AIDIP – MÓDULO IV OBJETIVOS DO MÓDULO Identificar quais os medicamentos de administração oral apropriados para a criança doente, bem como a sua dosagem; Administrar medicamentos por via oral (como antibióticos, analgésicos/antitérmicos, vitamina A, ferro e mebendazol) e ensinar à mãe como e quando dar tais medicamentos em casa; Tratar a infecção local (secreção purulenta no ouvido) e ensinar à mãe como e quando dar os medicamentos em casa; Verificar se a mãe compreendeu; Dar medicamentos que são administrados unicamente no serviço de saúde; Prevenir a hipoglicemia; Tratar a desidratação; Vacinar as crianças. SELECIONAR O MEDICAMENTO DE ADMINISTRAÇÃO ORAL APROPRIADO E IDENTIFICAR A DOSE E O PLANO DE TRATAMENTO DAR UM ANTIBIÓTICO DE ADMINISTRAÇÃO ORAL APROPRIADO Classificações que requerem um antibiótico: PNEUMONIA GRAVE OU DOENÇA MUITO GRAVE PNEUMONIA DESIDRATAÇÃO GRAVE COM CÓLERA NA REGIÃO DISENTERIA COM COMPROMETIMENTO DO ESTADO GERAL MASTOIDITE INFECÇÃO AGUDA DO OUVIDO DAR UM ANTIBIÓTICO ORAL APROPRIADO PARA PNEUMONIA, INFECÇÃO AGUDA DO OUVIDO, PNEUMONIA GRAVE OU DOENÇA MUITO GRAVE**, DOENÇA FEBRIL MUITO GRAVE** OU MASTOIDITE**: ANTIBIÓTICO DE PRIMEIRA ESCOLHA: AMOXICILINA ANTIBIÓTICO DE SEGUNDA ESCOLHA: ERITROMICINA OU TRIMETOPRIM + SULFAMETOXAZOL * Para infecção do ouvido e mastoidite usar 10 dias ** No caso de não ser possível administrar tratamento por via intramuscular Trimetoprim + Sulfametoxazol 40mg/Kg/dia de sulfametoxazol Dar de 12/12 horas durante 7 dias* Amoxicilina 50mg/Kg/dia Dar de 8/8horas durante 7 dias* Eritromicina* 40mg/Kg/dia 6/6horas – 7 dias IDADE OU PESO Comprimido 80mg T + 400mg S Suspensão 40mg T + 200mg S por 5,0ml Comprimido 250mg Suspensão 250mg/5,0ml Suspensão 250mg/5,0ml 2 a 11 meses (4 - <10Kg) 1/2 5,0ml 1/2 2,5ml 2,5ml 1 a 4 anos (10-19Kg) 1 7,5ml 1 5,0ml 5,0ml DAR UM ANTIBIÓTICO ORAL APROPRIADO PARA DISENTERIA: Dar um antibiótico recomendado na sua região para Shigella durante 5 dias. ANTIBIÓTICO DE PRIMEIRA LINHA CONTRA SHIGELLA: ÁCIDO NALIDIXÍLICO ANTIBIÓTICO DE SEGUNDA LINHA CONTRA SHIGELLA: TRIMETOPRIM + SULFAMETOXAZOL Trimetoprim + Sulfametoxazol Dar de 12/12 horas durante 5 dias* Ácido Nalidixílico 40mg/Kg/dia Dar de 6/6 horas durante 5 dias IDADE OU PESO Comprimido 250mg Suspensão 250mg por 5,0ml 2 a 4 meses (4 - <6 Kg) 1/4 1,25ml 1/2 2,5 ml 1 5,0ml 5 a 11 meses (6 - <10Kg) 1 a 4 anos ( 10 – 19Kg) VER DOSES NO QUADRO ANTERIOR DAR UM ANTIBIÓTICO ORAL APROPRIADO PARA CÓLERA: Dar um antibiótico recomendado em sua região contra o Cólera, durante 3 dias. ANTIBIÓTICO DE PRIMEIRA LINHA CONTRA O CÓLERA: TRIMETOPRIM + SULFAMETOXAZOL ANTIBIÓTICO DE SEGUNDA LINHA CONTRA O CÓLERA: ERITROMICINA OU FURAZOLIDONA Trimetoprim + Sulfametaxazol 40mg/Kg/dia de sulfametaxazol Dar de 12/12 horas durante 3 dias IDADE OU PESO 2 a 4 anos (12-19Kg) VER DOSES EM QUADROS ANTERIORES Eritromicina 40mg/Kg/dia 6/6horas – durante 3 dias Furazolidona 7mg/Kg/dia Dar de 6/6 horas durante 3 dias Suspensão 250mg por 5,0ml Cápsula 100mg 5,0 ml 1/4 OBSERVAÇÕES EM RELAÇÃO AOS ANTIBIÓTICOS A SEREM USADOS Administre o antibiótico de “primeira linha”, se estiver disponível. Ele foi escolhido porque é eficaz, fácil de administrar e barato. O antibiótico de “segunda linha” deve ser dado unicamente se não se dispõe do antibiótico de primeira linha ou se a doença da criança não responde ao antibiótico de primeira linha. DAR ANALGÉSICO/ANTITÉRMICO CONTRA A FEBRE ALTA (>38,5C) OU DOR DE OUVIDO Dar paracetamol ou dipirona de 6 em 6 horas até passar a febre alta ou dor de ouvido. PARACETAMOL