Estado do Rio de Janeiro
Prefeitura Municipal de Araruama
Secretaria Municipal de Educação e Cultura
HISTÓRIA DE ARARUAMA
Araruama: Origem e História
Segundo o professor Marcel Jules Thieblot, os primeiros habitantes de Araruama
foram os Índios Tupinambás. Eles chegaram à cidade atraídos pela abundância de
sal e freqüentavam a localidade, hoje denominada Ponta do Anzol.
Os índios Tupinambás não viam na extração de sal uma oportunidade comercial,
se resumindo esta atividade apenas como subsistência para atender suas próprias
carências. A história registra o ano de 1575 como o início da presença
portuguesa.Nesta ocasião, Antônio de Salema chefiou uma expedição com a
finalidade de expulsar ou dizimar os franceses e seus aliados, os índios Tamoios.
Antônio de Salema era o Governador do Sul e responsável pelo controle de uma
extensa faixa de terra que ia de Porto Seguro (BA) até São Vicente, onde nasceu
Araruama. O Rio de Janeiro estava incluído nesta faixa.
Alguns relatos insinuam a data de 10 de janeiro de 1799 como o dia da fundação
da Freguesia de São Sebastião de Araruama, mas esta documentação é escassa e
não merece crédito histórico. Os relatos da época se fixam na descrição das lutas
para a expulsão dos franceses e dos índios, já instalados em Cabo Frio e onde a
tutela portuguesa era constantemente ameaçada.
Araruama foi uma localidade subordinada ao Município de Cabo Frio até 1852,
quando passou à jurisdição de Saquarema. Uma lei de 06 de fevereiro de 1859
levou Araruama, mais precisamente a localidade de Mataruna, ao status de sede
do Município de Saquarema. Em 1860 o Município já se encontrava instalado,
tendo a primeira Câmara Municipal, que governou em caráter de interinidade. O
novo Município estava subordinado às leis coloniais, as quais determinavam que o
prédio da Câmara deveria ser erguido com o dinheiro da população beneficiada.
O então vereador Carlos Sá de Carvalho, rico fazendeiro e produtor de
aguardente, arcou com as despesas. Carlos Sá de Carvalho, além de vereador,
era também um dos 38 eleitores provinciais, sub-delegado, suplente de Juiz e
integrante da Guarda Nacional. O regimento da Câmara de Vereadores de
Araruama foi redigido pelo eminente Jurista Antônio Joaquim de Macedo Soares, o
qual,
posteriormente,
elegeu-se
Vereador.
Esta
carta
foi
elaborada com tal seriedade e competência que foi adotada como modelo durante
todo Segundo Reinado, tendo sido considerada padrão para elaboração dos
regimentos das Câmaras de Niterói, Nova Friburgo, Angra dos Reis, Sapucaia,
Nova Iguaçú, Maricá, São Fidélis, entre outras.
Com a chegada dos primeiros Europeus, as salinas passaram a ser explorada
comercialmente. Os historiadores consideram o sal como um elemento agregador
da Humanidade, tendo várias Cidades nascido e se desenvolvido em torno desta
atividade comercial.
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A Coroa Portuguesa baixou uma lei garantindo para a Metrópole todo monopólio
do comércio de sal, não apenas pelo aspecto financeiro, mas por temer que, se o
mesmo fosse controlado por nativos, poderia se transformar em sementes de
movimento emancipacionista. Houve então o sequestro de algumas salinas que
poderiam prejudicar os interesses da Coroa Portuguesa. A Câmara Municipal
mantinha a "Salina do Povo" com a finalidade de distribuir gratuitamente o sal
para os nativos. A extração de sal foi de vital importância para o desenvolvimento
de Araruama, tanto que no brasão heráldico do município figura um monte de sal
cristalizado.
Acredita-se que a Região onde se situa hoje o município de Araruama estava
inserida nos territórios pertencentes aos "Sete Capitães dos Campos".
Existem controvérsias quanto à data do início das edificações de Araruama, como
núcleo urbano. Alguns apontam o ano de 1638, mas o Monsenhor Pizarro e o
Professor Cortines Laxe citam documentos de 1698. Baseiam-se no fato de ser
esta a data da fundação da Capela de Nossa Senhora do Cabo, fundada na
fazenda de Parati, de propriedade de Miguel Riscado, um dos "Sete Capitães dos
Campos", e, segundo a tradição Portuguesa, constatada em grande parte do
território brasileiro, de que todo povoamento iniciou em torno de um templo
cristão.
