santos Gomes.
Mestrado. Universidade Federal de São Carlos - Educação Especial.
Título: Desempenhos emergentes e leitura funcional em crianças com transtornos do espectro
autístico.
Área do conhecimento: Educação especial.
13-Autora: Mara Rúbia Rodrigues Martins.
Mestrado. Universidade Católica de Brasília.
Título: Inclusão de alunos autistas no ensino regular: concepções e práticas pedagógicas de
professores regentes.
Área do conhecimento: Psicologia do desenvolvimento humano.
14-Autora: Alessandra Marques Pereira.
Mestrado. Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
Título: Autismo infantil: tradução e validação da cars (childhood autism rating scale) para
uso no Brasil.
Área do conhecimento: Neurologia, pediatria.
15-Autora: Siglia Pimentel Höher.
Mestrado. Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
Título: Competência social, inclusão escolar e autismo: em estudo de caso comparativo.
Área do conhecimento: Psicologia.
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16-Autora: Andréa Regina Nunes Misquiatti.
Doutorado. Universidade de São Paulo.
Título: A interferência do contexto ambiental no desempenho funcional da comunicação de
crianças com Transtornos do Espectro Autístico.
Área do conhecimento: Lingüística.
17-Autor: Guilherme Muller Orabone.
Doutorado. Universidade de São Paulo.
Título: Identificação de genes de susceptibilidade aos transtornos do espectro autista(ASD).
Área do conhecimento: Ciências biológicas
18-Autora: Priscilla Faria Sousa-Morato.
Doutorado. Universidade de São Paulo.
Título: Perfil funcional da comunicação e a adaptação sócio-comunicativa no espectro
austísticos.
Área do conhecimento: Semiótica e lingüística geral.
Produções CAPES-2008
19-Autora da dissertação: Mariza Matheus Cuvero.
Mestrado. Universidade Federal de Uberlândia.
Título: Qualidade de vida em cuidadores de crianças e adolescentes com autismo.
Área do conhecimento: Ciências da saúde; neurologia, eletrofisiologia e comportamento;
pediatria.
20-Autora: Aída Teresa dos Santos Brito.
Mestrado. Fundação Universidade Federal do Piauí.
Título: A aplicação de sistemas de comunicação na educação infantil em crianças com
Transtornos Globais do Desenvolvimento.
Área do conhecimento: Educação.
21-Autor: Fabio Pinato Sato.
Mestrado. Universidade de São Paulo.
Título: Validação da versão em português de um questionário para avaliação de autismo
infantil.
Área do conhecimento: Psiquiatria.
22-Autora: Carina Maria Terra Alves Magro.
Mestrado. Universidade de São Paulo/Ribeirão Preto.
Título: As expectativas de pais de crianças com desordem do espectro autístico quanto ao seu
desenvolvimento e escolarização.
Área do conhecimento: Psicologia.
23-Autor: Pedro da Silva Guimarães.
Mestrado. Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho.
Título: Tecendo sons e palavras.
Área do conhecimento: Educação, Música.
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24-Autora: Marta Cecilia Rabinovitsch Gertel.
Mestrado. Pontifícia Universidade Católica de São Paulo.
Título: O papel do fonoaudiólogo na rede de relações sociais de uma criança com transtorno
global do desenvolvimento estudo de caso.
Área do conhecimento: Fonoaudiologia.
25-Autora: Adriana da Silva Lozano Pires.
Mestrado. Universidade Presbiteriana Mackenzie.
Título: Internet como instrumento de busca de informações e divulgações dos transtornos
invasivos do desenvolvimento.
Área do conhecimento: Distúrbios do Desenvolvimento.
26-Autora: Alessandra Aronovich Vinic.
Mestrado. Universidade Presbiteriana Mackenzie.
Título: Avaliação da empatia em pessoas com transtorno invasivo do desenvolvimento e um
grupo controle através de respostas de identificação de emoções frente a expressões faciais.
Área do conhecimento: Ciências da saúde.
27-Autora: Luciana Cristina Lourenção.
Mestrado. Universidade Presbiteriana Mackenzie.
Título: Reconhecimento de faces familiares em indivíduos com Síndrome de Asperger e
transtorno invasivo do desenvolvimento sem outra especificação.
Área do conhecimento: Psicologia.
28-Autora: Letícia Calmon Drumond Amorim.
Mestrado. Universidade de São Paulo.
Título: O conceito de morte e a síndrome de asperger.
Área do conhecimento: Psicologia Clínica.
