ASESI – ASSOCIAÇÃO DE ENSINO SUPERIOR DOS INCONFIDENTES FACULDADE DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS DE ITABIRITO – FACCI PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO, NÍVEL LATO SENSU, CURSO CONTROLADORIA E FINANÇAS MARCELO MAIRINS NONATO ESTUDO DE CASO SOBRE O CRESCIMENTO DA VALE APÓS A PRIVATIZAÇÃO: MITO OU REALIDADE? ITABIRITO – MG 2008 DIRETOR GERAL BRUNO AUGUSTO MELILLO DIRETOR ADMINISTRATIVO E ACADÊMICO HENRIQUE GUIMARÃES MALHEIROS COORDENAÇÃO CURSO PÓS-GRADUAÇÃO NÍVEL LATO SENSU COORDENADOR MÁRCIO DE SOUZA E SILVA COORDENADOR ADJUNTO TARCÍSIO CLÁUDIO TELES PASSOS SECRETÁRIA ACADÊMICA PATRÍCIA ALMEIDA RODRIGUES BAIÃO MARCELO MAIRINS NONATO ESTUDO DE CASO SOBRE O CRESCIMENTO DA VALE APÓS A PRIVATIZAÇÃO: MITO OU REALIDADE? ARTIGO CIENTÍFICO APRESENTADO COMO TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO AO PROGRAMA DE PÓS GRADUAÇÃO, NÍVEL LATO SENSU, DA FACULDADE DE CIÊNCIAS CONTÁBEIS DE ITABIRITO – FACCI, COMO REQUISITO PARCIAL PARA OBTENÇÃO DO TÍTULO DE ESPECIALISTA EM CONTROLADORIA E FINANÇAS. ORIENTADOR: PROF. MÁRCIO DE SOUZA E SILVA. ITABIRITO – MG 2008 ESTUDO DE CASO SOBRE O CRESCIMENTO DA VALE APÓS A PRIVATIZAÇÃO: MITO OU REALIDADE? Artigo Científico apresentado como Trabalho de Conclusão de Curso à Faculdade de Ciências Contábeis de Itabirito, como requisito parcial para obtenção do título de especialista em Controladoria e Finanças, nível Latu Sensu. Aprovado em 29 de agosto de 2008. COMISSÃO EXAMINADORA ________________________________ Orientador: Márcio de Souza e Silva ________________________________ Professor: Gilson de Oliveira Carvalho ________________________________ Professora: Carolina da Cruz Cardoso AGRADECIMENTOS Foram muitas as pessoas que, de uma forma ou de outra, contribuíram para a realização deste artigo. Gostaria de agradecer: Ao meu orientador Márcio de Souza e Silva, por acreditar em mim e me conduzir neste trabalho com muita competência, paciência, dedicação, amizade e atenção. A todos professores e funcionários da ASESI, especialmente o professor Gilson de Oliveira pelo excelente profissionalismo e dedicação em suas aulas. Aos colegas de sala pelo carinho e companheirismo. Aos colegas de grupo de trabalho, por todo tempo que passamos juntos, pela amizade, compreensão e apoio durante vários momentos. A minha esposa Denise, pelo incentivo, presença e dedicação durante momentos difíceis e que nunca me deixou desistir, sempre me apoiando e incentivando nos momentos em que precisava. RESUMO Este artigo discute o crescimento da Vale após a privatização ocorrida em 06 de maio de 1997. Quando foi incluída no Programa Nacional de Desestatização (PND) gerou muita polêmica, pois nenhuma outra privatização ganhou tanta ressonância política e ideológica como a venda da Vale. Isso fez com que surgissem opiniões favoráveis a privatização e também opiniões contrárias. Dez anos após a privatização a Vale passou a ocupar o segundo lugar como maior mineradora diversificada do mundo e com atuações em outros 26 países. Quando a Vale foi privatizada, a economia brasileira encontrava-se engessada e as despesas aumentavam a cada dia o que impedia grandes empresas estatais de acompanhar o crescimento mundial devido a burocracia e para isso era necessário promover a descentralização e promover o desenvolvimento. Esta reestruturação do setor público se fez necessária para a retomada do processo de crescimento e manutenção da estabilidade econômica. Alguns autores afirmam que a má administração e técnicas gerenciais ultrapassadas deixaram as estatais com pouca eficiência e um ritmo muito lento com pouca eficiência e baixa produtividade. A Comissão Diretora do Programa Nacional de Desestatização (CDPND) selecionou para entrar no programa de privatização as empresas cujas desestatizações devessem ser efetuadas imediatamente em função de sua natureza industrial. Para análise dos principais indicadores financeiros foi utilizado o banco de dados da Economática e os relatórios anuais publicados pela Vale no período antes da privatização (1986 - 1996) e após a privatização (1997 - 2007). O resultado obtido na pesquisa evidencia um crescimento até então não imaginável quando estatal. Crescimento que colocou a Vale como a segunda maior empresa mineradora diversificada do mundo, o que foi bom para seus acionistas e para a economia brasileira, o ROE1 (Return On Equity), em valores ajustados pelo poder de compra base Maio/2008, que é muito utilizado por investidores, em 1997 era apenas de 8% passando para 35% em 2007, um aumento de 337,5% em apenas 10 anos. 1 ROE – Retorno Sobre o Patrimônio LISTA DE ILUSTRAÇÕES Gráfico 1 – Lucro Líquido Real Ajustado em Milhares (R$) ................................. 17 Gráfico 2 – Evolução do Lucro por Ação de 1986 a 2007 .................................... 22 LISTA DE TABELAS Tabela 1 – Lucro Líquido Nominal e Lucro Líquido Real em Milhares (R$) ........ 18 Tabela 2 – Quantidade de ações da Vale entre 1986 e 2007 ............................. 20 Tabela 3 – Histórico das negociações das ações ordinárias no período entre 1986 e 2007 ...................................................................................... 21 Tabela 4 – Histórico das negociações das ações preferenciais no período entre 1986 e 2007 ...................................................................................... 21 Tabela 5 – Histórico das cotações das ações ordinárias Vale3 (ON).................. 23 Tabela 6 – Histórico das cotações das ações preferenciais Vale5 (PNA) ........... 24 Tabela 7 – Retorno sobre o patrimônio de 1997 e 2007 ..................................... 25 Tabela 8 – Indicadores de endividamento de 1986 a 2007................................. 27 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO .................................................................................................. 09 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ........................................................................ 11 3 COLETA, TRATAMENTO DOS DADOS E ANÁLISE DOS RESULTADOS.... 16 4 CONCLUSÃO ................................................................................................... 28 REFERÊNCIAS.................................................................................................... 