A IMPORTÂNCIA DE ATIVIDADES LÚDICAS PARA OS PACIENTES COM IRCT EM TRATAMENTO HEMODIALÍTICO THE IMPORTANCE OF LEISURE ACTIVITIES FOR PATIENTS WITH ESRD ON HEMODIALYSIS Alessandra Bispo Barretto 1 1 Atualiza Cursos RESUMO O presente trabalho nasceu com a curiosidade de como as atividades lúdicas poderiam contribuir no tratamento do hemodialítico. O contato com pacientes hemodíaliticos e a questão do sofrimento, levando a questionar modos que buscam melhorar a qualidade de vida, ou mesmo aliviar a dor sentida no tratamento de hemodiálise (MARTINS; CESARINO, 2005). Dado isso, como papel dos avanços da medicina em buscar melhorar a saúde dos pacientes crônicos não se acompanha os mecanismos que possibilitem um alívio aos sofrimentos que vão além das dores físicas. O bem-estar da vida, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS): “O completo bem-estar físico, psicológico e social do indivíduo” (OMS, 2008). Daí pode-se inferir que a saúde não é apenas a ausência de doença, mas o bem-estar do indivíduo que mesmo doente consegue ter alguma qualidade de vida. Descritores: Atividades lúdicas, bem-estar, qualidade de vida, hemodiálise. ABSTRACT This work was born with curiosity as recreational activities could contribute to the treatment of hemodialysis. Contact with hemodialysis patients and the issue of suffering, leading to question ways that seek to improve the quality of life, or even relieve the pain felt in hemodialysis (Martins; CESARINO, 2005). Given that, as part of medical advances in seeking to improve the health of chronic patients is not accompanied by mechanisms for allowing a relief to the sufferings that go beyond physical pain. The well-being of life, according to the World Health Organization (WHO): "The complete physical well-being, psychological and social individual" (WHO, 2008). Hence it can be inferred that health is not merely the absence of disease but the welfare of the individual patient can even have some quality of life. Keywords: Leisure activities, well-being, quality of life, hemodialysis. INTRODUÇÃO O presente trabalho nasceu com a curiosidade de como as atividades lúdicas poderiam contribuir no tratamento do hemodialítico. O contato com pacientes hemodíaliticos e a questão do sofrimento, levando a questionar modos que buscam melhorar a qualidade de vida, ou mesmo aliviar a dor sentida no tratamento de hemodiálise (MARTINS; CESARINO, 2005). Dado isso, como papel dos avanços da medicina em buscar melhorar a saúde dos pacientes crônicos não se acompanha os mecanismos que possibilitem um alívio aos sofrimentos que vão além das dores físicas. O bem-estar da vida, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS): “O completo bem-estar físico, psicológico e social do indivíduo” (OMS, 2008). Daí pode-se inferir que a saúde não é apenas a ausência de doença, mas o bem-estar do indivíduo que mesmo doente consegue ter alguma qualidade de vida. Dessa forma a qualidade de vida (QV) tem se tornado importante critério na avaliação da efetividade de tratamentos e intervenções na área da saúde. Esses parâmetros têm sido utilizados para analisar o impacto das doenças crônicas no cotidiano das pessoas e para isso, é necessário avaliar indicadores de funcionamento físico, aspectos sociais, estado emocional e mental, da repercussão de sintomas e da percepção individual de bem-estar (MARTINS; CESARINO, 2005, p. 2). Assim, faz-se necessário buscar além dos tratamentos convencionais outras maneiras que possam trazer um equilíbrio para o bem-estar psicossomático, através de alguns mecanismos tais como acompanhamento, acompanhantes, atividades lúdicas e recreativas como leituras e narrativas de histórias. A questão aqui empreendida é mais complexa, dado que a literatura de saúde aponta que a questão do bem-estar e qualidade de vida é fundamental para que o sofrimento seja minimizado no momento do tratamento. A partir disso, fazendo uma revisão bibliográfica de artigos voltados para o tema: A importância de atividades lúdicas para os pacientes com IRCT em tratamento hemodialítico observa-se a necessidade de construir um fundamento teórico sobre a temática especificada acima: Como a literatura discute a introdução de atividades lúdicas na sessão de hemodiálise em pacientes renais crônicos? Objetivo geral dessa monografia é identificar como a literatura discute a introdução de atividades lúdicas na seção de hemodiálise em pacientes renais crônicos. Objetivos específicos fazer um levantamento quantitativo da literatura que versa sobre a temática de pacientes em tratamento hemodialítico; e verificar de que maneira a atividade lúdica contribui para amenizar sofrimento de pacientes nas sessões de hemodiálise. Na primeira parte do trabalho faz-se uma discussão sobre aspectos teóricos sobre a anatomofisiologia dos rins, seu funcionamento, a questão e importância do tratamento hemodialítico, levando em conta esses conceitos nas análises dos artigos. A segunda parte apresenta-se a metodologia usada para a pesquisa de revisão bibliográfica, a importância dessa metodologia para esse trabalho. Em um terceiro momento faz-se uma apresentação quantitativa dos artigos selecionados e um resumo desses artigos levando em conta a temática que cada um deles apresenta metodologia usada e conclusões apresentadas. CAPITULO I FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 1.1 Anatomofisiologia renal Segundo Guyton & Hall (2006, p.308 e 309), os rins situam-se na parede posterior do abdome, fora da cavidade peritoneal. Cada rim de um humano adulto pesa cerca de 150g e tem um tamanho aproximado de uma mão fechada. O lado medial de cada rim contém uma região indentada chamada de hilo. Pelo hilo passam a artéria e veias renais, vasos linfáticos, suprimento nervoso e o ureter, que carreia urina do rim a bexiga. Na bexiga, a urina é armazenada e periodicamente eliminada do corpo. O rim é circundado por uma cápsula fibrosa resistente que protege as estruturas internas, que são mais delicadas. A dissecção longitudinal completa de um rim permite uma visão de duas principais regiões: uma mais externa, o córtex, e uma interna, conhecida como medula. A medula é dividida em múltiplas massas teciduais com o formato de cones denominadas pirâmides renais. A base de cada pirâmide origina-se no limite entre as regiões cortical e medular e termina na papila, que se projeta para o espaço da pelve renal, que é uma estrutura em formato de funil que continua com a extremidade superior do ureter. A borda externa da pelve é dividida em estruturas de fundo-seco chamada cálices maiores, que se dividem em cálices menores, os quais coletam a urina dos túbulos de cada papila. As paredes dos cálices, pele e ureter contêm elementos contrateis que propelem a urina em direção à bexiga, onde a urina é armazenada até que seja eliminada pela micção. Cada rim humano contém aproximadamente um milhão de néfrons, cada néfron é composto por dois componentes mais importantes: um elemento de filtragem, que consiste em uma rede capilar encerrada (o corpúsculo renal ou corpúsculo de Malpighi) e seu túbulo anexado. O túbulo contém vários seguimentos anatômicos e funcionais distintos. Eles incluem o túbulo proximal, alça de henle (composta pela porção reta do túbulo proximal, o ramo ascendente fino e o ramo ascendente espesso), o túbulo distal e o segmento de ligação. Eles drenam para o sistema de ductos coletores que contem o ducto coletor cortical e os seguimentos coletores medulares externo e interno (CECIL, 2005, p.237, 238). Os néfrons são principalmente classificados em dois tipos, com base no fato de possuírem ou não uma alça de henle curta ou longa. Os néfrons com alça curta geralmente se originam nas regiões superficial e cortical média, e suas alça de henle se curvam dentro da parede externa da medula. Diferentemente, os néfrons com alças longas se originam na região justa medular (corticomedular) e suas alças de henle se estendem à parte interna da medula. (CECIL, 2005, p.237, 238). O glomérulo é uma rede peculiar de capilares suspensos entre as arteríolas aferentes e eferentes, encerrada numa estrutura epitelial (cápsula de Bowman). Os capilares ficam dispostos em estruturas lobulares chamadas tufos glomerulares e são revestidos por uma camada fina de células endoteliais. O centro do glomérulo consiste em células mesangiais, justamente com a matriz mesangial em torno. Outros componentes do glomérulo incluem a membrana basal glomerular e as células epiteliais vicerais e parietais. As arteríolas aferentes e eferentes entram e saem do glomérulo pelo pólo vascular, e a cápsula de Bowman continua como túbulo proximal no pólo urinário. (CECIL, 2005, p. 238). Todas essas partes em funcionamento atuam como um conjunto sistêmico para a homeostasia do organismo humano. Quando não há esse equilíbrio no sistema, acontece a Insuficiência Renal Crônica (IRC). De acordo com Harrison (2006, p.1732) a IRC é um processo fisiopatológico de muitas patologias, resultando em inexorável desgaste do número e da função dos néfrons, bem como, com freqüência causando doença renal terminal (DRT), a qual representa um estado ou distúrbio clinico no qual ocorre perda e irreversível da função renal endógena em grau suficiente para tornar o paciente permanentemente dependente da terapia de substituição renal (diálise ou transplante) para evitar uremia ameaçadora. A condição crônica e o tratamento hemodialítico são fontes de estresse e representam desvantagem por ocasionar problemas: isolamento social, perda do emprego, dependência da Previdência Social, parcial impossibilidade de locomoção e passeios, diminuição da atividade física, necessidade de adaptação à perda da autonomia, alterações da imagem corporal e ainda, um sentimento ambíguo entre medo viver e de morrer (MACHADO; CAR, 2003, p. 28) Brunner & Suddarth (2006, p. 1403) afirmam que a incidência de insuficiência renal crônica aumentou em oito por cento por ano nos últimos cinco anos, com mais de 300 mil pacientes sendo tratados nos Estados Unidos. Harrison (2006, p.1732) descreve que a fisiopatologia da IRC envolve mecanismos desencadeantes específicos da etiologia subjacente, bem como um conjunto de mecanismos progressivos que representam uma conseqüência comum após a redução prolongada da massa renal, independentemente da etiologia. Essa redução da massa renal provoca hipertrofia estrutural e funcional dos néfrons remanescentes. A hipertrofia compensatória é mediada por moléculas vasoativas, citocinas e fatores de crescimento, sendo, no início, causada por hiperfiltração adaptativa, mediada por aumentos da pressão e do fluxo capilares glomerulares. Com o tempo, as adaptações em curto prazo mostram-se inapropriadas, visto que predispõe à esclerose da população de néfrons viáveis remanescentes. O aumento da atividade intra-renal do eixo renina-angiotensina parece contribuir para hiperfiltração adaptativa inicial, assim como a hipertrofia inapropriada e esclerose subseqüentes. 