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UÇ 31 - AOOSTV PE 19S0
JnúosuncitZvo da. AKq(u,dÃ,ocz&£ dz VÁ,tÕn.Â.a pafia. o
QH^A 2 G^NHQü - [g¥BlèÇêüECA
No ano passado os trabalhadores da Construção Civil começaram as eleições do Sindicato. Todo
mundo sabe que a Chapa 2 que ^ de Oposição
Sindical, sempre teve maioria de votos. Mas os patrões
e o DRT não permitiram a posse dos companheiros.
Para esta última votação deveriam votar 528
trabalhadores. Mas as manobras dos pelegos,
patrões e DRT cansaram os eleitores. Mesmo assim vó
taram 411. Dando uma vitória de 325 votos para
a
CHAPA 2, 70 para a CHAPA 1, 10 nulos e 6 brancos.
82,3% dos votos válidos foram para a CHAPA 2.
Isto mostra que os trabalhadores estão contra esta
estrutura sindical pelega. Os companheiros querem
o sindicato dirigido por verdadeiros trabalhadores!
(Cf. A TRIBUNA - 29/07/80)
A "CR|§|" ECONÔMICA E OS TBABALHADQ|E|
{2a. parte)
No número passado do FERRAMENTA mostramos '
que um dos pontos mais importantes da crise econômica atual no Brasil ê o problema da inflação. Por
isso, neste número, achamos interessante aprofundar
-2melhor a questão da inflação. Gostaríamos ainda de
lembrar que para aqueles que quiserem, procurem
o
número 30 do FERRAMENTA, de julho, que trata deste
problema.
Inflação e
custo
de vida não são
a
mesma coisa. O Indi
ce de custo de vida
(Índice Nacional de
Preço para o Consumi
dor-INPC) mede
os
preços pagos
pelo
consumidor. Os preços que a gente paga
quando faz compras '
no supermercado, na
mercearia, quando '
compra um sapato novo , quando
compra
roupa prá família ,
quando vai a um fute
boi ou a um cinema ,
i/í&7ter
quando anda de ônibus, etc. Já o Indi
ce da inflação é a
combinação desse Índice de custo de vida com o XncU.ce da con-ó-ttação (os aumentos de preços na construção civil) mais o XncUce de pA.eç.04 '
por atacado (que mede basicamente os aumentos
de
preços pagos pela indústria). Isso explica que, às
vezes, a. gente vê nos jornais um Índice de custo de
vida cU-iJe-ten-te do Índice de inflação.
Conclusão:
mesmo sendo diferentes,, índices de inflação e
de
custo de vida estão tão justos que parecem um
só.
Estão tão juntos que, praticamente, influem de
'
igual maneira na vida do povo trabalhador.
a) De maio de 1979 a maio de 1980, o índice
de
-3inflação chega a 94,7%I Quer dizer que
do
ano passado prá cá os preços aumentaram praticamen
te 100%, em media. Quer dizer, dobraraml
b) Mesmo o governo, através do Conselho Monetário Nacional (órgão que tenta controlar
as
atividades dos bancos no Brasil), tendo
proibido
qualquer aumento nos serviços bancários até dezembro/80, era julho os bancos aumentara seus
serviços
em 40%. Isto significa que todos aqueles que mexem
com serviços dos bancos vão ter um aumento nos seus
custos, inclusive os pequenos proprietários que pre
cisam de dinheiro para o financiamento dos seus
'
plantios.
c) O* pJtzçoò mlnZmoò para a agricultura (preços
regulados pelo governo, sendo que ninguém, de
jeito algum, pode comprar produtos agrícolas abaixo
daquele preço: é uma forma de o governo garantir os
ganhos dos produtores agrícolas) sofrem um reajuste
(que é diferente de aumento: quer dizer, só
para
compensarem o que foi perdido com a inflação) mtno/i
que o índice do custo de vida.
d) Segundo informação do DIEESE (Dpto.Intersindó^
cal de Estudos Estatísticos e Sócio Econômicos) , órgão ligado aos sindicatos dos trabalhadores
de São Paulo, até junho/80 aconteceu o seguinte: pa
ra a população que ganha abaixo de CR$ 12 mil
por
mês, o aumento do custo de vida foi de 85% e para '
os que ganham acima'
dos 12 mil,
este aumento foi
de
80%, no mes
mo período.
