UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ SIRLENE FERREIRA RODRIGUES DISFAGIA NO PÓS – OPERATÓRIO DE CIRURGIA CARDÍACA PEDIÁTRICA Curitiba 2011 UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANÁ SIRLENE FERREIRA RODRIGUES DISFAGIA NO PÓS – OPERATÓRIO DE CIRURGIA CARDÍACA PEDIÁTRICA Trabalho de conclusão do curso apresentado ao curso de fonoaudiologia como requisito parcial para obtenção de pós-graduação em fonoaudiologia hospitalar orofacial com enfoque em disfagia. Orientadora: Msc. Marina R. Bueno Macri. Curitiba 2011 RESUMO As doenças cardiovasculares estão entre as principais causas de morte nos países desenvolvidos e tem aumentado nos países em desenvolvimento. Na população brasileira estima-se 30,000 crianças que nasce a cada ano com doenças cardíacas, muitas delas necessitam de cirurgias cardíacas e passam por procedimentos delicados durante e após as cirurgias. Estudos vem alertando sobre as alterações nos mecanismos envolvidos no processo de deglutição. Portanto, o objetivo deste estudo foi de apresentar um levantamento bibliográfico sobre as ocorrências de disfagia no pós-operatório de cirurgia cardíaca pediátrica. O método realizado tratase de uma revisão sistemática da literatura nas seguintes bases eletrônicas de dados identificados online, tais como: Scientific Electronic Library (Scielo), Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (Lilacs) e Literatura Internacional em Ciências da Saúde (Medline) e artigos publicados entre os anos de 1987 – 2011. O estudos foi efetuado no período de junho a novembro 2011 na Universidade Tuiuti Curitiba /PR. A pesquisa bibliográfica deu ênfase aos principais fatores de recém-nascidos a crianças de 5 anos de idade, submetidos a cirurgias cardíacas e possíveis riscos para disfagia. Os resultados encontrados na literatura pesquisada, os autores relataram que as causas de disfagia orofaríngea nos pacientes pós-operatório de cirurgia cardíaca são poucas conhecidas, acredita-se que estão associados a processos auxiliares de intervenções cirúrgicas e póscirúrgicas que por sua vez são muito invasivos. Pode-se concluir que pacientes pediátricos submetidos a procedimentos de cirurgia cardíaca, estão em risco significativo para o desenvolvimento de disfagia. Palavras chave: Disfagia, Cirurgia Cardíaca, Pediatria. ABSTRACT Cardiovascular diseases are among the leading causes of death in developed countries and is increasing in developing countries. In the Brazilian population is estimated 30,000 children born each year with heart disease, many of them need to undergo heart surgeries and delicate procedures during and after surgery. Studies has been warning about the changes in the mechanisms involved in the swallowing process. Therefore, the aim of this study was to present a literature about the occurrence of dysphagia in the postoperative pediatric cardiac surgery. The method is made up of a systematic literature review in the following electronic databases identified online, such as: Scientific Electronic Library (SciELO), Latin American and Caribbean Health Sciences (LILACS) and International Literature Health (Medline) and articles published between the years 1987 to 2011. The study was conducted in the period June to November 2011 at the University Tuiuti Curitiba / PR. The literature has emphasized the key factors newborns to children 5 years of age undergoing cardiac surgery and possible risks for dysphagia. The results found in the literature, the authors report that the causes of oropharyngeal dysphagia in patients after cardiac surgery are few known, it is believed that the processes are associated auxiliary surgical and post-surgical which in turn are very invasive. It can be concluded that pediatric patients undergoing cardiac surgery procedures, are at significant risk for the development of dysphagia. Keywords: Dysphagia, Cardiac surgery, Pediatrics. SUMÁRIO 1.- INTRODUÇÃO .................................................................................. .......04 2.-REVISÃO LITERÁRIA ....................................................................... .......06 2.1-Cirurgia cardiovasculares....................................................................06 2.2- Deglutição.............................................................................................10 2.3- Disfagia.................................................................................................12 2.4- Disfagia Pediátrica...............................................................................14 2.5- Cirurgias Cardíacas e Disfagia...........................................................18 3 – OJETIVOS..................................................................................................24 4 - METODOLOGIA..........................................................................................25 5- DISCUSSÃO DE