1.2 Tratamento hemodialítico e qualidade de vida A diálise é um fenômeno termodinâmico que consiste em dois princípios básicos: difusão e convecção. O termo diálise vem do grego e significa: “passar através”. Resulta assim, na remoção de massas e solutos e de água, do sangue dos pacientes e de compartimento extracelular, para fora, através de membranas (membranas semipermeáveis, chamadas de membranas dialisadoras). O processo da diálise com as membranas dialisadoras tenta imitar, da melhor maneira possível, a filtração glomerular normal, nos pacientes renais agudos e crônicos bem como naqueles com intoxicações exógenas ou endógenas (CESAR; 1994, p. 201). De acordo com Cesar (1994), a hemodiálise é a modalidade de diálise que se processa um circuito extracorpóreo devidamente construído e instalado no “rim artificial”. O circuito extracorpóreo (CEC) é constituído por uma linha (“set”) arterial e outra venosa de material plástico, entre as quais se interpõe um hemodialisador. Através de uma via de acesso vascular (fístula arteriovenosa, “shunt” etc.) é obtido um fluxo de sangue (QB) do paciente, que, por várias horas, continuadamente, perfunde um hemodialisador e dele retorna ao paciente pelo “set” venoso. O hemodialisador é um artefato de plástico que contém a membrana dialisadora artificial (CESAR; 1994, p. 201). A membrana dialisadora (MB), pela face interna, delimita um espaço que será perfundido pelo sangue do paciente (câmara de sangue do hemodialisador) e, pela face externa, um espaço que será ocupado pelo dialisado ou “banho” de hemodiálise (câmara do “banho” do hemodialisador) (CESAR; 1994, p. 201). A MD pode ser disposta como uma longa cinta tubular, enrolada em serpentina (hemodialisador tipo “coil”) ou como uma pilha de vários envelopes dispostos paralelamente, uns sobre os outros: hemodialisador do tipo placas paralelas (“paralel plate”). Mais modernamente, a membrana dialisadora é constituída por milhares de microtúbulos, dispostos em feixe e colocados num cilindro de plástico, constituindo o “rim capilar” ou “Hollow Fiber Artificial Kidney” (HFAK) (CESAR; 1994, p. 201). A Insuficiência Renal Crônica e o tratamento hemodialítico, provoca uma sucessão de situações para o paciente renal crônico, que compromete o aspecto não só físico, como psicológico, com repercussão pessoal, familiar e social. Na convivência com estes pacientes, ficou clara a importância da intervenção da enfermagem em busca de solução nas limitações provocadas pela IRC e o tratamento, sendo necessário um reaprender a viver, de uma maneira mais humana (CESARINO; CASAGRANDE, 1998, p. 31). A doença renal crônica terminal (DRT) e a hemodiálise (HD), modalidade terapêutica mais freqüentemente utilizada nessa fase, estão, indubitavelmente, entre as patologias e terapias de caráter crônico que mais afetam a Qualidade de vida (QV) dos pacientes. As demandas da DRT tratada com HD incluem rigidez dietética e de horário, mudanças potenciais nos contextos familiar, ocupacional e social, e preocupações diversas com a doença e seu tratamento, fazendo com que muitos dos pacientes encontrem dificuldades em se adaptar à doença, suas conseqüências e incerteza do futuro. Além disso, depressão é uma desordem psiquiátrica relativamente comum em renais crônicos, com um enorme impacto na QV. Uma complexa interação entre depressão, QV, complicações e sobrevida é então observada nessa população de alto risco (BARBOSA et al, 2007, p. 223). Para Higa et all (2008) a doença renal crônica traz consigo uma série de questões que marcam a vida do indivíduo, a partir do diagnóstico, sendo comuns as manifestações psíquicas acarretando alterações na interação social e desequilíbrios psicológicos, não somente do paciente como também da família que o acompanha. Higa et all (2008) afirma ainda que a doença renal e as complicações decorrentes do tratamento afetam as habilidades funcionais do paciente, limitando suas atividades diárias, sendo que, freqüentemente, as alterações não são captadas nas avaliações clínicas e biológicas convencionais. Compreender como as limitações interferem no cotidiano dos pacientes tem sido o objetivo das avaliações da qualidade de vida relacionadas à saúde. O paciente com IRC, em programa de hemodiálise, é conduzido a conviver diariamente com uma doença incurável que o obriga a uma forma de tratamento dolorosa, de longa duração e que provoca, juntamente com a evolução da doença e suas complicações, ainda maiores limitações e alterações de grande impacto, que repercute tanto na sua própria qualidade de vida quanto na do grupo familiar. (HIGA et all; 2008) As terapias de caráter crônico apresentam três objetivos básicos: aumentar a longevidade, reduzir a morbidade e melhorar a qualidade de vida (QV) dos pacientes. Os dois primeiros são relativamente fáceis de medir e têm sido tradicionalmente adotados na avaliação da eficácia de determinado tratamento, enquanto o terceiro só teve sua importância reconhecida muito recentemente, em virtude, principalmente, da