Jornal Negócios
16­04­2012
Periodicidade: Diário
Temática:
Política
Classe:
Economia/Negócios
Dimensão:
1584
Âmbito:
Nacional
Imagem:
S/Cor
Tiragem:
18239
Página (s):
1/28/29
Jornal Negócios
16­04­2012
memorando
do
renegociação
na
se
empenhar
deve
PS
Entrevista aPedro Nuno
DEPUTADO DO PS
Periodicidade: Diário
Temática:
Política
Classe:
Economia/Negócios
Dimensão: 1584
Âmbito:
Nacional
Imagem:
Tiragem:
18239
Página (s): 1/28/29
S/Cor
Santos
EX VICE PRESIDENTE DA BANCADA PARLAMENTAR
PS deve empenhar se na
renegociação do memorando
Se o Presidente da República faz tanta pressão para manter o PS no consenso
alargado o partido tem de tirar vantagem disso para tentar aliviar a austeridade
elisabetemiranda@negocios pt
panhada por um financiamento do
BCE Se ao longo de 2010 foram
apresentados vários programas
Esteve ao lado de António José Se
com medidas de austeridade foi
guro na candidatura à liderança do
PS mas há pouco mais de uma se
porque o PS num quadro europeu
queestavaadarumarespostaerra
da à crise não teve alternativa
ELISABETE MIRANDA
mana demarcou se do actual secre
tário geral dos socialistas tendo se
demitido davice presidência da ban
cada parlamentar Crítico em rela
ção à condescendência partido
para com o Governo Pedro Nuno
Santos diz queoPSdevefazerum de
bate profundo sobreasua matriz po
títico ideológicaeconstruirumpro
gramaalternativo
Europa que proclamamos
Que mais poderia serfeito
AactualliderançadoPSdeviaem
penhar se na renegociação do me
morando em áreas como a reforma
laboral ondeháum processo de libe
Porque é que o quadro europeu é uma
boajustificação paraoPS ter aplicado
austeridadeenãoéuma
boajustifica
do
ralização em curso que degrada a
condição de vida dos nossos traba
lhadores Há também algumas pri
vatizações que poderiam ser reava
liadas porque as receitas são margi
ção para que esta maioria as aplique
Faz toda a diferença a forma
como encaramos a austeridade O
nais Se o Presidente da República e
oGoverno fazemtantapressãopara
não perder o consenso alargado o
PS tem de tirar partido disso Outro
exemplo por três vezes fomos a de
bate com propostas que não foram
PS fê lo sempre no quadro de uma
negociaçãofortecomas instituições
verdadeiramente
ao da direita Caso contrário corre o
risco de se esboroar como acontece
como PASOKgrego
er
Parlamento nacional não somos
coerentes com a visão alternativa de
No que é que Seguro está a falhar
Aquestão não está tantoemsaber
europeias e sempre numa perspec
tivacrítica isto é não apresentou os
PEC com convicção ideológica Fê
lo para garantir o financiamento de
curto prazo da nossa economia Di
ferente é um governo de direita que
aceites sem que a rejeição tenha al
terado o nosso sentido de voto
acredita na austeridade como res
rado Empolítica hánegociaçãoper
cias que tenho em relação à estraté
posta política à crise fazendo até
mais do que lhe era exigido
manente Não podemos avançar
para uma negociação com o nosso
gia política Háumprogressivo afas
tamento meuemrelaçãoàsposições
que o PS tem assumido últimos
meses A decisão natural é dar espa
ço a quem acredite na estratégia
sentido de votodefinido Assim oPS
Pornos
convicção ou por necessidade o
não consegue ter umavitória
efeito prático não é o mesmo
Há uma diferença muito grande
Na Grécia os partidos que alternam no
entre quem acha que deve haver
poder estão em erosão Em França a
Esta estratégia não era previsível Ou
o PS devia chegar à oposição e rasgar
contestaçãoàformacomoaEuropa
de esquerda ganhaterrenoHáo
risco de o PS sofrer o mesmo desgaste
o memorando
ta aausteridade sem contestação E
abrindo caminho a novas formações
Não e não foi isso que esteve em
oPSeasocial democraciaeuropeia
direita temconseguido resistir
causa no Orçamento para 2012