CASO...............................................................................26 6- CONCLUSÃO...............................................................................................30 7- BIBLIOGRAFIA............................................................................................31 4 1. INTRODUÇÃO As doenças cardiovasculares são consideradas o conjunto de doenças que afetam o sistema cardiovascular, incluindo coração, pericárdio, artérias, veias e vasos capilares (JOHNSTON, 2006). Em cada 1000 nascidos vivos de 8 a 11 crianças constituem para o grupo de malformações mais frequentes (MALIK, 2007; McCOLLOUGH e SHARIEFF, 2002). O diagnóstico atualmente pode ser feito por manifestações clínicas, estudos radiológicos e ecocardiográficos, que permite identificar logo após o nascimento ou durante a infância, porém há casos em que pode ser intrauterina, na adolescência ou na vida adulta. Com o avanço da tecnologia aprimorado pelas técnicas cirúrgicas tem diminuído o índice de morbidade e mortalidade. (AZAKIE et al, 2001; LOPES, 1999; FORTUNA, 2000). No Brasil surge por ano em torno de 28.846 novos casos de doenças cardiovasculares e 20% dos casos, a cura é espontânea e em média de 23.007 são procedimentos cirúrgicos realizados por ano neste país. Sendo, o maior índice nas regiões norte e nordeste os menores na região sul e centro oeste. De acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) 15.000 mil casos de febre reumática no Brasil contribuem para uma cardiopatia congênita adquirida com maior frequência nas faixas etária de 5 a 15 anos de idade (PINTO, 2004; MOTA, 2008). Entre os principais riscos para a doença cardiovascular pediátrico destacamse a Comunicação Interventricular (CIV), Persistência do Canal Arterial (PCA), Estenose da Valva Pulmonar (EP) e a Estenose da Valva Aórtica (EAO). Os quais podem contribuir para quatro achados principais como: sopro cardíaco, cianose, 5 taquipnéia e arritmias cardíacas. (AMARAL, 1995). Acredita-se que os fatores de riscos para o surgimento dessas complicações sejam: resultados de combinações genéticas, febre reumática, diabéticos e fatores ambientais como tabagismo (ARMAGANIJAN & BATLOUNI, 2000; MULLER, 2008). Crianças submetidas às cirurgias cardíacas passam por procedimentos invasivos e de alto risco, tendo como alvo o coração que são expostos a uma série de intervenções como a intubação Orotraqueal Prolongada (IOT), Ventilação Mecânica (VM) e Ecocardiograma Transesofágico (ETE), o qual contribui para uma disfagia. (ROUSOU, 2000; BARKER et al, 2009; BARQUIST et al, 2001). Ao serem expostos a vários procedimentos durante e após as cirurgias cardíacas, alguns estudos vêm alertando sobre a presença de disfagia (FERRARIS et al, 2001). A disfagia orofaríngea é distúrbio de deglutição com sintomas específicos que se caracterizam por alterações em qualquer etapa e/ou entre as etapas da dinâmica da deglutição, podendo ser congênita ou adquirida. O quadro disfágico pode trazer importantes complicações ao quadro clínico desse doente como: desnutrição, complicações pulmonares, desidratação e desconforto ao se alimentar (FURKIM, 2006; ASHA, 2007; LOGEMANN, 2007). 6 2- REVISÃO DE LITERATURA 2.1- Cirurgias Cardiovasculares A primeira cirurgia realizada com sucesso foi em uma criança de sete anos de idade em Boston 1938 nos EUA pelo o Dr. Robert. E. Gross para correção da persistência de canal arterial, (GÓBICH,1945) e a primeira correção de defeito intracardíaco foi em 1952, pelo Dr. John Lewis, em uma paciente com comunicação interatrial. Em 1951 foi utilizando a primeira vez à circulação extracorpórea em humanos. (MULLER, 1990; BRAILER, 1996). As doenças cardiovasculares no início do século XX eram responsáveis por menos de 10% dos óbitos em todo o mundo, mas ao final desse mesmo século, esse grupo de doenças foi o responsável por, aproximadamente, 50% dos óbitos nos países desenvolvidos. Atualmente no Brasil, 32,6% dos óbitos com causa confirmada estão relacionados às doenças cardiovasculares (ALMEIDA et al, 2003). Para MITCHELL (1971), as doenças cardiovasculares são malformação anatômica grosseira do coração ou dos grandes vasos intratorácicos. FRIEDMAM (2006), acrescenta que, estas doenças são como uma anormalidade de estrutura ou função cardiocirculatória que está presente no nascimento. Para RIVERA et al (2007); AHA (2009); DAMAS, RAMOS e REZENDE (2009), as doenças do coração em crianças são problemas estruturais decorrentes da formação anormal do coração ou dos vasos sanguíneos principais, que apresentam amplo aspectos clínicos. Para estes autores há 18 diferentes tipos de 7 defeitos cardíacos reconhecidos pelas suas variações anatômicas. A evolução desses problemas que evoluem de forma assintomática determina sintomas importantes com graves alterações no funcionamento da bomba cardíaca e aumentando assim a taxa de mortalidade. MOREIRA (1998), abordou a prevalência de crianças com doenças cardiovasculares