29-Autora: Cintia Yoshihara.
Mestrado. Universidade Federal de Minas Gerais.
Título: Qualidade de vida e envolvimento paterno em crianças e adolescentes com
transtornos do desenvolvimento.
Área do conhecimento: Psicologia do desenvolvimento humano.
30-Autora: Aline Helen Correa Garcia.
Mestrado. Universidade Presbiteriana Mackenzie.
Título: Pesquisa do polimorfismo T102C no gene do receptor 2A da serotonina nos
portadores de transtornos invasivos do desenvolvimento e possível associação a maior
susceptibilidade para comportamentos estereotipados.
Área do conhecimento: Genética humana e médica.
31-Autora: Aurecir Cailleaux Cezar.
Mestrado. Universidade do Estado do Rio de Janeiro.
Título: Tratamento psicanalítico para criança autista.
Área do conhecimento: Tratamento e prevenção psicológica.
32-Autora: Silvia Carolina Teixeira Mendes.
Mestrado. Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto.
Título: Caracterização de aspectos da fala e da linguagem oral em pais de autistas.
Área do conhecimento: Fonoaudiologia, genética.
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33-Autora: Carla Karnoppi Vasques.
Doutorado. Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
Título: Alice na biblioteca mágica: uma leitura sobre o diagnóstico e a escolarização de
crianças com autismo e psicose infantil.
Área do conhecimento: Educação especial.
34-Autora: Ana Carina Tamanaha.
Doutorado. Universidade Federal de São Paulo.
Título: A eficácia da intervenção terapêutica fonoaudiológica nos distúrbios do espectro
autístico.
Área do conhecimento: Fonoaudiologia.
35-Autora: Erissandra Gomes.
Doutorado. Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
Título: Hipersensibilidade auditiva e o perfil pragmático da linguagem de crianças e
adolescentes com transtorno do espectro autista.
Área do conhecimento: Fonoaudiologia, neurologia e materno-infantil.
36-Autora: Angela Alfano Campos.
Doutorado. Universidade Federal do Rio de Janeiro.
Título: Transtornos do espectro autista: aspectos clínicos e cognitivos.
Área do conhecimento: Psicologia social.
37-Autora: Viviane Costa de Leon
Doutorado. Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
Título: A compreensão e a produção de enunciados metafóricos em crianças com transtornos
globais do desenvolvimento.
Área do conhecimento: Psicologia
38-Autora: Maria das Graças Carvalho Silva de Sá.
Doutorado. Universidade Federal do Espírito Santo.
Título: Cartografando processos inclusivos na educação infantil em busca de movimentos
instituintes.
Área do conhecimento: Educação especial.
Produções Biblioteca Digital (2008)
39-Autora: Giselle Carvalho Bernardes.
Metrado. Universidade Federal de Uberlândia.
Título: Parentalidade e dinâmica transferencial no atendimento conjunto pais-criança.
Área do conhecimento: Psicologia.
40-Autora: Ana Maria Camelo Campos.
Mestrado. Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro.
Título: Observando a conexão afetiva em crianças autistas.
Área do conhecimento: Tratamento e prevenção psicológica.
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Destas 40 produções apresentadas foram filtradas apenas as que apresentam como área
de estudo a Educação. Um dado quantitativo desta pesquisa é que apenas nove dos trabalhos
selecionados são produções de teses de doutorados, as demais são de dissertações de
mestrado. Estas serão analisadas mais profundamente no decorrer da pesquisa e, por agora,
apresentamos os textos da área da educação.
Patrícia Menk, autora da dissertação intitulada “Um estudo sócio-antropológico com
um grupo de mães de pessoas portadoras de autismo infantil”, defendida em 2007, na
Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, localizada em Araraquara/SP, no
Programa de Pós-Graduação em Educação, área de concentração em Educação Especial, linha
de pesquisa “Estudos históricos, filosóficos e antropológicos sobre escola e cultura”.
