Seminário O Papel da Biblioteca Universitária no Planejamento e Implantação de programas de Educação a Distância São Leopoldo, RGS Palestra Educação a distância e serviços Serviços bibliotecários e educação a distância: como tornar a biblioteca participante do curso? Suzana Pinheiro Machado Mueller Universidade de Brasília Pressupostos • O acesso a material de leitura e serviços bibliotecários em geral deve ser visto como parte inerente dos cursos a distância e portanto item obrigatório no planejamento e desenvolvimento dos programas de ensino. • Material de leitura inclui tanto a bibliografia mínima e recomendada quanto a bibliografia complementar para leitura independente 3 Um pouco do histórico • Origens: final do século XVIII, • Desenvolvimento significativo: a partir de meados do século XIX. • Primeiro, os correios eram o meio de comunicação (por isso mesmo eram chamados curso por correspondência). • Ao longo de sua trajetória, foram incorporando as diversas tecnologias de comunicação, à medida que essas se tornavam disponíveis. 4 • (fonte NUNES, 2005)[1]. ) • A incorporação de tecnologias pelos cursos, na medida em essas tecnologias iam se tornando disponíveis, foi abrindo espaços e criando oportunidades para serviços típicos de apoio bibliotecário. • Novos espaços nem sempre foram ocupados por bibliotecas. 5 Open University (Gra-Bretanha) • Exemplo de preocupação com o suprimento de material bibliográfico como parte integrante do próprio curso, • ações que envolvem publicação, convênios e acordos, • parte integrante e central do planejamento do curso, 6 Cursos a distância no Brasil. • aqui também foram pioneiros os cursos por correspondência, • 1939, Instituto Rádio Monitor. • 1941, Instituto Universal Brasileiro - IUB, • IUB oferecia cursos técnicos, tais como técnico de rádio, mecânica, costura e outros desse tipo. 7 Cursos a distância no Brasil. • Depois dos cursos por correspondência, desenvolveram-se outros cursos usando o rádio e a televisão. • O salto em número e abrangência foi dado com o desenvolvimento das tecnologias de comunicação por meio de redes eletrônicas. • Até recentemente, os cursos eram de natureza não formal ou de nível não universitário. 8 • A grande novidade, introduzida na década de 90, é a possibilidade da obtenção de grau universitário – nível de graduação, reconhecido pelo MEC. • Mesmo valor dos cursos presenciais tradicionais. • Novas exigências e obrigações para os organizadores e patrocinadores dos cursos. 9 • Não é possível oferecer um curso formal com qualidade se não estiver previsto acesso à literatura de apoio. E este é o campo de ação da biblioteca. 10 A questão do acesso à literatura de apoio para os cursos a distância, portanto, não diz respeito apenas às bibliotecas e aos bibliotecários, mas é responsabilidade da instituição que oferece o curso. 11 Serviços bibliotecários para cursos a distância e a legislação brasileira. • Ainda não há legislação específica e detalhada. • Os textos preliminares escritos por educadores e legisladores fazem apenas referências vagas à necessidade de acesso a materiais de leitura e serviços. • Pode-se inferir a recomendações sobre a oferta de serviços bibliotecários. • Não há nenhuma norma específica. 12 Por exemplo: • o aluno deve ter acesso a ”...livros -texto, cadernos de atividades, leituras complementares, roteiros, obras de referência, CD Rom, Web-sites, vídeos, ou seja, um conjunto - impresso e/ou disponível na rede - que se articula com outras tecnologias de comunicação e informação para garantir flexibilidade e diversidade”. • Relatório elaborado pela Comissão Assessora para Educação Superior a Distância (MEC), publicado em 2002 (BRASIL. MEC. 2002)[i], • [i] BRASIL. MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. SECRETARIA DE EDUCAÇÃO SUPERIOR. Comissão Assessora para Educação Superior a Distância. (Portaria MEC nº. 335, de 6 de fevereiro de2002). Relatório. Agosto de 2002. Disponível em http://www.mec.gov.br/sesu/ftp/EAD.pdf, acesso em 25 de maio de 2005. 13 No mesmo documento: “Fique-se atento ao fato de que um curso a distância não exime a instituição de dispor de centros de documentação e informação ou midiatecas (que articulam bibliotecas, videotecas, audiotecas, hemerotecas e infotecas etc.) para prover suporte a alunos e professores.” • • Relatório elaborado pela Comissão Assessora para Educação Superior a Distância (MEC), publicado em 2002 (BRASIL. MEC. 2002)[i], [i] BRASIL. MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. SECRETARIA DE EDUCAÇÃO SUPERIOR. Comissão 14 Texto de minuta de Decreto que regulamenta a educação à distância • Art. 12 - A avaliação institucional e as avaliações de programas e cursos superiores a distância, cuja realização deverá ser efetuada pelo Instituto Nacional de Pesquisas e Estudos Educacionais Anísio Teixeira INEP - de forma prévia ao credenciamento e recredenciamento de Instituições de Ensino Superior e ao reconhecimento de programas e cursos obedecerá aos mesmos critérios e procedimentos estipulados para os cursos presenciais, respeitadas as normas e procedimentos normativos específicos aplicáveis à educação superior à distância. Fonte: [i] BRASIL. MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. SECRETARIA DE EDUCAÇÃO SUPERIOR. Comissão Assessora para Educação Superior a Distância. (Portaria MEC nº. 335, de 6 de fevereiro de2002). Relatório. Agosto de 2002. Disponível em http://www.mec.gov.br/sesu/ftp/EAD.pdf, acesso em 25 de maio 15 de 2005. XVIII FÓRUM NACIONAL DE PRÓ-REITORES DE ENSINO DE GRADUAÇÃO, ForGrad. Grupo de Trabalho Ead no Ensino Superior GTEADES/MEC/SESu). • “O material de apoio online pode estar disposto em uma Biblioteca Digital (periódicos, livros etc.)