30 9 1 INTRODUÇÃO Cada vez mais as empresas buscam técnicas administrativas que sejam mais dinâmicas e que possam torná-las mais competitivas no cenário mundial. Com atuação e crescimento expressivo nos últimos anos, a Vale tem se destacado na economia brasileira e também no cenário econômico mundial. Desde o dia 1º de julho de 1942, que foi então criada a Companhia Vale do Rio Doce pelo presidente Getúlio Vargas, através do decreto-lei nº 4.352 e no ano de 1943 foi aprovado os estatutos da CVRD e o registro da Vale na Bolsa de Valores do Rio de Janeiro dia 26 de outubro e em abril de 1968 na Bovespa, a CVRD, hoje apenas Vale, não parou de crescer. Fez novas aquisições, inaugurou minas e fez muitas parcerias contribuindo para o desenvolvimento de comunidades. Quando passou a se chamar Vale em 2007, a empresa quis buscar uma forma mais simples de se comunicar com todo o mundo, mantendo ainda a razão social como Companhia Vale do Rio Doce. A Vale tem o foco tanto na diversificação de seu portifólio de produtos e serviços quanto em resultados. É líder do mercado transoceânico mundial de minério de ferro e também é a maior mineradora diversificada das Américas e a maior prestadora de serviços de logística do Brasil, está inserida no cenário mundial com governança corporativa clara e transparente, compromisso com a causa ambiental e com o investimento no desenvolvimento social das comunidades nos cinco continentes e nos 14 estados brasileiros onde atua, com operações, pesquisa mineral e escritórios comerciais. É a maior empresa no mercado de minério de ferro e pelotas, posição que atingiu em 1974 e ainda se mantém. Em julho de 2000, as ações da Vale foram listadas na Bolsa de Valores de Nova Iorque (NYSE), tornandose efetivamente, uma empresa global. O processo de privatização da Vale iniciou-se em 1995, quando o então presidente Fernando Henrique Cardoso sancionou em 1º de junho a inclusão da Vale no Programa Nacional de Desestatização, assinando o Decreto nº 1.510, que depois foi alterado pelo Decreto nº 1.539. A Vale até então era considerada uma das jóias da coroa do patrimônio público brasileiro. No dia 06 de maio de 1997, data da privatização, houve inúmeras manifestações em todo Brasil, e diante da sede da Bolsa de Valores do Rio de Janeiro (BVRJ), local da privatização, mais de 600 policiais militares e cerca de cinco mil manifestantes se confrontaram e resultou em 10 33 pessoas feridas e no fim, a privatização da Vale. Dez anos depois, a sociedade civil organizada realizou plebiscito em nível nacional para saber a opinião dos brasileiros sobre a anulação da venda da segunda mais importante mineradora do mundo e a maior da América do Sul. A polêmica gerada pela privatização fez com que surgissem opiniões a favor e outros que são contra. Dentre os que são contra está Clair da Flora Martins2, que usou de uma metáfora, “podemos dizer que sem a posse da Vale, podemos tirar a cor amarela de nossa bandeira”. Em 10 anos, o lucro da Vale de 13,4 bilhões, foi quatro vezes maior que o seu valor de venda em 1997. Para Modiano3 (2000), o processo de privatização enraizou a economia brasileira. Este autor cita a importância da privatização para a economia brasileira: ...se olharmos o que aconteceu na economia brasileira e no processo de privatização, veremos quanta coisa mudou e, de fato, foi realizada nesses últimos nove anos. Os objetivos iniciais do programa eram múltiplos e nem nós sabíamos, claramente, quais deveriam ser enfatizados, porque eram muitos e, muitas vezes, conflitantes, o que nos impunha, sempre, um processo decisório bastante complexo. Porque queríamos tudo ao mesmo tempo: queríamos reduzir a dívida pública; queríamos aumentar a competição da economia; queríamos recuperar os investimentos; queríamos desenvolver o mercado de capitais; e tudo isso numa economia que enfrentava situação - como eu disse - de grave desequilíbrio, com uma poupança muito pequena, com empresas estatais na sua maioria gerando prejuízos ou poucos lucros, ou seja, um ambiente completamente adverso para a instalação de um programa de privatização. (MODIANO, 2000, p. 4) Ainda conforme Modiano (2000), a privatização se deu em três fases importantes, começando com o governo Collor em 1990, quando o objetivo era de reformar o Estado, quebrar o modelo antigo. A segunda etapa foi com o presidente Itamar Franco que ficou a despeito de certa indefinição se era ou não uma grande meta do governo. A partir de 1996 no governo de Fernando Henrique Cardoso, é que se inicia a terceira fase e que realmente a privatização deu um grande salto. Ajudou e foi importante para a estabilização da economia. Com base nestas informações este trabalho caracteriza-se como um estudo de caso que conforme Beuren et al (2006, p.84): “é realizado de maneira mais intensiva, em decorrência de os esforços dos pesquisadores concentrarem-se em 2 Clair da Flora Martins, ex-presa política do Regime Militar, ex-vereadora em Curitiba e ex-deputada Federal pelo PSOL-Paraná. 3 Eduardo Modiano: Economista, Ex-presidente do BNDES e Ex-presidente da Comissão Diretora do Programa Nacional de Desestatização. 11 determinado objeto de estudo.” Sendo assim, este artigo concentra-se no comportamento da Vale no período pré-privatização (1986 - 1996) e pós-privatização (1997 - 2007), através de análise das informações obtidas no banco de dados da Economática e análise dos relatórios anuais, com o objetivo de aprofundar e detalhar o comportamento da empresa após a privatização em 1997. É um trabalho bibliográfico porque se recorre a materiais já elaborados e divulgados ao público pela Vale conforme resolução da Comissão de Valores Mobiliários – CVM, e busca responder a seguinte questão-problema: Qual o comportamento dos resultados financeiros da Vale após sua a privatização? 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA Com o elevado crescimento da despesa pública e a ineficiência do Estado, fizeram com que a motivação da intervenção estatal seria a mesma que qualquer outra ação econômica, alguém com interesse privado que cede o voto em troca de determinado benefício. Nos últimos anos o aumento do número de servidores inativos tem crescido muito, causando assim um desequilíbrio e com isso, aumentando o tempo de contribuição dos trabalhadores em atividade. Nunes (1997), cita que a corrente denominada ilusão financeira desenvolvida por Pluviani no século XIX, a despesa pública cresceria porque a percepção que os agentes tem dos benefícios por ela gerados é maior do que dos custos que lhes é repassado através da cobrança de impostos, que estão atrelados a acontecimentos favoráveis e a relação entre a despesa pública e os recursos fiscais recolhidos de cada contribuinte são imprecisos. Coase (1960, apud NUNES, 1997), a mudança do conceito de bem público cria condições para que se venha a reduzir o papel do Estado na economia. Com a falta de bens intrinsecamente públicos, o governo pode deixar de incrementar as despesas estatais e transferir à iniciativa privada os gastos com infra-estrutura, saúde e educação. Alguns setores eram considerados monopólios naturais, tais como telecomunicações, ferrovias, produtores de bens e serviços de utilidade pública 12 porque caracterizavam ser de necessidade de grande volume de capital, presença de economistas de escala e externalidades, caracterizando assim sua atuação como públicas ou que operavam sob a supervisão das agências. O conceito de bem público cria argumentos convincentes para que o setor privado venha a produzir bens e serviços que até então eram considerados de domínio público e agora se advoga no modelo de direitos de propriedade que devem ser privatizados para impedir que a despesa pública se