OU DIPIRONA 10mg/kg/dose IDADE OU PESO Paracetamol gotas 200mg/ml 1 gota /Kg/dose Dipirona gotas 500mg/ml 1 gota/2Kg/dose 2 a 11 meses (6-9Kg) 6a9 3a5 1 a 2 anos (10-14Kg) 10 a 14 5a7 3 a 4 anos (15-19Kg) 15 a 19 8 a 10 Banhos mornos ou compressas úmidas em áreas extensas do corpo ajudam a diminuir a temperatura. DAR VITAMINA A A vitamina A é administrada à criança com desnutrição grave, se a criança não recebeu vit. A nos últimos 30 dias. A vitamina A ajuda a combater as infecções oculares e na reparação das camadas das células que cobrem os pulmões, o intestino, a boca e a garganta. Também pode ajudar o sistema imunológico a prevenir outras infecções. A opacificação da córnea, um sinal de carência de vitamina A, pode avançar e causar cegueira. Dar vitamina A Dose única a ser administrada nos serviços de saúde VITAMINA A SOLUÇÃO ORAL DRÁGEA/CÁPSULA IDADE 50.000UI/ampola 50.000 UI/100.00UI E 200.000UI 6 meses a 11 meses 2 2/1 1 a 5 anos 4 4/1 Se a criança apresentar além de desnutrição grave, qualquer sinal de xeroftalmia, deverá receber uma segunda dose 24 horas após a primeira, e uma terceira dose 4 semanas após a segunda. Existem apresentações de 50.000UI, 100.000UI e 200.000UI Manifestações da xeroftalmia: xerose conjuntival (ressecamento da conjuntiva), presença de mancha de Biot com xerose conjuntival, cegueira noturna, cicatrizes corneais, etc. DAR FERRO Uma criança com palidez palmar pode ter anemia e precisar de ferro durante um período prolongado de 3 meses. Dar ferro Dar uma dose por dia, durante 14 dias, no intervalo das refeições, acompanhado de suco de frutas cítricas se houver disponibilidade. Informar a mãe que as fezes irão ficar escuras. IDADE OU PESO SULFATO FERROSO 1ml = 25 mg de ferro elementar 2 a 3 meses (4-<6Kg) 2mg/Kg/dia ou 10 gotas ou 0,5ml/dia 4 a 11 meses( 6 - <10kg) 2mg/Kg/dia ou 20 gotas ou 1ml/dia 1 a 2 anos (10-<14kg) 3mg/kg/dia ou 30 gotas ou 1,5ml/dia 3 a 4 anos (14-19Kg) 3mg/kg/dia ou 40 gotas ou 2,0ml/dia Dê solução para crianças menores de 12 meses. Crianças maiores podem usar ferro em comprimido Oriente a mãe sobre alimentos ricos em ferro. DAR MEBENDAZOL Caso as parasitoses intestinais por ancilóstomos ou tricocéfalos sejam um problema em sua região, uma criança anêmica de um ano de idade ou mais precisa de mebendazol. Este tipo de infestação contribui para a anemia por perda de ferro através do sangramento intestinal. Dar mebendazol: Dar 100mg ou 5 ml de mebendazol 2 vezes ao dia durante 3 dias se: Ancilóstomos ou tricocéfalos forem um problema entre as crianças de sua região; A criança tiver um ano de idade ou mais; e A criança não tiver recebido nenhuma dose nos últimos 6 meses. Uma alternativa eficaz é: Dar 500mg de mebendazol no serviço de saúde como dose única. O mebendazol está disponível em comprimidos de 100mg e suspensão oral de 20mg/ml. Explicar a mãe como dar o medicamento 2 vezes ao dia durante 3 dias, fora das refeições. USAR TÉCNICAS PARA COMUNICAR-SE BEM Para dar seguimento ao tratamento em casa é fundamental que a mãe compreenda bem todas as orientações passadas pelos profissionais de saúde. Técnicas importantes: Faça-lhes perguntas para averiguar o que a mãe está fazendo para tratar a criança em casa; Elogie a mãe pelo que tem feito bem; Recomende-lhe como tratar a criança em casa; Verifique se a mãe compreendeu. 