/Virtual (sites, apresentações etc) cujos materiais estão armazenamentos em uma base de dados. Em especial, no caso da Biblioteca Digital deve ser discutida a solução institucional mais adequada para acesso ao acervo, ou seja, tunelamento – plataforma clienteservidor, no qual se possa simular um túnel de acesso ao servidor onde está a base de dados – ou tornar-se um provedor de Internet, por exemplo.” BRASIL.MEC/SESu. Grupo de Trabalho EAD no ENSINO SUPERIOR GTEADES/ Documento de Recomendações. Açoes Estratégicas em Educação Superior a Distância em Âmbito Nacional. Brasília , 28 de janeiro de 2005. (Disponível em http://eventos.ead.pucrs.br/SNEADES2005/pdf/GTEADES_RelatorioFinal.pdf. acessado em 29 de maio de 2005) 16 Como inserir a biblioteca e os serviços bibliotecários no planejamento de cursos a distância? Para identificar o lugar e as possibilidades da biblioteca nesse processo: • Entender o processo de criação e elaboração do programa de ensino. • Identificar os atores envolvidos • Como esses atores se relacionam entre si. 18 Os atores do processo • A Instituição patrocinadora do curso: – universidade ou um departamento desta universidade, por exemplo. – representada pela autoridade que aprova o curso e as verbas para o seu custeio. – O coordenador ou responsável acadêmico pelo curso também pode ser considerado um representante da instituição. 19 Os atores do processo • Os professores responsáveis pelos conteúdos. – O material didático, incluindo programa, conteúdos, calendário de atividades e decisões sobre formas de avaliação e metodologias de ensino são em geral desenvolvidos por um grupo de especialistas ou professores, às vezes chamados de conteudistas. 20 Os atores do processo • Equipe técnica em design e informática. – Os conteudistas, em geral, não são os responsáveis pela conversão do material didático que preparam em formato apropriado a cursos a distância. Isto é tarefa de um técnico ou uma equipe técnica. Essas equipes podem incluir vários perfis de profissionais, de acordo com o desenho do curso. 21 Os atores do processo • Os alunos dos cursos. 22 Entidade Responsável pelo Curso Professor/ Conteudista: Responsável pelos programas de ensino e conteúdos Designer: responsável pela preparação do material e condições de acesso e comunicação entre professor e aluno Aluno: deve ter acesso aos conteúdos, serviços bibliotecários, canais de comunicação com professor e biblioteca 23 Comunicação entre os grupos • Durante todo o planejamento e vigência do curso, os diferentes grupos de atores se comunicam de maneira a criar condições para que o curso se estruture e desenvolva. O ritmo e intensidade de comunicações variam de acordo com a fase do processo. 24 Entidade Responsável pelo Curso Professor/ Conteudista: Responsável pelos programas de ensino e conteúdos Designer: responsável pela preparação do material e condições de acesso e comunicação entre professor e aluno Aluno: deve ter acesso aos conteúdos, serviços bibliotecários, canais de comunicação com professor e biblioteca 25 Inserção da biblioteca • A biblioteca deve estabelecer comunicação com cada grupo de atores, em cada fase do processo, • desde o planejamento, durante a vigência e na fase de avaliação do curso, de maneira a se capacitar para a prestação de serviços. • Potencialmente, diferentes serviços podem ser oferecidos a cada grupo de atores, nas diversas fases dos cursos. 26 Entidade Responsável pelo Curso Professor/ Conteudista: Responsável pelos programas de ensino e conteúdos Designer: responsável pela preparação do material e condições de acesso e comunicação entre professor e aluno Aluno: deve ter acesso aos conteúdos, serviços bibliotecários, canais de comunicação com professor e biblioteca Biblioteca: responsável por serviços bibliotecários ao professor e aluno 27 Entidade Responsável pelo Curso Professor/ Conteudista: Responsável pelos programas de ensino e conteúdos Designer: responsável pela preparação do material e condições de acesso e comunicação entre professor e aluno Aluno: deve ter acesso aos conteúdos, serviços bibliotecários, canais de comunicação com professor e biblioteca Biblioteca: responsável por serviços bibliotecários ao professor e aluno 28 Canais de comunicação da biblioteca • Com a Entidade Responsável • metas que precisam ser conquistadas: • na fase preliminar ao planejamento do curso: – o apoio à sua pretensão de participar do processo; participação nas reuniões de planejamento como parceira igual aos demais atores. • na fase de planejamento: – tentar assegurar que verbas suficientes sejam alocadas para tornar seus serviços viáveis; • durante todo o processo: – é preciso conquistar a confiança e fortalecer posição para obter respaldo para ações futuras ( e gastos) que se tornem necessárias. 