Max WEBER 1864-1920 ESCOLA SOCIOLÓGICA IDEALISMO ALEMÃO Principais contribuições: Estabelece como ponto de partida da análise sociológica a ação individual; Base para o relativismo cultural; Crítica ao determinismo social positivista. Max WEBER Objeto de estudo: 1864-1920 AÇÃO SOCIAL Conduta humana (ato, omissão ou permissão) dotada de sentido subjetivo dado por quem executa tendo em vista a ação de outro(s) indivíduo(s). Quem dá sentido ao social é o indivíduo; As ações sociais são dotadas de causa, intenção e expectativa; Nem toda ação individual é social. Émile Max WEBER DURKHEIM 1864-1917 1864-1920 Condutas reativas São condutas destituídas de sentido pois não se conectam às ações do outro, portanto não são ações sociais. Homogênea ou instintiva Imitativa ou de multidão Execução provocada por pressões naturais ou fisiológicas. São espelhadas na conduta de outros: condicionada pelas massas. Max WEBER 1864-1920 Você consegue compreender essas ações? 1- Uma pessoa desejando comprar sua casa própria avalia suas despesas mensais, seus recursos financeiros e estipula uma estratégia para alcançar seu objetivo. 2- Alguém que denuncia uma facção criminosa existente em seu bairro mesmo sabendo que isso pode colocá-la em situação de perigo. 3- Um aluno chega em sua sala de aula e senta-se na mesma carteira (cadeira) de sempre. 4- Um rapaz que, vendo sua namorada conversando com outro homem, deixa-se possuir pelo ciúme e vai tirar satisfações sobre o acontecimento. Max WEBER Émile DURKHEIM 1864-1920 1864-1917 Tipos puros de ação social Racionais Com relação a fins Objetivos claros e estratégias para alcançá-los bem definidas. Com relação a valores Leva-se em consideração as convicções e fidelidade a certos valores ao agir. Irracionais Afetiva É aquela advinda de emoções imediatas: vingança, desespero, inveja e etc. Tradicional Hábitos e costumes arraigados são a principal motivação. Max WEBER 1864-1920 Relação Social Conduta plural, reciprocamente orientada, dotada de conteúdos significativos e expectativas. Não há necessidade de correspondência quanto ao conteúdo; Podem ser efêmeras (passageiras) ou duráveis; Pode alterar o sentido durante a execução. Max WEBER 1864-1920 Tipos puros de relação social Associativas Apóia-se num acordo de interesses motivado racionalmente. Mais caracterizadas por elementos impessoais, contratuais, formais, etc. Comunitárias Fundada num sentimento subjetivo de pertencimento mútuo. Mais caracterizadas por elementos pessoais, afetivos, informais, etc. Max WEBER 1864-1920 Associativa ou Comunitária ? Max WEBER Escola Estado 1864-1920 Trabalho Religião Família Moral Max WEBER 1864-1920 Tipo Ideal - Puro Definição Modelo conceitual elaborado pelo cientista que serve de referência para análise da realidade. Permite conceituar a realidade parcialmente; O cientista social ao tentar entender a realidade destaca dela seus aspectos mais relevantes cujo critério de seleção são seus valores pessoais. Aplicação Da comparação entre o projetado (tipo ideal) e o encontrado, chega-se à conclusões/resultados. Ele é abstrato, racional e unilateral Max WEBER Racionalização 1864-1920 Desencantamento Indícios do desencantamento Predomínio da razão; da ciência; da técnica Prevalência da lógica do capital; Decadência da cultura (vista como mercadoria); Progresso econômico / científico não acompanhado da diminuição da desigualdade social. Desdobramentos da Teoria de Weber *A AÇÃO SOCIAL: é toda conduta humana que interfere com outros e consigo mesmo. Exemplos: moda, consumo, mercado, política, religião, crime, trabalho, etc. *A SOCIOLOGIA DEVE LEVAR EM CONTA: - Compreender a ação social dos seres humanos individualmente. - As motivações do indivíduo no agir social. - Não fazer julgamento de valor 14 sobre as ações humanas. WEBER E A RELIGIÃO Vê-se em muitas seitas protestantes e na vida religiosa em geral uma tendência para a racionalização das condutas dos fiéis. Isso, segundo Weber, foi fundamental para a transformação das práticas econômicas e estruturas das sociedades modernas. 15 Antigamente: ética dos virtuosos (só minoria “iluminada”). Oriente mais do que Ocidente. Depois da origem das religiões (êxtase, milagres, etc.), as religiões tendem para a burocracia sacerdotal – viram “igrejas”, com hierarquia (tipo Igreja Católica). Esta hierarquia com o tempo se afasta dos princípios espirituais que derem origem ao nascimento das religiões. 16 Com o tempo, as religiões têm que explicar as injustiças sociais terrenas e a razão dos bons sofrerem tanto – daí algumas práticas religiosas que defendem a salvação pelo sofrimento/fé, como o cristianismo medieval, evitando tais “explicações”. 17 O Protestantismo mudou tudo isso. Criou uma ética (valores/princípios que orientam a vida em geral) do trabalho como vontade de Deus e caminho para a salvação É o contrário do “misticismo” tradicional, que levava a pessoa à “sair do mundo” concreto. 18 É uma ética nova que penetra todas as relações sociais: vizinho, amigos, pobres, débeis, vida amorosa, política, economia, artes e lazer (ou falta de tal coisa). Este novo modo de vida vai mudar toda a concepção de mundo e tornar a religião uma mola para o sucesso pessoal. 