1. DAR RECOMENDAÇÕES SOBRE COMO TRATAR A CRIANÇA EM CASA: Passos básicos: 1. Proporcione informação; 2. Demonstre um exemplo; 3. Deixe-a praticar. USAR TÉCNICAS PARA COMUNICAR-SE BEM Exemplo: INFORMAR: explique à mãe como deve realizar a tarefa. P.ex: preparar SRO ou aliviar a tosse. MOSTRAR UM EXEMPLO: demonstre como a mãe deve executar a tarefa. Mostre-lhe: um envelope de SRO e como misturar o SRO com o volume de água correto ou um remédio inócuo para suavizar a tosse, que ela possa preparar em casa. DEIXE-A PRATICAR: peça à mãe que pratique a tarefa enquanto você a observa. Deixe que ela: misture o SRO ou descreva como preparar um remédio inócuo para suavizar a tosse. QUANDO ENSINAR À MÃE: Use palavras que ela consiga compreender; Use materiais auxiliares com os quais ela esteja familiarizada, p.ex. Recipiente para misturar o SRO; Quando ela estiver praticando, faça comentários sobre como ela está se desempenhando. Elogie o que fizer bem feito e corrija os erros; Incentive a mãe a fazer perguntas. Responda-as. USAR TÉCNICAS PARA COMUNICAR-SE BEM 2. VERIFICAR SE A MÃE COMPREENDEU Utilize palavras de verificação em que a mãe tenha de responder mais do que apenas “sim”ou “não”. Boas perguntas de verificação: porque, o quê, como, quanto e quando dará o tratamento. Explique a importância de usar remédios inócuos em lugar de medicamentos convencionais. Inclua os membros da família quando trabalhar estas explicações. ENSINAR À MÃE COMO DAR MEDICAMENTO POR VIA ORAL EM CASA Justificar à mãe porque dar o medicamento à criança. Demonstrar como dar as doses. Observar a mãe enquanto ela mesma pratica como medir uma dose. Pedir à mãe que dê a primeira dose ao seu filho. OBS: Explique que se a criança estiver vomitando, deve dar o medicamento mesmo que ela o vomite. Diga à mãe que observe a criança durante 30 minutos. Caso ela vomite neste tempo, deve-se repetir a dose. Caso a criança esteja desidratada e vomitando, espere até que a criança se reidrate, antes de dar-lhe a dose outra vez. Explicar em detalhes como dar o medicamento; a seguir, etiquete-o e empacote-o. Caso necessário: ensine-a como partir um comprimido, como medir o xarope em casa, utilize o copo/medida ou seringa. Escreva as instruções claramente de maneira que uma pessoa “analfabeta” seja capaz de compreendê-la. Explicar que todos os comprimidos ou xaropes devem ser usados até o tratamento terminar, ainda que a criança melhore. Verificar se a mãe compreendeu as explicações antes de deixar o serviço de saúde. ENSINAR A MÃE A UTILIZAR TRATAMENTO SINTOMÁTICO Explicar à mãe ou ao acompanhante qual é o tipo de tratamento e por que deve ser dado. Descrever as etapas do tratamento. Observar como a mãe administra o primeiro tratamento no serviço de saúde. Informá-la sobre quantas vezes deve administrar o tratamento em casa. Antes da mãe deixar o serviço, assegurar-se de que tenha compreendido todos os procedimentos anteriores. 1. SECAR O OUVIDO COM UMA MECHA Secar o ouvido ao menos 3 vezes por dia; Torcer um pano absorvente, ou lenço de papel macio e resistente formando uma mecha; Colocar a mecha no ouvido da criança; Retirar a mecha quando esta estiver molhada; Substitua a mecha por outra limpa e repita esses mesmos passos até que o ouvido esteja seco. ENSINAR A MÃE A UTILIZAR TRATAMENTO SINTOMÁTICO 2. ACALMAR A TOSSE COM UM REMÉDIO INÓCUO Remédios inócuos a recomendar: Leite materno para menores de 6 meses de idade em regime de aleitamento exclusivo Mel de abelha ou outros remédios culturalmente aceitos Remédios nocivos a desencorajar: Antinflamatórios, sedativos da tosse, expectorantes, descongestionantes nasais ou orais e antigripais. OBS: Nunca use remédios que contenham ingredientes nocivos, tais como atropina, codeína ou derivados da