evolução de programas preventivos e terapêuticos e aumento da sobrevida destes pacientes, passando-se então a se desenvolver os mais variados métodos para sua mensuração (BARBOSA et al; 2007, p. 223). Os impactos e conseqüências de uma doença podem ser descritos de diferentes maneiras. Entretanto, os sentimentos e as reações de cada indivíduo, frente ao processo patológico, não são apenas influenciados pelas condições somáticas, físicas, mas também pela personalidade e circunstâncias sociais (NOORDHOEK; LOSCHIAVO, 2005, p 242). Machado et al. (2003) dispõe ainda que a condição crônica e o tratamento hemodialítico são fontes de estresse e representam desvantagem por ocasionar problemas: isolamento social, perda do emprego, dependência da Previdência Social, parcial impossibilidade de locomoção e passeios, diminuição da atividade física, necessidade de adaptação à perda da autonomia, alterações da imagem corporal e ainda, um sentimento ambíguo entre medo viver e de morrer. CAPÍTULO II METODOLOGIA Realizou-se um trabalho de pesquisa bibliográfica com objetivo identificar como a literatura discute a introdução de atividades lúdicas na sessão de hemodiálise em pacientes renais crônicos. No primeiro momento fez o levantamento de 10 artigos científicos de quatro periódicos científicos online durante os meses de Agosto-Outubro de 2009, observando três categorias específicas: a) se no seu título há a presença de uma dessas palavras: hemodiálise, tratamento hemodialítico, IRC, bem-estar; b) estudos que versam sobre a relação entre tratamento hemodialítico e qualidade de vida; Destaca-se que “Através da quantificação, as informações são transformadas em indicadores empíricos e estas em variáveis e fatores mensuráveis (...)” (LOPES, 2003, p.106). Assim, seguiram-se os seguintes passos metodológicos de pesquisa: 1 – Primeiramente, escolheu-se os objeto de pesquisa, ou seja, um recorte da pesquisa; 2 – Fez uma pesquisa através do site Google Acadêmico (www.google.com) os artigos que contivesse umas das palavras: hemodiálise, tratamento, hemodialítico e IRC; 3 – Os artigos foram postos numa tabela especificando: Título, Autores, Palavras-chave, Numero das páginas, Data, Periódico, Número; 4 – Fez-se um resumo apresentando Objetivo, Metodologia e Resultados; 5 – Analisou-se o artigo, comentando sobre a profundidade, importância e relevância do estudo apresentado no artigo. CAPÍTULO III ANÁLISE DOS ARTIGOS 3.1 Levantamento quantitativo Nesta etapa do trabalho não se interessa apresentação do universo em que os artigos estão presentes para uma análise quantitativa que demonstra numericamente a presença a temática: tratamento hemodialítico e qualidade de vida, em meio ao universo temático em que as revistas trabalham. A tabela seguinte especifica como foram organizados os artigos, especificando: Título, Autores, Palavras-chave, Numero das páginas, Data, Periódico, Número. TITULO Qualidade de vida de pacientes portadores de insuficiência renal crônica em AUTOR PALAVRAS- Nº DAS CHAVE PÁGINAS HIGA, Qualidade de vida; Karina; et al. Diálise renal; DATA PERIÓDICO NÚMERO 203-6. 2008 Acta Paul Enferm 21 31-40 Outubro Rev. 4 1998 Enfermagem Insuficiência renal crônica tratamento de hemodiálise Paciente com insuficiência renal crônica em tratamento hemodialítico: Atividade educativa do enfermeiro Preditores de Qualidade de Vida em Pacientes com Doença Renal Crônica em Hemodiálise CESARINO, Claudia Bernardi; CASAGRAN DE, Lisete Diniz Ribas Enfermagem, BARBOSA, Luciana Mendonça Morais et al. Insuficiência renal A dialética da vida cotidiana de doentes com insuficiência renal crônica: entre o inevitável e o casual Efeitos de um Programa de Exercícios Físicos no Condicionamento de Pacientes em Hemodiálise Revisão: Depressão e Insuficiência Renal Crônica: uma revisão MACHADO, Leise Rodrigues Carrijo; MARCIA Regina Car COELHO Douglas Martins et al. Insuficiência renal crônica. Hemodiálise. Nefrologia. 27-35 Insuficiência renal crônica. Hemodiálise. Exercícios. Reabilitação 121-127 2006 J Bras Nefrol 28(3) ALMEIDA, Alexander M; MELEIRO Alexandrina. BEZERRA, Karina Viviani; SANTOS, Jair lício Ferreira Depressão, insuficiência renal crônica, diálise, transplante renal, aderência. Insuficiência renal crônica; diálise renal; atividades cotidianas 192-200 2000 J Bras Nefrol 22(1) 1-6 2008 Rev 16(4) julho- enfermagem educação, hemodiálise Latino-am. - ribeirão preto 222-29 crônica. Dezembro J de 2007 Volume Bras Nefrol 2003 Rev Esc Enferm 4 Hemodiálise. Qualidade de vida. Depressão O cotidiano de pessoas com insuficiência renal crônica em Tratamento hemodialítico 37 USP agosto latino-am Qualidade de vida de pessoas com doença renal Crônica em tratamento hemodialítico Idosos com insuficiência renal crônica: alterações do Estado de saúde Censo sbn 2002: informações epidemiológicas das unidades de Diálise do Brasil MARTINS, Marielza R. Ismael; CESARINO, Claudia Bernardi KUSUMOT A, Luciana; RODRIGUE S Rosalina Aparecida Partezani; MARQUES, Sueli ROMÃO JUNIOR, João et al. Qualidade de vida; insuficiência renal crônica; atividades cotidianas; diálise renal 670-6. Idoso; história; insuficiência renal crônica; enfermagem 525-32. Epidemiologia. Brasil. Diálise. Terapia de Substituição renal. Prevalência. 