Desafios para o Investimento em Novas Usinas de Etanol no Brasil Dezembro, 2011 11 Sumário SEÇÃO 1 Rápida Avaliação Setorial SEÇÃO 2 Desempenho Econômico-Financeiro SEÇÃO 3 Quadro Evolutivo Setorial SEÇÃO 4 Conclusões 2 Uma Frustação Passageira… 3 SEÇÃO 1 Rápida Avaliação Setorial 44 Moagem de Cana no Centro-Sul (MM tons) Após uma década de excepcional crescimento, sofremos uma involução, mas já apontando para uma tendência de recuperação. Recuperação Agrícola, Desgargalamento e Ampliações de Plantas Existentes 800 Novas Greenfields? 690 700 630 600 505 500 580 541 557 530 490 431 400 300 207 244 270 299 329 337 373 200 100 0 CAGR: 10.08% Fonte: Itaú BBA CAGR: 3.63% 5 Produtividade Agrícola no Centro-Sul Produtividade agrícola no Centro-Sul decepciona. 110 95 a n ac a 80 h / n o t 65 50 Abr Fonte: CTC Mai Jun Jul Ago Set 2007/08 2008/09 2010/11 2011/12 Out Nov Dez 2009/10 6 ATR Médio no Centro-Sul Rendimento industrial idem. Motivos: clima; colheita mecânica; variedades; pragas e doenças; renovação. 155 150 kg/ton ca na 145 140 135 130 125 120 Fonte: Única 7 Câmbio Real valorizado também atrapalhou muito a competitividade, mas, a partir de setembro, houve uma recuperação do dólar . 2.6 2.4 2.2 L R B / D S U 2.0 1.8 1.6 1.4 Fonte: Itaú BBA 8 Rússia: Área de Plantação de Beterraba e Produção de Açúcar Preços elevados do açúcar estimularam crescimento em diversos países do hemisfério norte, segue exemplo: 5 1,200 4.5 4 1,000 3.5 a H s er a h li M 800 3 2.5 600 2 400 1.5 1 200 0.5 0 0 Área com Beterra ba Fonte: Kingsman n o t M M Produçã o de Açúcar 9 Projeção de Share do Carro Flex Utilizando Etanol Aumento do custo de produção do etanol, aliado à política de preços para a gasolina, desestimula a oferta e a demanda do etanol hidratado. 100% 90% 80% 70% 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0% 07/08 08/09 Frota Flex Fonte: Bioagência 09/10 10/11 11/12p 12/13p Hidratado/Potencial 10 Quantidades de Greenfields Iniciadas Custos e tempo elevados de implantação, baixa taxa de retorno e insegurança quanto ao futuro têm inibido o surgimento de novos projetos. 30 25 19 19 15 ? 10 9 4 Fonte: Itaú BBA 3 / 4 3 / 4 3 / 4 11 Custo de Produção e Equivalência Energética Custo de produção do etanol muito próximo à equivalência energética com a gasolina. 1.4 Equivalência Energética no Estado de São Paulo (70% do preço da gasolina) 1.3 1.2 60 1.1 1 0.8 40 0.6 0.4 0.5 20 0.2 0 0 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 custo de produção (R$/lt.) Fonte: Itaú BBA 12 Custo e Preço do Açúcar x Câmbio Preços internacionais do açúcar têm compensado com folga o aumento de custos. Até quando? 30 300 25 250 20 200 15 150 10 100 5 50 0 0 00/01 01/02 02/03 03/04 04/05 05/06 06/07 07/08 08/09 09/10 10/11 11/12 Custo do Açúcar Fonte: Itaú BBA Preço do Açúcar Câmbio Real (deflacionado) 13 Comparação entre fontes - Nov/11 Usina Termelétrica (gás natural próprio) Usina Termelétrica (gás natural de terceiros) Parque Eólico Usina de Biomassa Implantação Usina de Biomassa Ampliação PCH Capex (R$ MM/ MW instalado) 1,7 1,7 3,5 2,7 2,2 6,0 Capex (R$ MM/ MW médio) 2,6 2,6 5,8 7,9 6,3 10,0 Preço (R$/ MWh) 101,9 (1) 128,8 (2) 100,0 (3) 131,1 (4) 107,2 (4) 140,6 (4) Capacidade Instalada 50,0 MW 50,0 MW 30,0 MW 50,0 MW 50,0 MW 30,0 MW Garantia Física 43,5 MW 17,2 MW 13,5 MW 17,2 MW 17,2 MW 18,0 MW Fator de Capacidade 87,0 % 60,0% 45,0% 60,0% 60,0% 60,0% Período em operação Depende do Despacho Depende do Despacho 12 meses 8 meses (durante a safra) 8 meses (durante a safra) 12 meses Este preço é uma estimativa do Itaú BBA para que o projeto tenha 12,4% de rentabilidade. Este preço é uma estimativa do Itaú BBA considerando um contrato de fornecimento de gás de take-or-pay de 30% e rentabilidade de 12,4%. (3) Preço médio do último leilão de energia de 2011. (4) Este preço é uma estimativa do Itaú BBA para que o projeto tenha 10,4% de rentabilidade. (1) (2) Fonte: Itaú BBA 14 SEÇÃO 2 Desempenho Econômico-Financeiro 15 15 Análise Financeira Setorial Preparamos uma análise preliminar baseada em 42 grupos que representam 323 MM tons de cana. Margem EBITDA (%) Dívida Líquida / Moagem (R$ / ton) 40% 35% 30% 160.0 36% 30% 30% 26% 23% 25% 140.0 29% 120.0 