UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAIBA CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS DEPARTAMENTO DE ECONOMIA CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM GESTÃO PÚBLICA MUNICIPAL MODALIDADE A DISTÂNCIA TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO AVALIANDO A POLÍTICA DE ASSISTÊNCIA SOCIAL NO MUNICÍPIO DE SOLÂNEA-PB Janice Valéria do Nascimento Gomes Pós-graduando lato sensu em Gestão Pública Municipal - UFPB Herbert de Oliveira Rego Professor do Departamento de Economia - UFPB RESUMO O presente trabalho é fruto de uma pesquisa relacionada à política pública de assistência social, constituindo-se em uma avaliação dessa política em nível municipal. É relevante pois permite uma reflexão sobre as mudanças significativas observadas no âmbito dessa política após a aprovação da Política Nacional de Assistência Social (PNAS) no ano de 2004, cuja finalidade é a construção coletiva de um redesenho da assistência social brasileira, na perspectiva de implementação do Sistema Único de Assistência Social (SUAS), configurando-se, sobretudo, em uma política de proteção social no contexto brasileiro. Assim, o objetivo central deste artigo é avaliar as mudanças e avanços da política de assistência social no município de Solânea-PB, identificando quais são os programas e serviços de assistência social existentes no município, e como esses estão sendo efetivados; fazendo uma análise sobre o que os profissionais entrevistados (assistentes sociais, gestores e outros profissionais que atuam no âmbito dos serviços e programas de assistência social do município de Solânea) percebem sobre os avanços da política de assistência social em nível local. Além disto, o trabalho também propõe a verificar o nível de conhecimento que os usuários tem sobre os programas e serviços de assistência social e com que freqüência a população acessa estes programas e serviços existentes no município avaliado. Palavras-chave: Avaliação, Política Pública, Assistência Social. 1 INTRODUÇÃO Este artigo é fruto de uma pesquisa que se realizou mediante a necessidade de avaliar qual é o olhar dos profissionais (técnicos de assistência social e demais trabalhadores do Sistema Único de Assistência Social) para a Política Nacional de Assistência Social (PNAS, 2004), e o que de fato mudou com esta política em nível municipal, se realmente houve mudanças significativas no âmbito da assistência social, como estas mudanças são percebidas 2 pelos trabalhadores do SUAS, qual o nível de conhecimento dos profissionais e usuários acerca dos programas sociais existentes, como os serviços e ações são divulgados, e ainda, com que freqüência os usuários acessam os programas e serviços de assistência social locais. Assim, no intuito de fazer uma reflexão sobre a política de assistência social, dentro deste contexto, o presente artigo foi elaborado observando-se o seguinte problema: foi notória a expansão dos programas, serviços e ações de assistência social no município de Solânea-PB, após a aprovação da Política Nacional de Assistência Social (PNAS), em 2004? Portanto, este trabalho compreende: um levantamento histórico da construção da nossa política de assistência social; a identificação dos serviços e programas de assistência social que estão sendo executados no município de Solânea; a observação sobre o olhar dos profissionais entrevistados durante o momento da pesquisa (assistentes sociais, gestores e outros profissionais que atuam no âmbito dos serviços e programas de assistência social do município de Solânea), considerando o que estes captam sobre os avanços da política de assistência social no âmbito municipal. O objetivo geral da pesquisa consiste em avaliar os avanços da política de assistência social no município de Solânea-PB, como os programas, serviços e ações de assistência social estão sendo realizados, fazendo uma comparação da assistência social antes e após 2004, ano em que foi aprovada a Política Nacional de Assistência Social (PNAS), consolidando um novo modelo para essa política. Quanto aos objetivos específicos, podemos elencar os seguintes: 1) identificar os serviços e programas de assistência social executados no município de Solânea; 2) analisar o que os profissionais entrevistados (assistentes sociais, gestores e outros profissionais que atuam no âmbito dos serviços e programas de assistência social do município de Solânea) observam sobre os avanços da Política de Assistência Social em âmbito municipal; 3) verificar o que (de fato) mudou com esta política em nível municipal, considerando, sobretudo, a atuação dos profissionais, a execução da política, o atendimento das demandas apresentadas, e o tipo de demanda hoje apresentada; e 4) verificar se a população conhece e acessa com freqüência os serviços e programas de assistência social no município de Solânea. O presente trabalho está estruturado da seguinte maneira: na introdução destacamos o problema e objetivos da pesquisa. A fundamentação teórica subdivide-se em duas partes: no 3 primeiro momento, propomos um levantamento histórico da assistência social brasileira, e no segundo, elucidamos sobre a operacionalização da Política Nacional de Assistência Social (PNAS, 2004) no contexto do Sistema Único de Assistência Social (SUAS). Após a fundamentação teórica, apresentamos os procedimentos metodológicos utilizados na pesquisa e a análise dos resultados, esta, dividida em dois tópicos: o primeiro que caracteriza os sujeitos da pesquisa, e o segundo, que se constitui em um diagnóstico acerca dos programas e serviços de assistência social no município de Solânea-PB. Por fim, as conclusões, onde são apresentados alguns problemas existentes no município em estudo e possíveis soluções. 