188-99 2005 Rev latino-am setembro- enfermagem 13(5) outubro 2004 Rev latino-am maio- enfermagem 12(3) junho 2003 J bras nefrol 25(4) Quadro 1 – Tabela dos artigos pesquisados ( BARRETTO, 2009) 3.2 Análise qualitativa Nesta etapa do trabalho, será feita a análise qualitativa das matérias previamente escolhidas. 3.2.1 Qualidade de vida de pacientes portadores de insuficiência renal crônica em tratamento de hemodiálise Objetivo: Analisar a qualidade de vida de pacientes com insuficiência renal crônica, em tratamento de hemodiálise. Métodos: Trata-se de pesquisa quantitativa, realizada em uma clínica de diálise em Campinas, SP, através dos dados de identificação gerais dos sujeitos e aplicação do questionário WHOQOL-breve dividido em quatro domínios: físico, psicológico, social e meio ambiente. Foram analisados 20 sujeitos escolhidos aleatoriamente. Resultados: 75% homens e 25% mulheres, com predominância de pacientes na faixa etária de 40 - 60 anos, passando por hemodiálise, e índice menor entre os 20 e 40 anos. Observou-se, pela análise geral das médias dos domínios, que os pacientes lidavam melhor com os aspectos psicológicos, quando comparados aos demais âmbitos pesquisados. Os melhores resultados obtidos pertencem aos domínios psicológico e social, relacionados à crença na cura para a insuficiência renal crônica através de um transplante renal, proporcionando aos pacientes confiança no processo dialítico. Palavras-chave: Qualidade de vida; Diálise renal; Insuficiência renal crônica Parecer do artigo: A conclusão deste trabalho permite verificar que a maioria dos sujeitos encara o tratamento como uma modalidade dolorosa, sofrida, angustiante, com limitações físicas, sociais e nutricionais, dificultando, muitas vezes, a interação paciente-sociedade-família. Consideram-se vulneráveis à morte, diariamente, sendo os riscos numerosos, desde a periodicidade da condução aos centros de hemodiálise até o decorrer das sessões. 3.2.2 Paciente com Insuficiência Renal Crônica em Tratamento Hemodialítico: Atividade Educativa do Enfermeiro Objetivo: O objetivo deste estudo foi contribuir para o conhecimento da atividade educativa do enfermeiro com paciente renal crônico em tratamento hemodialítico, proporcionando uma melhoria da sua qualidade de vida, através da educação conscientizadora. Metodologia: Os sujeitos desse estudo eram oito pacientes renais crônicos, sendo quatro do sexo feminino e quatro do sexo masculino, com idade variando entre 17 a 63 anos de idade. A trajetória metodológica foi a da pesquisa-ação, e a coleta de dados sobre situações significativas foi realizada através da observação participante. A interpretação dos dados relacionou-se com o referencial proposto por PAULO FREIRE, isto é, a análise dos temas geradores. Os dados foram selecionados e codificados em seis temas geradores: Insuficiência Renal Crônica (IRC), Causas da IRC, Tratamento Hemodialítico, Limitações e Possibilidades do Renal Crônico em Tratamento Hemodialítico, Transplante Renal e Apoio Familiar. Os Círculos de Discussão desenvolveram-se segundo o Método Pedagógico de PAULO FREIRE. Resultado: Após essa fase, foram constatadas mudanças satisfatórias na qualidade de vida dos pacientes renais crônicos participantes do processo ensino-aprendizagem. Isso permite concluir que houve desenvolvimento da consciência ingênua para a crítica em relação à sua situação, pois ocorreram transformações na sua realidade. Palavras-chave: Enfermagem; Educação; Hemodiálise Parecer do artigo: Nesse estudo pode-se observar a importância da atividade educativa do enfermeiro no tratamento hemodialítico. Como expõe Cesarino et al. (1998) entendo que, na procura da excelência da assistência de enfermagem ao paciente renal crônico em tratamento dialítico, é necessário que o enfermeiro tenha, além da fundamentação científica e de competência técnica, também o conhecimento dos aspectos que levem em consideração os sentimentos e as necessidades de tais pacientes. Neste contexto, o enfermeiro deve estabelecer diálogo com os pacientes, ultrapassando o formalismo técnico habitual , de fornecer informações frias, de difícil compreensão, estanques, no momento errado, e onde praticamente só o profissional tem a palavra e a razão. 3.2.3 Preditores de Qualidade de Vida em Pacientes com Doença Renal Crônica em Hemodiálise Introdução: As terapias de caráter crônico apresentam três objetivos básicos: aumentar a longevidade, reduzir a morbidade e melhorar a qualidade de vida (QV) dos pacientes. Possíveis associações entre dados demográficos e clínicos objetivos e a QV podem assegurar estratégias para melhoria do bem-estar em portadores de doença renal crônica. Objetivo: Identificar fatores associados à QV de pacientes em hemodiálise regular. Metodologia: Foram entrevistados 114 renais crônicos em hemodiálise, utilizando-se o Medical Outcomes Study Questionaire 36-Item Short Form Health Survey (SF-36) para medida da QV, e o Beck Depression Inventory para identificar a presença de depressão na amostra. A relação entre o nível de QV, depressão e outras variáveis clínicas, laboratoriais e sócio-demográficas foi analisada através da aplicação de modelo de regressão, com ajuste para as diversas co-variáveis. O método de Backward foi utilizado para seleção dos preditores de QV mais significativos (p<0,05). Resultados: Os pacientes tinham em média 46,3 ± 13,9 anos, sendo 59,7% homens. Depressão