1 A IMPORTÂNCIA DA PARTICIPAÇÃO FAMILIAR NO RENDIMENTO ESCOLAR DA CRIANÇA. THE IMPORTANCE OF FAMILY INVOLVEMENT IN CHILDREN`S SCHOOL PERFORMANCE. Autora: Edna Aparecida Dos Santos Estevão Orientadoras: Lilian Sipoli Carneiro Cañete – Mestrado em Educação Wany de Sousa e Silva Campos – Especialista em Psicopedagogia Supervisão Pedagógica, Didática e Planejamento de Ensino Nome instituição,endereço,telefone- email Curso Razão Ltda Avenida GetúlioVargas,329 Leopoldina MG Tel:3441-5676. [email protected] Resumo A pesquisa objetivou investigar a importância e a influencia da família no desempenho escolar dos filhos. Tendo em vista que é durante o processo de alfabetização que a relação escola e família se destaca. Uma vez que os fatores relativos à vida extraescolar dos alunos impactam no aprendizado a organização escolar precisa ser cuidadosamente planejada, organizada e implementada para informar aos pais sobre a vida escolar de seus filhos. Pudemos constatar que quando os pais participam da educação de seus filhos eles aprendem mais e melhor, com o apoio da família se sentem motivados, seguros, estimulados com vontade de aprender. Com o estabelecimento dos vínculos de parceria entre os educadores e os pais o aprendizado se torna mais significativo e eficiente. Palavras chaves: aprendizagem , famílias, educador, escola. Resume The search aimed investigate the importance and influence of family school performance of children. Given that and during in the process of literacy that relationship between school and home stands out . The factors related to life outside school impact on student learning and school organization needs to be carefully planned ,organized and implemented to inform 2 parents about the school life of their children .I found that when parents participate in their children`s education they learn more and better, with the support of then feel motivated, stimulated insurance willing to learn .And along with the teacher learning becomes more efficient and significant. Keywords: learning, family, teacher, school. INTRODUÇÃO Percebe-se que fatores socioeconômicos e familiares interferem no rendimento escolar, mas a relação de proximidade da família com os objetivos da escola pode diminuir esses efeitos fazendo com que a criança se torne mais participativa e assim melhorando seu rendimento escolar. É compromisso dos pais acompanhar o processo vivido pelos filhos, dialogar com a escola, assumir o que lhes é de responsabilidade. O incentivo para escolha do tema foi a percepção de que ao longo dos anos gradativamente a família, por força de circunstâncias diversas, tem transferido para a escola a tarefa de formar, educar, entretanto essa situação não mais se sustenta. É preciso trazer o mais rápido possível a família para dentro da escola e que ela possa colaborar de forma mais precisa com o processo de educar, portanto compartilhar responsabilidades e não transferi-las para outros. Segundo Paulo Freire, a mudança é uma constatação natural da cultura e da história, o que ocorre é que há etapas, nas culturas, em que as mudanças se dão de maneira acelerada, é que se verifica hoje. As revoluções tecnológicas encurtam o tempo entre uma e outra mudança. Nessa perspectiva, a escola por sua maior aproximação com as famílias constitui-se em instituição social importante na busca por mecanismos que favoreçam um trabalho avançado em favor de uma atuação que mobilize os integrantes tanto da escola, quanto da família, em direção a uma maior capacidade de dar respostas aos desafios que impõe a essa sociedade. Segundo Paro (1997, p. 30), pesquisador que realizou um estudo sobre o papel da família no desenvolvimento escolar de alunos do ensino fundamental, a escola deve utilizar todas as oportunidades de contato com os pais, para passar informações relevantes sobre 3 seus objetivos, recursos problemas e também sobre as questões pedagógicas. Só assim, a família poderá se sentir comprometida com a melhoria da qualidade escolar, com o desenvolvimento de seu filho como ser humano. Paulo Freire (1999 p,18) diz que: “a educação sozinha não transforma a sociedade, sem ela tampouco a sociedade muda se a opção é progressista, senão se está a favor da vida e não da morte, da equidade e não da justiça, do direito e não do arbítrio, da convivência com o diferente e não de sua negação, não se tem outro caminho se não viver a opção que escolher. Encarná-la diminuindo, assim, a distância entre o que se diz e o que se fez”. Essa visão, certamente, contribui para que se tenha uma maior clareza do que se pode fazer no enfrentamento das questões socioeducativas no conjunto do movimento social. O ideal é que