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 2.1 Contexto histórico da assistência social brasileira A Constituição Federal de 1988 em seu Art. 194 prevê a seguridade social como “um conjunto integrado de ações de iniciativa dos Poderes Públicos e da sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência e à assistência”. A seguridade parte do pressuposto de que a cidadania envolve um mínimo de bem-estar, tanto do ponto de vista econômico quanto da segurança, além da concretização dos direitos políticos, civis e sociais, demandas naturais do ser humano. Sobre o Tripé da Seguridade Social é importante ressaltar que: 1. A saúde é direito universal de todos e dever do Estado, sendo necessário assegurar aos cidadãos a sua manutenção física e mental através de políticas nesse âmbito; 2. A previdência social deve proteger a todos os cidadãos quando da perda, temporária ou permanente, de sua capacidade laborativa; 3. A assistência social (também dever do Estado, em cada esfera de governo), por sua vez, deve comprometer-se com a promoção da cidadania, criando oportunidades de autosustento e amparo (inclusive financeiro) àqueles que não têm como manter sua própria existência. Em se tratando da Assistência Social, a partir da Constituição de 1988, esta passou a integrar o Sistema de Seguridade Social como política pública não-contributiva, pautando-se na universalidade da cobertura e do atendimento, ao lado da saúde e da previdência. 4 A inserção da assistência social na Seguridade apontou o seu cariz de política de proteção social articulada a outras políticas voltadas à garantia de direitos e de condições dignas de vida. Desse modo, a assistência social configura-se como possibilidade de reconhecimento público da legitimidade das demandas de seus usuários e espaço de ampliação de seu protagonismo. Configurando-se uma nova situação no Brasil, a assistência social é hoje “dever do Estado e um direito de quem dela necessitar, independente de contribuição à Seguridade Social” (Constituição Federal, Art. 203). Em 1993, foi aprovada a Lei Orgânica da Assistência Social (LOAS, Lei Federal n° 8.742/93) que regulamentou a assistência social de acordo com os princípios fixados pela Constituição Federal, numa estrutura descentralizada e democrática para a implementação da Política Nacional de Assistência Social. Ressalte-se que a referida Lei foi alterada pela Lei n° 12.435/2011, que dispõe sobre a organização da assistência social e dá outras providências. Inegavelmente, a LOAS não apenas introduz novo significado para a Assistência Social, diferenciando-se do assistencialismo e situando-a como política de Seguridade voltada à extensão da cidadania social dos setores mais vulnerabilizados da população brasileira, mas também aponta a centralidade do Estado na universalização e garantia de direitos e de acesso a serviços sociais qualificados, ao mesmo tempo em que propõe o sistema descentralizado e participativo na gestão da Assistência Social no país, sob a égide da democracia e da cidadania (Yasbek, 1993, p.09). Frente a este contexto, percebe-se a necessidade de avaliar em nível municipal como esta política está sendo de fato executada no município de Solânea-PB, apreendendo as mudanças que ocorreram no âmbito da assistência social após a aprovação da Política Nacional de Assistência Social de 2004, sob o olhar dos profissionais que atuam neste âmbito. Segundo a LOAS (1993), em seu Art. 2º, a Assistência Social tem por objetivos assegurar proteção à família, à maternidade, à infância, à adolescência e à velhice, promover amparo a crianças e adolescentes em abandono e a integração ao mercado de trabalho; possibilitar ainda, a habilitação e reabilitação das pessoas portadoras de necessidades especiais, promovendo assim, sua integração à vida comunitária e garantir 1 (um) salário mínimo de benefício mensal à portadores de deficiência e idosos que não têm como prover seu próprio sustento ou de tê-lo provido por sua família, o então denominado Benefício de Prestação Continuada (BPC) , além de que também é seu dever, a divulgação das políticas que garantam a concretização da proteção social dos indivíduos. 5 Nesse sentido, a Política Nacional de Assistência Social (PNAS, 2004), em consonância com a LOAS, deve propor a universalização dos direitos sociais a fim de que todas as políticas públicas sejam alcançadas por todos e com igualdade de direitos, através dos serviços, programas, projetos e benefícios de proteção social para as famílias, indivíduos e grupos que deles necessitem, observando-se os princípios que regem a assistência social no âmbito brasileiro, conforme preceitua o artigo 4° da LOAS (1993): Art. 4º A assistência social rege-se pelos seguintes princípios: I - supremacia do atendimento às necessidades sociais sobre as exigências de rentabilidade econômica; II - universalização dos direitos sociais, a fim de tornar o destinatário da ação assistencial alcançável pelas demais políticas públicas; III - respeito à dignidade do cidadão, à sua autonomia e ao seu direito a benefícios e serviços de qualidade, bem como à convivência familiar e comunitária, vedando-se qualquer comprovação vexatória de necessidade; IV - igualdade de direitos no acesso ao atendimento, sem discriminação de qualquer natureza, garantindo-se equivalência às populações urbanas e rurais; V - divulgação ampla dos benefícios, serviços, programas e projetos assistenciais, bem como dos recursos oferecidos pelo Poder Público e dos critérios para sua concessão. Assim, a Política Nacional de Assistência Social deve estar pautada principalmente nas necessidades das famílias e de seus membros. Dessa forma, A centralidade da família e a superação da focalização, no âmbito da Política de Assistência Social, repousam no pressuposto de que para a família prevenir, proteger, promover e incluir seus membros é necessário, em primeiro lugar, garantir condições de sustentabilidade para tal. (PNAS, 2004, p. 14). Voltando ao conceito de seguridade social, proposto na Constituição Federal, em seu Art. 194, onde se afirma que a seguridade “é um conjunto integrado de ações de iniciativas dos poderes públicos e da sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência e à assistência”, é importante compreender cada âmbito da Seguridade com a mesma importância. Portanto, faz-se necessário compreendê-la em sua totalidade, sabendo que as demandas sociais nem sempre são demandas específicas, pelo contrário, estas podem abarcar muitas outras necessidades, por isso, precisam ser concebidas e trabalhadas de forma articulada. 