nos sexos é equilibrada, embora MACHADO (1997) e PTEIFFER (2010), registram discreto predomínio no sexo feminino em recém-nascido de termo. É encontrada também com maior frequência nas crianças portadoras da síndrome da rubéola congênita (REGENGA, 2000). SRIVASTAVA (2001), diz que os defeitos cardíacos caracterizam-se por alterações nas vias de saída do coração e correspondem a cerca de 20 a 50% das doenças cardiovasculares em recém-nascidos. A cada ano milhões de bebês nascem com defeitos cardíacos e após o diagnóstico são identificados, e em outros casos a descoberta é feita tardiamente por não apresentarem sintomas qualquer (FRIEDMAM, 1997). MERCK (2009), mencionou que os sintomas de uma alteração no coração incluem certos tipos de dor, dispnéia (sensação de falta de ar), fadiga (cansaço), palpitações (sensação de um batimento lento, rápido ou irregular), sensação de enjoo e desmaios. CERNACH (2008), enfatizou que as principais causas de defeitos cardíacos podem estar reunidas em dois grandes grupos, os agentes ambientais ou causas genéticas. MARTÍ (2002), corrobora com o autor acima, e evidencia que cerca de 90% apresenta uma etiologia multifatorial por interação genético-ambiental, só detectou-se uma causa primariamente genética em cerca de 10% dos casos, dos 8 quais 5% correspondem a cromossomopatias. E entre as causas ambientais (2% dos casos) salientam-se os teratogéneos químicos (álcool, fármacos), infecciosos (rubéola) e algumas doenças maternas (lúpus, diabetes). Segundo BEGIC (2003), os fatores associados à mortalidade mais elevadas em crianças cardíacas são caracterizadas pelo baixo peso ao nascimento, prematuridade e retardo de crescimento intrauterino. Outro fator importante está relacionado as altitudes, havendo descrições de maior incidência em algumas populações que vivem entre 3.500 e 5.000 metros acima do mar, associando com fatores genéticos, uma vez que nem todos que vivem em altitudes semelhantes apresentam incidência aumentada (REGENGA, 2000). MÁRTIR (2001), comentou que os principais motivos que estabelecem a suspeita de doenças cardiovasculares no período neonatal são as cianoses, insuficiências cardíacas, sopros e arritmias. DAVIS (2001), confirma que cianose agrava com o choro e habitualmente manifestam-se nos primeiros dias de vida, frequentemente nas primeiras 4 horas após o nascimento. MIYAGUE et al (2003), estudaram grandes anomalias das doenças cardiovasculares e as mais frequentes nos estudos foram: anomalias acianóticas (comunicação interventricular 30,5% comunicação interarterial 19,1%, persistência do canal arterial 17%, estenose pulmonar valvar 11,3% e a coarctação da aorta 6,3%). Já as cianóticas mais frequentes foram: (tetralogia de fallot 6,9%, transposição dos grandes vasos da base 4,1%, atresia tricúspide 2,3% e a drenagem anômala total de veias pulmonares 2%). 9 Segundo HOFFMAN E KAPLAN (2002), a incidência de doença cardíaca grave requer atendimento especializado, já as formas moderadamente graves e menos graves da doença cardíaca não necessitam de cuidados cardiológicos especializados, podendo fechar espontaneamente sem causar intercorrências médicas. GELAPE (2007), assegurou que inúmeras patologias cardíacas tratadas podem haver intervenções cirúrgicas e este procedimento é utilizado em todo o mundo para o tratamento dessa doenças cardiovasculares. Na literatura encontram-se dois tipos de cirurgias para o tratamento das doenças cardíacas, as cirurgias corretivas e as paliativas. Sendo que a primeira é reparada de forma definitiva durante o procedimento cirúrgico já as cirurgias paliativas, um procedimento cirúrgico com intenção de proporcionar alívio ao paciente, para facilitar outras formas de tratamento ou para aliviar sintomas ou complicações da evolução da doença de base e não para atingir a cura definitiva (ALCANTARA, 2008). Fatores relacionados ao procedimento cirúrgico como a circulação extracorpórea, intubação, indução anestésica, tempo de cirurgia, trauma cirúrgico e número de drenos pleurais colocados, além de fatores relacionados ao estado préoperatório do paciente, podem comprometer a função da deglutição (CLARK, 2006; JOÃO, 2003; WEINDLER, 2001; CHU, 2008; SHAHIAN, 2004; NG, 2002; TAGGART, 2000; COX, 2000; OZ, 2006; FERRARIS, 2001; KIKAWADA, 2005). Uma cirurgia cardíaca pode levar a complicações pulmonares e alimentares no pós-operatório de origem multifatorial (NG, 2002). HOGUE et al (1995), 10 confirmaram que pacientes submetidos à cirurgia cardíaca podem comprometer não só o prazer alimentar, mas também a dinâmica da deglutição. 