a família e a escola tracem as mesmas metas de forma simultânea propiciando ao aluno uma segurança na aprendizagem de forma que venha criar cidadãos críticos capazes de enfrentar a complexidade de situações que surgem na sociedade. Na perspectiva de Vygotskiy: “A educação recebida, na escola, e na sociedade de um modo geral cumpre um papel primordial na constituição dos sujeitos, a atitude dos pais e suas práticas de criação e educação são aspectos que interferem no desenvolvimento individual e consequentemente o comportamento da criança na escola (1984 p.87).” À medida que a escola abrir espaços e criar mecanismos para atrair a família para o ambiente escolar, novas oportunidades com certeza irão surgir para que seja desenvolvida uma educação de qualidade, sustentada por essa relação pois “Toda pessoa tem o direito a educação, é evidente que os pais também possuem o direito de serem senão educados ou mesmo informados no tocante a melhor educação a ser proporcionada a seus filhos” (Piaget, Revista mundo jovem apud, 2007 p.50). Percebe-se dessa forma, que a interação família/escola é necessária para que ambas conheçam suas realidades e busquem caminhos que permitam facilitar o entrosamento entre si, para o sucesso educacional do filho/aluno. A FAMÍLIA E O DESEMPENHO ESCOLAR 4 A instituição escolar tem que se preparar para enfrentar os desafios que o mundo exterior está proporcionando ao meio familiar e essa situação acaba gerando uma série de sentimentos conflitantes, não só entre pais e filhos, mas também entre os próprios pais. Em vista disso é que destacamos a necessidade de uma parceira entre família e escola, visto que, apesar de cada um apresentar valores e objetivos próprios no que se refere à educação de uma criança, necessita uma da outra e quanto maior for a diferença maior será a necessidade de relaciona-se. A família, em consonância com a escola e vice-versa, são peças fundamentais para o pleno desenvolvimento da criança e consequentemente são pilares imprescindíveis no desempenho escolar. Entretanto, para conhecer a família é necessário que a escola abra a suas portas e que garanta sua permanência. Nesse sentido, Bertrand (1999, p.29) afirma que as reflexões avançam hoje, para identificação de características que influenciam as diferentes práticas de cidadania pelo mundo a fora. A estratégia para a construção de uma sociedade democrática não é única. Assim, a escola deve sempre envolver a família dos educandos em atividades escolares. Não para falar dos problemas que envolvem a família atualmente, mas para ouvilos e tentar engajá-los em algum movimento realizado pela escola como projetos, festas, desfiles escolares etc. Em outras palavras está se vivendo em um pequeno intervalo de tempo, um período de grandes transformações muitas delas difíceis de serem aceitas ou compreendidas. E dentro dessa conjuntura está a família e a escola, a família deve se esforçar em estar presente em todos os momentos da vida de seus filhos, presença que implica envolvimento comprometimento e colaboração, deve atentar para as dificuldades não só cognitivas, mas também comportamentais. Deve estar pronta para intervir da melhor maneira possível, visando sempre o bem de seus filhos, mesmo que signifique sucessivos “não” as suas exigências. Em outros termos a família deve ser o espaço indispensável para garantir a sobrevivência e a proteção integral dos filhos e demais membros, independentemente dos arranjos familiar ou da forma como se vêm estruturando (Kaloustian, 1988). Para Tiba (1996, p.178) 5 É dentro de casa na socialização familiar, que um filho adquire, aprende e absorve a disciplina para um futuro próximo, ter saúde social [...] A educação familiar é um fator bastante importante na formação da personalidade da criança desenvolvendo sua criatividade ética e cidadania refletindo diretamente no processo escolar. Os pais não podem confundir a atribuição de responsabilidade com o abandono da supervisão escolar necessária a todo ser humano. A responsabilidade é extremamente importante para o desenvolvimento da criança, mas como toda etapa da vida do indivíduo necessita de um ser mais experiente, no caso a família, para nortear as atitudes a serem tomadas pelo mesmo. Entretanto, mesmo conhecendo os problemas e peculiaridades das famílias e por consequência dos educandos, se não houver um interesse mútuo em solucioná-los, o esforço de detectar tais problemas tornam-se nulos, impedindo que a escola e o professor possam intervir para o sucesso do educando. O interesse e participação familiar são fundamentais. A escola necessita saber que é uma instituição que completa a família, e que ambos