6 2.2 A operacionalização da Política Nacional de Assistência Social no contexto do Sistema Único de Assistência Social É notório que a assistência social tem avançado gradativamente como política pública de proteção social, cuja alavanca foi a IV Conferência Nacional de Assistência Social realizada em Dezembro de 2003, em Brasília/ DF, onde nesta Conferência, foi deliberada a construção e implementação do Sistema Único de Assistência Social (SUAS), numa estrutura descentralizada, participativa e democrática, constituída por uma rede de serviços sociassistenciais. Assim, entende-se que as ações da política pública de assistência social são instituídas por meio do SUAS, e este possibilita a materialização do conteúdo pertinente a Lei Orgânica de Assistência Social (LOAS, Lei n° 8.742/ 93, alterada pela Lei n° 12.435/2011). Com relação a sua organização, o SUAS também envolve, para a implementação da política de assistência social, parcerias com a sociedade civil, além da pactuação entre os entes federados, sendo esse espaço de pactuação, um espaço de negociações que dizem respeito às responsabilidades, competências e transferências de recursos, da cada ente de maneira particularizada. O SUAS, que emana da LOAS, prevê uma organização participativa e descentralizada da assistência social, com ações cujo foco é a família. Vale salientar que essas ações acontecem no âmbito da Proteção Social Básica (PSB) e da Proteção Social Especial (PSE). Ressalte-se ainda, que a proteção social deve garantir as seguintes seguranças: segurança de sobrevivência (de rendimento e de autonomia), de acolhida, e, principalmente de convívio ou vivência familiar, para quem delas necessitar. Detendo um modelo de gestão descentralizada e participativa, o SUAS organiza as ações sociassistenciais em todo o território nacional, através dos serviços, programas, projetos e benefícios, cuja centralidade está no atendimento prioritário das famílias, seus membros e indivíduos em seu território, observando-se as demandas dos usuários e suas complexidades. Assim, a partir da complexidade apresentada, é possível perceber em que nível de proteção as famílias estarão enquadradas. Hierarquicamente, a proteção social da assistência social subdivide-se em proteção social básica e especial - do Sistema Único de Assistência Social (SUAS). A proteção social especial, por sua vez, está subdividida em proteção especial 7 de média e alta complexidade. A seguir, discorreremos sobre esses níveis de proteção no contexto do SUAS. Sobre a proteção social básica, este nível de proteção destina-se à população que vive em situação de vulnerabilidade social decorrente da pobreza, privações como a ausência de renda e o precário acesso aos serviços públicos, fragilização dos vínculos afetivos relacionais e de pertencimento social (discriminações etárias, étnicas, de gênero ou por deficiências, dentre outras). Esta proteção tem como objetivo, prevenir situações de risco por meio do protagonismo das famílias e indivíduos atendidos, prevendo o desenvolvimento de serviços, programas e projetos locais de acolhimento, convivência e socialização de famílias e de indivíduos, conforme identificação da situação de vulnerabilidade apresentada. Nesse sentido, deve articular-se com as demais políticas públicas locais, quais sejam, as políticas de saúde, educação, cultura, esporte, emprego, habitação, entre outras, para que as ações não sejam fragmentadas e se mantenham o fácil acesso e a qualidade dos serviços para todas as famílias e indivíduos, de forma a garantir a sustentabilidade das ações de assistência social. Os serviços de proteção social básica são executados de forma direta nos Centros de Referência da Assistência Social - CRAS e em outras unidades públicas de assistência social, bem como de forma indireta nas entidades e organizações de assistência social da área de abrangência dos CRAS. Em especial, o CRAS possui duas funções exclusivas e obrigatórias, quais sejam: a gestão territorial da rede de socioassistencial de proteção básica e a oferta do Serviço de Proteção e Atendimento Integral à Família - PAIF. Dentro da proteção social básica do SUAS, podemos destacar também o Serviço Socioeducativo Projovem Adolescente, que destina-se ao atendimento de jovens de 15 a 17 anos, cujo objetivo central é o de promover a inclusão de jovens inscritos no Cadastro Único dos Programas Sociais (Cad-Único), proporcionando a qualificação e valorização da sua participação social, através de atividades socioeducativas, do desenvolvimento de projetos de interesse individual e coletivo, da descoberta de potencialidades dos jovens e do território. No que tange a proteção social especial, são considerados serviços de média complexidade aqueles que oferecem atendimentos às famílias e indivíduos com seus direitos violados, mas cujos vínculos familiares e comunitários ainda não foram rompidos. Sendo 8 operacionalizados nos Centros de Referência Especializados da Assistência Social (CREAS), visam à orientação e o convívio sócio-familiar e comunitário, diferenciando-se da proteção básica por se tratar de um atendimento dirigido às situações de violação de direitos. Assim, a oferta dos serviços nos CREAS está relacionada à orientação e apoio especializados e continuados de assistência social a indivíduos e famílias com direitos violados ou ameaçados, através a oferta do Serviço de Proteção e Atendimento Integral Especializado as Famílias e Indivíduos (PAEFI). Já os serviços de alta complexidade no âmbito da proteção especial, são aqueles que garantem proteção integral – moradia, alimentação, higienização e trabalho