2.2- Deglutição FURKIM & SILVA (1999), relataram que a deglutição é um processo inato é imprescindível para a sobrevivência do ser humano, pois é a fonte de nutrição e hidratação do organismo, e possui a finalidade de transportar o alimento e secreções endógenas da cavidade oral para o estômago de forma sincronizada e segura. Para SILVA NETO et al (2003), a deglutição é um componente voluntário e involuntário que duram apenas alguns segundos. FILHO, GOMES e FURKIN (2000), comentaram que a deglutição é um ato de exercício complexo com respostas motoras padronizadas e modificáveis por alterações no estímulo, no volume e na consistência do bolo alimentar. (ETERKIN E AYDOGDU, 2003; FURIA, 2004). Durante a deglutição, diferentes níveis do sistema nervoso central e do cortex cerebral, são envolvidos. Deglutir parece simples, mas de fato é um processo complexo, muitos músculos faciais e nervos encefálicos estão envolvidos numa deglutição normal. (MARCHESAN, 1995). Este processo necessita de coordenação precisa de diversos circuitos neurais e musculares, principalmente entre a fase oral e faríngea para que seja realizada de forma segura. Segundo a autora a deglutição pode ser dividida em fase oral, fase faríngea e fase esofágica (BIANCHINI, 1998). 11 Fase oral (voluntária e consciente) é dividida nos estágio de preparação, qualificação, organização e ejeção. Quando o alimento entra pela cavidade oral a uma preparação sendo triturado e umidificado e percebido pelos receptores neurais quanto ao volume, consistências e densidade, organizando o bolo para ser deglutido de uma vez ou em partes. Ainda na ejeção oral forma a pressão propulsiva que associa movimentos ondulatórios antero-posteriores da língua, movendo também o palato mole e ao mesmo tempo propelem o bolo além dos pilares empurrando para a fase orofaríngea, neste momento a parede posterior da faringe se eleva até encontrar o véu palatino que se torna horizontal protegendo as fossas nasais contra partículas alimentares (SAKATA, 1999; MARCHESAN, 2003). Fase faríngea (involuntária e consciente), a língua propele o bolo alimentar posteriormente, vias aéreas se fecham e a via digestiva se abre os dois pilares posteriores se aproximam e aperta à úvula que fica rígida, a nasofaringe fica então totalmente isolada e a oclusão velo-faringiana se completa, o osso hioide levanta seguido da faringe a epiglote assume a posição posterior e horizontal sobre a laringe, as pregas vocais e vestibulares se medializam e cessam respiração protegendo as vias aéreas inferiores. No momento em que a laringe se eleva, deixa a faringe mais larga e curta, pois relaxam os esfíncteres esofágicos superiores permitindo assim a passagem do alimento para o esôfago (FERRAZ, 1997; FRANÇOISE e DESHARMAIS, 1993). Fase esofágica (involuntária e inconsciente), o bolo alimentar passa nas extremidades superiores do esôfago o esfíncter esofagiano superior se relaciona assim que o bolo alimentar entra em contato com a parede posterior da faringe e se contrai após sua passagem. Os movimentos peristálticos são movimentos 12 musculares involuntários que iniciam ao nível da faringe, o esfíncter esofagiano se relaxa, o que permite aos alimentos descerem ao estomago, normalmente o esfíncter permanece aberto até o alimento tenha passado totalmente e se contrai novamente em sincronia com a onda peristáltica que se segue (SAKATA, 1999; MARCHESAN, 2003; SILVA NETO et al, 2003). Nas fases oral e faríngea é fundamental que a sensibilidade e o controle motor estejam adequados para que o alimento seja transportado de forma segura (DE PAULA et al, 2002). Por algum motivo pode ocorrer dificuldade em passar alimento da boca para o estômago de forma mecânica ou estrutural causando alterações em qualquer fase do ato da deglutição que é denominada disfagia (MACEDO, 2001). 2.3 – Disfagia A disfagia é caracterizada pela presença de alterações na deglutição que interferem no transporte do bolo alimentar da boca até o estômago de forma segura e eficaz (MACEDO FILHO et al, 2000). De acordo com ROCHA (1998), disfagia é a dificuldade de coordenação dos movimentos de deglutição. Para MARCHESAN (1995), refere como não sendo uma doença, mas sim uma patologia de base. LOGEMANN (2000), ALVES (2003) e MACEDO (2001), mencionaram que podem ser congênita, adquirida ou resultante de causas diversas e ocorre de forma imprecisa e/ou lenta para líquido, pastoso, sólido ou para ambos, comprometendo uma ou mais fases da deglutição. O comprometimento da fase oral caracteriza-se por alterações no vedamento labial, 13 mobilidade da língua, mastigação, reflexos orais, fechamento velofaríngeo, percepção sensorial para gosto, temperatura e textura do alimento (MACEDO FILHO et al, 2000; PILZ, 1999). Já na fase faríngea são provocados pelo atraso ou ausência no reflexo de deglutição, incoordenação no fechamento do esfíncter esofágico superior, (frequente em crianças de dois ou três meses, devido à imaturidade das estruturas), redução na contração da musculatura da laringe, alteração na elevação e fechamento da laringe. Podendo levar a engasgo, tosse, náusea, regurgitação nasal ou dificuldade respiratória por aspiração (PILZ, 1999; MACEDO FILHO et al, 2000). A disfagia esofagiana pode ser decorrente de