esteve significativa e independentemente associada a pior QV em todas 8 as dimensões do SF36. Outras co-morbidades (diabetes e doença vascular periférica), acesso vascular por cateter, gênero masculino, idade mais avançada, ausência de ocupação regular e baixo nível de escolaridade também estiveram significativamente associados a menores pontuações em pelo menos uma das dimensões do SF-36 após múltiplos ajustes. Depressão foi o maior preditor de QV da amostra. Esta associação de pior QV com variáveis modificáveis ou preveníveis ressalta a importância de intervenções psicossociais e médicas para melhoria do bem-estar de pacientes em hemodiálise. Palavras-chave: Insuficiência renal crônica. Hemodiálise. Qualidade de vida. Depressão. Parecer do artigo: Os resultados desse estudo evidenciaram a existência de importante rebaixamento do nível de QV entre pacientes renais crônicos em HD, principalmente no que se refere aos aspectos físicos. Segundo Mittal et al.13 a DRT compromete mais intensamente a QV do que outras doenças crônicas como insuficiência cardíaca, doença pulmonar obstrutiva crônica, artrite reumatóide e angina pectoris. O menor valor médio de QV da amostra no presente estudo foi encontrado na dimensão Aspectos Físicos (AF), o que é concordante com os resultados de outros estudos brasileiros que utilizaram o mesmo instrumento de medida, onde se observa predomínio de melhores pontuações referentes às dimensões do componente mental (Aspectos Sociais (AS), Aspectos emocionais (AE) e Saúde Mental (SM).) e piores referentes às dimensões do componente físico (especialmente AF) entre pacientes portadores de DRC submetidos a esquema regular de HD. Existem evidências na literatura de melhora do aspecto físico da QV em hemodialisados após implantação de programa de prática regular de exercícios. Esta necessidade de se realizar intervenções direcionadas a este tipo de comprometimento torna-se ainda mais urgente ao se observar que a média de idade da amostra (46,3 ± 13,9 anos) ainda se encontra na faixa economicamente ativa. 3.2.4 A dialética da vida cotidiana de doentes com insuficiência renal crônica: entre o inevitável e o casual Objetivos: Procurou-se compreender o cotidiano da vida de doentes com insuficiência renal crônica em hemodiálise sob a visão do referencial teórico-metodológico do materialismo histórico e dialético. Metodologia: As entrevistas realizadas com 18 doentes foram submetidas ao procedimento de análise de discurso, revelando temas da realidade social da vida cotidiana destes doentes. Estes temas foram, então, analisados frente às categorias: processo saúde-doença; possibilidade x realidade e necessidade x casualidade. Resultados: Para estes doentes o tratamento hemodialítico é inevitável e o transplante é casual e, entre esta relação dialética está a enfermagem que precisa ampliar sua compreensão sobre a árdua, triste, difícil e monótona realidade e suas possibilidades de transformação. Palavras-chave: Insuficiência renal crônica; Hemodiálise; Nefrologia. Parecer do artigo: Diante desse estudo observa-se que entre as categorias analisadas pelos autores o processo saúde-doença é entendido como uma situação inevitável, ou seja, não é um querer meramente humano, mas sim, uma força divina. Isso é observado pelos depoimentos dado pelo publico alvo da pesquisa, que depõe frente o momento que se vive frente à doença. 3.2.5 Efeitos de um Programa de Exercícios Físicos no Condicionamento de Pacientes em Hemodiálise Introdução: As repercussões da insuficiência renal crônica (IRC) são observadas em todos os sistemas do corpo, levando a um prejuízo na capacidade cardiorrespiratória e a descondicionamento físico. Objetivos: Avaliar os efeitos de um programa de exercícios físicos no condicionamento de pacientes em hemodiálise. Metodologia: Participaram deste estudo, cinco pacientes com idade média de 45±9 anos. Foram avaliados: teste de caminhada de 6 minutos, teste ergométrico, pressão inspiratória máxima (PImax), pressão expiratória máxima (PEmax), resistência dos músculos inspiratórios e força da musculatura flexora das mãos. O programa de exercícios foi realizado em três sessões semanais, nos dias da diálise, num total de 24 sessões. Estes pacientes submeteram-se a um período de aquecimento, seguido de exercícios para membros superiores, bicicleta ergométrica, esteira rolante, período de resfriamento, treinamento específico para musculatura flexora dos dedos e para a musculatura inspiratória. Resultados: Houve redução significativa da pressão arterial sistólica de repouso no teste de caminhada de 6 minutos após o tratamento de 153±16 para 132±18 mmHg. Foi observada melhora significativa na PImax (de -86±29 para -117±3 cmH2O) e na PEmax (de 75±31 para 94±20 cmH2O). A força da musculatura flexora das mãos apresentou aumento significativo (de 13,5±2,5 para 16,6±2,3 libras/polegadas2 à direita e de 12,2±1,9 para 15,5±2,8 libras/polegadas2 à esquerda), bem como o consumo máximo de oxigênio (de 25,5±5,1 para 39,9±5,0 mLO2/Kg/min). O programa de exercícios físicos mostrou benefícios para o paciente em hemodiálise na medida em que melhorou seu condicionamento. Trabalhos direcionados a estes pacientes devem ser estimulados. Palavras-chave: Insuficiência renal crônica. Hemodiálise. Exercícios. Reabilitação. Parecer do artigo: No presente estudo pode-se observar que é notório a recuperação tanto física quanto fisiológica dos pacientes participantes dessa pesquisa. Com essa recuperação fica claro que os portadores de IRC em tratamento hemodialítico quando está realizando alguma atividade paralela ao tratamento, pode haver uma reintegração sócio-econômica desses pacientes. 