protegido para famílias e indivíduos que se encontram sem referência e, ou, em situação de ameaça, necessitando ser retirados de seu núcleo familiar e, ou, comunitário. Além dos serviços acima citados, a política de assistência social brasileira compreende benefícios de assistência social, quais sejam o Benefício de Prestação Continuada (BPC) e os benefícios eventuais. Tendo como destaque o Benefício de Prestação Continuada (BPC), este se constitui também em um importante instrumento dessa proteção, sendo uma garantia de renda mensal, no valor de um salário mínimo. Este benefício se constitui, sobretudo, em um direito instituído inicialmente na Constituição Federal de 88 e posteriormente regulamentado a partir da LOAS, sendo destinado às pessoas com deficiência e aos idosos a partir de 65 anos de idade, observando-se, para o acesso, o critério de renda previsto na Lei. Sobre o BPC, o artigo 20, da Lei nº 12.435/ 2011, dispõe que “o benefício de prestação continuada é a garantia de um salário-mínimo mensal à pessoa com deficiência e ao idoso com 65 (sessenta e cinco) anos ou mais que comprovem não possuir meios de prover a própria manutenção nem de tê-la provida por sua família”. Vale salientar que tal direito à renda traduziu o princípio da certeza e do direito à assistência social, como política não contributiva e de responsabilidade do Estado e trata-se de uma prestação direta de competência do governo federal e que já está presente em todos os municípios brasileiros. 9 Ainda no âmbito da assistência social brasileira, merece destaque o Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (PETI), lançado pelo Governo Federal em 1996, sendo um programa que articula um conjunto de ações visando à proteção e retirada de crianças e adolescentes com idade inferior a 16 anos da prática do trabalho precoce, resguardando o trabalho na condição de aprendiz (a partir dos 14 anos, em conformidade com a Lei de Aprendizagem – Lei 10.097/2000). Destaque-se também o Programa Bolsa Família, que se constitui em um programa de transferência direta de renda com condicionalidades, cujos valores variam de acordo com o perfil das famílias inscritas no Cad-Único. Vale salientar que as famílias são selecionadas observando-se critérios de renda familiar per capita, de acordo com a estimativa de famílias pobres de cada município. 3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS A pesquisa foi realizada no município de Solânea-PB, tendo como instrumentos para a coleta de dados, o levantamento bibliográfico, a entrevista, a observação direta e a aplicação de questionários. Os sujeitos da pesquisa foram os seguintes profissionais: assistentes sociais e demais trabalhadores de nível superior incluídos nos programas e serviços de assistência social (advogados, psicólogos, pedagogos), bem como o gestor da assistência social e coordenadores dos programas sociais, todos, vinculados a Prefeitura Municipal de Solânea. O universo compreende a totalidade dos gestores, coordenadores e profissionais que atuam no contexto do SUAS, sendo 02 gestores, 05 coordenadores e 11 profissionais de nível superior ( 03 assistente sociais, 02 advogados, 02 psicólogos e 04 pedagogos). Exceto uma assistente social não atua como trabalhadora do SUAS. A amostra da pesquisa compreende: 01 gestor, 02 coordenadores e 07 profissionais de nível superior, conforme ilustra o Quadro 1, contido na análise dos resultados, a seguir. 10 Como instrumentos para análise de dados, foram utilizadas as técnicas qualitativas de análise, quais sejam: análise de conteúdo e análise de discurso. Precipuamente por ser uma pesquisa de caráter qualitativo. Na análise de conteúdo foram utilizados os questionários aplicados, além de livros, documentos do Ministério de Desenvolvimento Social e Combate a Fome, dentre outras fontes sobre o tema em questão. Na análise de discurso exploramos os questionários aplicados, as respostas dos entrevistados, possibilitando a comparação do discurso com os conteúdos. 4 ANÁLISE DE RESULTADOS 4.1 Os sujeitos da pesquisa e os programas onde estes estão inseridos Os sujeitos da pesquisa constituem-se em 02 profissionais graduados em serviço social, 01 gestor de assistência social, 02 coordenadores de programas sociais, 02 advogadas, 02 psicólogas, 01 pedagoga. Dos profissionais entrevistados, exceto uma das assistentes sociais não atua no âmbito da política de assistência social no município de Solânea-PB, mas que como profissional de assistência social deve conhecê-la, principalmente para poder encaminhar suas próprias demandas. Assim, 09 destes profissionais entrevistados atuam no âmbito da Política Nacional de Assistência Social, conhecendo, sobretudo, peculiaridades desta política em nível local. A seguir, observe o Quadro 1, que demonstra o perfil dos sujeitos da pesquisa: Quadro 1: Amostra do perfil dos sujeitos da pesquisa – profissionais vinculados a Prefeitura Municipal de Solânea-PB: Quadro 1: Caracterização dos sujeitos da pesquisa Nº Profissão/ Formação função 01 Assistente social A Unidade Pública/ Vínculo Admissão Estatutário Janeiro/ 2011 Programa Superior CREAS/ PAEFI 11 02 Assistente social Superior Secretária de Saúde/ Secretário de Maio/ 1986 NASF B 03 Estatutário Especialização Órgão Gestor Estatutário Janeiro/ 1996 Fevereiro/ 2009 Outubro/ 2010 Junho/ 2011 Julho/ 2009 Assistência Social (gestor) 04 Advogada A Especialização CRAS/ PAIF Contrato 05 Advogada B Especialização CREAS/ PAEFI Contrato 06 Psicóloga A Especialização CREAS/ PAEFI Contrato 07 Psicóloga B Especialização CRAS/ PROJOVEM Contrato ADOLESCENTE e PAIF 08 Pedagoga Superior CREAS/ PAEFI Contrato 09 Coordenador do Superior Programa Bolsa Contrato Programa Bolsa Família Março/ 2011 Maio/ 2011 Família 10 Coordenadora do Especialização CRAS CRAS/ PAIF Comissionado Fevereiro/ 2011 Fonte: Elaborado pela pesquisadora (2011). Através deste quadro, percebe-se que dos 10 (dez) entrevistados, apenas 03 (três) destes são efetivos. Considerando que as ações desenvolvidas no programas sociais devem ser continuadas, percebe-se um entrave para que isto realmente aconteça in loco, já que as mudanças dos gestores através das eleições municipais possibilitam de imediato a substituição dos profissionais comissionados e contratados. Assim, o que ocorre diante deste contexto é uma quebra das ações já desenvolvidas pelos trabalhadores do SUAS, sobretudo, porque não há a continuidade dos serviços de acompanhamento familiar, dentre outros. Eis um dos motivos pelo qual há hoje, uma expansão do debate acerca da efetivação dos trabalhadores do SUAS através de concurso público para garantir serviços continuados no âmbito desta política e para que o acesso aos direitos socioassistenciais demandados pelos usuários deste sistema não sejam em nenhum tempo interrompidos. 