A Primeira Lei: os conceitos Capítulo 2 2. A Primeira Lei: os conceitos O Conceitos Básicos 2.1 Trabalho, calor e energia 2.2 A Primeira Lei Trabalho e Calor 2.3 2.4 2.5 2.6 Trabalho de expansão Trocas térmicas Entalpia Transformações adiabáticas Termoquímica 2.7 Variações da entalpia-padrão 2.8 Entalpias-padrão de formação 2.9 Entalpias de reação e temperatura Os Conceitos Básicos Universo = sistema + vizinhanças Sistema: Aberto Há transferência de massa e energia Fechado Não há transferência de massa, mas sim de energia Isolado Não há transferência de massa nem de energia Vizinhanças Matéria Energia (a) Aberto Energia (b) Fechado (c) Isolado 2.1 Trabalho, Calor e Energia Energia: É a capacidade de um sistema de realizar trabalho. Trabalho: É a transferência de energia que provoca um movimento ordenado dos átomos nas vizinhanças. Vizinhanças Vizinhanças Energia Energia Sistema Calor: É a transferência de energia que provoca um movimento desordenado dos átomos nas vizinhanças. (a) Trabalho Energia Energia Sistema (b) Calor 2.1 Trabalho, Calor e Energia (cont.) Fronteira: Diatérmica Há transferência de energia Adiabática Não há transferência de energia Parede diatérmica Energia na forma de calor Processo: Exotérmico Há liberação de energia na forma de calor Endotérmico Há absorção de energia na forma de calor Parede adiabática 2.2 A Primeira Lei Energia Interna: É a energia total de um sistema. A equação acima é o enunciado matemático da Primeira Lei da termodinâmica, pois ela define a equivalência entre calor e trabalho e mostra que a energia interna é constante em um sistema isolado (para o qual q = 0 e w = 0). w > 0 ou q > 0 se a energia é transferida para o sistema. w < 0 ou q < 0 se a energia é transferida para as vizinhanças. U = Ep + Ec A energia interna é uma função de estado. U = Uf – Ui Conservação de Energia: U = q + w Trabalho e Calor Pode-se analisar as modificações infinitesimais do estado do sistema (por exemplo, uma variação infinitesimal de temperatura) e as variações infinitesimais da energia interna dU. O trabalho feito sobre o sistema é, então, dw e a energia recebida como calor é dq. O enunciado da 1ª Lei torna-se então: dU = dq + dw 2.3 Trabalho de Expansão É o trabalho provocado pela variação do volume do sistema. Pressão externa, pex Pressão externa, pex Área, A Expressão Geral: dw = – F·dz dw = – pex·A·dz Distância percorrida, dz dw = – pex·dV Vf w pex dV Vi Pressão, p 2.3 Trabalho de Expansão (cont.) Expansão Livre: É a expansão contra uma força nula. Ocorre quando pex = 0 (vácuo). Logo, w=0 Expansão contra pressão constante: pex Pressão, p Área = pex·V Vf Volume, V Vi pex w pex dV pex Vf Vi Vf Vi pex ou w = – pex·V 2.3 Trabalho de Expansão (cont.) Expansão Reversível: É uma transformação que pode ser invertida pela modificação infinitesimal de uma variável. Dizemos que um sistema está em equilíbrio com as suas vizinhanças se uma variação infinitesimal nas condições do sistema provoca uma modificação infinitesimal no sentido oposto. dw = – pex·dV = – p·dV Expansão Isotérmica Reversível: (gás ideal) Vf w NRT Vi V dV NRT ln f V Vi p = NRT/V pex Área = pex·V Vf w pdV Vi Vi Volume, V Vf 2.3 Trabalho de Expansão (cont.) “O trabalho máximo que se pode obter de um sistema que opera entre estados inicial e final bem determinados, e que passa pelos pontos de um certo processo, é o trabalho obtido no processo reversível.” 2.4 Trocas Térmicas Em geral, a variação de energia interna de um sistema é: dU = dq + dwexp + dwe V = cte. dwexp = 0 Se o sistema for incapaz de efetuar trabalho diferente do de expansão, tem-se que: dwe = 0 Nestas circunstâncias, dU = dqV Para uma transformação finita, U = qV “A volume constante, na ausência de trabalho extra, a medida da energia na forma de calor é a medida da energia interna do sistema. 