alterações estruturais do esôfago, esofagite e refluxo gástrico esofágico. As principais queixas são de dor ao deglutir (odinofagia), dor torácica, sensação de pressão durante a passagem do alimento, vômito e regurgitação (MACEDO FILHO et al, 2004; PILZ, 1999). A entrada de alimento ou secreção na laringe em região subglótica denomina-se aspiração e caracteriza-se como um dos principais indicativos de disfagia e um grave sintoma, pois dependendo do estado de saúde geral do paciente, da quantidade e frequência da aspiração pode provocar alterações respiratórias, como a pneumonia. Portanto, há três mecanismos que protegem os pulmões contra a aspiração, são eles: tosse, fechamento laríngeo e deglutição. Se alguns desses mecanismos falharem ainda há a possibilidade de eliminar o material aspirado por meio da ação ciliar (PILZ, 1999). A disfagia pode gerar complicações secundárias que devem ser diagnosticadas precocemente, pois indicam o agravamento clínico e podem levar o paciente ao óbito. A modificação do nível de consciência, a desidratação, a 14 desnutrição e a pneumonia constituem esses sinais clínicos secundários (MACEDO FILHO et al, 2000). O acúmulo de secreção provocado por aspiração maciça, redução da sensibilidade laríngea ou da força muscular dos músculos respiratórios podem levar a hipoxemia e hipercarbia, que comprometem o sistema nervoso central, reduzindo o nível de alerta e, consequentemente, o nível de consciência (MACEDO FILHO et al, 2004). GROHER, 1998 e YAMADA, 2004 classificaram a disfagia de acordo com sua localização, apresentando uma mastigação prejudicada, regurgitação nasal, descontrole da saliva, dificuldade de engolir, atraso no inicio da deglutição, tosse, engasgo, voz molhada, disartria, e resto de alimento na boca que ficou conhecida como disfagia alta. Pacientes que apresentam sintomas como sensação de que o alimento esta parado na região da garganta e desconforto na região esternal é classificada como disfagia baixa. Do ponto de vista patológico a disfagia orofaríngea pode ser de origens neurogênicas (traumas, acidente vasculares cerebral, doenças degenerativas), mecânicas (traumas secundários, câncer e pós-operatório), psicogênica, e/ou induzida por drogas (JACOBI et al, 2003; ASHA, 2002). 2.4-Disfagia Pediátrica A disfagia pode associar-se a complicações no estado de saúde geral do paciente, podendo afetar tanto crianças como adultos (ROSADO el al, 2005). Os mecanismos de deglutição normais e alterados em crianças são diferentes se comparados ao dos adultos. A diferença no tamanho anatômico e 15 relacionamento físico das estruturas orais, principalmente o tamanho relativo da língua do bebê na proporção da cavidade bucal e a posição mais elevada e mais anterior da laringe, pode colocar a criança em maior risco de disfagia (ARVEDSON, 1996). A abordagem clínica para o distúrbio da deglutição na população pediátrica é notadamente diferente daquela utilizada para a disfagia encontrada na população neurologicamente madura, visto que as funções de deglutição e alimentação são processos dinâmicos que estão em constante mudança, mediante o crescimento e desenvolvimento de estruturas que compreendem o trato aerodigestivo superior (FUSSI E FURKIM, 2008). A deglutição na infância está constantemente se adaptando às mudanças ocorridas com o desenvolvimento. Durante todos os estágios do desenvolvimento da criança algumas funções primárias são mantidas, como a manutenção da via aérea, a passagem de alimento e líquido pela faringe, a respiração e a fonação (DELGADO, 2009). Os comportamentos de alimentação e deglutição na infância são modificados de acordo com as mudanças cognitivas e as habilidades relacionadas com a motricidade (ARAÚJO et al, 2009). A disfagia na infância comumente está associada às dificuldades de alimentação, dificuldades respiratórias e ou ao desenvolvimento de comportamentos negativos durante as refeições (GARG, 2003). O acúmulo de alimento na cavidade oral, o ritmo lento de sucção, refluxo nasal, tosse durante a alimentação, engasgos, cianose, náusea, taquipnéia, apnéia ou respiração ruidosa durante a alimentação, o histórico de pneumonias de 16 repetição e ou congestão brônquica crônica são alguns dos sinais que levam a suspeitar de disfagia (GARG, 2003). As principais etiologias relacionadas à disfagia em neonatos e lactente são: prematuridade (distúrbio transitório), anomalias da via aerodigestiva superior defeitos congênitos da laringe, traquéia e esôfago, defeitos anatômicos adquiridos e defeitos neurológicos (BOTELHO E SILVA, 2003). No recém nascido a disfagia oral geralmente apresenta-se como sucção débil, que pode ser primariamente causada por anormalidades estruturais ou funcionais, como, por exemplo, a imaturidade no mecanismo de sucção, típica do RN pré termo, as anormalidades da função faríngea levam à dificuldade de alimentação caracterizada por engasgo, tosse, náusea, regurgitação, refluxo