Em 1857 teve início a construção da Igreja Matriz de São Sebastião, em terras
doadas por Joaquim Antunes de Figueiredo, Comendador Antônio Rodrigues do
Couto, entre outros. A nova matriz, por deliberação de governo provincial,
começou a ser erguida por uma comissão formada pelos cidadãos Joaquim
Marinho de Queiróz (Barão de Monte Belo ), José Pereira da Costa Vieira, Antônio
Rodrigues do Couto, Francisco Gomes da Motta e o Vigário José Ferreira dos
Santos. A construção foi concluída em 1866 e a matriz teve o funcionamento
autorizado em 1867.
O declínio da agricultura cafeeira no Estado do Rio de Janeiro promoveu profundas
alterações na economia de Araruama. A cultura da cana de açúcar e diversas
outras culturas surgiram, diversificando a economia, ocupando atualmente o
município de Araruama o primeiro lugar em produção de cítricos do Estado do Rio
de Janeiro.
O turismo se constitui em uma grande fonte de divisas para Araruama, que tem
na Lagoa de Araruama o seu maior atrativo. A indústria hoteleira e as atividades
similares são responsáveis pela geração de milhares de empregos diretos.
A valorização de atrativos naturais e as suas transformações em pontos de
interesse turístico têm norteado a política deste setor, onde a faixa oceânica do
Município de Araruama ( Restinga de Massambaba ) e a Lagoa de Juturnaíba
representam uma nova opção para o lazer e para o eco-turismo.
A preservação ambiental é meta prioritária na atual administração. A remoção de
todas as valas negras que desembocavam na Lagoa de Araruama, bem como a
canalização da rede de esgotos para estações de tratamento são obras realizadas
com alto padrão de tecnologia e consciência.
"O que se fizer agora o futuro não vai esquecer".
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Aspectos Históricos Culturais
• Histórico Social do Município
A administração colonial e os núcleos religiosos
O território onde se encontra localizado o município de Araruama constitui parte
da capitania de São Vicente, doada em 1534 a Martim Afonso de Souza.
A primeira notícia sobre a exploração do território data de 1575, quando se deu a
expedição do governo Antônio de Salena, do Rio de Janeiro, à região Cabo Frio,
onde foram dizimados centenas de franceses e índios nativos. Em 1615, foi
fundada a povoação que é hoje, a cidade de Cabo Frio.
Depois se fez possível o conhecimento do sertão ate o vale por onde corre o rio
São João e das margens das lagoas de Araruama e Saquarema.
Pelas cartas de Sesmarias, o primeiro proprietário de terras compreendidas no
perímetro atual município de Araruama foi Manoel da Silva Risoado. Neste local,
ele lançou fundamentos da futura fazenda de Parati e de uma serralheria que se
desenvolveu e deu lucros graças à abundância de Pau-Brasil e de outras madeiras
de lei que .
Essa serralheria pode ser considerada a primeira indústria do município. No livro
“Municipalidades do Brasil”, Cortines Daxe menciona que, em 1638, Martim
Correa Vasquez comprou aos herdeiros de Manoel Risoado as terras situadas no
local denominado Parati. Em 1705, a fazenda que abrange toda a atua área
urbana do município passou para as mãos do sargento Mor Jose de Moura CorteReal, sendo a administração feita por sua irmã Maria Vitória.
Neste local, foi erguida uma capela em honra a nossa Senhora do Cabo. Estando
quase em ruínas, o Bispo D. Francisco de São Jerônimo por procissão de
18/08/1718 autorizou José Moura Corte-Real a proceder à sua demolição e a
reconstruí-la.
Pelo edital de 10/01/1799, foi criada a freqüência de São Sebastião de Araruama,
uma vez que padre Antonio Gonçalves Marinho assumiria a de edificar uma nova
igreja, de alguns paroquianos. Durante aquele período, os atos paroquianos
passaram a ser na capela do hospício de São Sebastião, dirigidas pelos frades do
convento de nossa senhora dos anjos de Cabo Frio, às margens da lagoa de
Araruama.
Alguns moradores da freguesia quiseram transferir a sede da paróquia para Morro
Grande, encontrar oposição por parte dos praianos que davam ser à margem da
lagoa o local indicado.