-43, TÕVQ MUNVÕ E PREJÜV1CAVÕ IGUALMENTE PELA IWFLAÇÃOf
*==
Ê claro que nãol Quem sofre mais com o aumento da inflação e do custo de vida acaba sendo a
classe trabalhadora. Vamos ver como isto acontece.
!a) A velocidade do aumento dos preços e tão grande,
que os reajustes de salários não conseguem acompanha-los. Com a nova política salarial do governo, a classe trabalhadora só tem reajuste de 6*
em
6 meses. E essa subida dos preços que acontece en
tre os 6 meses que passaram? É claro que os trabalhadores acabam perdendo...
b) Quando os donos dos bancos aumentam seus lucros,
mesmo sem a "permissão" do governo, o que acaba
acpntecendo? Acontece que sobe o p-teço do dlnkziJio
que os patrões-industriais, comerciantes, latifundiários, etc, pegam com os patrões-donos-dos-ban cos. Em outras palavras, aumenta a taxa. de. JU.H.O& .
Aumentando a taxa de juros, vão aumentar também os
icustos das empresas industriais e o custo dos produ
tos que vêem da agricultura. Enfim, estes aumentos
vão contribuir, por sua vez, para o aumento do eus
to de vida e também da inflação.
c) Quando os preços mínimos são reajustados • aba-exo
do aumento geral do custo de vida, isto significa que o produtor na agricultura (agricultor) e
o
consumidor (trabalhador da cidade) perdera.
Quando
alguém perde, sempre outro ganha. Mas, e neste ca
so, quem acaba ganhando? O atravessador (comercian
te de produtos agrícolas) e os grandes fazendeiros
que têm condições de estocar seus produtos e esperar uma subida dos preços.
d) A informação do DIEESE nos mostra claramente es
ta perda dos mais pobres para os mais ricos. Nem
é preciso comentar...
CONCLUSÃO: femo-A aò&lm que. an4 4>ao maZi pKe.iuidA.cado& que. outJLOò peto pfiobte.ma da Zn^laçào.
lAto é, aé cla&&e.A que não goòAu&m nlquezaò, continuam pendendo o pouco que fim. Enquanto tò&o,
a&
claòútò poi)&uldona&t principalmente, a ctai&e
doò
gfiandei capttati.&ta&, continuam aumentando òeuò lucfioò e ficando ainda malò nlcaò.
-54. IWFLÂÇÃO: PROBLEMA POLÍTICO;
O povo costuma di
zer; "a corda sempre
arrebenta pelo lado
mais fraco".
Este
ditado também
vale
^•v para o caso da infla
•^ção: o controle dos
preços num pais depende de medidas políticas. Mais
que
isso: depende de for
ça política.
A única forma de
os trabalhadores conseguirem um aumínto fitai
nos
seus ralarios é se organizando enquanto classe: lutando pelo aumento de salário através dos sindicatos e lutando por uma política que defenda seus interesses atavés do partido político. Não existe ou
tra solução para o problema da inflação e do custo
de vida que não seja esse.
- Perguntas para serem respondidas em grupo:
I.Pe tudo o que. a Qtntd v-iu, o que. achamoi mali» Á,mz
poitcintz?
2.Como n£4, tiabalhcLdo/izò, podamos tutai contra
a
InfiZação?
A VITORIA DOS LAVRADORES DA FAZENDA PRIMAVERA
Os posseiros da Fazenda Primavera, localiza
da em Andradina, no interior de São Paulo, comemoraram com uma passeata, no dia 10/07/80, sua grande
vitória: a. a.ò6À.naXuJi(i pzto gzntfial flguzlfizdo,
do
dzcKtto que, de-clcuiou cie "Á,ntztLí&í,& loclat paia. 6ln&
de. de.òapn.opilaç.ão" o& 9.595 he.ctaKZò (Í.9I9 atquzln.zi>) da fazenda, cuja QfiopK-ie.dade. zH.a fizlvIndicada_
pzto Indu&ttlat e. tamòm Qfilte.ln.o J.J. Kbdatta, já
latzdldo.
A área, que será dividida em 30 lotes familiares, estende-se pelos Municípios de Andradina ,
-6Castello e Nova Independência.
Desde o ano de 1920 que começaram
disputas
para a posse da ãrea. Mas os posseiros sempre estiveram lutando para conseguir o seu pedaço de terra, e fizeram também várias manifestações, a maior
delas em 1976, quando se reuniram mais de 3.000 pes
soas.