nasal, baixo ganho de peso, aumento da frequência respiratória e aspiração (BOTELHO E SILVA, 2003). Alterações na deglutição pode trazer uma séria de ameaça para a saúde pelo risco de pneumonia de aspiração, má nutrição, desnutrição, perda de peso e obstrução de vias aéreas (LOGEMANN, 2000). Fisiologicamente ela não se apresenta como sintoma isolado pode estar associado à dispneia, odinofagia, disfônica e dor torácica. (CALCATERRA, 1975). FURKIM & SILVA (1999), asseguraram que o paciente precisa estar o tempo todo alerta durante a alimentação, pois deglutir passa de um processo que é consciente para o inconsciente. MARCHESAN (2003), relata que alguns quadros como aspiração silenciosa, que podem não ser percebidas fazendo com que haja a entrada de alimento ou saliva nas vias aéreas atingindo os pulmões. CURADO (2005), acrescentou ainda 17 que com isso poderá ocasionar edemas pulmonares ou crescimentos de germes patológicos, principalmente os que causam a pneumonia, apresentando em alguns casos consequências fatais. Os aspectos mais perigosos relacionam-se a debilidade ou ausência de reflexo de tosse ou engasgo resultando no então chamado aspiração silenciosa ou silente (COLODNY, 2002; MACEDO FILHO, 2000). Dentre as complicações mencionadas anteriormente as mais graves das disfagias orofaríngeas estão as desidratação, desnutrição e a pneumonia aspirativas, pois pode associar-se a complicações no estado de saúde geral do paciente correndo risco de vida. (COOK, 1997; DODDS, 1990; MACEDO, 2002; SANTINI, 2001; ROSADO et al, 2005). A odinofagia é uma das principais manifestações clinicas da disfagia esofagiana, para os bebês a odinofagia é demostrada através de recusa alimentar ou choro durante a alimentação (QUINTELLA et al, 1999). Alterações relacionadas à alimentação tornam essa função menos prazerosa tanto para a criança quanto para a família, além de gerar outras disfunções na criança (SILVÉRIO et al, 2005). Os sintomas da disfagia podem ser atribuídos ou correlacionados às bases anatômicas ou neuromusculares e, ocasionalmente, às adaptações comportamentais, à situação de alimentação e aos fatores ambientais, como: estresse dos cuidadores e depressão ou instabilidades familiares. Somando-se a isso, as doenças sistêmicas podem interferir na habilidade da criança em coordenar as manobras de deglutição e alimentação (FUSSI E FURKIM, 2008). 18 É necessário considerar que a alimentação prazerosa é um dos elementos da organização emocional do aprendizado do recém-nascido. A criança ao comer atende suas necessidades instintivas, e satisfaz à mãe, provando-lhe sua vontade de viver. O ato da alimentação torna-se assim o criador de relações afetivas positivas e pessoais. Esse aprendizado, se adequado, orienta e organiza os demais contatos desenvolvidos na infância (AQUINO E OSÓRIO, 2008). Portanto, trabalhar com a deglutição na infância é propiciar à criança melhor qualidade de vida evitando muitas vezes complicações fatais (DELGADO, 2009). 2.5 – Cirurgias Cardíacas e Disfagia As causas de disfagia orofaríngea nos pacientes pós operatório de cirurgia cardíaca são poucos conhecidos, acredita-se que estão associados a processos auxiliares de intervenções cirúrgicas e pós-cirurgicas que por sua vez são muito invasivos. A maioria dos pacientes deixam o hospital sem grandes complicações, no entanto, precisam ser transferidos para uma reabilitação devido a disfagia pós operatória (TERCK, 2007). SCHINDLER e KELLY (2002), mostraram que fatores de riscos associados a disfagia pós cirurgia cardiaca tem a prevalência do sexo feminino sendo uma estadia prolongado no nivel de cuidados agudos e um número maior de complicações, pós cirurgia cardiaca, incluem respiratoria. pneumonia, febre e parada 19 Há várias causas possíveis para a disfagia após cirurgia cardíaca como lesão por estiramento do nervo laríngeo recorrente durante a cirurgia, pode ocorrer quando o nervo que passa em torno do coração é retraído (JOHNSON, 2005). BACKER et al (2002), referiram que alguns tipos de cirurgia é colocado dois anéis vasculares na artéria aorta direita que pode causar compressão traqueoesofágica geralmente as crianças apresentam sintomas de dor e disfagia mais tardiamente. Alguns autores também citaram procedimentos ou intervenções relacionadas à cirurgia cardíaca os quais podem contribui para a disfagia orofaringea, alguns desses são realizados como, por exemplo: ventilação mecanica invasiva, intubação orotraqueal (DAVIS, 2004), outros utilizado com frequência variada tais como, circulaçao extracorpórea (PINHEIRO, 2002), traqueostomia (COSTA, 1996) e ecocardiograma transesofagico (HOUGUE, 1995). A utilização de ventilação mecânica pode causar infecção pós-operatória e atrasos no reinício da alimentação oral, (SERRANO, 2005; YENDE, 2002), alterando todo o trajeto orofaringeo, dessensibilizando a láringe, alterando o reflexo de tosse bem como a proteção das