2.4 Trocas Térmicas (cont.) Capacidade calorífica: U CV T V dU = CV·dT (V cte.) Energia interna, U U = CV·T (CV e V cte.) qV = CV·T Temperatura, T 2.5 Entalpia Trabalho H = U + pV dH = dq (pressão constante, sem trabalho extra) H = qp Calor Calor 2.5 Entalpia (cont.) Medida da variação de entalpia Método 1: Monitoramento da T a p cte. num calorímetro de chama adiabático. Gás ou vapor Oxigênio Produtos 2.5 Entalpia (cont.) Medida da variação de entalpia Termômetro de resistência Entrada de oxigênio Método 2: Medida da U usando uma bomba calorimétrica e conversão de U para H. Condutores de ignição Água Amostra Calefator 2.5 Entalpia (cont.) Como líquidos e sólidos têm Vm pequenos, o termo pVm é tão pequeno que Hm e Um são quase idênticas: Hm = Um + pVm Um Assim, se um processo envolve apenas sólidos e líquidos, considera-se H = U. Para gases ideais tem-se: H = U + pV = U + NRT H = U + NgRT 2.5 Entalpia (cont.) Capacidade calorífica: H Cp T p Entalpia, H dH = Cp·dT (p cte.) H = Cp·T (Cp e p cte.) qp = Cp·T Energia interna, U Temperatura, T 2.5 Entalpia (cont.) Quando for necessário levar em conta a variação da capacidade calorífica com a temperatura, uma expressão empírica aproximada conveniente é: Cp,m a bT c T2 2.5 Entalpia (cont.) A Relação entre as Capacidades Caloríficas: Na maioria dos casos, a capacidade calorífica a pressão constante é maior do que a capacidade calorífica a volume constante correspondente. Para os gases ideais: Cp – CV = NR Termoquímica É o estudo do calor liberado ou absorvido por reações químicas. • U (volume constante) Medida de q • H (pressão constante) • exotérmica H < 0 Reação • endotérmica H > 0 Termoquímica (cont.) Para reações químicas que são o inverso uma da outra, os valores de H são numericamente iguais, mas com sinais opostos. H2O(g) H2(g) + 1/2 O2(g) H = + 241,8 kJ H2(g) + 1/2 O2(g) H2O(g) H = – 241,8 kJ A variação de entalpia é diretamente proporcional à quantidade de matéria que sofre a mudança. 2 H2O(g) 2 H2(g) + O2(g) H = + 483,6 kJ A variação de entalpia de uma reação química depende do estado físico (sólido, líquido ou gasoso) dos reagentes e produtos. H2O(l) H2(g) + 1/2 O2(g) H = + 285,8 kJ Termoquímica (cont.) Termoquímica (cont.) Lei de Hess: “Se uma reação é a soma de duas ou mais reações, então o H da reação global será a soma dos valores dos Hs das reações constituintes.” (1) (2) H2O(l) H2O(g) H2O(g) H2(g) + 1/2 O2(g) H = + 44,0 kJ H = + 241,8 kJ (1) + (2) H2O(l) H2(g) + 1/2 O2(g) Hglobal = + 285,8 kJ Termoquímica (cont.) 2.8 Entalpias-Padrão de Formação • pressão; • temperatura; e • estado físico e alotrópico. H varia com Alotropia: carbono • grafite – C(graf) • diamante – C(diam) oxigênio • oxigênio – O2(g) • ozônio – O3(g) enxofre • rômbico – S8(r) • monoclínico – S8(m) fósforo • vermelho – P4(v) • branco – P4(b) Estado-Padrão (H) mais reprodutível • 1 bar; • 298,15 K; e • forma mais estável (na pressão e temperatura acima). 2.8 Entalpias-Padrão de Formação (cont.) “É a variação da entalpia-padrão de uma reação na qual 1 mol de uma substância é formado a partir dos elementos que a constituem.” A entalpia-padrão de formação de substâncias simples é zero. A entalpia-padrão de formação do H3O+(aq) é, por comvenção, igual a zero. 2.9 Entalpia de Reação e Temperatura Quando uma substância é aquecida de T1 a T2, sua entalpia varia de H(T1) para T2 H(T2 ) H(T1 ) CpdT Obs.: Embora as capacidades caloríficas variem com a temperatura, a diferença entre elas varia pouco, dentro de uma faixa não muito grande de temperaturas. Logo, considera-se C p r = cte. T1 Entalpia, H Lei de Kirchhoff: T2 H (T2 ) H (T1) Cpr dT r r Produtos T1 Reagentes Temperatura, T