precisam ser um lugar agradável e afetivo para os alunos/filhos. Os pais e a escola devem ter princípios muitos próximos para o benefício do filho/aluno (Tiba, 1996 pág.140) MATERIAL E METÓDO A escola visitada de maneira geral apresenta uma estrutura física de boa aparência, a escola é murada, o ambiente é limpo e organizado, conta com biblioteca, sala de informática, cantina e pátio. É uma escola pública e funciona em horário integral, tendo um total de 500 alunos. Foram selecionados aleatoriamente 20 (vinte) membros da equipe de educação, composto por 20 sujeitos um do sexo masculino e dezenove do sexo feminino, na qual foram levantadas suas dificuldades ao trabalhar com crianças que não têm o acompanhamento da família na escola. Sendo dez educadores da Educação Infantil e dez do Ensino Fundamental. O instrumento utilizado foi um questionário contendo três perguntas abertas e sete fechadas. Procedimentos 6 Cada professor recebeu um questionário para ser respondido em suas respectivas casas, para que pudessem ter mais liberdade e não ter nenhum tipo de constrangimento. Foram orientados que entregassem as respostas em dois dias. Resultados Este estudo mostrou que tanto a família quanto a escola são agentes de socialização. A diferença é que a família é a principal agente, é nela que a criança recebe suas primeiras orientações, estímulos, cuidados, fornecendo aos seus filhos o que precisam para uma vida em sociedade. Depois de analisar os dados obtidos pela pesquisa se constata que a separação dos pais agrava o rendimento escolar da criança fazendo com que esses pais se afastem da escola justificando assim sua ausência pela falta de tempo por questão de trabalho. A observação que o professor utiliza como ferramenta principal é uma grande arma para ajudar essa criança a não ficar excluída no ambiente escolar. Por outro lado quando a participação da família é ativa esse aluno melhora no rendimento na escola, de ruim passa a ser bom tornando-o mais participativo e motivado. Gráfico 1: A separação dos pais agrava o rendimento escolar ? 7 1- Sim 2- Não Gráfico 2: Instrumentos que os educadores utilizam para identificar o rendimento baixo devido aos desinteresses dos pais ? 1-Observação 2-Situações Pedagógicas 3-Questionário 4-Análise 5-Entrevista 6-Não Utiliza 8 Gráfico 3: A que se deve a ausência dos pais ? 1-Falta de tempo por questões de trabalho. 2-Falta de comunicação da escola. 3-Falta de comunicação da família com a escola. 9 Gráfico 4: Como é o rendimento escolar dos alunos que contam a participação da família na escola ? 1-Bom 2-Regular 10 DISCUSSÃO A família atual sofre mudanças de estrutura, valores culturais e novos paradigmas. O novo papel desempenhado pelas mulheres na sociedade, as novas formas e estruturas de trabalho, as diferentes configurações familiares, são algumas dentre as inúmeras mudanças sociais das três últimas décadas que impactam as relações familiares e consequentemente tem reflexo na escola. Em nossa pesquisa pudemos apontar que muitas das vezes a separação dos pais acaba afastando essa família da escola. Geralmente é o pai que sai de casa e aí ele não se sente mais obrigado de cuidar da vida escolar do filho deixando apenas para mãe, que muitas vezes, tendo que trabalhar, acaba usando a escola como um lugar onde deixa seu filho. E cabe a família incentivar essa participação em favor da aprendizagem dos filhos em sala de aula e cabe aos educadores perceber que tais mudanças podem ser a causa dos conflitos que a escola enfrenta no momento de aprimorar os conhecimentos dos alunos. Como diz Paro sobre a importância dos pais na educação dos filhos (2008,p.113) fazer da participação dos pais um objeto de preocupação e um fim da própria escola de aproximar a família das questões pedagógicas e a tornar a unidade escolar integrada ao seu meio. O acompanhamento familiar possibilita uma verdadeira aprendizagem na vida dos educandos Tiba (2002) afirma que se os pais acompanharem o rendimento escolar do filho desde o começo do ano, poderão identificar precocemente essas tendências e com apoio dos professores, reativarem seu interesse por determinada disciplina em que vai mal. Ao observar algumas escolas, notamos que os maiores desafios encontrados pelos professores são a falta de acompanhamento familiar e a falta de colaboração da família em relação às atividades propostas pela escola. Como ressalta Freire (1996, p.106) É indispensável que os pais tomem parte das discussões com os filhos em torno desse amanhã. Não podem nem devem omitir-se, mas precisam saber e assumir que o futuro é de seus filhos e seu. Esse aluno passa a maior parte do tempo na escola e quando o professor observa a mudança no comportamento dessa criança, e comunica aos pais o seu rendimento passa a melhorar gradativamente por isso o papel do professor é fundamental. 