A vitória causou grande ânimo entre os lavra
dores, que agora se sentem mais tranqüilos em conti
nuar a luta por uma vida melhor para toda a sua
'
classe sofrida.
,
(MOVIMENTO n9 264)
O GOLPE MILITAR NA BOLÍVIA
No dia 18 de julho os militares chefiados pe
Io comandante Luiz Garcia Meza, derrubou pela força
o governo legal da presidente boliviana Lidia Gueiller. O golpe militar aconteceu logo depois
das
eleições convocadas para escolher o novo presidente
da Bolívia. Nestas eleições, o candidato
apoiado
pelo povo era o Sr. Hernen Siles Zuazo da
Aliança
Democrática. Os militares, assustados com a força
dos trabalhadores e do povo, começaram a tramar
o
golpe, quando viram que o presidente votado
pelo
povo, Hernan Siles Zuazo, assumiria o governo, que
é apoiado pela COB - Central Operária Boliviana.
Depois do golpe de força contra os trabalhadores, assumiu o governo uma Junta Governativa, for
mada por chefes militares, que obrigou a presidente
Lidia Gueller a renunciar.
A COB, se organiza contra o golpe. Os minei
ros, que são os operários das minas de estanho
e
outras, armaram junto com o povo, suas mulheres e
seus filhos, camponeses, uma forma de lutar e vencer os militares golpistas. Os camponeses fecham '
as estradas, com pedras e tudo que se pode usar pa
ra barrar o avanço das tropas militares. A COB, pos
sue estações de rádios, que passaram a convocar os
trabalhadores e o povo para lutarem até o fim, con
tra os militares. Foi decretada uma Greve Geral de
todas as atividades contra o golpe. As mulheres e
as crianças ficam protegendo com suas próprias vidas as rádios e as sedes de seus sindicatos, organi
zações populares e partidos.
Os militares já assassinaram alguns lideres
operários e do povo. Como por exemplo o dirigente
do Partido Socialista Marcelo Quiroga Santa Cruz.
A noite, segundo os jornais noticiam, escuta-se tiros e não se sabe a sorte dos 18 ministros
do governo derrubado, nem de muitos lideres políticos e sindicalistas.
0 maior lider sindical Juan Lechin, está desaparecido, e seu filho que se encontra na França,
em Paris, denunciou que ele foi assassinado
pelos
militares golpistas. Os militares, que não conseguiram ainda vencer a residência dos trabalhadores
e do povo, colocaram nas rádios uma falação
falsa
do líder conclamando os trabalhadores a terminarem
com a greve. E na televisão também. Só que muitos
afirmam que são gravações antigas.
Todos os trabalhadores do mundo, que
lutam
por uma vida melhor, livre e justa estão ao lado do
povo boliviano. Os trabalhadores brasileiros, que
-8são vizinhos do povo trabalhador boliviano, deve ex
plicar aos seus companheiros o sentido e a brutalidade do golpe dos militares contra o povo boliviano.
SBiiSi è QIQüSlQ
üma Grande crise econômica internacional
fez cair os preços dcs produtos
exportados por nações da America Latina
Entre 1930 e 1932
vão ser derrubados os governos de 8 países latinoAmericanos:
Brasil, Argentina, Chile, Equador,
Peru, Bolívia, República Dominicana e Cuatemala.
No Brasil, caíram até o fundo oã preços do café.
As medidas tomadas pelo governo de Washington Luís
diante do prejuízo dcs cafeicultores,
não agradaram aos outros setores de proprietários,
e nem mesmo aos plantadores de café.
A classe média, como sabemos, e a burguesia industrial
desejavam um sistema político mais democrático,
queriam também participar do poder.
Os militares "tenentistas" não haviam
desistido d^ fazer sua revolução para
müralizar a política brasileira.
Por todo o lado crescia a insatisfação
cem o governo de Washington Luís.
Aproximavam-se as eleições presidenciais,
marcadas para março de 1930.
Abandonando a política do "café cem leite"
que dividia o poder entre Sao Paulo
e
Minas Gerais,
o presidente não dã vez aos mineiros,
e escolhe cotro seu candidato outra vez
um paulista,
Júlio Prestes, presidente do estado de
São Paulo.
AGO do Brasil-Cademo n<? 3 - pg. 52,53
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