torne crescente. O aumento da intervenção do Estado na economia implica na perda de produtividade com conseqüente redução da taxa de crescimento econômico e aumento do déficit público. Um fator favorável da privatização aponta diretamente para a ineficiência das empresas estatais em decorrência da estabilidade dos funcionários e da busca pelo burocrata da maximização do seu salário, poder e tamanho da repartição em detrimento do lucro, de acordo com Zweifel & Zaborowsky (1996). A estabilidade dos funcionários desencoraja incrementos de produtividade e por terem seus empregos garantidos não se esforçariam para melhorar o desempenho. A burocracia era uma modalidade de organização com adequação dos meios aos objetivos desejados, para alcançar a máxima eficiência. Alguns autores sustentam a tese da privatização argumentando que a administração privada das empresas proporciona maiores lucros que a gestão pública. Autores como Davies (1959), Husain & Sahay (1992) fizeram estudos comparativos entre empresas públicas e privadas e concluíram que a maior eficiência eram das empresas privadas por responderem mais rapidamente aos sinais do mercado. Landau (1995) afirma que a fonte de ineficiência da economia é a propriedade pública, o grau de eficiência da economia se reduz à medida que aumenta a participação pública. Mas autores como Tyler (1978), Vickrers & Yarrow (1995) dizem que não há diferença entre os níveis de eficiência de empresas públicas e privadas e que mesmo no arcabouço teórico da microeconomia é possível que o empreendimento público seja mais produtivo que o privado em várias situações. A eficiência depende de como é gerenciada a empresa, das particularidades da atividade e do ambiente econômico onde está inserida. A simples ameaça de privatização faz com que muitas empresas passem a obter expressivos ganhos em produtividade e também melhora na performance. Alguns autores afirmam que a privatização contribui para a melhoria da performance da indústria devido à ação das forças de mercado. Outros autores afirmam que a competição induz ao aumento da concorrência. 13 A privatização faz com que aumente a eficiência das empresas, diminuindo monopólios, contribuindo com a reorganização industrial. Com a impossibilidade de falência das empresas públicas, desestimula seus administradores a buscar lucros, pois apesar de sucessivos déficits, as empresas contam com o aporte de recursos do Tesouro Nacional. A ineficiência de empresas estatais muitas das vezes decorre do fato de seus dirigentes, escolhidos por razões políticas, não seguem os mesmos caminhos em direção ao objetivo da empresa, buscando na verdade os objetivos próprios. Mesmo com a privatização, o governo ainda se beneficia com o aumento da eficiência das empresas privatizadas através do aumento no recolhimento de receita tributária, devido a maior lucratividade das empresas, mas ainda se livrando de despesa governamentais e com isso, reduzindo o déficit público. A explicação é simples, de um lado a redução do déficit público com isso a redução da despesa pública, do outro lado aumento da arrecadação beneficiando assim o governo com a arrecadação tributária, refletindo assim na economia do país em geral. Conforme Nunes (1997), com a falta de recursos para a realização de investimentos para adequação à modernidade e também para a demanda de serviços, são elementos que induzem a pressão para a privatização. A manutenção de estatais compromete uma parcela da administração direta, com isso exigindo a fiscalização de órgãos como secretarias, Tesouro Nacional, Tribunal de Contas da União e com isso, grande dispêndio de recursos e de pessoal. A Lei 8.031/1990, revogada pela Lei 9.491 de 1997, criou a Medida Provisória 1.481 e o Decreto 1.204 de 1994 regulamentaram o Programa Nacional de Desestatização – PND, com o objetivo de redefinir o papel do Estado na economia, reduzindo seu tamanho, tornando mais dinâmico, restrição da intervenção do setor empresarial estatal na atividade econômica e criando condições para o crescimento econômico. Com a privatização, criou-se oportunidades, aumentando o mercado de capitais e estimulando a entrada de capitais estrangeiros. No Brasil, a legislação vigente diz que a transferência de empresas públicas para a iniciativa privada pode ser realizada por intermédio de oferta pública de ações em leilão, venda por preço fixo de lotes de ações, negociação direta a interessado específico, venda a trabalhadores da empresa e fragmentação da empresa e venda das partes em separado. No Brasil o leilão é o método de venda ainda mais utilizado no PND. 14 Uma ação é um documento que indica ser seu possuidor o proprietário de certa fração de determinada empresa. As ações são utilizadas como forma de alavancagem financeira para a empresa que necessita de recursos. A alavancagem é o conceito que define o grau de utilização de recursos de terceiros para aumentar as possibilidades de lucro, aumentando conseqüentemente o grau de risco da operação. No mercado financeiro também é utilizada a expressão equivalente em inglês - financial leverage. No caso de uma empresa, quanto maior seu grau de endividamento maior é a sua alavancagem. Já para o mercado financeiro, um exemplo é comprar um lote de ações pagando somente parte de seu valor nos mercados de opções, caso ocorra uma valorização desses papéis, o investidor é extremamente beneficiado, pois a quantia inicialmente investida é reduzida e seu retorno é bem mais acentuado. O inverso é verdadeiro: se ocorrer uma desvalorização desses papéis, o valor das opções compradas será drasticamente reduzido. De acordo com Assaf Neto (2006), existem dois tipos de ações: as ações ordinárias nominativas (ON) e as ações preferenciais nominativas (PN). As ações ordinárias nominativas (ON) proporcionam participação nos resultados econômicos de uma empresa e confere a seu titular o direito de voto em assembléia e não dá direito preferencial a dividendos. As ações preferenciais nominativas (PN) oferecem a seu detentor prioridades no recebimento de dividendos. No caso de dissolução da empresa, no reembolso de capital. De maneira geral não concede direito a voto em assembléia. As ações emitidas pelas companhias abertas podem ser convertidas em dinheiro a qualquer momento, desde que haja procura no mercado, por intermédio de uma sociedade corretora, através da negociação em bolsa de valores ou no mercado de balcão. No Brasil, contabilmente os custos de investimentos em ações no qual não haja a intenção de permanência (Ativo Permanente), deverão ser classificadas no Ativo Realizável (Investimentos Temporários). Desta forma, o fato de poderem ser convertidas em dinheiro a qualquer momento não as habilita para figurarem no grupo de Ativo Disponível do Balanço em função do caráter de investimento de alto risco. Em investimento temporário ou de risco, a liquidez de cada ação dependerá da lei da oferta e da procura, que no mercado acionário está intimamente ligada ao momento presente da companhia e do cenário global. As principais influências nos preços são as aquisições, vendas e fusões de companhias. 