25% 20% 18% 20% 144.6 100.0 86.8 80.0 15% 60.0 10% 40.0 5% 20.0 0% 67.2 77.8 72.7 75.0 33.9 17.3 17.6 0.0 05/06 06/07 07/08 08/09 09/10 10/11 11/12p Top 5 Las t 5 Dívida Líquida / EBITDA (x) 8.0 05/06 06/07 07/08 08/09 09/10 10/11 11/12p Top 5 Last 5 Custo Caixa (US$ cents / lb) 25.0 7.1 20.7 7.0 5.5 6.0 5.5 5.0 2.7 3.0 2.0 1.0 1.2 1.0 16.8 14.5 15.0 3.8 4.0 20.0 2.6 10.0 0.8 0.0 12.4 8.8 10.1 10.2 13.7 9.0 5.0 0.0 05/06 06/07 07/08 08/09 09/10 10/11 11/12p Top 5 Last 5 05/06 06/07 07/08 08/09 09/10 10/11 11/12p Top 5 Last 5 Fonte: Itaú BBA 16 Análise Financeira Setorial (cont.) Apesar do nível elevado de preços, há pequena redução de dívida em função do aumento de custos e do elevado capex agrícola. Estimativa Setorial da Dívida (R$ bi) Alavancagem – Capacidade de Investimento das Usinas 15.8% 15.8% 50 43.8 45 42.2 40.5 40 38.22 16.7% 35 100.0% 29 30 25 20 12.6 15 10 67.5% 5.8 5 0 05/06 06/07 07/08 08/09 09/10 10/11 11/12 p Preparadas para Novos Investimentos “On Hold” / Recuperação Alavancadas Fonte: Itaú BBA 17 SEÇÃO 3 Quadro Evolutivo Setorial 18 18 Evolução Setorial ► Estágio do Processo de Consolidação ► ► Quadro Competitivo ► Ativos estratégicos, devido ao tamanho e localização geográfica, irão merecer prêmio de avaliação (valor de mercado) em função de seu valor de escassez diante da competição por aquisição ► Poucos ativos disponíveis, os quais são majoritariamente empresas familiares, com capacidade de moagem superior a 10 MM de toneladas Mercado Alvo ► Novos Players Continua em andamento, após mais de 150 MM de toneladas terem sido negociadas nos últimos 2 anos Acesso a capital é chave para liderar este processo Alguns grupos já almejam tamanho superior a 60 MM de toneladas ► Diversos mercados alvos relevantes estão capitalizados e não estão disponíveis à venda Petroleiras e Trading Companies continuarão a observar oportunidades para entrar no setor 19 Processo de Consolidação: Transações mais Recentes Todas as recentes transações apontam para um fortalecimento dos grupos e retomada da capacidade de crescimento. Parte Adquirida Capacidade de Moagem Alvo (MM ton) + 100% 3 + 51% 12 + 50% 63 + 100% 3 + 100% 7 + 100% 1.5 + 83% 5 + 50% 7 + 50% 2.6 + Fusão 2 Alvo Usina Mandu Usina Zanin SP Usina Rio Vermelho Goiás Pioneiros Fonte: Empresas, Itaú BBA e Valor Econômico Nota: 1. Mensurada pela parte adquirida Comprador Total 1061 20 Impactos da Consolidação 1 Concentração do Setor 2005/2006 Concentração do Setor 2011/2012 Top 10 30% Concentração Setorial por Capacidade de Moagem Top 10 43% Outros Other 70% 70% Other Outros 57% 57% 2 Top 5 Tamanho 2005/2006 (MM tons) Top 5 Tamanho 2011/2012 (MM tons) Tamanho Médio: 15.4 MM tons Top 5 Players por Capacidade de Moagem (MM ton) Tamanho Médio: 36 MM tons 65 Expansão até 2014 37 36 1 11 10 10 10 2 3 4 5 1 2 37 17 21 20 3 4 5 3 Top 5 Players Destaques das Propriedades Top 5 players: 100% acionistas brasileiros, grupos tradicionais do setor Fontes: Sites de empresas, relatórios de empresa e Itaú BBA Top 5 players: presença de petroleiras, tradings e uma grande corporação nacional 21 Principais Players de Açúcar e Etanol: Tamanho Atual Capacidade de Moagem (MM tons) – 2010/11 135 65 41 3 7 23 18 16 21 20 15 15 13 18 16 15 1 3 1 2 1 2 1 2 1 2 1 1 11 10 9 7 1 5 8 8 8 8 7 7 7 7 6 6 5 4 4 2 Lincoln Junqueira 2 1 Expansão até 2015/2016 Fontes: Relatórios de empresas e Itaú BBA Nota: 1. 100% 2. Mensurado pelas partes das parcerias 22 SEÇÃO 4 Conclusões 23 23 Conclusões o O setor está pronto para crescer; o Estão se formando players extremamente robustos, sejam nacionais ou estrangeiros; o Consolidação trouxe melhor estrutura de capital, bons ativos, melhor governança, etc.; o Temos suficiente capacidade econômica para crescer, desenvolver tecnologia e melhorar infra-estrutura e serviços; o Políticas públicas haverão de vir para dar a devida segurança ao crescimento: fundamental reduzir os riscos regulatórios e dar maior segurança jurídica para investimentos de longo prazo; o Por enquanto, o bom desempenho dos grupos tem estado muito mais relacionado a bom planejamento e gestão do que a tamanho. Área agrícola é o maior desafio. 24 Alexandre Enrico S. Figliolino [email protected] 25 25