vias aérias. Tais alterações pode levar pneumonia aspirativa. (DAVIS & STATON, 2004). BARQUIST et al (2001), confirmam que as alterações causadas na dinâmica da deglutição e a não utilização das musculaturas orafaingea durante o uso da ventilação mecânica prolongada favorece o risco de aspiração pós extubação. Estudos realizados por meio da eletromiografia observaram, que a intubação prolongada pode alterar a deglutição levando a disfagia devido à passagem do tubo nas regiões da mucosa, onde ocorre a ausência da sensibilidade 20 o que contribui para uma pneumonia aspirativa pós extubação (LARMINAT et al, 1995). JASON (2005), pontuou que o pós-operatório acidente vascular cerebral ou prolongada de intubação traqueal por via oral também podem causar problemas de deglutição. Os pacientes que passaram por reabilitação tinha fraqueza não apenas em suas extremidades, mas também em seus músculos da garganta, eles foram entubados ou em um respirador por um longo tempo geralmente, apresentaram mais complicações, como febre, infecções e pneumonia (KOHR, 2003). SERRANO (2005); FERRARI (2001); YENDE (2002); TOLEP (1996), verificaram que a intubação orotraqueal prolongada é uma importante causa de disfagia. COLICE, STUKEL, DAIN (1989); MARIK & KAPLAN (2003). Mensionaram que a intubação orotraqueal prologanda pode causar lesões na cavidade oral, laringe e faringe, reduzindo a motricidade sensibilidade bem como a deglutição. FERRARIS et al (2001); LIMA (2005), ainda complementa pode ser prejudicada pela existência dos distúrbios cognitivos decorrentes do procedimento cirúrgico pelo intubação orotraqueal e efeito medicamentoso. A circulaçao extracorpórea é um procedimento padrão para o tratamento cirurgico do coração, e o seu uso superior a 120min que também esta relacionada com o alto risco de complicações pós-operatórias, incluindo intensa reação inflamatória tais como lesão pulmonar aguda, redução de oxigênio levando a hipóxia (NOZAWA et al 2003), alterações na função neurocognitiva, deficts de atenção,concentração, motora e interferência nas fases antecipatória e preparatória oral da deglutição (BROWNE, 2003). 21 GHERPELLI et al (1998), observaram crianças que ultilizaram da circulação extracorpórea em cirurgia cardíaca desenvolveram movimentos coreoatetósico e hipotermia. Esses movimentos envolvem primeiramente os membros, musculatura da face, lingua levando um disfagia grave tendo inicio agudo ou variado. Outro fator de risco que pode levar a disfagia esta relacionada com a presença da traqueostomia, e pacientes submetidos a esse procedimento pode apresentar risco de aspiração do conteúdo deglutido devido à dificuldade na mobilização das secreções, diminuição da pressão subglotica, da elevação da laringe, a sensibilidade da faringe e laringe além das alterações no reflexo de tosse o qual impossibilita a expulsão de residuos alimentares levando a aspiração (STEVENSON,1995). SAVINO et al (1994), assegurou que o ecocardiograma transesofagico causa alterações na dinâmica da deglutição, devido às lesões traumáticas que podem ocorrer na região da orofaríngea e esofágica durante a realização de exames. LEDER, SASAKI E BURRELL (1998), afirmaram que a aspiração laríngea pode estar presente nos pacientes submetidos a cirurgia cardíaca devido a presença de edemas laríngeo, alterações do refluxo da deglutição pela diminuição da propriocepção, atrofia e incoordenação das musculaturas envolvidas nesse processo. Os autores sugerem investigações especificas sobre os riscos de aspiração e respiração relacionadas a pneumonia. Assim o tratamento da disfagia orofaríngea é valorizada visando a diminuir o tempo de internação e favorecendo a recuperação do paciente no período pós operatório (FERRARI et al, 2001;HOGUE et al, 1995). 22 HOGUE, 1995; ROUSOU, 2002; FERRARI et al, 2001; IAN et al, 2001, tem visto um grande índice de disfagia em pacientes que realizaram ecocardiografia transesofagica no intra operatória. (LISA et al, 2003), verificaram que o tamanho da sonda ecocardiográfica transesofagiaca em relação ao peso do paciente, foi preditiva de disfagia. Portanto os médicos devem considerar o uso do novo mini transesofagico multiplano sonda ecocardigramas em doentes com peso inferior a 55 kg. Em decorrência dessas complicações os pacientes podem lenificar a recuperação na fase pós operatório, apresentando dificuldades nutricionais, disfunção neuromusculares, distúrbios respiratórios, e baixa imunidade (ROSENTHAL E KAVIC, 2004; CARVALHO et al, 2005). LISA et al (2003), mencionaram que a vigilância em monitoramento para os sinais de disfagia pré-operatória e pós-operatório com encaminhamento imediato para um fonoaudiólogo pode reduzir substancialmente a morbidade do paciente, tempo de internação, e exigência do uso prolongado do tubo nasogástrico. Pacientes pediátricos submetidos a procedimentos de coração aberto estão em risco de disfagia. Portanto, disfagia devem ser incluídos na lista de riscos cirúrgicos (KOHR, 2003). 