codeína ou álcool. Estes ingredientes podem sedar à criança. Podem interferir na alimentação. Também podem interferir na capacidade da criança de expectorar as secreções pulmonares ao tossir. Tampouco deve-se usar descongestionantes nasais. DAR PRIORIDADE AS RECOMENDAÇÕES Quando a criança tem apenas um problema a tratar, dê a mãe todas as instruções pertinentes ao tratamento. Quando as crianças apresentam vários problemas, as instruções podem ser bastante complicadas. Defina: Quanta informação esta mãe poderá compreender e recordar? É provável que volte para a consulta de retorno? Caso afirmativo, alguns conselhos podem esperar Que recomendação é mais importante para que a criança melhore? ADMINISTRAR TRATAMENTO EXCLUSIVAMENTE NO SERVIÇO DE SAÚDE ADMINISTRAR UM ANTIBIÓTICO POR VIA INTRAMUSCULAR PARA ÀQUELAS CRIANÇAS QUE SERÃO REFERIDAS: Dar a primeira dose de cloranfenicol e referir urgentemente ao hospital (caso não seja possível dar por via oral) SE NÃO FOR POSSÍVEL REFERIR: Repetir a injeção de cloranfenicol de 6/6 horas, ou Penicilina G procaína uma vez por dia, até 10Kg, durante 7 dias; depois de 10Kg deve ser de 12/12 horas. Passar depois para um antibiótico oral apropriado a fim de completar o tratamento ADMINISTRAR TRATAMENTO EXCLUSIVAMENTE NO SERVIÇO DE SAÚDE ADMINISTRAR UM ANTIBIÓTICO POR VIA INTRAMUSCULAR IDADE OU PESO CLORAFENICOL Dose: 25mg por Kg/dose de 6/6 h – 180mg/ml 2 a 3 meses (4 - < 6Kg) 0,7ml = 125mg 4 a 8 meses (6 - <8Kg) 1,0ml = 180mg 9 a 11 meses (8 - < 10Kg) 1,3ml = 225mg 1 a 2 anos (10 -<14Kg) 1,7ml= 300mg 3 a 4 anos (14 - <19Kg) 2,4ml = 425mg PENICILINA G PROCAÍNA 100 000 Ul/ml Uma vez ao dia por 7 dias, até 10Kg; a partir daí de 12/12 h 50.000 Ul/Kg/dia 800.000 Ul/dia Clorafenicol = vem em forma de pó, em ampolas de 1g. Adicione 5,0ml de ABD à ampola de 1000mg de clorafenicol. Obterá assim uma concentração de 5,6ml de clorafenicol a 180mg/ml. ADMINISTRAR TRATAMENTO EXCLUSIVAMENTE NO SERVIÇO DE SAÚDE TRATAR A CRIANÇA PARA PREVENIR A HIPOGLICEMIA - Se a criança consegue mamar no peito: Pedir à mãe que amamente a criança no peito. - Se a criança não consegue beber ou mamar no peito, mas consegue engolir: Dar leite materno extraído ou na impossibilidade, outro leite. Se não houver nenhum destes disponíveis, dar água açucarada. Dar 30-50ml de leite ou água açucarada antes da criança partir. Preparo de água açucarada: dissolver 4 colheres de chá rasas de açucar (20 gramas) em uma xícara com 200ml de água potável. - Se a criança não consegue engolir: Dar 50ml de leite ou água açucarada através de conta-gotas ou sonda nasogástrica. DAR LÍQUIDOS ADICIONAIS PARA A DIARREIA E CONTINUAR A ALIMENTAÇÃO PLANOS DE TRATAMENTO PARA A DESIDRATAÇÃO: PLANO A – TRATAR A DIARREIA EM CASA PLANO B – TRATAR A DESIDRATAÇÃO COM SRO PLANO C – TRATAR RAPIDAMENTE A DESIDRATAÇÃO GRAVE DAR LÍQUIDOS ADICIONAIS PARA A DIARRÉIA E CONTINUAR A ALIMENTAÇÃO PLANO A: TRATAR A DIARREIA EM CASA (sem desidratação) Regras básicas do tratamento domiciliar: 1. Dar líquidos adicionais (tanto quanto a criança aceitar) • Recomendar: Amamentar com frequência e por tempo mais longo; • Se faz aleitamento exclusivo (AE), pode ser oferecido SRO; • Se não estiver em AE, dar um ou mais dos seguintes preparos: Solução SRO, líquidos caseiros (tais como caldos, água de arroz, soro caseiro) ou água potável; • Ensinar a mãe a preparar a mistura e dar um pacote de SRO; • Mostrar a mãe a quantidade de líquidos adicionais a dar em casa além dos líquidos dados habitualmente: - Até 1 ano: 50 a 100ml depois de cada evacuação aquosa; - 1 ano ou mais: 100 a 200ml depois de cada evacuação aquosa. 