3.2.6 Revisão: Depressão e Insuficiência Renal Crônica: uma revisão Objetivo: Apesar de provavelmente ser a complicação psiquiátrica mais comum nos pacientes com Insuficiência Renal Crônica (IRC), o transtorno depressivo maior permanece largamente subdiagnosticado. Metodologia: Revisão bibliográfica sobre a relação da depressão, tratamento dialítico e IRC. Resultados: Há evidencias de que a depressão diminua a aderência ao tratamento da IRC, influencie negativamente a qualidade de vida, seja um fator importante de risco para a mortalidade cardiovascular, aumente em 15 vezes a taxa de suicídio e, consequentemente, seja um preditor independente e potente de menor sobrevida. Os autores discutem os principais aspectos sobre o impacto, etiologia, diagnóstico e tratamento da depressão nos portadores de IRC. Palavras-chave: Depressão; Insuficiência Renal Crônica; Diálise Parecer do Artigo: Diante desse estudo ressalva-se como os transtornos depressivos estão presentes em pacientes com diagnóstico de IRC e em tratamento hemodialítico. O paciente com essa patologia, antes mesmo começar o tratamento, já apresentam sintomas depressivos com o fechamento do diagnóstico. Com o início do tratamento é mais latente a percepção da diminuição da qualidade de vida desses indivíduos. 3.2.7 O Cotidiano de Pessoas com Insuficiência Renal Crônica em Tratamento Hemodialítico Objetivo: Este estudo analítico-descritivo objetivou avaliar a percepção das pessoas com insuficiência renal crônica em relação às atividades cotidianas e ocupacionais. Metodologia: A análise foi composta por 35 homens e 35 mulheres em tratamento hemodialítico com idade entre 17 e 60 anos. O questionário utilizado foi o SAOF (Self Assesment of Occupational Functioning). Os dados foram submetidos à análise estatística e as áreas com maior escolha da alternativa “necessidade de melhora” foram de hábitos (20%) e valores (20,5%). Resultados: Nessas áreas, a proporção relacionada às dificuldades foi mais evidente no que se refere à organização do cotidiano, a mudanças de rotinas e às expectativas quanto ao futuro. Portanto, a terapia ocupacional, por apresentar recursos instrumentais para a reestruturação do cotidiano desses pacientes, pode contribuir para a assistência deles assim como informações para a enfermagem. Palavras-chave: Insuficiência renal crônica; Diálise renal; Atividades cotidianas Parecer do artigo: O presente estudo discorre sobre a importância de continuidade do cotidiano dos pacientes em tratamento hemodialítico. Ressalta-se que com a introdução de atividades, como a terapia ocupacional, a qualidade de vida desses pacientes tem uma notória melhora, visto que frente a todas as mudanças impostas pelo tratamento, não é o tratamento que o impossibilitará de continuar sua vida cotidianamente. 3.2.8 Qualidade de Vida de Pessoas com Doença Renal Crônica em Tratamento Hemodialítico Objetivo: Este estudo descritivo objetiva avaliar a qualidade de vida de pessoas em tratamento de hemodiálise (HD) e identificar as atividades cotidianas que podem comprometer sua qualidade de vida. Metodologia: Foram pesquisadas 125 pessoas com insuficiência renal crônica (IRC) em tratamento de hemodiálise, mediante o Questionário Genérico de Qualidade de Vida SF-36 e as atividades cotidianas por uma entrevista semi-estruturada. Os dados foram submetidos à análise estatística, com nível de significância de 5%. Resultados: Os resultados evidenciaram prejuízo na qualidade de vida, demonstrando menores escores nos domínios dos aspectos físicos, emocionais e vitalidade. Verificou-se correlação negativa entre tempo de HD e componente físico (r = - 0,75). As atividades corporais e recreativas foram as mais comprometidas tanto na amostra global quanto na estratificada por sexo. Observou-se correlação negativa entre tempo de HD e as atividades cotidianas: trabalho, atividades domésticas e atividades práticas. Palavras-chave: Qualidade de vida; Insuficiência renal crônica; atividades cotidianas Parecer do Artigo: Esse artigo apresenta em seus resultados que a mudança de hábitos, dos pacientes, depois de ter iniciado o tratamento é nítida, bem como as atividades diárias e o trabalho resultantes da saúde física, indica um prejuízo na qualidade de vida desses indivíduos. Com esse estudo nota-se a importância de que os profissionais estejam avaliando a qualidade de vida dos pacientes em tratamento. 3.2.9 Idosos com Insuficiência Renal Crônica: Alterações do Estado de Saúde Objetivo: Descrever as alterações do estado de saúde vivenciadas por idosos portadores de Insuficiência Renal Crônica (IRC), em tratamento de Diálise Peritonial Contínua Ambulatorial (DPCA), atendidos na Unidade de Diálise e Transplante Renal de um Hospital Público de Ribeirão Preto-SP foi o objetivo deste estudo. Metodologia: Participaram seis idosos, com idade entre 61 e 74 anos, em tratamento com DPCA. O referencial teórico metodológico utilizado foi a história oral temática, proposta por Meihy. Resultados: Na análise, foi construída a categoria: alterações no estado de saúde dos idosos e evidenciado o diagnóstico da doença, sinais e sintomas da IRC, causas e irreversibilidade. Palavras-chave: idoso; história; insuficiência renal crônica Parecer do artigo: O artigo acima, tem em sua temática as alterações do estado de saúde de idosos com IRC. Os autores concluíram que a IRC traz mudanças no estilo de vida causam alterações corporais e comportamentais nos idosos. 