12 Ressalte-se que a Norma Operacional de Recursos Humanos do SUAS (NOB-RH/ SUAS), que foi aprovada pela Resolução nº 269, de 13 de dezembro de 2006, versa sobre a regularização dos trabalhadores do SUAS, tudo com vistas a garantia de equipes profissionais permanentes e qualificadas para efetivar suas ações. Com o objetivo de realmente garantir a continuidade dos serviços de assistência social, o Conselho Nacional de Assistência Social (CNAS) através da Resolução n° 32, de 28 de Novembro de 2011, e considerando inclusive, conteúdo pertinente a LOAS e a NOBRH/SUAS, resolve: Art. 1º Os Estados, Distrito Federal e Municípios poderão utilizar até 60% (sessenta por cento) dos recursos oriundos do Fundo Nacional de Assistência Social, destinados a execução das ações continuadas de assistência social, no pagamento dos profissionais que integrarem as equipes de referência do SUAS, conforme art. 6º-E da Lei 8.742/1993 (Resolução CNAS n° 32/ 2011). Mediante esta resolução, destaca-se a possibilidade da realização do pagamento de profissionais efetivos que integram as equipes de referência do SUAS, com recursos deste Sistema, repassados fundo a fundo pelo Ministério de Desenvolvimento Social e Combate a Fome (MDS) para os municípios brasileiros. Assim, é possível considerar esta resolução como uma nova possibilidade para a regularização dos trabalhadores do SUAS mediante concurso público, concretizando sobretudo, o que já está proposto na NOB-RH/ SUAS, de 2006. 4.2 Diagnóstico acerca dos serviços e programas de assistência social no município de Solânea-PB A partir dos dados coletados na aplicação dos questionários com os sujeitos da pesquisa acima discriminados, destacam-se as seguintes informações: Ao questionarmos sobre os avanços percebidos no âmbito da assistência social no município de Solânea-PB, verifica-se que 90% dos entrevistados informaram que estes avanços são satisfatórios, enquanto que somente 10% informou serem insatisfatórios. Mediante este resultado observa-se que os profissionais conseguem perceber que houve mudanças no âmbito da política municipal de assistência social, sendo estas mudanças significativas, já que satisfatórias. 13 No entanto, sabe-se que estas mudanças na assistência social é uma realidade nacional, em virtude da aprovação da Política Nacional de Assistência Social (PNAS), no ano de 2004. Diante do segundo questionamento (Quais os programas de assistência social existentes no município de Solânea que você conhece?), enfatiza-se o seguinte resultado em cada Programa: Quadro 2: Amostra sobre o conhecimento dos sujeitos da pesquisa acerca dos programas sociais existentes no município de Solânea-PB: PROGRAMA QUANTIDADE Serviço de Proteção e Atendimento Especializado a Família e Indivíduos - PAEFI 08, dos 10 entrevistados conhecem o Programa Serviço de Proteção e Atendimento Integral a Família – PAIF 08, dos 10 entrevistados conhecem o Programa Programa Socioeducativo Projovem Adolescente 09, dos 10 entrevistados conhecem o Programa Programa de Erradicação do Trabalho Infantil – PETI 09, dos 10 entrevistados conhecem o Programa Programa Bolsa Família 09, dos 10 entrevistados conhecem o Programa Fonte: Elaborado pela pesquisadora (2011). Assim, mediante as informações do Quadro 2, verifica-se que a grande maioria dos sujeitos da pesquisa conhecem os programas sociais existentes no município de Solânea-PB. Sobre o nível de conhecimento que os profissionais julgam ter com relação aos programas sociais existentes, verifica-se o seguinte resultado nesta pesquisa, conforme o Quadro 3 (abaixo), que expõe o número de profissionais que responderam acerca de cada programa de maneira particular. Vejamos: 14 Quadro 3: Amostra sobre o nível de conhecimento dos profissionais acerca de cada programa social existente no município de Solânea-PB: Nível de conhecimento dos profissionais Satisfatório Insatisfatório PROGRAMA Conheço porque Não atuo conheço o profissionalmente Programa no Programa Serviço de Proteção e Atendimento Especializado a 6 1 2 1 4 3 2 1 6 4 --- --- 7 2 1 --- 7 3 --- --- Família e Indivíduos – PAEFI Serviço de Proteção e Atendimento Integral a Família – PAIF Programa Socioeducativo Projovem Adolescente Programa de Erradicação do Trabalho Infantil – PETI Programa Bolsa Família Fonte: Elaborado pela pesquisadora (2011). 