OE 2012 ondehámedidasquenão
sejustificam não é isso que está em
está a responder àcrise e quem acei
Quem está eleitoralmente ameaça
do são os partidos socialistas na Gré
cia Espanha ou mesmo no norte de
Europa Estãoaperderparapartidos
novos que surgem de cisões desses
devem combater em todas as fren
tes a resposta que está a ser dada E
errada prova se todos os dias
causa no Código do Trabalho CT
que vai para lá do memorando nem
notratadoorçamentalNãotemaver
comrasgaro ver
são
É
se está a falhar mas nas discordân
Seguro tem afirmadoanecessidade de
apostar em políticas de crescimento e
em dilatar o prazo
memorando
temde consolidação or
partidos Desejo que Portugal não
passe pelo mesmo e seja capaz de se
a
com o rejeitar qualquer medida que
çamental Haveriaoutro líderquefizes
renovar programaticamente Se os
vápara lá do que o PS assinou
se diferente
portugueses nãoviremdistinçãoen
Esta não é uma questão de pes
tre o PS e o centro direita então não
O memorando já previa corte nas des
pesas sociais nos salários da Adminis
tração Públicae nas pensões redução
doscustosdotrabalho
assim tão mais gravosos que justifi
quem uma demarcação
Temos que ir um atrás
para perceber porque é que estas
medidas vão para lá do que foi al
gum dia o pensamento do PS Em
2009 há uma orientação por parte
da União Europeia para que os go
vernos nacionais lancem políticas
soas Aliás é um erro histórico do PS
conseguiremos estancar a queda O
exemplo grego deve servir nos de
alerta o PS não pode ter o mesmo
concentrar os combates internos
em lutas pessoais de poder Este é
Os
um combate que se
trava por ideias
O diagnóstico que é feito pelo secre
tário geral à forma como a Europa
poucoà crise é partilhado por
responde
mim Aliás promoveu encontros
desvios
destino do PASOK Temos de fazer
diferentedoqueoPASOKfeznaGré
cia Muitos socialistas argumentam
que o PS não é o BE nem o PCP e é
verdade Mas também não é o PSD
com outros líderes socialistas euro
peus para concertar posições coisa
que José Sócrates quando estava
numa posição privilegiada não fez
SeoPStiveromesmo destino queoPA
SOK ondeficao Pedro Nuno Santos
Sou social democrata só há um
e devia ter feito Onde há divergên
partido onde consigo estar É no
económicas anti cíclicas Infeliz
cias é na forma como se deve travar
mente esta resposta não foi acom
esse combate Eu entendo que no
quadro do PS que vou sempre lutar
pelas minhas ideias
frente
Jornal Negócios
16­04­2012
Periodicidade: Diário
Temática:
Política
Classe:
Economia/Negócios
Dimensão: 1584
Âmbito:
Nacional
Imagem:
Tiragem:
18239
Página (s): 1/28/29
S/Cor
Para um social
democrata assinar este
tratado é vender a alma
O tratado orçamental faria sentido
sa tomar suportável a disciplina or
se ao mesmo tempo estivessem a ser
çamental queestáaserimposta Não
criados instrumentos de estabiliza
temos um BCE que financie as dívi
ção financeira Tal como está é um
das dos Estados não temosumorça
mento comunitáriocomcapacidade
exercício antidemocrático é a proi
bição do keynesianismo enquanto
resposta de política económica
PS esteve naadesãoàUE apoiouotra
tado de Maastricht e o pacto de estabi
lidade foi anfitrião dotratado de Lisboa
É estranhoqueapoie este tratado
Há economistas que consideram que
se é certo ou errado Portugal tem
dadas as nossas debilidades estruturais
seria preferível sairmos doeuroConcor
15
da
de desemprego e a economia
os dias temos a prova dolorosade que
esta estratégia política falhou Por
tanto pior do que ter errado é con
tinuarapersistirnoerro Asocial de
grande que seria dramática a saída
É quase certo que vamos pedir um se
ponsável por muitos problemas que
enfrentamos hoje como a liberaliza
ção financeira e a desregulamenta
