Profa. Valéria Terra Crexi O processo funcional de uma análise quantitativa tem as seguintes operações: * conjunto de operações com as quais se obtém, do material em estudo, uma porção relativamente pequena, de tamanho apropriado para o trabalho no laboratório. * Que represente corretamente todo o conjunto da amostra. A maior ou menor dificuldade na amostragem vai depender da homogeneidade da amostra. * Tratamento que a amostra necessita para ser analisada moagem de sólidos, filtração de partículas sólidas, eliminação de gases, entre outros. * Preparação do extrato para a análise. Extração com: água, solventes orgânicos, sol. ácidas ou alcalinas. Os regentes químicos introduzidos na preparação do extrato não poderão interferir nos passos seguintes da análise ou, se o fizerem, deverão ser de fácil remoção. Utilizada: propriedades físicas utilizadas na medida quantitativa de um componente não são específicas para uma espécie * Consiste na eliminação de substâncias interferentes Eliminação: sua transformação em uma espécie inócua (por oxidação, redução ou complexação) ou seu isolamento físico como uma fase separada (extração com solvente e cromatografia). * a partir da medida de uma certa quantidade, avaliase a quantidade relativa do componente na amostra. * Expressão do resultado da análise que deve resultar o grau de incerteza (médias, desvio padrão, coeficiente de variação) Controle de qualidade de rotina: * matéria-prima que chega como o produto acabado que sai de uma indústria estágios do processamento utilizar métodos instrumentais que são bem mais rápidos que os convencionais. Fiscalização *cumprimento da legislação métodos analíticos que sejam precisos e exatos e, de preferência, oficiais. Pesquisa * desenvolver ou adaptar métodos analíticos exatos, precisos, sensíveis, rápidos, eficientes, simples e de baixo custo na determinação de um dado componente do alimento. Amostragem Procedimento pré-estabelecido para seleção, retirada, preservação, transporte e preparação das porções a serem removidas do lote como amostras, de uma maneira tal que o tratamento matemático dos testes analíticos produzam uma estimativa da concentração de um componente de interesse, com um grau de incerteza relacionado a um grau de confiança específico. Tal plano inclui a designação do número, localização e tamanho das porções e instruções quanto a extensão das operações de redução e mistura das porções recolhidas e que vão transformá-la em uma amostra laboratorial. Em resumo... É a coleta de uma porção limitada de material do conjunto (universo), selecionada de maneira a possuir as características essenciais do conjunto. Ex: mesmo lote, validade, fabricação, tamanho da embalagem, marca, ... A amostra é obtida através de critérios de qualidade: Amostra bruta Amostra de laboratório: - resultado da redução da amostra bruta através de operações que garantam a continuidade da condição de representatividade. Amostra de laboratório: - porção menor da amostra de laboratório, suficientemente homogeneizada para poder ser pesada e submetida a análise Coleta da amostra bruta; Preparo da amostra de laboratório; Preparo da amostra para análise. A amostragem e as operações subseqüentes com as amostras podem constituir-se em fontes de erro na análise de alimentos. REDUÇÃO DE ERROS Momento da retirada de uma amostra e nos passos subseqüentes de uma análise: • Identificar a população de onde a amostra for retirada; • Selecionar a amostra segundo uma metodologia adequada; • Manusear e preparar corretamente a amostra para a análise; • Definir uma metodologia de análise adequada; • Aferir equipamentos e preparar reagentes e soluções com cuidado; • Apresentar corretamente os resultado A maneira de retirar e, a quantidade necessária de amostra, depende de uma série de fatores: * tipo de amostra, *tamanho do lote, homogeneidade do alimento, sua variação normal e a sensibilidade do método analítico que será utilizado. • A amostra deve ser representativa do lote, estoque ou partida; • A amostra deve ser obtida segundo plano amostral pré-estabelecido; para vários tipos de alimentos são disponíveis planos de amostragem especificados pela legislação; • O tamanho da amostra deve ser suficiente para as análises que deverão ser executadas; incluindo repetições e contra-provas; • A embalagem deve assegurar que a composição da amostra não seja modificada, desde a retirada da amostra e até o início da análise; preferencialmente manter a embalagem original. • Deve-se considerar a origem da amostra; se for removida durante o processamento, de locais de comercialização, locais de estoque