19 PROTESTANTISMO X CAPITALISMO O Capitalismo surgiu como empreendimento racional – técnicas, direito, comércio, ideologias e ética racional na economia (ética dos resultados e lucro). Ética calvinista (protestante) era uma constante na Europa mais capitalista. Por quê? Porque era uma ética que abominava a preguiça, a perda de tempo, a ociosidade, o lazer, o luxo e o excesso de sono. 20 Essa “teoria” de Weber foi expressa na sua mais famosa obra: “A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo”. (1904) Esse livro foi considerado por vários intelectuais consultados pela “Folha de São Paulo”, em 2000, como o mais importante do Século XX, numa lista que tinha livros de Freud, Marx, Einstein, Keynes, Durkheim e tantos outros gênios do pensamento humano moderno. 21 As ações sociais são de quatro tipos ideais: 1. Ação racional com relação a fins: - É um cálculo que busca resultados. Exemplos: . Estudar para passar de ano; . Ser comportado para ganhar prêmio; . Parecer ser honesto para se eleger; . Aplicar na bolsa para ganhar dinheiro. 22 2. Ação racional orientada por valores: - As ações são orientadas por valores ou convicções determinadas. Exemplos: . Ser contra o aborto; . O Capitão que afunda com o seu navio; . Não comer carne na Semana Santa; . Não mentir; . Não aceitar suborno; . Cumprir sua palavra. 23 3. Ação Afetiva: - É um ação orientada, basicamente, por emoções. Ação bem irracional. Exemplos: . Ter ciúmes do amigo da namorada; . Vingar-se de uma ofensa recebida; . Ser fã incondicional de um político; . Idolatrar pessoas ou artistas famosos; . Respeitar as pessoas mais velhas. 24 4. Ação Tradicional: - É a ação menos consciente, tem base no costume e nos hábitos. Totalmente irracional. Exemplos: . Adoração dos ingleses pela monarquia; . Votar sempre nos mesmos políticos; . Não comer carne na semana santa(?); . Fazer o sinal da cruz diante de igrejas. 25 Weber – Teoria da Dominação Por que e como as relações sociais se mantêm? O Resposta de Weber: por conta da dominação ou produção de legitimidade – submissão de um grupo a um “mandato”, aceitação de uma “autoridade” (alguém que “representa” o coletivo). Aí, então, entra a questão do “poder”. 26 O Poder é a probabilidade de impor sua vontade. Os meios para alcançá-lo são muito variados: emprego da violência, palavra/oratória, sufrágio, sugestão, engano grosseiro, tática no parlamento, tradições, etc. O A dominação pode ser por interesses (tráfico ou jogo de interesses) ou por autoridade (mandar, obedecer, influência). Mas sempre o dominador influi na conduta dos dominados. 27 Os tipos ideais ou puros de dominação são três: 1. TRADICIONAL 2. CARISMÁTICA 3. RACIONAL-LEGAL 28 1. TRADICIONAL: Autoridade do “ontem eterno”, passado, tradição, costume, etc. (...) dá orientação habitual para o conformismo” (Weber). Exemplos: patriarcas antigos, príncipes patrimonialistas (como em Portugal no tempo das navegações, etc.). Certos políticos brasileiros. Ex: o político José Sarney 29 2. CARISMÁTICA: Autoridade com base no dom pessoal de uma pessoa ou líder. Exemplos: profetas, heróis de guerra, chefes de partidos, demagogos, etc. – gente como Napoleão, Hitler, Stálin, Getúlio, Médici, Lula e outros. 30 3. RACIONAL-LEGAL: Autoridade vem das regras jurídicas ou leis racionalmente criadas. Exemplo: autoridade dos modernos servidores do Estado (presidentes, professores, juízes, prefeitos, etc.). 31 Antigamente, vigoravam os dois primeiros tipos. Atualmente, o terceiro tipo, mas sempre com “fraturas” e “espaços” para os outros dois tipos. Não devemos esquecer que são tipos “ideais” de dominação. Um tipo nunca se apresenta puro. Nós podemos pensar em algum líder e buscar identificar sua dominação? ... Pensemos em exemplos ... 32 No Brasil, isso, por exemplo, é uma confusão, pois a dominação é uma “mistura” desses três tipos. FHC tinha autoridade mais racional legal. ACM e outros misturam tradição com carisma. Lula indica ser mais “carismático”. O melhor é analisar com cuidado, pois a confusão é grande. Razão: o capitalismo brasileiro mistura alta modernidade tecnológica com os maiores atrasos sociais e políticos, dando margem para essa “bagunça aparente”, que tanto “nojo” causa ao povo/eleitores.33 A essência da política, então, é a luta pelo poder/dominação. Um “mercado político”, com tremenda competição, etc. A vitória daqueles que alcançam o poder – por que meios for (o que lembra Maquiavel) – é o processo de “seleção social” (que não é a mesma coisa do que a seleção natural de Darwin). 34 A Dominação, segundo Weber – que interfere em todas as relações sociais – é que mantém a ordem legítima e a coesão social. A coesão social, diferente do que afirmava Durkheim, é “consenso”. pela “força” e não pelo Karl Marx, por sua vez, irá defender que a coesão é artificial e ilegítima pois representa a alienação exercida pelo grupo de dominação, ou seja, a burguesia, e através das forças de opressão. 35