15 De acordo com o Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC), governança corporativa trata-se de um sistema pelo qual as sociedades são dirigidas e monitoradas, sendo envolvidos os acionistas e os cotistas, Conselho de Administração, Diretoria, Auditoria Independente e Conselho Fiscal. As boas práticas de governança corporativa têm a finalidade de aumentar o valor da sociedade, facilitar seu aceso ao capital e contribuir para a sua perenidade. Uma parte significativa de companhias abertas já se empenham em oferecer aos seus investidores, melhores práticas de governança e de transparência. A adesão de níveis diferenciados de Governança Corporativa da Bovespa dá maior destaque aos esforços da empresa na melhoria da relação com investidores e eleva o potencial de valorização dos seus ativos. A adesão a essas práticas distingue a companhia como “Nível 1”, “Nível 2”, “ Novo Mercado” e “ Bovespa Mais”. A premissa básica é que a adoção de boas práticas de governança corporativa pelas companhias confere maior credibilidade ao mercado acionário, aumentando assim a confiança e disposição dos investidores em adquirirem as suas ações pagarem um preço melhor por elas, reduzindo seu custo de captação. Algumas práticas são necessárias para que as empresas “Nível 1”sejam listadas na Bovespa, tais como melhorias na prestação de informações ao mercado e com a dispersão acionária. Veja algumas das outras obrigações adicionais a legislação: - Manutenção em circulação de uma parcela mínima de ações, representando 25% do capital; - Realização de ofertas públicas de colocação de ações por meio de mecanismos que favoreçam a dispersão do capital; - Realização de reuniões públicas com analistas e investidores; - Melhoria nas informações prestadas trimestralmente. - Realização de reuniões públicas com analistas e investidores, a menos uma vez por ano; - Apresentação de um calendário anual, do qual conste a programação dos eventos corporativos, tais como assembléias, divulgação de resultados etc; - Divulgação dos termos dos contratos firmados entre a companhia e partes relacionadas. - Quando da realização de distribuição de distribuições públicas de ações, adoção de mecanismos que favoreçam a dispersão do capital. 16 3 COLETA, TRATAMENTO DOS DADOS E ANÁLISE DOS RESULTADOS Após a privatização em 1997 a Vale iniciou um processo de crescimento e lucros que até então, não haviam sido alcançados pela empresa e com isso, batendo recorde absoluto entre as empresas privatizadas no país. Através da administração a Vale encontrou respostas rápidas a desafios crescentes num mundo cada vez mais competitivo. A empresa está entre as 20 maiores empresas da América Latina, ocupando o segundo lugar, atrás apenas para outra empresa também brasileira, mas não privatizada, a Petrobrás. A Vale também é líder na produção nacional de minério de ferro desde 1974. A quantidade de funcionários também aumentou muito nos últimos anos quando em 1997 o número de funcionários era em torno de 10.000, com as aquisições de outras companhias e admissões no período, este número passou para mais de 60.000 funcionários em suas unidades espalhadas em mais de 26 países pelos cinco continentes. No Gráfico 1, pode-se observar a evolução do lucro líquido antes e depois da privatização. Em 1997, ano em que ocorreu a privatização, o lucro líquido, ajustado pela poder de compra base Maio/2008, foi R$ 1.469.544.000, 39% acima do ano anterior que era de R$ 1.057.462.000. Nos anos seguintes a média de crescimento é de 43% até o ano de 2001. Neste período, a economia nacional enfrentou a desvalorização do Real em 1999, devido a crise financeira internacional e frente à moeda americana, uma vez que a Vale é a maior exportadora líquida do Brasil, e o principal cliente neste período foi o Japão com 15% seguido da China e Coréia do Sul com 6%. Já em 2000, com a aquisição do controle da Samitri, 50% da Samarco e a incorporação da Socoimex, a Vale garantiu um crescimento de 70% em relação ao ano anterior. Devido às incertezas na economia norte-americana, também abalada pelo impacto do choque dos preços do petróleo, o que constituiu nos principais fatores determinantes do comportamento do mercado global, em 2001, apesar da recessão da economia mundial, a Vale alcançou um lucro líquido 43% acima em relação ao ano de 2000. 17 Gráfico 1: Lucro Líquido Real Ajustado em Milhares (R$) Lucro Líquido Real Ajustado (R$) 22.000.000 19.000.000 16.000.000 13.000.000 10.000.000 7.000.000 4.000.000 1.000.000 -2.000.000 1986 1987 1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 Fonte: Elaborado pelo autor. O ano de 2001 foi marcado por uma crise internacional, afetando vários setores econômicos. Foi quando aconteceram os atentados de 11 de setembro aos Estados Unidos da América e as perdas foram significativas por todo mundo, fazendo com que várias medidas fossem tomadas por seus governantes para que esta crise não prejudicasse ainda mais o desempenho das organizações. Acompanhando a crise, no ano de 2002 houve uma queda de 33% no lucro líquido nominal (40% no lucro líquido ajustado) devido a desvalorização do Real em relação ao Dólar, mas não impactando no desempenho no ano seguinte, que apresentou um ganho nominal de 121% (102% ajustado) em 2003. Vale ressaltar que em 2002, foi liberado pelo governo a utilização do FGTS – Fundo de Garantia de Tempo de Serviço para a compra de ações pelos empregados, o que contribui expressivamente com a alavancagem da empresa e com isso, melhorando seus resultados frente a crise internacional. Para os anos seguintes a taxa de crescimento apresentou comportamento normal, com pequena queda em 2004 e 2006, que segundo relatórios da Vale, devido à queda do lucro operacional em virtude dos preços médio mais baixos dos produtos níquel e alumínio. Graças aos investimentos feitos pela Vale em suas unidades produtivas e também na aquisição da Inco, mineradora canadense, saltando assim, da quarta para a segunda posição entre as maiores mineradoras do mundo, os resultados foram positivos devido à alta valorização do níquel no fim de 2006, e em conseqüência, o preço do minério de ferro apresentou queda. Um recente relatório feito pelo banco de investimento Credit Suisse apontou para uma expansão de 35% na receita da companhia para o ano de 18 2008, algo bem próximo de 43 bilhões de dólares, que será graças ao bom e velho minério de ferro. O mercado de renda variável é composto de ativos cuja remuneração ou retorno de capital não pode ser dimensionado no momento da aplicação e como principal exemplo de ativo de renda variável temos as ações. A privatização levou a Vale efetuar investimentos nunca antes atingidos pela empresa, graças à eliminação da necessidade de partilhar recursos com o Orçamento e a União. Este ganho refletiu-se em elevação da competitividade da empresa no cenário internacional. A atividade principal da Vale é a