29 Entidade Responsável pelo Curso Professor/ Conteudista: Responsável pelos programas de ensino e conteúdos Designer: responsável pela preparação do material e condições de acesso e comunicação entre professor e aluno Aluno: deve ter acesso aos conteúdos, serviços bibliotecários, canais de comunicação com professor e biblioteca Biblioteca: responsável por serviços bibliotecários ao professor e aluno 30 Canais de comunicação da biblioteca • Com a equipe de professores: • metas que precisam ser conquistadas: – na fase de elaboração dos conteúdos : inclusão da biblioteca como mediador para acesso ao material de leitura obrigatória e complementar. 31 Canais de comunicação da biblioteca • A biblioteca também deve oferecer serviços bibliotecários aos próprios professores: • apoio para a identificação de material pertinente. • O objetivo a ser atingido não é diferente daqueles que se pretende em cursos presenciais. • Além do serviço propriamente dito, deve-se pretender também conquistar a confiança do professor, mostrando a variedade e alcance dos serviços bibliotecários e a eficiência dos serviços. 32 Entidade Responsável pelo Curso Professor/ Conteudista: Responsável pelos programas de ensino e conteúdos Designer: responsável pela preparação do material e condições de acesso e comunicação entre professor e aluno Aluno: deve ter acesso aos conteúdos, serviços bibliotecários, canais de comunicação com professor e biblioteca Biblioteca: responsável por serviços bibliotecários ao professor e aluno 33 Canais de comunicação da biblioteca • com a equipe técnica • Meta : – operacionalizar a interação entre bibliotecários e alunos para disponibilizar os serviços bibliotecários, – tais como: • acesso aos materiais • serviços de referência • e treinamento no uso de fontes de informação digitais. 34 • É preciso que os serviços bibliotecários sejam incluídos como parte integrante dos cursos já nas fases de planejamento e design do curso, e mais tarde, na produção e aplicação. 35 Canais de comunicação da biblioteca • com os alunos do curso • META: – oferecimento de serviços bibliotecários – A gama de serviços que podem ser oferecidos pelas bibliotecas universitárias em apoio aos cursos a distância precisa ser identificada a avaliada pela biblioteca segundo critérios de adequação e viabilidade, tendo como parâmetros a natureza dos cursos, nível dos alunos, conteúdos programáticos, custos e possibilidades tecnológicas. 36 Entidade Responsável pelo Curso Professor/ Conteudista: Responsável pelos programas de ensino e conteúdos Designer: responsável pela preparação do material e condições de acesso e comunicação entre professor e aluno Aluno: deve ter acesso aos conteúdos, serviços bibliotecários, canais de comunicação com professor e biblioteca Biblioteca: responsável por serviços bibliotecários ao professor e aluno 37 A avaliação dos serviços oferecidos • Dois momentos da avaliação podem ser considerados: durante a ocorrência e após o término do curso. 38 Serviços mencionados em 1998 • • • • informações via www (www based information gateway); serviços de empréstimo via correios; serviço de entrega de documentos; linha telefônica e e-mail para ajuda via profissional especialmente alocados para esse fim; • possibilidades de fazer busca na literatura por acesso remoto; • serviço de mediação para negociar acesso a outras bibliotecas acadêmicas (presenciais); • programas específicos para treinamento de usuários (conforme perfil do usuário) 39 Lista de serviços colhidos em sites • Página específica para os cursos a distância mantidos pela universidade • Bibliotecário especialmente designado para atender alunos de cursos a distância, por meio de e-mail • Acesso a base de dados, revistas eletrônicas, material de “reserva” selecionado pelos professores; • Lista de material na “reserva” (documentos da web selecionados pelo professor, com seus links) • Catálogo online da biblioteca e outros catálogos (como catálogo de teses e dissertações ) • Empréstimo entre bibliotecas, • Serviço de respostas para referência • Serviço de ajuda em geral, por exemplo, “como conseguir livros, revistas etc. 40 Em resumo: • busca de apoio da autoridade maior; • conquista de espaço mediante canais de comunicação com cada ator do processo; • participação da biblioteca em cada momento do planejamento e aplicação; • busca constante de alternativas melhores e menos custosas; • avaliação constante dos serviços. 41