Este estudo surge frente a constatação da necessidade de um estudo mais
aprofundado nas relações cotidianas de mães de crianças portadoras de autismo
infantil no que se refere á sua elaboração simbólica frente à deficiência/desvio, a fim
de que se possam compreender os conceitos “mãe de criança especial” e
“deficiência”, da forma como são concebidos pelas pessoas que, diretamente,
vivenciam e entrelaçam suas vidas ao fenômeno da deficiência mental, e, decorrente
disso, como é organizada a partir daí a construção e a percepção social deste viver
tão peculiar. Para um entendimento mais apurado sobre a maneira como se dá esta
relação, foi realizada uma discussão sobre o papel social de um grupo de mães e
como é vivido por elas o estigma da deficiência. O foco será centrado na figura das
mães, na medida em que as mesmas possuem, em geral, participação ativa no trato e
na educação da criança em questão. Não cabe nesta proposta simplesmente
descrever-se a maneira como a mãe participa, promove sua vivência, elabora seu
papel social e a introjeção do estigma da deficiência. O universo que se pretende
explorar, para a elucidação destas questões, surge a partir da maneira como a mãe
constrói e representa suas formas de agir no mundo, bem como o seu processo de
elaboração das máscaras que assume diante da aventura de ter um filho com alguma
forma de deficiência/desvio em uma sociedade, que tem como mito a competência
exigida pela imagem idealizada de um ser perfeito, saudável e bem sucedido.
Portanto, este trabalho apóia-se sobre as relações cotidianas das mães de crianças
com Autismo, alunos do C.A.A. - Centro de Atendimento ao Autista da APAE –
Associação de pais e amigos de Excepcional de São Carlos. Nesta proposta de
pesquisa, buscar-se-á compreender, á luz da Sócio-Antropologia do Cotidiano
proposta por Michel Maffesoli, o universo cotidiano destas mães, através de suas
representações simbólicas construídas frente à vida, narradas pelas mesmas em
entrevistas semi-estruturadas, localizando os processos de assimilação dos estigmas
socialmente introjetados pelas mesmas manifestos em sua vivência cotidiana.
Camila Graciella Santos Gomes autora da dissertação “Desempenhos emergentes e
leitura funcional em crianças com transtornos do espectro autístico”, na Universidade Federal
de São Carlos – Educação Especial (Educação do Indivíduo Especial), defendida em 2007,
tendo como área do conhecimento a Educação Especial, linha de pesquisa aprendizagem e
cognição de indivíduos com necessidades especiais de ensino. Investigam processos básicos
de aprendizagem e cognição, bem como possíveis comprometimentos desses processos em
portadores de necessidades especiais de ensino, incluindo deficiência mental, autismo ou
problemas de aprendizagem. Desenvolveu a seguinte metodologia:
Foram realizados dois estudos, primeiro avaliou o desempenho de vinte autistas em
tarefas de emparelhamento por identidade sob dois procedimentos que diferiram
quanto à forma de apresentação dos estímulos e à resposta de escolha, já o segundo
estudo investigou a emergência de desempenhos não diretamente ensinados com
autistas, entre eles a leitura funcional de palavras impressas. Foram ensinadas a
quatro crianças com autismo relações envolvendo estímulos compostos por
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figuras/palavras impressas e estímulos unitários (palavras impressas), em tarefas de
matching adaptado, além de relações de nomeação.
Obtendo os seguintes resultados:
O conjunto de dados obtidos na pesquisa sugere a importância da organização dos
estímulos nas tarefas e o ensino de relações arbitrárias como parte das condições
necessárias para promover o estabelecimento de comportamento simbólico em
pessoas com autismo.
Aída Teresa dos Santos Brito defendeu sua dissertação de mestrado em 2008, na
Fundação Universidade Federal do Piauí – Educação, cujo título é “A Aplicação de Sistemas
de Comunicação na Educação Infantil em Crianças com Transtornos Globais do
Desenvolvimento”, área do conhecimento é a educação, apresentando como linha de pesquisa
“Educação, movimentos sociais e políticas públicas desenvolve, numa perspectiva
interdisciplinar, análises relativas à história e memória da educação, a constituição e
implementação de políticas educacionais e as relações entre educação e diversidades e
práticas culturais”. Tecendo o seguinte resumo:
Entender a inclusão na escola é aceitar com a realidade de que todas as pessoas têm
direito a um espaço para se desenvolver e oportunidades condizentes com suas
habilidades e necessidades. Nesse sentido, pesquisadores estão preocupados em
investigar recursos que possam ser alternativos e/ou suplementares à fala com o
objetivo de possibilitar a inclusão social e escolar aos alunos com severos distúrbios
na comunicação oral. O objetivo deste trabalho é, pois, analisar as implicações do
uso de Sistemas Suplementares e ou Alternativos de Comunicação (SSAC) como
instrumentos de um processo de inclusão de crianças com Transtornos Globais do
Desenvolvimento em uma escola regular da rede particular de ensino. Para tal foi
realizada uma pesquisa-ação, sendo as atividades realizadas com cinco professoras
de uma escola regular, visando compreender o fenômeno da transformação do
ambiente escolar em um contexto que promova inclusão dessas crianças. Trabalhouse a produção de um material em cooperação com as professoras, o qual
possibilitasse uma ampliação e transformação de suas práticas, analisando a
participação efetiva das professoras e sua formação como propulsoras de novos
conhecimentos.