15 Mediante observação do Quadro 3, é possível inferir que o nível de conhecimento sobre um determinado programa (ou serviço) depende de alguns fatores que permitem não somente o conhecimento da população usuária, mas também, que os profissionais vinculados a uma dada política pública conheçam a totalidade dos programas existentes no âmbito desta política. Observa-se neste quadro, a existência de profissionais que conhecem satisfatoriamente apenas o programa onde o mesmo está inserido, e isto se constitui, sobretudo, em um entrave para o funcionamento da rede socioassistencial que deve existir no âmbito da política de assistência social, pois, se não conheço, como posso identificar as demandas para encaminhá-las a outros programas e/ou serviços? Ainda referente a este questionamento, percebe-se que a maioria dos entrevistados conhece satisfatoriamente todos os programas, porém, é interessante destacar que 02 (dois) dos entrevistados informaram que não conhecem os programas PAEFI e PAIF. É possível afirmar, com base nos dados da pesquisa, que estes dois profissionais que informaram não conhecerem os programas PAEFI e PAIF, possivelmente, conhecem apenas as unidades públicas onde são executados estes programas (respectivamente o CREAS e o CRAS), mas não conhecem de fato os objetivos de cada programa, público-alvo, dentre outras peculiaridades existentes em cada um, já que o PAEFI atua no âmbito da violação dos direitos, e o PAIF, no âmbito da prevenção das situações de risco e vulnerabilidade de seus usuários. No que tange ao questionamento de número 4, cuja finalidade é perceber se os programas implementados pela Secretaria Municipal de Assistência Social possuem uma estrutura mínima para a oferta dos serviços sociassistenciais (isto com relação aos profissionais que se encontram a disposição para o atendimento dos usuários e estrutura física dos imóveis onde estes programas funcionam), o resultado foi o seguinte: 70% dos entrevistados afirmaram que os programas sociais possuem uma estrutura mínima, 20% dos entrevistados disseram que a maioria dos programas possuem esta estrutura mínima, e apenas 10%, que equivale a apenas um entrevistado, informou que nunca teve acesso a nenhuma informação com relação à estrutura mínima desejável para a implementação dos serviços sociassistenciais no âmbito do SUAS. Observe demonstração dos resultados no Gráfico 1 abaixo: 16 Gráfico 1: Programas Sociais – Possuem (ou não) uma estrutura mínima para a oferta dos serviços no município de Solânea-PB SIM NÃO A maioria SIM A maioria NÃO Nunca tive acesso a nenhuma informação pertinente Fonte: Elaborado pela pesquisadora (2011). Vale ressaltar que em muitos municípios é possível perceber que se tem feito realmente o mínimo no âmbito da assistência social, isto porque ainda não há um percentual obrigatório estabelecido legalmente para o financiamento desta política. Na pergunta de número 5, questiona-se, se os profissionais (trabalhadores do SUAS) são suficientes para atender as demandas apresentadas em cada programa. O resultado verifica-se no Gráfico 2 abaixo: Gráfico 2: Os profissionais: suficientes (ou não) para o atendimento das demandas em cada Programa Social no município de Solânea-PB SIM 30% NÃO 10% Na maioria dos programas SIM 30% Na maioria dos programas NÃO 20% Não conheço 10% Fonte: Elaborado pela pesquisadora (2011). 17 Observando os resultados, percebe-se que a maioria dos profissionais entrevistados acreditam que os programas sociais existentes no município em estudo possuem profissionais suficientes para o atendimento das demandas. Na questão nº 6, nosso objetivo foi o de verificar sob o olhar dos profissionais entrevistados, se a população tem conhecimento sobre os programas de assistência social hoje existentes em seu município? Ao que 40% responderam que SIM, afirmando que grande parte da população já conhece estes programas, 50% informaram que NÃO, pois estes acreditam que apenas uma minoria da população conhece os serviços de assistência social prestados no seu município, 10%, equivalente a apenas um dos entrevistados relatou que não tem conhecimento, já que não atua no âmbito da política de assistência social local. Este resultado aponta precipuamente para a necessidade de uma maior disseminação das informações relativas ao funcionamento, público-alvo, objetivos de cada programa em nível municipal. Para tanto, o repasse das informações sobre os serviços e programas de assistência social no município de Solânea deve expandir, apesar de as equipes terem informado que já fazem uso de alguns meios de divulgação dos serviços prestados nesses programas, pois, segundo informações obtidas através da aplicação dos questionários, em uma questão de múltipla escolha, verifica-se o seguinte resultado: 50% dos entrevistados informaram que em seu programa a divulga das informações é realizada através de folders, 50% informou que através de palestras socioeducativas, 30% através de campanhas e 30% destes, informaram que se utiliza de outros meios de divulgação para que a população usuária conheça o programa onde o mesmo está inserido. Ao indagarmos sobre com que freqüência a população usuária acessa os serviços sociassistenciais nos programas em que os profissionais entrevistados estão inseridos (questão com resposta de múltipla escolha), constata-se os resultados a seguir: 70% dos entrevistados informaram que a população acessa estes serviços regularmente, 10% informou que esporadicamente, 30%, só quando há a necessidade de um atendimento, e 20% afirmou que é preciso que as equipes realizem busca ativa para que a população acesse os serviços. Este resultado expressa que significativa parcela da população já acessa regularmente os serviços, apesar de que em algumas situações é imprescindível a busca ativa para que a população acesse os serviços socioassistenciais, isto se deve, possivelmente, à ausência de conhecimento sobre determinados serviços. Além disto, o motivo pelo qual parcela da população costuma procurar as equipes de referência somente quanto há a necessidade de um 18 atendimento, pode estar relacionado a acomodação de muitos usuários quanto a busca por serviços de assistência social. O último questionamento da pesquisa foi relativo ao nível de acesso dos usuários à informações sobre os serviços e programas de assistência social, com o objetivo de avaliar o que mais coincide com a realidade observada no cotidiano dos profissionais entrevistados. O resultado denota-se a seguir: Gráfico 3: Nível de acesso dos usuários a informações sobre os serviços e programas de Assistência Social existentes em Solânea-PB 60% Suficiente, para acessar os serviços e os programas 50% 40% 30% 20% 10% 0% Insuficiente, necessitando na maioria das vezes que os profissionais atuem através da busca ativa Não conheço, porque atuo profissionalmente em outra secretaria e/ou setor Fonte: Elaborado pela pesquisadora (2011). Mediante a observação do Gráfico 3 acima, observa-se que a maioria dos profissionais (60%) julga ser insuficiente o nível de conhecimento que os usuários do SUAS tem sobre os serviços e programas de assistência social local. 