extração, beneficiamento e comércio de minério de ferro, transporte ferroviário e operação portuária. Graças ao aumento de preço do minério de ferro entre 2005 e 2006, que subiu 123,5% a Vale obteve um enorme ganho de lucratividade. Com um crescimento contínuo após a privatização, auferindo lucros não só para seus acionistas, mas também para a economia nacional. Na Tabela 1 pode-se observar o lucro líquido da Vale em valores nominais e em valores ajustados juntamente com a taxa de variação percentual entre os anos de 1986 e 2007. Tabela 1: Lucro Líquido Nominal e Lucro Líquido Real em Milhares (R$) ANO LL Nominal Variação Nominal LL Real Variação Real 0 1.390.213 1986 0 -811.464 -158% 1987 0 1.036.804 -228% 1988 3 2.619.606 153%1989 7 133% 327.998 -87% 1990 98 1300% 857.564 161% 1991 1.350 1278% 970.442 13% 1992 31.050 2200% 865.780 -11% 1993 545.726 1658% 1.497.039 73% 1994 328.628 -40% 736.460 -51% 1995 516.995 57% 1.057.462 44% 1996 755.943 46% 1.469.544 39% 1997 36% 1.968.400 34% 1998 1.029.400 22% 2.196.183 12% 1999 1.251.199 70% 3.532.339 61% 2000 2.132.657 43% 4.692.826 33% 2001 3.050.710 -33% 2.793.093 -40% 2002 2.043.256 121% 5.639.108 102% 2003 4.508.850 43% 7.508.098 33% 2004 6.459.519 62% 11.484.753 53% 2005 10.442.986 29% 14.320.918 25% 2006 13.431.005 49% 20.420.867 43% 2007 20.005.562 Fonte: Elaborado pelo autor. O desempenho dos últimos anos fez com que as ações da Vale apresentasse resultado positivo. Valorização que segundo informações em seu relatório anual, se 19 deve a avaliação positiva da qualidade de execução da estratégia de longo prazo, dos avanços da governança corporativa e das oportunidades de crescimento rentável futuros. No dia 6 de maio de 1997, data da privatização, as ações publicadas da Vale totalizavam 388.559.056, sendo 249.983.143 ações ordinárias e 138.575.913 ações preferenciais. Esta quantidade se manteve até o ano de 2003, quando em 2004, este número aumentou devido a incorporação do grupo Caemi e em 2006 com a aquisição da Inco, passando para um total de 4.919.314.116 de ações após desdobramento acionário em setembro de 2007. Mantendo uma política de remunerar bem seus acionistas, em 1998, a Vale distribuiu cerca de 71% do lucro líquido que foi de R$ 1,029 bilhão em forma de remuneração para seus acionistas. Em 1999 as ações que apresentaram maior liquidez foram as preferenciais, quando apresentaram alta de 226,6%, superando a valorização de 151,9% do índice Bovespa. Apesar da crise financeira internacional ter provocado reflexo negativo no desempenho da empresa, desvalorizando o Real frente ao dólar americano, pois a Vale é o maior exportador líquido do Brasil, os resultados ainda foram comemorados, superando os resultados de 1998. Assaf Neto (2006) afirma que as ações constituem-se em títulos representativos da menor fração do capital social de uma empresa, sendo seu acionista um co-proprietário com direito a participação nos resultados. Ainda com o mesmo autor, uma sociedade pode emitir ações com objetivos específicos com relação aos direitos dos acionistas. O estatuto da companhia pode prever dividendos diferenciados a determinados acionistas, pode limitar o investimento estrangeiro, dentre outros fatores. Para identificar estes objetivos são emitidas diferentes classes de ações. Como no caso das ações preferenciais da Vale, listadas na Bovespa como Vale5 (PNA), preferenciais nominativas classe A, podendo a sociedade criar quantas classes desejar. As ações são títulos de renda variável, podendo oferecer resultados em ganhos ou perdas ao investidor baseado no comportamento de seus preços de mercado, podendo depender de diversos fatores ligados ao desempenho esperado da empresa emitente, das condições de mercado e evolução geral da economia, podendo ainda oferecer duas formas de rendimentos aos investidores: dividendos que representa distribuição de lucros auferidos pela empresa aos seus acionistas normalmente pagos em dinheiro e a outra forma é a valorização de seu preço de 20 mercado que é conseqüência do comportamento de mercado e do desempenho da empresa em determinado período. As ações da Vale listadas na Bovespa são Vale3 (ON) e Vale5 (PNA). As mais negociadas no período entre 1986 e 2007, foram as preferenciais com 4.068.107 negociações conforme Tabela 2. As ações ordinárias tiveram 931.397 negociações. Nas tabelas 3 e 4 veja o histórico das negociações entre 1986 e 2007. As ações preferenciais, que apresentaram maior quantidade de negociações, circulou 28.214.485.482 títulos o que proporcionou R$ 298.388.861.918,00 em valores ajustados pelo poder de compra e as ações ordinárias com 3.441.537.692 títulos com R$ 70.341.448.809 também em valores ajustados pelo poder de compra conforme tabelas apresentadas. Ainda com Assaf Neto (2006), o investimento em ações envolve assumir certo grau de risco com relação às oscilações de suas cotações de mercado. Este risco deve compensado ocorrendo a remuneração oferecida pelo papel, sendo mais elevada quanto maior for o risco. Pode ainda haver o risco da empresa que está associado às decisões financeiras e o risco de mercado que diz respeito às variações imprevistas determinadas por mudanças ocorridas na economia. Tabela 2: Quantidades de ações da Vale entre 1986 e 2007 Ano Ações Ordinárias (x1000) 20.161.103 1986 230.371 1987 230.371 1988 230.371 1989 2.603.989 1990 31.247.893 1991 31.247.893 1992 31.247.893 1993 31.247.893 1994 31.247.893 1995 249.983 1996 249.983 1997 249.983 1998 249.983 1999 249.983 2000 249.983 2001 249.983 2002 249.983 2003 749.949 2004 749.949 2005 1.499.899 2006 2.999.798 2007 Fonte: Elaborado pelo autor. Ações Preferenciais (x1000) Total de Ações (x1000) 11.176.127 31.337.230 127.704 358.075 127.704 358.075 127.704 358.075 1.443.498 4.047.487 17.321.989 48.569.882 17.321.989 48.569.882 17.321.989 48.569.882 17.321.989 48.569.882 17.321.989 48.569.882 138.576 388.559 138.576 388.559 138.576 388.559 138.576 388.559 138.576 388.559 138.576 388.559 138.576 388.559 138.576 388.559 415.728 1.165.677 415.728 1.165.677 959.758 2.459.657 1.919.516 4.919.314 21 Tabela 3: Histórico das negociações das ações ordinárias no período entre 1986 e 2007. Vale3 ON Ano Quantidade Negociada Quantidade de Títulos Volume$ (Nominal) Volume$ (Ajustado) 984 54.392.912 0,11 128.280.560 1986 527 49.695.402 0,01 23.213.840 1987 311 18.589.824 0,36 14.212.758 1988 507 14.027.904 9,74 26.595.903 1989 844 17.199.014 108 21.767.785 1990 992 14.824.867 784 16.780.192 1991 1.342 18.195.609 21.592 42.900.999 1992 1.118 44.678.400 959.553 110.902.784 1993 2.119 68.161.920 120.297.420 388.944.518 1994 1.378 45.265.920 117.185.358 299.118.228 1995 866 84.501.120 182.048.533 387.053.973 1996 1.844 51.439.200 117.543.919 233.815.602 1997 1.800 51.699.600 76.509.722 146.571.559 1998 5.451 139.166.400 287.659.206 527.693.812 1999 3.452 81.544.800 287.280.063 493.918.600 2000 4.133 150.898.800 637.798.812 1.021.958.757 2001 18.884 470.054.400 2.955.990.497 4.381.400.458 2002 34.958 293.503.200 2.618.012.828 