ou se consiste apenas em poucas embalagens enviada ao laboratório; • Considerar o objetivo da análise, que é definido em função do controle de qualidade, identificação dos padrões de identidade, qualidade microbiológica, qualidade geral ou legislação pertinente. • Coleta deve ser sincronizada com o fluxo do laboratório - a remessa e a capacidade do laboratório em executar as análises • As amostras devem ser coletadas separadamente para os diferentes tipos de análises: físico-químicas, sensoriais, microbiológicas e microscópicas • Somente deveriam ser aceitas para análise amostras acondicionadas em embalagens lacradas, seja originalmente ou efetuada pelo técnico competente que efetuou a coleta. evitar a substituição ou adulteração da amostra entre o ponto de coleta e o laboratório, o que pode refletir no resultado da análise. Quantidades: Embalagens únicas ou pequenos lotes, todo material pode ser considerado como amostra bruta. Lotes maiores: das embalagens contidas no lote; da massa/volume total da amostra; aplica-se a raiz quadrada do número de unidades do lote. Equação geral para coleta da amostra bruta: Onde: n = população(nº. de sacos, caixas, latas) c = fator ligado ao grau de precisão e homogeneidade da amostra (c<1 amostras homogêneas e c>1 heterogêneas). N = nº de unidades a ser coletadas como amostra bruta A amostra bruta é freqüentemente grande demais para ser convenientemente trabalhada no laboratório, devendo ser reduzida. Redução da amostra bruta a amostra de laboratório Alimentos secos Rejeitar 2 quadrados opostos; misturar os 2 restantes e repetir o procediemento até chegar ao tamanho de amostra ideal. A B C D A amostra é divida em canaletas alternadas e coletadas em 2 caixas iguais. Uma delas é descartada e a outra é submetida ao mesmo processo até alcançar o tamanho adequado de amostra. Misturar o líquido por agitação, inversão ou repetidas trocas de recipientes. Retirar porções de líquido de diferentes partes do recipiente (fundo, centro e superfície). Processamento (ralar, triturar,...) sequido pelo quarteamento manual Homogeinizador Motomco (Tipo Boerner) A amostra é colocada num funil e cai pelas laterais de um cone. Na base do cone existem 3 aberturas. A amostra cai em outro cone com 36 canais A amostra cai em duas caixas (em quantidade iguais) O material de uma das caixas é reservado e o outro é descartado. Amostragem de cargas em sacarias Caladores simples para sacaria Amostradores manuais para caminhões Amostrador pneumático para caminhões (queijo, produtos cárneos, peixe, etc) - moídos em processador, sucedido por quarteamento. - homogeneização em processador. - (manteiga, margarina, maionese) aquecidas a 35°C em frasco e agitado para homogeneização. - cortadas ao meio no sentido longitudinal e transversal. Duas partes opostas devem ser descartadas, as outras duas homogeneizadas. – homogeneizadas inteiras, se for o interesse. Desintegração da amostra para a análise: Alimentos secos: moinho de Wiley (moinho de martelo), Amostra úmidas: processador e liquidificador (redução de tamanho para peneiras de 20 – 40 mesh) Amostras vegetais – celulases Componentes de alto peso molecular (proteínas e polissacarídeos) – proteases e carboidratases Desintegração da amostra para a análise: Agentes químicos: tratamento ácido com dispersão e solubilização dos analitos (úreia, piridina, detergentes) - branqueamento; – congelamento ou armazenamento em nitrogênio líquido; – congelamento, secagem e emprego de conservadores químicos ou combinação dos 3. - adequadamente fechadas Natureza da amostra e atividade de água Evitar perda de material Remover partes não desejáveis, sem perder os constituintes de interesse Evitar alterações de compostos instáveis Evitar as ações enzimáticas Evitar contaminação Adição de conservadores ou antioxidantes deve ser cuidadosa Promover a conservação do material (alteração microbiana, perda de água, perda de voláteis, oxidação) ARAÚJO, J. M. A. – Química de Alimentos. Teoria e Prática. Editora da Universidade Federal de Viçosa, 1995. BELITZ, H.D.; GROSH, W. Quimica de los alimentos. Acribia, Zaragoga, 1995. CECCHI, H. M. Fundamentos teóricos e práticos em análise de alimentos. 2ªed.rev. Campinas, SP: Ed. Unicamp, 2003. BOBBIO, F.O.; BOBBIO, P.A. - Introdução à química de alimentos, Ed. Liv. Varela, São Paulo, 1989. BOBBIO, P.A.; BOBBIO, F.O. - Química do processamento de alimentos, Ed. Liv. Varela, São Paulo, 1992. Instituto Adolfo Lutz. Normas analíticas do Instituto Adolfo Lutz. Brasília: Editora Anvisa, 2008. FENNEMA, O.R.- Quimica de los alimentos, Ed. Acribia, Zaragoga, Espanha, 2000.