Chegando aos resultados abaixo:
Entre os resultados encontrados, obteve-se a ampliação do processo comunicativo
dos alunos nas situações de ensino e aprendizagem, num percurso em que foram
selecionados, implementados e adequados os recursos comunicativos. Como eixo
teórico desta pesquisa está a abordagem histórico-cultural de Vygotsky (1984, 1994,
1997, 1998 e 2000) e os conceitos decorrentes dessa teoria, em especial a Zona de
Desenvolvimento Proximal e o de mediação, assim como as idéias de Bakhtin
(1992), Luria (1987), Perrenoud (1997), Reily (2004), Pereira (2001), Almirall,
Soro-Camats e Bultó (2003), Leboyer (1995), entre outros.
Pedro da Silva Guimarães apresentou a dissertação de mestrado intitulado “Tecendo
sons e palavras”, na Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, no Programa de
Pós-Graduação em educação, área de conhecimento Música, em 2008, linha de pesquisa
“Abordagens Históricas, Estéticas e Educacionais do Processo de Criação, Transmissão e
Recepção da Linguagem Musical”. O autor apresentou o seguinte resumo:
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Nesta pesquisa levanta-se a hipótese de considerar a Educação Musical como
contributiva no processo de inclusão escolar, levando em conta o fato de a música
atingir o ser humano em sua subjetividade. Seguindo tal hipótese, apresenta-se o
problema de descobrir maneiras da utilização da Educação Musical em projetos
inclusivos. A pesquisa envolve a busca de subsídios na área da Educação Musical e
na Psicanálise, voltados para a inclusão social e escolar de crianças e jovens,
portadores de Distúrbios Graves na Infância, designação que inclui o autismo e a
psicose infantil. Nesse sentido, o objetivo geral deste trabalho é mostrar a
colaboração da Música no desenvolvimento destes jovens, mediante a exploração do
simbolismo da linguagem musical e o trabalho de expressão corporal. O texto está
estruturado em três partes: a primeira é relativa a características e etiologia do
distúrbio; a inclusão social e escolar de portadores deste distúrbio, por meio de
projetos educativos; e a discussão entre dois modelos sociais relacionados com
práticas voltadas para crianças e jovens com dificuldades especiais. A segunda parte,
trata principalmente da metodologia da pesquisa e seus fundamentos teóricos, que se
buscou em três áreas do conhecimento: Música, Educação e Psicanálise; a terceira e
última parte, explicita a prática intervencionista da pesquisa, que aconteceu por meio
de oficinas de música realizadas no Projeto Tecer, um espaço terapêutico que tem,
dentre outros objetivos, a inclusão social e escolar de crianças e jovens portadores
do distúrbio citado.
Andréa Regina Nunes Misquiatti autora da tese de doutorado “A interferência do
contexto ambiental no desempenho funcional da comunicação de crianças com Transtornos
do Espectro Autístico”, na Universidade de São Paulo – Lingüística, defendida em 2007,
tendo como área do conhecimento a Lingüística, linha de pesquisa os “Processos de aquisição
e aprendizagem de primeira e segunda línguas. Estudo dos modelos lingüísticos e sua
aplicação à aquisição de línguas maternas e estrangeiras. Estudo dos processos de aquisição
de línguas e dos distúrbios e patologias associados a esse processo”. Urdindo o subseqüente
texto:
Estudos voltados para as alterações da linguagem, em indivíduos com quadros
autísticos, têm demonstrado que a alteração central está no uso funcional da
linguagem. Dessa forma, as teorias pragmáticas parecem apresentar os melhores
subsídios para a identificação das alterações da linguagem, bem como possibilitam a
elaboração de propostas de intervenção, permitindo a compreensão mais
aprofundada dos aspectos alterados. Essa perspectiva prioriza os aspectos
lingüísticos e não lingüísticos, o contexto em que o interlocutor está inserido e o uso
funcional da linguagem, favorecendo a correlação entre linguagem e o
desenvolvimento cognitivo e social, ou seja, a competência comunicativa. A
determinação de contextos e estratégias terapêuticas mais eficientes para o
atendimento de crianças com transtornos do espectro autístico ainda representa uma