3.2.10 Censo SBN 2002: informações epidemiológicas das unidades de diálise do Brasil Introdução Objetivo: Apresentar os dados consolidados do Censo SBN 2002, comparando-os aos obtidos nos censos de 1999 a 2001. Metodologia: Análise de questionário padrão enviado em de novembro de 2002 às unidades registradas na SBN. Foram obtidas respostas de 560 das 561 unidades cadastradas. Resultados: Em 2002, existiam 561 unidades de diálise no Brasil (3,2 unidades por milhão de habitantes, sendo 62,1% serviços privados e 18,1% filantrópicos), operadas por 2.812 nefrologistas, 8.849 profissionais de enfermagem e 2.162 funcionários administrativos. Foi relatada a existência de 11.367 máquinas de hemodiálise (96,5% do tipo proporção), abastecidas por água tratada por osmose reversa em 90,9% dos centros. Eram 54.523 pacientes mantidos em diálise (prevalência de 312 pacientes pmp), sendo 48.874 em hemodiálise (89,6%), 3.728 em CAPD (6,8%0) e 1.570 em DPA (2,9%). A prevalência de sorologia para o HbsAg era de 3,2%, para o anti-HCV de 15,4% e anti-HIV de 0,51%. No período 1999-2002, houve um crescimento de pontos de máquinas de hemodiálise, nefrologistas e no número absoluto de pacientes de 30,8%, 16,7% e de 27,7%, respectivamente. Havia uma grande iniqüidade na distribuição de centros, equipamentos e prevalência entre as cinco regiões brasileiras. A prevalência em TRS no Brasil também é pequena quando comparada internacionalmente. Resultados: Conclusões: O projeto Censo SBN 2002 mostrou a infra-estrutura das unidades de diálise do país, com um crescente número de pacientes, gerando informações epidemiológicas básicas evolutivas. São marcantes as assimetrias regionais, a baixa prevalência nacional e o progressivo endividamento financeiro dos serviços. Tais informações são importantes para a avaliação da TRS no país e nortear projetos e recursos que proporcionem uma melhor atenção médica aos pacientes com IRC. Palavras-chave: Epidemiologia. Brasil. Diálise; Terapia de substituição renal; Prevalência. Parecer do Artigo: Os autores destacam de que como vem ocorrendo em todo o mundo, o número de pacientes mantidos em tratamento de diálise no Brasil tem aumentado de maneira expressiva, mostrando que essa modalidade de tratamento está sendo disponibilizada cada vez mais à população portadora de insuficiência renal crônica em estágio final. É sabido que a própria população com insuficiência renal crônica vem aumentando, principalmente pelo envelhecimento da população em geral e pelo aumento do número de portadores de hipertensão arterial e diabetes mellitus, as duas maiores causas de DRC. Ao lado deste aumento na incidência da IRC, soma-se o fato de que a melhoria na terapêutica dialítica aumentou a sobrevida de pacientes em programa crônico de diálise e de que a saída de pacientes para o transplante renal no Brasil é muito baixa. CONSIDERAÇÕES FINAIS Após a realização da pesquisa e a partir da leitura e das análises dos artigos, observa-se que qualquer forma de ludicidade, atividade física, e até a forma de expressar e lidar com os pacientes podem melhorar consideravelmente a qualidade de vida dos indivíduos que são acometidos de IRC. Portanto, os 10 artigos analisados são base para desenvolvimento de projetos maiores que envolvam apresentar uma alternativa no tratamento da IRC. Porque é papel da equipe de saúde, além de objetivar a cura e um bom tratamento, melhorar a qualidade de vida, humanizando cada vez mais os aspectos metodológicos da saúde que mais as vezes é tida como fria e calculista. Uma saúde mais humana proporciona satisfação e realização ás pessoas enfermas, mesmo que acometidos por uma doença incurável e degenerativa. Para a enfermagem, proporcionar cuidado e qualidade de vida é uma realização imensamente realizadora, teoricamente e profissionalmente. Pois esta vai além dos procedimentos ordinários de um tratamento. A enfermagem é diferente... E aí, então, onde houver um(a) enfermeiro(a) aí haverá uma saúde mais humanizada. REFERÊNCIAS ALMEIDA, Alexander M; MELEIRO, Alexandrina MAS. Revisão: Depressão e Insuficiência Renal Crônica: uma revisão. Jornal Brasileiro de Nefrologia. São Paulo, n. 22, p. 192-200, 2000. Disponível em: < www.hoje.org.br/site/arq/.../20050308-indraa-Depressao-irc.pdf>. Acesso em: 16/08/2009. BARBOSA, Luciana M. M. et. al. Preditores de Qualidade de Vida em Pacientes com Doença Renal Crônica em Hemodiálise. Jornal Brasileiro de Nefrologia, São Paulo, v. 29, n. 4, p. 222-229, Dez. 2007. Disponível em: <http:// www.jbn.org.br >. Acesso em: 17/08/2009 BEZERRA, Karina V.; SANTOS, Jair L. F. O Cotidiano de Pessoas com Insuficiência Renal Crônica em Tratamento Hemodialítico. Rev.latino am.enfermagem, Ribeirão Preto, v. 16, n. 4, p. 670-676, jul./ags. 2008. Disponível em: <httml:// www.eerp.usp.br/rlae>. 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