2. Continuar a alimentar 3. Quando retornar DAR LÍQUIDOS ADICIONAIS PARA A DIARRÉIA E CONTINUAR A ALIMENTAÇÃO PLANO B: TRATAR DESIDRATAÇÃO COM SRO (com desidratação) • Crianças com desidratação devem permanecer no serviço de saúde por 4 horas. • Quantidade a ser administrada durante as primeiras 4 horas: IDADE Até 4 meses 4 – 11 meses 12m – 2 anos 2 – 5 anos PESO < 6Kg 6 - < 10Kg 10 - <12Kg 12 – 19 Kg SRO (ml) 200-400 400-700 700 – 900 900 – 1400 • Demonstrar para a mãe como administrar a solução de SRO • Após 4 horas: - Reavaliar a criança e classificá-la quanto a desidratação; selecionar o plano apropriado para continuar o tratamento; se possível começar a alimentar a criança no serviço. 1. DAR LÍQUIDOS ADICIONAIS 2. CONTINUAR A ALIMENTAR 3. QUANDO RETORNAR DAR LÍQUIDOS ADICIONAIS PARA A DIARRÉIA E CONTINUAR A ALIMENTAÇÃO PLANO C: TRATAR RAPIDAMENTE A DESIDRATAÇÃO GRAVE Pode aplicar imediatamente líquidos por via intravenosa (IV) SIM Se após 2h, ainda tiver sinais de desidratação – administrar mais 25 a 50ml/kg nas próximas 2h. N Ã Reavaliar a criança a cada 30’. Se não houver melhora, aumentar a velocidade do gotejamento IV O Tb dar SRO (cerca de 5ml/Kg/hora) tão logo a criança consiga beber: geralmente de 3-4 horas (menor de 2 meses) ou 1-2 horas (com + de 2 meses) Pode aplicar trat. por via IV nas proximidades Reavaliar após 3 horas. Classificar a desidratação. Escolher um plano para continuar o tratamento. SIM N Ã O Administrar líquidos IV. Se consegue beber, dar SRO. Dar 100ml/Kg de solução em partes iguais de SG a 5% e SF para infusão em 2 horas; Referir URGENTEMENTE ao hospital para tratamento IV. Se a criança consegue beber, entregar a mãe SRO e administrar goles frequentes durante o trajeto. DAR LÍQUIDOS ADICIONAIS PARA A DIARRÉIA E CONTINUAR A ALIMENTAÇÃO Iniciar a reidratação com SRO, por sonda ou pela boca: dar 30ml/Kg/dose Recebeu treinamento para usar Sonda nasogástrica para reidratação NÃO A criança consegue beber? Reavaliar a criança a cada 1-2 horas: SIM -Se houver vômitos repetidos ou aumento da distensão abdominal, dar o líquido mais lentamente; Se, depois de 3 horas, a hidratação não estiver melhorando, encaminhar a criança para terapia IV Reavaliar a criança 6 horas depois. Classificar a desidratação. Escolher novo plano de tratamento. NÃO Referir URGENTEMENTE ao hospital para tratamento IV ou OG MÓDULO V Aconselhar a mãe e Acompanhante OBJETIVOS DO MÓDULO Avaliar a alimentação da criança; Identificar os problemas de alimentação; Orientar a mãe ou acompanhante a respeito de problemas de alimentação; Recomendar à mãe ou ao acompanhante que aumente a quantidade de líquido durante a doença; Orientar a mãe ou acompanhante: Quando voltar para consulta de retorno; Quando voltar imediatamente para que a criança possa receber outros cuidados; Quando voltar para imunizações; Trazer sempre o cartão da criança toda vez que vier ao serviço. RECOMENDAÇÕES A RESPEITO DA ALIMENTAÇÃO Recomendações importantes tanto para crianças sadias quanto para crianças doentes. Depois da fase aguda da doença, a boa alimentação ajuda a recuperar o peso perdido e a prevenir a desnutrição. Quando a criança está bem, uma boa alimentação ajuda a prevenir futuras doenças. As visitas ao profissional de saúde quando a criança está doente oferecem uma boa oportunidade para se dar recomendações à mãe a respeito da alimentação da criança doente e sadia. 