importante lacuna da literatura internacional. A presente pesquisa tem como objetivo
analisar e comparar a interferência do contexto ambiental, no desempenho funcional
da comunicação, em dois ambientes diferentes de terapia de linguagem: uma sala
comum de terapia e outra com ambientação específica, denominada "sala NIC", no
recorte do processo terapêutico fonoaudiológico. Participaram desta pesquisa 10
crianças e adolescentes com diagnóstico incluído nos Transtornos do Espectro
Autístico, 6 do sexo masculino e 4 do sexo feminino, com idades variando entre 4 a
13 anos de idade. Na coleta de dados, foi utilizada filmadora, para gravar as sessões
de terapia de linguagem individual, durante 30 minutos, e os protocolos de
pragmática e do desempenho sócio-cognitivo para análise dos dados. As sessões de
gravações foram realizadas num período de um mês de terapia de linguagem,
totalizando 8 momentos de gravações. Cada sujeito foi filmado quatro vezes, na sala
comum, e quatro vezes, na sala NIC, intercaladamente. Os resultados mostram que
não houve diferença estatisticamente significativa, quanto ao perfil funcional da
comunicação e os aspectos sócio-cognitivos, nos 10 sujeitos estudados tanto na sala
comum como na sala NIC. Contudo, é possível identificar um número maior de
correlações estatisticamente significativas, na sala NIC, quanto ao desempenho
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sóciocognitivo, sugerindo que o contexto ambiental dessa sala interfere
positivamente nesse aspecto. Os dados obtidos permitem constatar também
semelhanças e diferenças entre os sujeitos, confirmando a existência de grandes
variações individuais, característica dessa população.
Concluindo que:
o contexto ambiental não interfere significativamente no desempenho funcional da
comunicação de indivíduos do espectro autístico, ainda que se possa hipotetizar que
a diferença no desempenho estaria relacionada ao interlocutor e às variações
individuais. A partir da presente pesquisa, fica evidente a necessidade de novos
estudos, na área, a fim de que se possa estabelecer quais são as diferentes variáveis
que interferem ignificativamente, no contexto comunicativo de crianças com
Transtornos do Espectro Autístico.
A autora da tese “Alice na biblioteca mágica: uma leitura sobre o diagnóstico e a
escolarização de crianças com autismo e psicose infantil”, Carla Karnoppi Vasques, da
Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Programa de Pós-Graduação em Educação, área
de concentração educação Especial, linha de pesquisa Políticas de Formação, Políticas e
Gestão da Educação, defendeu em 2008. Realizou a seguinte pesquisa:
Na construção de processos inclusivos encontram-se obstáculos relativos aos
supostos limites e possibilidades de escolarização de crianças e adolescentes com
autismo e psicose infantil. Em conseqüência de sua estruturação psíquica singular,
estes sujeitos apresentam comportamentos estereotipados, falas descontextualizadas,
escritas e leituras presas na literalidade ou com sentido errante. Tais diferenças são,
constantemente, percebidas como impedimentos para a educação escolar,
justificando-se, assim, a ausência de escolarização ou o encaminhamento para
espaços reeducativos, com vistas à adaptação comportamental. Pretende-se
contribuir para a construção de um novo olhar sobre esses sujeitos e suas
possibilidades subjetivas e educacionais. Para tanto, optou-se por analisar o
conhecimento acadêmico-científico, dissertações e teses, produzido nos programas
de pós-graduação brasileiros, de 1978 a 2006. Foram identificadas 264 pesquisas.
Um primeiro gesto de leitura mapeou as diversas áreas envolvidas e a singularidade
do debate instituído. Pode-se dizer que a principal pergunta é pelo diagnóstico e a
etiologia, modo pelo qual se formaliza a questão sobre quem são esses sujeitos e de
onde derivam as múltiplas propostas terapêuticas e educacionais. Como lentes
teóricas têm-se as proposições da educação inclusiva em diálogo com a psicanálise
freudo-lacaniana e a hermenêutica filosófica. A presente tese narra a construção de
um percurso investigativo, do inventário enciclopédico à invenção de uma leitura.