3.366.801.247 2003 59.440 262.148.400 3.669.697.735 4.437.990.180 2004 116.438 405.132.400 8.391.976.827 9.479.666.861 2005 204.655 475.288.400 12.376.684.236 13.399.764.302 2006 469.354 631.129.200 30.095.065.500 31.392.095.893 2007 Total 931.397 3.441.537.692 61.934.732.703 70.341.448.809 Fonte: Elaborado pelo autor. Tabela 4: Histórico das negociações das ações preferenciais no período entre 1986 e 2007. Vale5 PNA Ano Quantidade Negociada Quantidade de Títulos Volume$ (Nominal) 12.171 264.828.833 1,00 1986 6.439 304.668.184 0,67 1987 4.678 366.209.280 4,63 1988 12.066 874.540.800 986,05 1989 70.470 1.383.384.845 13.197 1990 80.543 1.977.807.475 140.869 1991 60.457 1.386.879.485 1.677.365 1992 35.997 1.446.009.600 36.767.567 1993 59.724 2.140.585.920 1.987.787.491 1994 47.651 1.338.414.720 2.017.091.335 1995 31.783 1.174.007.040 1.973.871.199 1996 55.970 1.641.681.600 3.417.641.825 1997 44.429 1.308.975.600 2.349.855.893 1998 61.999 1.277.102.400 3.551.803.731 1999 71.753 1.140.483.600 4.465.098.234 2000 60.704 1.145.390.400 4.999.238.177 2001 53.716 898.616.400 5.158.605.601 2002 92.406 837.811.200 6.775.252.024 2003 209.368 970.222.400 11.466.599.200 2004 471.588 1.455.262.400 25.918.850.270 2005 765.146 1.953.441.800 43.700.514.587 2006 1.759.049 2.928.161.500 116.663.712.531 2007 Total 4.068.107 28.214.485.482 234.484.522.088 Fonte: Elaborado pelo autor. Volume$ (Ajustado) 1.189.661.371 207.019.466 347.000.833 2.505.800.231 2.510.476.363 2.872.106.696 4.099.415.402 3.745.009.309 9.585.107.343 5.078.732.282 4.200.492.629 6.776.573.502 4.499.951.157 6.530.186.182 7.649.914.185 8.019.424.717 7.694.992.745 8.705.500.676 13.865.297.408 29.267.143.856 47.304.426.983 121.734.628.582 298.388.861.918 22 Uma das medidas de análise financeira são os indicadores de avaliação por ação, dentre eles o lucro por ação, que é lucro líquido dividido pelo número de ações emitidas pela empresa. Conforme Assaf Neto (2006), os indicadores de análise de ações, objetivam avaliar os reflexos do desempenho da empresa sobre o valor de mercado das ações. No caso da Vale, chama atenção, pois com sua política de boa remuneração aos seus acionistas, a evolução foi bastante considerável no período. Em 1986, o lucro por ação em valores ajustados, foi de R$ 0,04 e de R$ 4,15 em 2007, o que representa uma variação positiva de 10.275% no lucro por ação no período entre 1986 e 2007, veja no Gráfico 2 esta evolução. Gráfico 2: Evolução do Lucro por Ação de 1986 a 2007 16 Lucro Líquido / Ação (R$ Ajustado) R$ 14,51 12 R$ 9,85 R$ 7,32 8 4 R$ 4,15 R$ 0,04 0 1986 1989 1992 1995 1998 2001 2004 2007 A no Fonte: Elaborado pelo autor. O valor do lucro por ação de 2007 foi de R$ 4,15 cabendo ressaltar que no dia 03 de setembro a Vale confirmou a proposta de desdobramento acionário, aprovada pela Assembléia Geral Extraordinária dos Acionistas da Companhia. Com isso o capital social da Vale passou a ser composto por 4.919.314.116 ações, sendo 2.999.797.716 ações ordinárias e 1.919.516.400 ações preferenciais. O mercado de ações no Brasil tem passado por importantes mudanças se observando um passado recente. Tanto o número de empresas listadas na Bovespa quanto a base de investidores aumentou substancialmente nos últimos anos. Tal 23 fenômeno é conseqüência de uma série de fatores presentes no atual cenário da economia brasileira, com o cumprimento das metas de inflação e superávit primário, queda na taxa de juros e do risco-país, não esquecendo ainda do aumento da transparência das empresas com implementação dos níveis de governança corporativa. Ao adquirir uma ação, o investidor passa a ser sócio da empresa, comprando uma participação no capital desta empresa, e se ela for bem no mercado, o preço da ação subirá positivamente e se as coisas não forem tão bem assim, o preço possivelmente cairá. Sendo assim, é muito importante efetuar a análise de desempenho dessa empresa e isso exige o entendimento dos determinantes do preço das ações no mercado, que é influenciado por uma série de variáveis que podem ser agrupadas em grupos básicos, por exemplo, as variáveis macroeconômicas, variáveis setoriais, variáveis de mercado e desempenho da empresa. Tabela 5: Histórico das cotações das ações ordinárias Vale3 (ON) Vale3 Nominal Vale3 Ajustado Abertura Fechamento Abertura Fechamento Ano Máximo Mínimo Máximo Mínimo Máximo Mínimo Máximo Mínimo 1,48 0,41 1,48 0,51 1986 0,37 0,09 0,40 0,09 1987 0,38 0,09 0,39 0,09 1988 1,38 0,27 1,35 0,27 1989 1,77 0,18 1,84 0,18 1990 1,14 0,18 1,19 0,18 1991 1,76 0,78 1,76 0,78 1992 0,05 0,01 0,05 0,01 2,31 0,57 2,23 0,58 1993 1,68 0,05 1,67 0,05 4,82 1,23 4,79 1,19 1994 1,53 0,90 1,59 0,89 4,07 2,26 4,36 2,20 1995 1,41 0,90 1,42 0,88 3,12 1,88 3,13 1,86 1996 1,43 0,76 1,43 0,78 2,88 1,49 2,88 1,53 1997 1,20 0,53 1,21 0,52 2,31 1,02 2,31 1,00 1998 2,35 0,52 2,41 0,55 4,12 1,00 4,22 1,06 1999 2,93 1,98 2,97 1,95 5,11 3,44 5,18 3,39 2000 3,57 2,65 3,60 2,65 5,53 4,40 5,58 4,40 2001 7,60 3,43 7,60 3,39 10,61 5,27 10,61 5,21 2002 5,68 12,49 5,75 15,73 7,37 15,71 7,47 2003 12,51 9,46 17,82 9,64 20,99 11,58 20,90 11,80 2004 18,06 15,05 23,81 15,05 26,28 17,03 26,42 17,03 2005 23,81 21,20 31,47 21,16 34,19 22,91 33,71 22,86 2006 31,91 28,58 65,13 28,68 67,85 30,47 67,43 30,58 2007 65,73 Fonte: Elaborado pelo autor. 24 Conforme a Tabela 5, no período compreendido entre 1986 e 2007, houve uma taxa de crescimento de 98% nas ações ordinárias e preferenciais da Vale. Em valores ajustados, o valor de uma ação ordinária atingiu no ano da privatização em 1997, sua cotação máxima de R$ 2,88 e R$ 67,43 em 2007 e valores mínimos de fechamento com valores de R$ 1,53 em 1997 e R$ 30,58 em 2007. O desempenho da empresa influencia muito, pois além dos elementos que representam a situação financeira, alterações nos preços dos produtos produzidos e de matérias-primas, aumento ou redução no endividamento, não deixando de observar mudanças na perspectiva de novos negócios e alterações na estrutura acionária podem impactar nos resultados. Tabela 6: Histórico das cotações das ações preferenciais Vale5 (PNA) Vale5 Nominal Abertura Fechamento Ano Máximo Mínimo Máximo Mínimo 1986 1987 1988 1989 1990 1991 1992 0,05 0,01 0,05 0,01 1993 1,05 0,05 1,04 0,06 1994 0,96 0,57 0,95 0,54 1995 1,05 0,79 1,03 0,80 1996 1,47 0,90 1,43 0,89 1997 1,39 0,73 1,37 0,71 1998 2,69 0,76 2,87 0,80 1999 3,27 2,25 3,27 2,26 2000 3,67 2,75 3,66 2,77 2001 7,10 3,44 7,10 3,43 2002 5,49 10,83 5,49 2003 10,94 8,48 14,67 8,40 2004 14,67 12,81 20,75 12,69 2005 20,66 18,04 26,62 17,85 2006 26,65 24,54 54,72 24,81 2007 54,53 Fonte: Elaborado pelo autor. Vale5 Ajustado Abertura Fechamento Máximo Mínimo Máximo Mínimo 2,58 0,61 2,58 0,62 0,68 0,17 0,68 0,16 0,94 0,16 0,96 0,16 2,43 0,60 2,32 0,61 2,93 0,24 3,16 0,24 1,35 0,26 1,28 0,26 2,45 0,96 2,31 1,01 2,31 0,75 2,22 0,75 3,41 1,32 3,35 1,35 2,51 1,53 2,51 1,44 2,31 1,71 2,28 1,71 2,88 1,76 2,81 1,77 2,66 1,40 2,62 1,35 4,76 1,45 5,04 1,53 5,71 3,75 5,71 3,76 5,80 4,45 5,80 4,58 9,91 5,30 9,91 5,28 13,75 7,07 13,62 7,07 