1. Recomendações para crianças até 6 meses de idade Amamentar ao peito tantas vezes quanto a criança quiser, de dia e de noite, pelo menos 8 vezes em cada 24 horas; Não dar nenhuma outra comida ou líquidos. Vantagens do aleitamento materno: Os nutrientes são absorvidos mais facilmente através do leite materno; O leite materno fornece toda a água que a criança necessita, mesmo em um clima quente e seco; O leite materno protege a criança contra infecções; A amamentação ajuda a mãe e a criança a estabelecer uma relação estreita e carinhosa; A amamentação protege a saúde da mãe. OBS: Limpar a boca da criança com a ponta de uma fralda umedecida em água, uma vez ao dia, preferencialmente à noite. 2. Recomendações para crianças de 6 a 7 meses de idade “Continuar dando o peito”; Acrescentar: alimentos complementares, papa de frutas, purê de cereais, leguminosas, verduras e gema de ovo, carne e vísceras; Dar esses alimentos iniciando 1 a 2 vezes por dia até completar 3 vezes; Ou 5 vezes ao dia se não estiver mamando; Observar cuidados de higiene no preparo e oferta dos alimentos; Observar a qualidade dos alimentos; Oferecer água à criança nos intervalos das refeições; Realizar os cuidados de higiene oral. 2. Recomendações para crianças de 6 a 7 meses de idade Evitar oferecer alimentos diluídos: sopas líquidas, mingaus ralos, etc. Iniciar com frutas maduras, da estação, amassadas, ou purê de legumes na quantidade de cerca de 2 colheres de sopa e aumentar gradativamente para cerca de 4-6 colheres de sopa. A alimentação da criança deve ser preparada sempre com temperos leves e pouco sal. Entre as refeições deve ser oferecida uma fruta amassada, cortada ou sob forma de sucos. 3. Recomendações para as crianças de 8 a 11 meses “Continuar dando o peito”; Dar a mesma comida servida à família, porém com consistência pastosa; Garantir que receba: cereais, leguminosas, carnes, ovos, frango, peixe, vísceras, frutas e verduras; - 3 vezes ao dia, se estiver sendo alimentada ao peito. - 5 vezes ao dia, se não estiver sendo alimentada ao peito. - 6 colheres de sopa em cada refeição. Avaliar a satisfação: se a criança deixa comida no prato e se está ganhando peso. Atentar para a higiene oral (dentes). OBS: Apesar da criança nesta idade apresentar dentição, os alimentos devem ser amassados, desfiados e triturados, pois a criança leva muito tempo, nesta idade, para consumir alimentos sólidos na quantidade necessária. 4. Recomendações para crianças de 1 ano de idade Dar cinco refeições ao dia, sendo três refeições da mesma comida servida à família e dois lanches nutritivos entre as refeições, tais como: frutas da estação, tubérculos cozidos, pães, leite ou derivados. 8 colheres de sopa por refeição. Garantir que receba: leguminosas, cereais, carnes, ovos, frango, peixe, vísceras, frutas e verduras. “Continuar dando o peito”. Atentar para a higiene oral. 5. Recomendações para crianças de 2 anos de idade ou mais Dar 5 refeições ao dia, sendo 3 refeições da mesma comida servida à família e 2 lanches de alimentos nutritivos entre as refeições, tais como: frutas da estação, tubérculos cozidos, biscoitos, pães, leite ou derivados. OBS 1: Nesta idade a mãe deve respeitar a manifestação de independência da criança: a criança pode aceitar ou não um determinado alimento num dia e ter uma reação diferente em outro dia. Aproveitar a curiosidade natural da idade para introduzir um maior número de alimentos em diferentes preparações. OBS 2: Com a erupção dos dentes posteriores (molares), a higiene oral deve passar a ser com a escova infantil. 