11 Paro (1992) afirma ainda que a instituição de ensino deve usar todos os métodos de aproximação direta com a família, pois dessa forma podem compartilhar informações significativas em relações a seus objetivos, recursos, problemas, além de questões pedagógicas. Somente dessa maneira, os pais poderão participar efetivamente do aumento do nível educacional, bem como do desenvolvimento de seu filho. CONCLUSÃO Ao término desse artigo podemos constatar o quanto foi envolvente a pesquisa. A escolha do tema deu-se em função de conviver com muitas crianças que não têm o acompanhamento familiar na escola e podemos afirmar que é preciso buscar o envolvimento da família na aprendizagem dos seus filhos, valorizar e orientar os pais no sentido de incentivar as boas relações com a escola e com todos que fazem parte desse contexto, incentivando os pais a comparecerem nas reuniões pedagógicas não só para cobrar notas e sim para avaliar como o filho está se saindo no ano letivo e se tiver alguma dificuldade orientar esses pais como fazer para ajudá-lo. Desse modo observamos no final da pesquisa que a separação dos pais é um dos maiores motivos da ausência da família na escola, tornando–se um dos grandes desafios do professor se aproximar desse aluno de uma forma afetiva, não deixando que ele abandone a escola. Por outro lado quando há participação ativa, esse aluno que antes era ruim passa a ser bom, seu interesse aumenta cada vez mais, pois ele se sentir, acolhido e protegido por essa família. A escola está diante de um grande desafio necessita da real interação da família para o benefício do desempenho escolar de suas crianças e só assim poderá fazer uma educação de qualidade e que possa promover o bem estar de todos. 12 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Kaloustian, SM. (org).Família brasileira, a base de tudo. São Paulo Cortez, Brasília F;UNICEF 1988 HÜlsendecer, Margarete I.V.CRevista Espaço Acadêmico nº67Dezembro 2006 – Mensal Ano VI Freire, Paulo – Pedagogia da indignaçãoCartas pedagógicas e outros escritos. São Paulo; UNESP, 200 (pág30) Freire, Paulo. Pedagogia da autonomia:Saberes necessários a prática educativa 11 ed. Rio de Janeiro; Paz e terra, 1999 Paro, Vitor Henrique. Qualidade de ensino, a contribuiçãodos pais; Xamã, 126 p. Tiba, Içami. Disciplina; limite na medida certa41ª Ed. São Paulo; Gente, 1996 240p. Tiba, Içami Disciplina na medidacerta, São Paulo: Gente 1999. VYGOTSKI L.SA Formação social da menteSão Paulo: Martins Fontes, 1998 PIAGET’I. Para onde vai a educação. José OlympisEd.15ª edição. Rio de Janeiro, 1972/2000 Bertrand, L.A. (org). Cidadania e Educação:Rumo a uma prática significativa.CapinasPapirus, 1999. 13 ANEXO: QUESTIONÁRIO DA PESQUISA Edna, aluna do curso Razão, elaborou uma pesquisa para melhor conhecer a realidade das crianças que não tem o acompanhamento da família na escola. QUESTIÓNARIO EDUCAÇÃO. DATA:___\___\2012 Dados do Educador: a) Sexo: ( ) Masc. ( ) Fem. b) Idade: ( ) até 30 anos ( ) entre 31 e 40 anos ( ) entre 41e 50 anos ( ) acima de 50 anos. c) Escolaridade: ( ) Curso técnico ( ) Curso Superior completo ( ) Pós graduação ( ) Curso Superior completo. d) Quando tempo você exerce a função de Educador? ( ) até 03 anos ( ( ) entre 11e15 anos Dados Específicos ) entre 04 e 07 anos ( ) entre 08 e 10 anos ( ) acima de 15 anos. 14 1- Como é o rendimento escolar dos alunos que contam a participação da família na escola? ( ) Bom ( ) Regular 2- A que se deve a ausência dos pais? ( ) Falta de tempo por questão de trabalho ( ) Falta de comunicação da escola ( ) Falta de comunicação da família com a escola 3- Quais os instrumentos que você utiliza para identificar os alunos com rendimento baixo devido aos desinteresses dos pais? ( ) a observação ( ) situações pedagógicas ( ) questionários ( ) análise da produção do aluno ( ) entrevista com as famílias ( ) não utiliza 4- Na sua opinião, a separação agrava o rendimento escolar da criança ? ( ) sim ( ) não 5- Quem são agentes da socialização? ( ) a família ( ) a escola 15 6- Quando uma criança recebe estímulo familiar isso reflete na escola? De que forma? 7- Nas reuniões da escola comparecem mais pais ou mães? E quais as principais dúvidas? 8-Na sua opinião, os pais juntamente com os filhos devem ser encaminhados para Orientação psicológica? Por que? 9- A sua escola possui algum tipo de programa para acompanhamento familiar que possa Ajudar essas crianças? ( ) sim ( ) não 10- É comum esses alunos serem agressivos? ( ) sim ( ) não.