Com dificuldade de evitar tal transferência, foram dadas terras para construção da
nova matriz. Em deliberação de 12/10/1857, do governo provincial, nomeou-se
uma comissão para promover as obras dissolvidas 2 anos depois mesmo assim, a
produção prosseguiu, sendo concluída em 1866.
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No ano seguinte estando o corpo da igreja em estado de receber as imagens e
nele serem celebrados os ofícios religiosos, ficava autorizado o seu
funcionamento, conforme deliberação do vigário capitular Félix Maria de Freitas e
Albuquerque. Na mesma data, 19/10/1867, era também inaugurado o cemitério
construído pela do santuário sacramento de São Sebastião.
No dia seguinte 20/10/1867, era finalmente a sede da freguesia para a nova
matriz, no centro da vila. Era um templo simples, com uma particularidade
arquitetônica que o tornava raro tinha a torre mantida hoje colocada do lado
esquerdo, fenômeno que se conserva em muitas poucas igrejas brasileiras, todas
bem antigas, de construção jesuíta. Conta-se que os pobres jesuítas assim
levantavam suas igrejas, pretendendo depois construir do lado direito um
convento um novo marco para o progresso do município foi à inauguração da
ponte Rio - Niterói, em 1974 facilitando a vinda de visitantes de regiões vizinhas e
promovendo um grande movimento turístico. Nessa década acelerou-se o
desenvolvimento urbano e o crescimento imobiliário, com o loteamento de
grandes propriedades, com fazendas e salinas. O aumento de comunicação de
nossa vem alterando os hábitos e costumes locais simultaneamente verifica-se um
populacional maior residente na área urbana, atuando sobre tudo, no setor
terciário ligado as atividades comerciais de serviços e turísticos. Apesar disso, a
citricultura, em especial o cultivo da laranja, continua sendo de significativa
importância para a economia do município particularmente para os trabalhadores
rurais.
Onde não chegavam a fazê-las ficaram os templos com a torre investida, o que é
muito incomum. No caso da Matriz de Araruama, quando se cogitou de sua
construção, já de há muitos os jesuítas haviam sido expulsos do reino pelo
marques de pombal. No dia 15/06/1945, um incêndio destruiu a matriz de São
Sebastião reconstruída anos depois com a forma atual.
Progresso na Região
No período colonial a base econômica da região era o extrativismo vegetal, com a
exploração de pau-brasil com o passar do tempo, araruama constitui-se como um
município eminentemente agrícola. De acordo com o dicionário geográfico do
Brasil, 1894, destacam-se as produções de café, cana-de-açúcar, cereais,
sobretudo milho e farinha de mandioca.
A partir de 1910, tornou-se grande abuso de imigrantes de Portugal em sua
maioria salineiros da região de Aveiro e Figueira da Foz, incentivando a produção
de sal que durante as primeiras décadas do século XX, com a principal atividade
econômica do município.
O dessa produção se fazia pela Estrada de Ferro Maricá, criada em 1887. Data de
13/12/1913 a chegada do primeiro trem, inaugurando o transporte regular com
Niterói e a estação de Araruama, que duraria ate 1964. No final de 1920, o Brasil
ingressou na do rodoviarismo década que ossivapor o da navegação de
cabotagem e das ferrovias que haviam feito o progresso da ultima fase imperial.
Em 1940, durante o governo de Amaral Peixoto, Araruama abriu caminhos para o
turismo, através da construção da estrada ligando Niterói e Campos e da
aquisição de terrenos para a construção do Parque Hotel Araruama, inaugurado
com a presença do presidente Getúlio Vargas, em 19/08/1943.
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No mesmo ano, foi criado o serviço de viação de Niterói - Araruama com uma
linha de ônibus turístico que saiam, nos fins de semana, do Hotel Imperial / Hotel
Plaza Shopping, em Niterói, e iam ate o Parque Hotel de Araruama. Entretanto
não durou muito tempo, devido à dificuldade no abastecimento de combustível
causada pela Segunda Guerra Mundial. Ponte dos Leites é um povoado à margem
ocidental da lagoa de Araruama, lá havia uma estação da antiga estrada de ferro
Maricá, hoje transformada em Posto de Saúde e Sede do Órgão Municipal.