17,18 10,37 17,19 10,28 22,91 14,50 23,03 14,37 28,41 19,50 28,52 19,29 56,39 26,16 56,65 26,45 Os investimentos em renda variável tendem a oscilar mais do que os investimentos em renda fixa e a expectativa de retorno é maior do que renda fixa, uma vez que não ocorreria a compra de ações com maior risco se o retorno esperado fosse menor do que a renda fixa. Um dos índices utilizado para renda variável é o IBovespa, que segundo Assaf Neto (2006) é o mais importante indicador 25 de desempenho das cotações de ações negociadas no mercado brasileiro. Este índice retrata o comportamento dos principais papéis negociados na Bovespa, com a finalidade básica de servir como indicador médio do comportamento do mercado, sua composição procura aproximar-se da real configuração das negociações à vista na Bovespa. Para as ações preferenciais, de acordo com a tabela 6, a taxa de crescimento ajustado foi de 96% no período entre 1986 e 2007. No dia da privatização, a Bolsa de Valores do Rio de Janeiro suspendeu as negociações com as ações da Vale em razão da realização do leilão de privatização, ficando também suspensas neste dia, as negociações das ações da Vale na Bovespa. No dia seguinte, as ações ordinárias fecharam cotadas em valor ajustado de R$ 2,53, totalizando 126.000 títulos negociados. Para as ações preferenciais foram negociados 16.237.200 títulos, o que gerou, em valores ajustados, R$ 69.980.070,96. Fazendo o uso de um indicador financeiro percentual que se refere à capacidade de uma empresa em agregar valor a ela mesma utilizando os seus próprios recursos, o ROE4 (Return On Equity), ou seja, quanto ela consegue crescer usando nada além daquilo que ela já tem. É muito utilizado por investidores, acionistas para acompanhar o potencial e estabilidade de uma empresa. Em 1997, era apontado um retorno de apenas 8%, passando em 2007 para 35% o que equivale a um aumento de 337,5% no período entre 1997 e 2007. Tabela 7: Retorno sobre o patrimônio de 1997 e 2007 Ano Lucro Líquido Ajustado Patrimônio Líquido Ajustado 1997 1.469.544 18.412.060 2007 20.420.867 58.213.368 Fonte: Elaborado pelo autor. ROE 8% 35% Um outro indicador financeiro utilizado pelos investidores é o cálculo do valor de mercado de uma empresa que é feito pelo preço de suas ações multiplicado pelo número de ações. No ano da privatização o valor de mercado da Vale atingiu valor máximo em valores ajustados, de R$ 1.109.349.767,37 passando para 2007, também em valores ajustados, o equivalente a R$ 311.016.964.049,88 o corresponde a um aumento efetivo de 27.935% entre 1997 e 2007. 4 ROE - Retorno Sobre o Patrimônio 26 O EVA5 (Economic Value Added), é uma das medidas de desempenho ligada ao gerenciamento baseado em valor ou geração de valor ao acionista, que segundo Basso, Alves e Nakamura (2004 apud Albuquerque), o EVA é uma medida em moeda do superávit criado por investimento ou uma carteira de investimentos. Este modelo foi criado para possibilitar o conhecimento e mensuração do desempenho empresarial. É basicamente utilizado para calcular a riqueza criada em determinado espaço de tempo, permitindo aos executivos, acionistas e investidores avaliar se o capital empregado está sendo bem aplicado. Para análise do período estudado foi utilizado como base para o custo de oportunidade a taxa Selic, que em 2007 apresentou um percentual de 11%, contribuindo assim para o EVA de R$ 13.871.863,00. Segundo Vieira Sobrinho (1997), o custo de oportunidade, justifica-se pela privação, por parte do seu dono. Este termo também é usado na economia para indicar o custo de algo em renuncia a outro, bem como os benefícios que poderiam ser obtidos a partir desta oportunidade renunciada. Ele representa o valor associado a melhor alternativa não escolhida, impedindo o usufruto dos benefícios que as outras opções poderiam proporcionar. O mais alto valor associado aos benefícios não escolhidos pode ser entendido como um custo da opção escolhida, chamado de custo de oportunidade. Na Tabela 8, pode-se observar a estrutura de capital para demonstrar alguns indicadores de endividamento. Nota-se que o EBITDA - Earnings Before Interest, Tax, Depreciation and Amortization (Lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização), que no período que era estatal a Vale manteve um este indicador em torno de R$ 1,5 bilhão e quando passou para o controle privado, este valor foi aumentando, atingindo em 2007 a mais de R$ 8 bilhões. Em 2006, a dívida total bruta saltou de R$ 3,330 bilhões para R$ 29,897 bilhões, período na qual a empresa buscou recursos em bancos internacionais para aquisição à vista, da mineradora canadense Inco. Nota-se que após a privatização, a dívida da Vale cresceu, o que quer dizer um maior grau de endividamento mostrando também um maior grau de alavancagem, podendo assim, responder rapidamente aos sinais do mercado. 5 EVA - Valor Econômico Agregado – medida desenvolvida e registrada pela empresa de consultoria norte-americana Stern & Stewart & Co. (EUA) em 1992. A fórmula do EVA = Lucro Líquido - Custo de oportunidade x Patrimônio Líquido 27 Tabela 8: Indicadores de endividamento de 1986 a 2007 Divida Total Líquida Divida Total Bruta EBITDA Ajustado ANO Ajustada (R$) Ajustada (R$) (R$) 1986 11.192.943.926,00 13.070.216.283,00 5.167.284.990,40 1987 11.360.511.023,00 13.181.907.371,00 1.472.530.610,40 1988 9.486.725.188,50 11.284.480.239,00 2.387.192.359,40 1989 4.899.952.477,40 6.034.212.475,30 1990 4.908.511.876,90 5.801.207.768,40 976.619.398,96 1991 4.944.869.224,60 5.729.784.878,90 1992 3.553.744.392,90 4.073.231.897,70 1.656.811.316,80 1993 2.722.127.861,60 3.799.722.147,50 1.617.988.398,10 1994 1.909.809.033,20 2.411.236.911,80 1.698.642.523,00 1995 3.087.842.531,60 3.269.580.250,70 1.673.465.640,20 1996 3.533.375.401,00 4.415.927.169,60 1.593.003.477,70 1997 2.233.473.099,70 4.387.248.725,80 1.891.357.115,70 1998 2.725.951.029,00 4.769.172.816,60 2.147.904.184,40 1999 2.795.025.770,10 6.145.825.606,80 3.397.674.124,80 2000 3.311.544.803,10 5.910.600.113,00 2.696.500.939,90 2001 6.144.699.172,80 7.137.417.747,20 2.476.495.545,90 2002 8.242.554.051,20 8.597.002.421,30 4.876.004.000,70 2003 5.541.576.616,80 5.969.317.629,10 5.147.620.100,80 2004 3.806.824.029,50 4.162.412.407,60 6.481.146.143,20 2005 3.185.856.860,20 3.330.438.686,40 8.138.671.085,00 2006 29.680.707.502,00 29.897.253.864,00 7.754.293.921,60 2007 10.515.865.312,00 10.638.549.374,00 8.098.609.861,80 Fonte: Elaborado pelo autor. Dívida Bruta / EBITDA 2,53 8,95 4,73 5,94 2,46 2,35 1,42 1,95 2,77 2,32 2,22 1,81 2,19 2,88 1,76 1,16 0,64 0,41 3,86 1,31 Segundo o governo da época da privatização da Vale, a venda se deu por duas razões. Uma delas era a necessidade do governo em quitar suas dívidas, o que impediria a Vale de crescer estando sob comando do governo. Em empresas estatais as decisões às vezes passam por conselhos e ministérios, atrasando os negócios, o dia-a-dia de uma estatal é lento, pequenas ou grandes aquisições, depende de Lei de Licitações com a finalidade de dar transparência às aquisições governamentais, o que torna as atividades muito burocráticas e com muitas dificuldades. A outra explicação era que a Vale seria privatizada para não perder qualidade. Devido aos investimentos pesados e constantes necessários às operações em mineração, na época a Vale não tinha dinheiro suficiente para investir com a mesma intensidade que seus concorrentes, o que a deixaria para trás. O mundo da mineração é dominado por poucas empresas e todas gigantescas, bem preparadas e dispostas a manter posição. 