Parte-se da premissa de que existe uma centralidade do diagnóstico na condução dos
percursos educacionais de crianças com autismo e psicose infantil. Freqüentemente,
o diagnóstico é identificado com o ato de desvelar e/ou decodificar. Defende-se que
a relação diagnóstico-escolarização implica a construção de uma leitura, a invenção
de possibilidades. Não sendo possível determinar a veracidade das diferentes teorias,
o processo de escolarização inclui um não-saber constitutivo. Como não há um
percurso pré-estabelecido, garantido e antecipado pelo diagnóstico, o professor e a
escola responsabilizam-se por suas escolhas, visando à experiência escolar de seu
aluno. Daí a base de sua conduta ser ética, em lugar de um método ou técnica. Do
impossível de saber ao contingencial do ser constroem-se as possibilidades de
escolarização.
Maria das Graças Carvalho Silva de Sá, autora da tese “Cartografando Processos
Inclusivos na Educação Infantil em Busca de Movimentos instituintes”, da Universidade
Federal do Espírito Santo, Programa de Pós-Graduação em Educação, área do conhecimento
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em “Educação Especial”, linha de pesquisa em “Diversidade e práticas educacionais
inclusivas”, defendeu em 2008, realizou a seguinte pesquisa:
Trata de um estudo qualitativo no intuito de conhecer acerca dos processos
educacionais que permeiam uma paisagem escolar infantil em relação aos
movimentos instituintes/instituídos como inclusivos que ali se forjam, em busca de
pistas que dêem visibilidades para se produzir coletivamente dispositivos que
favoreçam os processos inclusivos dos que ali habitam. O fio condutor desta
tessitura foi a busca pela inclusão de dois alunos ditos como autistas num Centro
Municipal de Educação Infantil em Vitória/ES. As ferramentas teóricoepistemologicas utilizadas fundamentam-se nas contribuições dos estudos
foucaultianos, psicanalíticos e nas considerações tecidas pelos estudos nos/dos/com
os cotidianos, com vistas a ver/ler/ouvir/sentir o mundo, tomando como referência o
debate tecido por Linhares acerca dos processos de escolarização, vendo, no diálogo
entre esses autores, uma interessante estratégia de pensar uma escola pública
comprometida com uma formação que tome o direito à diversidade humana como
uma premissa. Utiliza o método cartográfico, a partir de entrevistas semiestruturadas, de observações livres e participantes, de diário de bordo e de registros
fotográficos, objetivando contextualizar e analisar as relações que permearam a
paisagem investigada e seus possíveis engendramentos com os processos inclusivos
de ensino que ali se agenciavam. Outra intenção deste estudo foi compreender os
processos de subjetivação ali instituídos, tendo como premissa: o lugar ocupado pela
educação/educação inclusiva em suas respectivas concepções de mundo. Busca,
também, potencializar dispositivos pedagógicos inclusivos, considerando os
processos de subjetivação que ali se forjaram, bem como fomentar a formação
continuada em contexto, para pensar coletivamente possibilidades pedagógicas
inclusivas considerando os sujeitos envolvidos na/pela pesquisa. Argumenta sobre a
relevância que se apresenta na/para a constituição da subjetividade humana, em
especial para crianças ditas com autismo e/ou psicoses infantis, a escuta e o olhar no
sentido da presença e da aposta, de forma que os envolvidos no/com essas crianças
ofereçam-lhes movimentos que ecoem em suas representações inconscientes no
intuito de promover mudança da condição alienante de objeto para uma unidade
denominada sujeito, já que, ao final desta experiência, percebeu o quanto esses
movimentos disparados no/com/pela paisagem favoreceram um acreditar na
possibilidade de criação como um caminho para a ressignificação de práticas
hegemônicas e excludentes, na medida em que o contexto envolvido toma o trabalho
colaborativo como fio condutor.
6. Conclusões:
Legitima-se a presente exploração de dados e da literatura como fator determinante em
busca de antigas e atuais informações para que haja confronto sobre os temas pertinentes a
educação especial, que nos levam a pensar nas dificuldades enfrentadas pelas instituições
como um todo, em relação a constituição das condutas a serem tomadas neste processo
inclusivo. Infinitas são as dúvidas, pois há uma diversidade humana que vai além das culturas
ou concepções declaradas. Cada ser é único e diante disto é preciso reconhecer a importância
de criticar o que está pronto e acabado, ver novas possibilidades a cada momento, em cada
ação no interior dos processos pedagógicos.
Nesta etapa da pesquisa fizemos uma reflexão em relação aos processos pedagógicos
da escolarização de crianças com autismo e psicose, relatando a existência de pesquisas
stricto sensu no Brasil sobre o tema. Apresentamos algumas das teses e dissertações que
encontramos, buscando filtrar aquelas que contemplavam o tema, até chegarmos à área de
estudo “educação”, as quais estão relatadas acima.
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