De onde vem seu nome? E fácil a explicação. No local tinha Bento Leite / Bento
Leite de Andrade / e seu filho, Capitão Francisco Leite / Francisco Leite Pereira de
Andrade / senhor da fazenda de engenho de fabricar açúcar. Este último deu seu
nome a um rio, que a certa altura tem o nome de Rio das Mocas. Sua fazenda
batizada com o Capitão Mor Francisco Freire de Azevedo Coutinho. A localidade de
Ponte dos Leites era em certa época, um centro comercial, com armazéns,
atacadistas nos buscar gêneros “secos e molhados” os comerciantes da
redondeza.
Na enseada de ponte dos leites havia um porto de embarque e desembarque onde
atracava segundo a tradição que chegou há anos. Pequeno vapor denominado
“Evangelina” que trazia mercadorias de Cabo Frio e para lá levava açúcar dos
engenhos do Capitão Francisco Leite e ao Capitão Mor Azevedo Coutinho. A
publicação de 1881, navegação a vapor da Lagoa de Araruama e entre Cabo Frio e
Rio de Janeiro vapores da firma “Jordão & Cia.” também atracavam no porto de
Ponte dos Leites.
O Sal
O sal sempre teve papel importante na humanidade como à água, o fogo e o ar,
componentes indispensável para a manutenção da vista na terra.
Bem antes dos europeus, os matarunas, principais habitantes das terras que hoje
formam o Município de Araruama, já conheciam e utilizavam o sal, através da
salinas naturais existentes na região. A exploração desse produto pelo indígena
era feita de acordo com suas necessidades, sem intenção comercial. Mais tarde,
muitos desses depósitos naturais de sal passaram a ser explorados
comercialmente, como a salina do Padre Salina dos índios, salina de Massambaba
e salina do Povo.
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• Histórico Econômico do Município com ênfase no espaço rural (fazendas)
A área rural de Araruama encontra-se nos distritos de São Vicente de Paulo que
foi criado de conformidade com a Lei Provincial n°737 de 28 de Outubro de 1854
na localidade denominada Pavuna, onde faz junção Cabo Frio à Lagoa de
Juturnaíba com a que vai do Morro Grande à Barra de São João.
E Morro Grande Segundo Distrito de Araruama, é fruto da divisão das grandes
fazendas lá existentes, entre elas, Fazenda Morro Cocos, Monte Alegre, Figueira,
Aurora, Paracatu.
Com base das informações da Emater no ano 1991 a 1995, Araruama, na Região
dos Lagos, era a maior produtora de laranja, tangerina e limão do estado.Existiam
600 produtores, que vendiam, por ano, 73 mil toneladas de frutas.
A cidade era responsável pelo abastecimento dos mercados da região e da
Central de Abastecimento (Ceasa), na capital. O cuidado com a qualidade dos
produtos eram constantes. Os técnicos visitavam as propriedades e orientavam os
produtores sobre a importância de mudas nas fazendas em Araruama, dando
como exemplo uma fazenda em São Vicente de Paulo que existiam 500 hectares
de terra plantados. No local, havia 200 mil pés de laranja-baía, laranja-seleta,
laranja-natal, tangerina poncã, tangerina vermelha e limão. Mas quem liderava
era produção de laranja. Na época de safra, eram colhidas 27 toneladas por dia. A
fruta era comercializada na Região dos Lagos e no Rio de Janeiro.
Na época a Secretaria de Agricultura também desenvolveu em outros locais um
programa de apoio e orientou a formação de seis pequenas associações, que
agregavam agricultores das seguintes localidades: Juturnaíba, Sobradinho,
Itapinuã, Saudade, Morro Grande e Murubaí.
Nesse programa, os agricultores pagavam um preço simbólico pela utilização das
máquinas e recebiam sementes compradas e distribuídas pela prefeitura.
Logo após, vieram outras produções agrícolas como aipim, inhame, quiabo, canade-açúcar etc.
Outras culturas surgiram, diversificando a economia da cidade.
No final do ano de 2003 o Programa Frutificar começou a ser implantado em 330
mil metros quadrados de terra em Araruama. Um total de R$ 500 mil foi
financiado. E 150 empregos diretos foram criados.
Hoje, além das frutas cítricas, cultiva-se maracujá.
A produção chega a 295 toneladas em todo o município. Nos últimos cinco meses
foram colhidas onze toneladas de maracujá. A expectativa é de que a produção
cresça 15% na próxima safra.
“Com plantio maior, a produção aumenta e o lucro é melhor. E isso gera mais
empregos para a região”, ressalta o produtor rural.
Na área de Agropecuária houve uma grande expansão também de micro
estabelecimentos, como mostram a tabela abaixo:
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