28 4 CONCLUSÃO A velocidade com que a transformação dos negócios e a tendência de melhoria contínua faz com que as empresas busque atualização e adoção de estratégias de longo prazo para obtenção de resultados econômicos duradouros. De acordo com resultados encontrados na pesquisa caso a Vale tivesse continuado a ser gerenciada por homens escolhidos pelo governo, e não por empresários privados responsáveis perante os controladores da companhia, talvez não teriam alcançado as condições que se encontram nos dias de hoje. O que a experiência da privatização da Vale e de outras empresas cujo controle foi transferido para o setor privado mostra que, mesmo aquelas que apresentavam um certo grau de eficiência quando estatais, passaram a produzir resultados muito melhores quando geridas por particulares. Com as aquisições e as estratégias da empresa de atuar com maior intensidade no exterior a Vale pode permitir a diversificação de sua produção, o que deve resultar em ganhos expressivos. Os ganhos vão além da questão financeira, pois junto com as aquisições, as tecnologias adotadas, o que torna os ganhos também de eficiência na produtividade em seus projetos. De acordo com Mauro Halfeld 6, colunista da Rádio CBN, o mercado brasileiro ainda é o mais caro do planeta e as ações em média, valorizam-se 10% ao ano acima da inflação. Isto contribui para que cada vez menos o investidor pague pelo futuro das empresas, com a inflação em alta acorre a desvalorização dos ativos. Os números da Vale são impressionantes, mas eles não seriam alcançados se a Vale continuasse como empresa estatal, condição que a condenaria a manterse nos limites que atuava no ano de sua privatização, o que foi bom para a Vale, para seus acionistas, que em grande número brasileiros e para o Brasil. Lembrando que neste trabalho, existem limitações, tanto no contexto do crescimento após a privatização quanto na falta de algumas informações como Lucro Líquido Nominal entre os anos de 1986 e 1988, a falta das cotações das 6 Pós-doutorado no Massachusetts Institute of Technology (MIT) e com mais de 20 anos de experiência no mercado financeiro nacional. Ex-Professor Doutor da Escola Politécnica e da Faculdade de Economia e Administração da USP, Professor Titular na Universidade Federal do Paraná em Curitiba. 29 ações ordinárias e preferenciais entre os anos de 1986 e 1992. Também não foram encontradas informações sobre o EBITDA dos anos 1989 e 1991. Sugere-se para futuros estudos sobre esse tema, uma análise de outras empresas privatizadas ou uma análise de empresas estatais com empresas privatizadas, bem como o uso de outros indicadores financeiros e modelos de avaliação de empresas. 30 REFERÊNCIAS ALBUQUERQUE, Andrei Aparecido de. A capacidade do EVA para predição de lucros futuros: um estudo empírico nas empresas de capital aberto do Brasil. 2007. Dissertação de mestrado. Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto. Ribeirão Preto, 2007. Disponível em: <http://www.teses.usp.br/download.php/teses/disponiveis/96/96133/tde-18042008093003/publico/AndreiAparecidodeAlbuquerque.pdf>. Acesso em 28 jun 2008. ASSAF NETO, Alexandre. Mercado Financeiro. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2006. BEUREN, Ilse Maria (Org.). Como elaborar trabalhos contabilidade: teoria e prática. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2006. monográficos BOLSA DE VALORES DE SÃO PAULO. Disponível <http://www.bovespa.com.br/Principal.asp>. Acesso em 06 jun. 2008. em em: COASE, Ronald H. The Problem of Social Cost. The Journal of Law and Economics. Vol III nº 3 pp 1-44, 1960. COMPANHIA VALE DO RIO DOCE. Disponível em: <http://www.vale.com> Acesso em 20 maio 2008. CONSAGRAÇÃO da privatização. O Estado de São Paulo, São Paulo, 25 out. 2006. Disponível em: <http://www.estado.com.br/editorias/2006/10/25/edi-1.93.5.20061025.3.1.xml>. Acesso em 21 jun. 2008. DAVIES, D.G.. The efficiency of Public versus Private firms, The Case of Australia´s Two Arlines. The Journal of Law and Economics. Vol. II pp 1-40, 1959. FRANÇA, Júnia Lessa; VASCONCELLOS, Ana Cristina. Manual para normalização de publicações técnico-científicas. 8. ed. Belo Horizonte: Ed. UFMG, 2007. HUSAIN M. & SAHAY R.. Does Sequencing of Privatization Matter in Reforming Planned Economies? February 1992. IMF Working Paper No. 92/13. Disponível em: <http://papers.ssrn.com/sol3/papers.cfm?abstract_id=884595> Acesso em 25 maio 2008. 31 LANDAU D. L.. “Government expenditure and economic growth in the developed countries : 1952-1976. Public Choice 47: 459-477, 1985. MARTINS, Clair da Flora. A privatização da Vale dez anos depois. Entrevista concedida a Rede Jubileu Sul Brasil. Disponível em: <http://www.jubileubrasil.org.br/assembleia-popular/a-privatizacao-da-vale-dez-anosdepois>. Acesso em: 21 jun. 2008. MODIANO, Eduardo. Um balanço da privatização nos anos 90. In Pinheiro, Armando Castelar e Fukasaku, Kiichiro (org). “A privatização no Brasil: o caso dos serviços de utilidade pública”. Rio de Janeiro, BNDES-OCDE, fevereiro de 2000. 08 páginas. Disponível em: <http://www.provedor.nuca.ie.ufrj.br/provedor/biblioteca/privatizacao. htm>. Acesso em 21 jun. 2008. NUNES, Ricardo C. Privatização e Ajuste Fiscal no Brasil. Brasília: ESAF, 1997. REZENDE, Amauri José. A relevância da Informação Contábil no Processo de Avaliação de Empresas da Nova e Velha Economia: Uma Análise dos Investimentos em Ativos Intangíveis e Seus Efeitos sobre Vaue-Relevance do Lucro e Patrimônio Líquido. Brazilian Business Review,Vitória – ES, Jan/Jun 2005, Vol.2, Nº1, pp.33-52. Disponível em: http://www.bbronline.com.br/artigos.asp?sess=det&id=18>. Acesso em 13 abr. 2008. TYLER, W..Technical efficiency and ownership characteristics of manufacturing firms in a developing coutry: a Brazilian case study. Weltwirtschaftliches Archives, 114, 1978. Disponível em: <http://www.springerlink.com/content/2842526g8g82676u/> Acesso em 19 jun. 2008. VICKRES, J. & YARROW G.. Economic perspectives in privatization. Journal of Economic Perspectives, v.5, n.2, p 111-132, 1991. VIEIRA SOBRINHO, José Dutra. Matemática Financeira: Juros, capitalização, descontos e séries de pagamentos. Empréstimos, financiamentos e aplicações financeiras. Utilização de calculadoras financeiras. 6. ed. São Paulo: Atlas, 1997. ZWEIFEL, P & ZABOROWSKI. Employment service: Public or Private? Public Choice 89: 131-162, 1996. Disponível em: <http://www.cpb.nl/nl/pub/cpbreeksen/werkdoc/118/wd118.pdf>.Acesso em 25 maio 2008.