30% destes, acreditam que o nível de conhecimento destes usuários é suficiente, e apenas 10% (01 entrevistado), não conseguiu avaliar, já que não atua profissionalmente no âmbito dos programas sociais do município. 5 CONCLUSÕES Mediante as informações coletadas na pesquisa, percebemos que os avanços da política de assistência social são perceptíveis no município de Solânea-PB, já que os programas criados pelo Ministério de Desenvolvimento Social e Combate a Fome (MDS) 19 estão sendo implementados de maneira regular, em conformidade com a Política Nacional de Assistência Social (PNAS, 2004). No entanto, entendendo que esta política encontra-se em uma fase de estruturação e consolidação, podemos afirmar que a política pública de assistência social brasileira é muito recente e está em constante reformulação, inclusive podemos inferir que as Conferências de Assistência Social, que acontecem em todos os municípios do nosso país, de onde saem as propostas a serem discutidas e analisadas em nível federal, têm conseguido ampliar e melhorar esta política pública, a medida em que constituem-se espaços de diálogo e discussão entre governo (compreendendo gestores e trabalhadores do SUAS, que inclui os técnicos de assistência social) e sociedade civil. Assim, é possível afirmar que a assistência social é uma política que está se solidificando, mas com a participação de todos: governo, sociedade civil, cidadãos usuários e beneficiários dos programas, serviços e benefícios sociais, e ainda, dos profissionais que tem se comprometido com responsabilidade pela sua prática profissional diária na ponta. Em particular, no município onde foi realizada a pesquisa, observamos que há muito o que se fazer, a exemplo, podemos citar o melhoramento da infra-estrutura onde são executados alguns programas e serviços, em especial, no meu ponto de vista, o PAIF e o PAEFI, que tem como unidade pública para o seu funcionamento, o CRAS e o CREAS, respectivamente. Sobre esta demanda, observe-se a exemplo, como deve ser composto o espaço físico do CRAS, onde é operacionalizado o PAIF: recepção, sala de atendimento (com capacidade para 5 a 10 pessoas), sala multiuso (com capacidade para 30 pessoas), sala da coordenação, copa, conjunto de instalações sanitárias (banheiros de uso coletivo e para uso de pessoas com deficiência), almoxarifado; o que difere totalmente dos espaços existentes no CRAS de Solânea. A acessibilidade também é algo imprescindível na estrutura física dos programas de assistência social, e não há esta observância no município em estudo, já que o acesso ao CRAS e ao CREAS se dá através de uma única escada, com aproximadamente 10 degraus. Segundo Castro (2009, pp. 49-50), “(...) recomendam os seguintes critérios a serem observados no processo de seleção de imóveis já edificados a serem adquiridos, locados ou cedidos para o uso do CRAS”, observando-se, sobretudo, que estes espaços sejam imóveis que favoreçam a acessibilidade, imóveis que ofereçam pelo menos um espaço com capacidade igual ou superior a 30 pessoas, imóveis que possuam esta estrutura mínima já apresentada acima, e que apresentem maior visibilidade da população usuária. 20 Vale destacar que no caso do CRAS do município de Solânea-PB, unidade pública onde atuo como assistente social, o espaço está inadequado, pois não possuem estes espaços mínimos acima descritos, nem tampouco os espaços existentes possuem capacidade para o atendimento coletivo, para a realização das atividades com grupos socioeducativos, de fortalecimento e de convivência familiar. Observamos também, a partir dos dados coletados, que há uma necessidade de potencializar e fortalecer a rede socioassistencial local, através da ampla divulgação dos serviços específicos de cada programa, da ampliação dos serviços de convivência e fortalecimento de vínculos e de uma maior articulação da política de assistência social com outras políticas locais, como educação, saúde, dentre outras. Além disto, se faz necessária a regularização dos profissionais através da convocação dos candidatos aprovados no concurso público realizado recentemente no município de Solânea-PB, visando o fortalecimento e continuidade dos serviços socioassistenciais, conforme proposto na NOB-RH/ SUAS (2006). E ainda, é imprescindível que os gestores públicos invistam na capacitação dos profissionais que já atuam no município no âmbito da política municipal de assistência social, como trabalhadores do Sistema Único de Assistência Social - SUAS. MINI CURRÍCULO Janice Valéria do Nascimento Gomes Graduada em Serviço Social pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB), concluinte do Curso de Especialização em Gestão Pública Municipal pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB Virtual). Assistente social efetiva no município de Solânea-PB, atuando profissionalmente no Centro de Referência de Assistência Social (CRAS). Tem experiência profissional no âmbito da política pública de assistência social, tendo atuado profissionalmente nos seguintes programas: Programa/Serviço de Proteção e Atendimento Especializado a Família e Indivíduos – PAEFI, Programa/Serviço de Proteção e Atendimento Integral a Família – PAIF, Programa Socioeducativo Projovem Adolescente, Programa de Erradicação do Trabalho Infantil – PETI e Programa Bolsa Família. 21 REFERÊNCIAS CASTRO, Flávio José Rodrigues de. CRAS: a melhoria da estrutura física para o aprimoramento dos serviços – Brasília, DF: MDS, Secretaria Nacional de Assistência Social, 2009. CENSO SUAS 2009 – CRAS.- - Brasília, DF: Secretaria de Avaliação e Gestão da Informação, Secretaria Nacional de Assistência Social, 2011. CENSO SUAS 2009 – CREAS.