Capítulo IV
A Pedagogia passionista do encontro
A pessoa humana é um ser de encontro.
Cada encontro com alguma coisa ou
pessoa pode assim transformar-se em um
autêntico apelo à responsabilidade, isto é,
à capacidade de responder a alguma coisa
ou à alguém que nos chama.
O ser humano é um ser responsável e
livre, capaz de responder por si mesmo a
quem o convida a distanciar-se de si para
entrar com atenção e respeito na realidade
que o circunda.
Pedagogia Passionista do
encontro
A imagem inspiradora das origens e
do hoje é Jesus que “conversa” com as
mulheres marginalizadas, os pequenos,
os últimos, os pobres… para instruí-los
na virtude para o reino
A PEPE tem os seus fundamentos na
comunhão trinitária e na certeza de que
o homem é, acima de tudo, um ser de
encontro e comunhão.
A relação educativa interpessoal
Herdeiras da pedagogia de Maria Madalena
e das educadoras que marcaram a história da
Congregação, nós atuamos, o hoje, este
estilo educativo, mediante uma relação
interpessoal marcada pelo respeito, acolhida
e valorização da pessoa, confiantes nas sua
possibilidade de crescimento até à plenitude
da vida.
Em nosso sistema educativo passionista
cada relação interpessoal nasce do amor e se
desenvolve no âmbito do amor em um
processo intencional, livre e criativo, mesmo
na diversidade e no respeito aos deveres e às
atribuições.
Este é o testemunho que
herdamos de Maria Madalena
Frescobaldi e das primeiras
Irmãs da Congregação:
Elas se colocaram em humilde
diálogo construtivo com a realidade
em que viveram e nessa realidade
buscaram, de forma criativa e fiel às
origens, novas alternativas de vida,
abrindo e indicando caminhos de
esperança aos destinatários da
missão educativa.
A opção dialogal
Através da relação interpessoal
manifestamos o amor para com
os destinatários a nós confiados.
Palavras,
testemunho,
encorajamento,
confronto
educativo,
ajuda,
conselho
amigável, tudo é válido aos fins
do processo educativo, segundo
as exigências e o crescimento
dos destinatários a quem nos
dirigimos nossa ação educativa.
Através do diálogo, realizado em um
clima de escuta confiante, de
acolhida, misericórdia e verdade, a
pessoa redescobre gradualmente a
própria dignidade, cresce na autoestima, tornando-se capaz de assumir
com responsabilidade a própria autoformação e por sua vez, desenvolver
relações harmônicas com os outros.
Portanto, para nós, o diálogo é, por
excelência um recurso educativo
porque é caracterizado por um estilo
propositivo
de
valores.
Linhas de ação
a) Amar na verdade do coração.
O amor é a alma e o coração de toda a
nossa ação educativa, impulsiona a tomar
a iniciativa, potencia as disposições
interiores e os comportamentos nas
relações
interpessoais,
favorece
o
ambiente, determina os critérios operativos,
que movem todo o processo educativo.
b)Prevenir, cuidar e sarar
Prevenir
significa
servir-se
da
contribuição de todas as disciplinas
humanas para suscitar na pessoa, em
situações de debilidade e fragilidade,
a consciência da sua dignidade de
pessoa e dos recursos, para ajudá-la a
dar sentido à existência alicerçando-a
sobre os valores e gerenciá-la de
modo autônomo e coerente.
c)Instruir
Para nós, educar implica em buscar e
favorecer os meios para orientar as
aspirações e energias próprias da
pessoa; indicar um caminho rico de
sentido e de esperança para si mesmo e
para os outros; consiste em despertar
as potencialidades e habilidades da
pessoa para que compreenda a si
mesma e compreenda a realidade em
que vive, tornando-se um agente de
transformação.
d)Despertar a liberdade para a
conquista da felicidade
A experiência de Maria Madalena Frescobaldi
nos ensina que quando encontramos a dor
da pessoa humana a nossa ação educativa é
chamada a tornar-se um convite à esperança,
ao verdadeiro conhecimento de si e da
história para que a pessoa mesma possa
assumir o seu processo de crescimento e
libertação.
Esta estratégia personalizada esclarece,
motiva as opções, incentiva a transparência
e à coerência de vida, favorece assim o
projeto pessoal. Com isto desejamos
contribuir para o desenvolvimento de
pessoas felizes, capazes também, por sua
vez, de dar a vida para que outros tenham
vida.
Atitudes interiores:
A nossa missão educativa tem como
destinatários preferenciais as crianças,
adolescentes e jovens em situações de
risco e assinalados por sofrimentos
existenciais.
O encontro com a realidade deles
requer, da nossa parte, atitudes
interiores que manifestem cuidado,
profundo respeito, empatia e interesse.
a)Misericórdia
A misericórdia se faz
solidariedade, espírito de
iniciativa
que
nos
impulsiona a buscar de
coração todo o bem do
outro, a perceber nele a
dignidade
de
pessoa
amada por Deus.
b)Bondade e firmeza
A docilidade, segundo a nossa Fundadora, é
sinônimo
de
caridade,
paciência,
misericórdia, capacidade de espera e perdão,
respeito aos ritmos pessoais e às efetivas
possibilidades das pessoas e respeito à
diversidade.
A firmeza ao invés traduz a solidez dos
princípios e das convicções e o profundo
desejo de promover e querer “o verdadeiro
bem” da pessoa.
Por isso docilidade e firmeza, iluminadas pela
prudência,
tornam-se
critérios
de
discernimento da proposta educativa, nas
suas várias expressões, particularmente na
gestão dos conflitos e impasses.
c)Gratidão e gratuidade
São dois valores evangélicos que
nos impulsionam a ver ação
gratuita de Deus em nossa vida
pessoal. nos fazem experimentar o
valor da gratidão que se traduz em
gratuidade e nos colocam à
disposição dos outros para poder
oferecer-lhes iguais oportunidades
de vida.
d)Solidariedade e justiça
A nossa ação educativa torna-se
um anúncio e uma denúncia
profética contra todas as formas
de destruição, de exploração,
opressão e domínio que matam a
vida em todas as suas formas e
manifestações.
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Slide 1 - Colégio Passionista São Paulo da Cruz