ção das nossas economias É
de fazermos uma reflexão profunda
paracorrigirmosocaminho porque
neste momento todos os objectivos
gundo resgate todo o discurso do Go
tico estão em risco a preservação do
Estado social a criação de emprego
adiminuiçãodadesigualdadesocial
No que é que este tratado é mais gra
voso que Maastrichte o Pacto de Esta
bilidade
Este tratado tenta institucionali
verno se orienta nesse sentido Deve ha
vereleições antecipadas
Em nenhum momento o Gover
no assumiu que serianecessário um
segundo pacote antes pelo contrá
rio Acho que será um sinal claro de
que a estratégia da austeridade fa
lhou e deve ser rejeitada O PS não
deve aceitar mais austeridade Aliás
adireita ficou muito contente com a
No que é que o Código do Trabalho é
de Silva Lopes também o diz
E pagamosjuros incomportáveis
quadro europeu é uma intromissão
mudara Europa e aformacomoestá
aserdadarespostaàcrise Osprogra
masnãoestãoafuncionar Nopéem
queestamos équasecomooptaren
tre um default agora ou um de
mocrata é a proibição do keynesia
nismo enquanto respostade política
económica Até agora tínhamos um
programadeassistência pontual ex
cepcional Agorateremosatransfor
mação desta resposta excepcional
numa resposta permanente
Concorda que uma união monetária
precisa de mecanismos que garantam
a estabilidade orçamental
Emabsoluto Aquestãoéquenão
existe mais nada para além disso
Há passos que estão a ser dados
não estáaserfeitonadaque pos
quer dizer que o PS não valorize a
concertação social e fê lo por exem
plo quando esteve no Governo mas
isso não significa que desistamos de
ter a nossa própria opinião
mais gravoso que o memorando
Asolução é procuraralianças para
comovenderaalmadeumsocial de
cadanoPaíséoParlamento Istonão
disse não aceitem mais austerida
zar uma resposta errada à crise Ha
co no nosso País Assinareste pacto é
cial subscrito pelo seu braço sindical a
UGT o partido tem margem de mano
bra para se demarcar dele
Quem tem o poder soberano de
decidir sobre alegislação laboral apli
vinda do Krugman a Portugal será
invocada nesse momento
vendo um défice de democracia no
clara no funcionamento democráti
mas
Não a saída do euro não é a solu
ção O País tem hoje uma interliga
ção à economia da Zona Euro tão
mocracia nos últimos 20 anos é res
definidores do socialismo democrá
porqueele
O
corrijamdesequilíbriosnas
balanças
externas dos Estados
A questão não é se estranho mas
nãodásinais de recuperação Todos
altura
paraprevertransferênciasinter Es
tados nem para estimularaprocura
interna não temos mecanismos que
Na individualização das relações
laborais E a própria ministra do tra
balho que então liderou a reunião
com a troika que diz que algumas das
alterações profundas não constavam
do espírito da negociação
O espírito da negociação não sei
o memorandojá previa limitaçõesàex
fault mais tardecomuma economia
tensão dos contratos colectivos e a fle
já destruída
xibilização dos despedimentos indivi
duais
É pouco plausível quese consigainver
Esse é um dos debates centrais no
terapostura europeia em tão curto es
paço de tempo
Não temos de estarajogarporan
tecipação O que temos de fazer é
quadro da renovação da social de
mocracia Há um processo de desre
gulamentação laboral que já vem de
trás que é transversal aos partidos
combateraausteridade O resto tem
de ser decidido no momento
sociais democratas e trabalhistas é
também criticada por mim A esta
bilidade no trabalho é um direito bá
Outra das divergências com a actual li
derança é o sentido de voto no Código
do Trabalho A partir do momento em
sico e é com muita dificuldade que
aceito que no quadro de uma econo
mia tecnologicamente avançada se
que há um acordo em concertação so
tenha de reduzir a protecção EM
Download

Jornal Negócios