6. Recomendações especiais para as crianças com diarréia persistente • Crianças amamentadas ao peito, amamentar com mais frequência e por tempo mais longo, de dia e à noite. • Para crianças tomando outro tipo de leite: - Em aleitamento misto, substituir por mais amamentação ao peito OU - Nas menores de 4 meses de idade, em aleitamento misto ou totalmente desmamada, reduzir o volume do leite oferecido em cada refeição para a metade e misturar, em partes iguais, com mucilagem de arroz OU - Nas maiores de 4 meses, ainda amamentadas, recomendar dar o leite materno com maior frequência e substituir, gradativamente, o leite artificial por outros alimentos OU - Nas maiores de 4 meses, em aleitamento misto ou sem aleitamento materno, substituir metade das refeições lácteas por alimentos semi-sólidos ricos em nutrientes OU - Substituir o leite por produtos com baixo teor de lactose, como a coalhada, iorgute e produtos de soja. • Para outros alimentos, seguir as recomendações de alimentos para a idade da criança, aumentando a frequência de refeições em pelo menos 6 vezes ao dia. AVALIAR A ALIMENTAÇÃO DA CRIANÇA Fazer perguntas sobre qual é a alimentação habitual da criança e, em particular, qual a alimentação durante esta doença: Você amamenta sua criança no peito? - Quantas vezes durante o dia? - Também amamenta à noite? A criança ingere algum outro alimento ou consome outro líquido? - Quais? Que quantidades? Como prepara? - Quantas vezes por dia? Como alimenta a criança? - O que usa para alimentar? - Qual o tamanho das porções? - Quem dá de comer e como? Durante esta doença houve mudança na alimentação da criança? - Se houve, qual? IDENTIFICAR OS PROBLEMAS DE ALIMENTAÇÃO Dificuldades para o aleitamento; Uso de mamadeira e alimentação diluída; Ausência de alimentação ativa; Falta de apetite durante a doença; Dietas monótonas. Se a criança não estiver se alimentando bem durante a doença, recomendar a mãe : Amamentar ao peito com maior frequência; Usar comidas preferidas e de consistências pastosas, variadas e apetitosas para encorajar a criança a comer tanto quanto possível e oferecer pequenas porções com maior frequência, evitando monotonia de sabor e textura; Limpar o nariz obstruído se estiver atrapalhando a alimentação; Contar que o apetite há de melhorar à medida que a criança se recupera; No caso de naúseas, oferecer alimentos ácidos como coalhada ou iorgute; Adaptar a consistência para a capacidade de deglutição da criança. Recomendar à mãe ou ao acompanhante que aumente a quantidade de líquidos durante a doença PARA QUALQUER CRIANÇA DOENTE Amamentar ao peito com maior frequência e sempre por períodos mais longos, de dia e à noite. Aumentar a quantidade de líquidos. Por exemplo: dar sopas, água de arroz, bebidas à base de iorgute ou água potável. PARA A CRIANÇA COM DIARREIA Dar líquidos conforme recomendado segundo o Plano A e Plano B. ENSINAR À MÃE A OFERECER ALIMENTOS RICOS EM FERRO E VITAMINA A Além de fazer uso do sulfato ferroso, deve-se orientar para uma dieta com alimentos ricos em ferro. Devem ser oferecidos: alimentos de origem animal (carne, vísceras, ovos, etc), alimentos de origem vegetal (folhosos verdes e as leguminosas). USAR BOAS TÉCNICAS DE COMUNICAÇÃO Peguntar e escutar; Elogiar; Recomendar; Verificar se a mãe entendeu. ou acompanhante RECOMENDAR À MÃE OU ACOMPANHANTE SOBRE QUANDO DEVE RETORNAR AO SERVIÇO DE SAÚDE Para uma consulta de retorno. Imediatamente, caso apareçam sinais de que a doença piorou. Para a próxima imunização da criança e acompanhamento do crescimento e desenvolvimento. FIM! [email protected]