- - Brasília, DF: Secretaria de Avaliação e Gestão da Informação, Secretaria Nacional de Assistência Social, 2011. CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL DE 1988. Brasília/DF, 2000. FALEIROS, Vicente de Paula. Metodologia e ideologia do trabalho social. 3ª ed. São Paulo: Cortez, 1982. LEI ORGÂNICA DA ASSISTÊNCIA SOCIAL – LOAS – Lei nº 8.742, de 07 de Dezembro de 1993, Brasília/DF. MINISTÉRIO DE DESENVOLVIMENTO SOCIAL E COMBATE Á FOME. Capacitação para implementação do Sistema Único de Assistência Social e do Programa Bolsa Família. Coordenação geral: Tereza Cristina Barwick Baratta... (et al.). Rio de Janeiro: IBAM/ Unicarioca: MDS, 2008. MINISTÉRIO DE DESENVOLVIMENTO SOCIAL E COMBATE À FOME. Política Nacional de Assistência Social – Brasília/DF, 2004. MINISTÉRIO DE DESENVOLVIMENTO SOCIAL E COMBATE À FOME. Norma Operacional Básica de Recursos Humanos do SUAS – NOB-RH/SUAS – Brasília/DF, 2006. NOGUEIRA, Cleonice Lopes. A concepção marxista de mundo. Texto preparado para a disciplina Metodologia do Serviço Social. João Pessoa, 2002. RICHARDSON, Robert Jarry (org.). Pesquisa social, métodos e técnicas. 3ª ed. São Paulo: Atlas,1999. 22 RUA, Maria das Graças. Políticas Públicas. Florianópolis: Departamento de Ciências da Administração/ UFSC; (Brasília): CAPES: UAB, 2009. SANTOS, Antônio Raimundo dos. Metodologia científica: a construção do conhecimento. 6ª ed. Revisada (conforme NBR 14724:2002). Rio de Janeiro: DP&A, 2004. SANTOS, Maria Paula Gomes dos. O Estado e os problemas contemporâneos. Florianópolis: Departamento de Ciências da Administração/ UFSC; (Brasília): CAPES: UAB, 2009. SPOSATI, Aldaíza. A Menina LOAS: um Processo de Construção da Assistência Social. São Paulo, Cortez, 2004. ZANELLA, Liane Carly Hermes. Metodologia de estudo e pesquisa em administração. Florianópolis: Departamento de Ciências da Administração/ UFSC; (Brasília): CAPES: UAB, 2009. YASBEK, Maria Carmelita. Classe Subalterna e Assistência Social. São Paulo, Cortez, 1993. APÊNDICE MODELO DO QUESTIONÁRIO APLICADO NA COLETA DE DADOS: 1 - Identificação do profissional: Idade:_______ Sexo: ( ) Feminino ( ) Masculino Local de trabalho: ( ) PAIF ( ) PAEFI ( ) PETI ( ) PROJOVEM ADOLESCENTE ( ) Programa Bolsa Família ( ) Atuo como assistente social, mas estou vinculada a outro setor Função que desempenha ou Cargo que ocupa? ( ) Assistente Social, ( ) Gestor da Política Municipal de Assistência Social, ( ) Coordenador do Programa, ( ) Outro Profissional de nível superior – pedagogo, psicólogo, advogado. Vínculo: ( ) Estatutário ( ) Comissionado ( ) Contrato por excepcional interesse público Formação: ( ) Nível Médio ( ) Superior ( ) Especialização ( ) Mestrado ( ) Doutorado Data de admissão: ______/______/______ 2 - Questionário: 1) Quanto aos avanços percebidos no âmbito da assistência social no município de Solânea-PB, você os considera? ( ) insatisfatórios, ( ) satisfatórios, ( ) desconhece 23 2) Quais os programas de assistência social que você conhece? ( ( ( ( ( ) Serviço de Proteção e Atendimento Especializado a Família e Indivíduos - PAEFI ) Serviço de Proteção e Atendimento Integral a Família – PAIF ) Programa Socioeducativo Projovem Adolescente ) Programa de Erradicação do Trabalho Infantil – PETI ) Programa Bolsa Família 3) Que nível de conhecimento você julga ter com relação aos Programas marcados na questão anterior? Serviço de Proteção e Atendimento Especializado a Família e Indivíduos – PAEFI ( ) satisfatório, ( ) insatisfatório, ( Programa, ( ) Não conheço ) conheço porque atuo profissionalmente neste Serviço de Proteção e Atendimento Integral a Família – PAIF ( ) satisfatório, ( ) insatisfatório, ( Programa, ( ) Não conheço ) conheço porque atuo profissionalmente neste Programa Socioeducativo Projovem Adolescente ( ) satisfatório, ( ) insatisfatório, ( Programa, ( ) Não conheço ) conheço porque atuo profissionalmente neste Programa de Erradicação do Trabalho Infantil – PETI ( ) satisfatório, ( ) insatisfatório, ( Programa, ( ) Não conheço ) conheço porque atuo profissionalmente neste Programa Bolsa Família ( ) satisfatório, ( ) insatisfatório, ( Programa, ( ) Não conheço ) conheço porque atuo profissionalmente neste 4) Os programas implementados pela Secretaria de Assistência Social possuem uma estrutura mínima para a oferta dos serviços sociassistenciais (isto com relação aos profissionais que encontram-se a disposição para o atendimento dos usuários e estrutura física dos imóveis onde estes programas funcionam)? ( ) SIM ( ) NÃO ( ) a maioria SIM ( ) a maioria NÃO ( ) nunca tive acesso a nenhuma informação pertinente a estrutura mínima desejável para a implementação dos serviços sociassistenciais 24 5) Os profissionais são suficientes para atender as demandas apresentadas em cada Programa? ( ) SIM, ( ) NÃO, ( ) na maioria dos Programas SIM, ( ) na maioria dos Programas NÃO, ( ) Não conheço 6) A população tem conhecimento sobre os Programas de Assistência Social hoje existentes em seu município? ( ) SIM, grande parte da população já conhece ( ) NÃO, uma minoria da população conhece os serviços de assistência social prestados no seu município ( ) Não tenho conhecimento 7) Quais as formas mais usadas de repasse das informações sobre os serviços e programas de assistência social no município de Solânea: ( ) folders ( ) palestras, ( ) campanhas, ( ) outras 8) Com que freqüência a população usuária acessa os serviços sociassistenciais no Programa em que você está inserido? ( ) Regularmente ( ) Esporadicamente ( ) Só quando há a necessidade de um atendimento ( ) quando as equipes realizam a busca ativa 9) Que nível de acesso dos usuários à informações sobre os serviços e programas de assistência social mais coincide com realidade observada no seu cotidiano de atuação profissional? ( ) suficiente, para acessar os serviços e programas ( ) insuficiente, necessitando na maioria das vezes que os profissionais atuem através da busca ativa ( ) Não conheço, porque atuo profissionalmente em outra secretaria e/ou setor