Página 16 Zoneamento da silvicultura deve sair até o final do ano O Zoneamento Ambiental da Silvicultura no Rio Grande do Sul deve ser aprovado até o final do ano pelo Conselho Estadual do Meio Ambiente (Consema). A previsão é da diretora-presidente da Fepam, Ana Pellini. Em junho, foram realizadas quatro audiência públicas para debater o projeto, em Pelotas, Alegrete, Santa Maria e Caxias do Sul. Para o assessor de Recursos Hídricos da Farsul, Ivo Lessa Silveira Filho, as audiências foram mais políticas do que técnicas. “Mais de 90% dos participantes estavam interessados na oportunidade de emprego”, afirmou. A Farsul, acrescentou Silveira Filho, defendeu que a silvicultura como uma atividade rural. “A federação deveria ter sido mais ouvida no processo de implantação do projeto”, afirmou. Na avaliação do assessor, o zoneamento ambiental da silvicultura é muito restritivo e, da forma como foi apresenta- do, pode ter reflexo nas demais atividades agropecuárias. A Fepam deve levar mais um mês compilando as sugestões tiradas dos encontros. Com isso, a expectativa é que, em setembro, o estudo seja encaminhado ao Consema. “Temos folga para fechar o ano com o zoneamento aprovado, para que comece a ser avaliado sem estresse”, disse Ana, lembrando que o levantamento havia sido colocado em prática sem o aval do Conselho. O novo prazo não preocupa o presidente da Ageflor, Roque Justen. Segundo ele, antes de tudo, o zoneamento deve considerar os aspectos sociais e econômicos. Enquanto isso, as entidades ligadas ao setor primário se organizam para apresentar sugestões. Os agricultores familiares pedem que áreas menores sejam contempladas. Lideranças reunidas na Farsul mostraram a mesma preocupação. “O zoneamento é restritivo e o temor é Farsul defendeu nas audiências públicas que a silvicultura é uma atividade rural que reflita nas demais atividades”, disse o assessor de Recursos Hídricos e Meio Ambiente da federação, Ivo Lessa Silveira Filho. Zoneamento agrícola O presidente da Farsul, Carlos Sperotto, encaminhou, no dia 13 de junho, ao ministro da agricultura, Reinhold Stephanes, documento redigido pela Comissão de Grãos pedindo a manutenção da Portaria 156, que libera o plantio de soja em mais de 60 municípios gaúchos. Segundo o presidente da comissão, Jorge Rodrigues, a manutenção da portaria permitirá que os produtores tenham acesso ao crédito necessário para plantio da próxima safra, já que muitos têm compromissos assumidos, financiamentos, investimentos, que só poderão ser cumpridos com a produção, que precisa da liberação dos créditos oficiais. Rodrigues salientou que investimentos na área de biodiesel estão sendo feitos na região e seria uma incoerência o governo federal não permitir o plantio do grão nessas localidades. A tese foi defendida pelo presidente da Comissão de Crédito Rural da Farsul, Elmar Konrad. O documento foi elaborado em reunião da Comissão de Grãos, realizada no dia 12 de junho, em que foi abordada também a qualidade das sementes certificadas utilizadas pelos produtores gaúchos.