23 3- OBJETIVO Apresentar um levantamento bibliográfico sobre a ocorrência de disfagia no pós-operatório de cirurgia cardíaca pediátrica. 24 4- METODOLOGIA Neste estudo foi realizado um levantamento bibliográfico para determinar a incidência e fatores de risco que contribuem para a disfagia em pacientes pediátricos, após os procedimentos de cirurgia cardíaca. Foi realizada pesquisa sistemática da literatura nas seguintes bases eletrônicas de dados identificados online tais como: Scientific Electronic Library (Scielo), Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (Lilacs) e Literatura Internacional em Ciências da Saúde (Medline), artigos da sociedade brasileira de cardiologia, revista otorrinolaringologista e fonoaudiologia. Efetuada uma consulta on-line no período de junho a novembro 2011 na Universidade Tuiuti Curitiba /PR onde foram selecionados artigos escolhidos pelo título, pelo resumo e pelo idioma (inglês e português), e depois confirmados pela leitura na íntegra. Os critérios de seleção foram às publicações de artigos entre os anos de 1987 – 2011. A pesquisa bibliográfica deu ênfase aos principais fatores recémnascidos a crianças de 5 anos de idade submetidos a cirurgias cardíacas e possíveis riscos para disfagia. O critério de exclusão da pesquisa foi relacionado ao tipo de publicação e trabalhos onde os unitermos não apareciam no título e os trabalhos em que, apesar dos unitermos estarem no título, o resumo não continha o tema de interesse. Visto que à poucas publicações referentes ao assunto pesquisado. 25 5-DISCUSSÃO Os pacientes que submetem a cirurgia cardíaca nos primeiros anos de vida passam por procedimentos delicados ao serem expostos a vários procedimentos durante e após a cirurgia cardíaca, alguns estudos vêm alertando sobre a presença de disfagia (FERRARIS et al, 2001). Esses pacientes necessitam de maior cuidado por parte da equipe multiprofissional durante o pós-operatório, essa forma de abordagem que irá contribuir para a obtenção de resultados satisfatórios ou não, resultando no aumento ou declínio da taxa de morbimortalidade (ALMEIDA, 2003). As altas hospitalares é uma ferramenta essencial atualmente no ambiente hospitalar. Um dos fatores que contribui para retardar a alta hospitalar dos pacientes que foram submetidos a procedimentos cirúrgicos cardíacos é a ingestão oral insuficiente para atender às demandas metabólicas e fluidas necessárias para atingir o ganho de peso adequado. Isso resultou no aumento da utilização de regimes alimentares alternativos, como a alimentação por sonda nasogástrica. A causa desta complicação pós-operatória é principalmente a alteração nos mecanismos envolvidos no processo de deglutição (ARVEDSON, 1997). A identificação prévia de procedimentos relacionados a fatores de risco para a disfagia, em pós-operatório de cirurgias cardíacas, pode ser útil no manejo e prevenção de complicações relacionadas a este procedimento, auxiliando no controle de morbimortalidade e a redução de custo relacionados ao tempo de internação (HADDAD et al, 2007; SKORET& REBEYKA, 2009). Após a cirurgia cardíaca neonatal congênita, um dos fatores que impactam a recuperação do paciente é a dificuldade de alimentação. KOGON et al (2007), 26 realizaram um estudo com 83 crianças submetidas à cirurgia de cardiopatias congênitas nos primeiros 15 dias de vida, tais pacientes receberam alimentação por via oral pós-alta, onde constatou que 54 deles apresentaram dificuldades na alimentação resultando o retorno à unidade de cuidados intensivos, visto que, as dificuldades de alimentação não são incomuns após a cirurgia para a correção de defeitos cardíacos congênitos, especialmente em recém-nascido. HOGUE (1995), corrobora com o autor acima, pois em um estudo foi demonstrado uma incidência substancialmente alta de disfagia em pacientes que foram submetidos a uma operação de coração aberto, e apresentaram 54% com dificuldades de deglutir alimentos. Uma das razões para o aumento da incidência encontrada neste estudo, pode ser a porcentagem de bebês e crianças com menos de 3 anos de idade. No estudo realizado por LISA et al (2003), evidenciou-se também, que 18% dos pacientes apresentaram disfagia após uma operação de coração aberto com ecocardiograma transesofágica. Tal alteração pode estar relacionada com: a Idade inferior a três anos, o estado pré-operatório, a acuidade do paciente, maior tempo de intubação e operação de obstruções do lado esquerdo. Alguns autores mencionaram que a incidência de disfagia pós- cirurgia cardíaca ocilam entre 3 a 4% (FERRARI et al, 2001; HOGUE et al, 1995). Quando ocorre a presença da intubação orotraqueal prologada, a incidência chega a 51% (BAKER et al, 2009). KHOR (2003), relatou que 50 crianças menores que 3 anos, 9 delas apresentaram riscos de disfagia com intubação antes da cirurgia cardíaca, e por de mais de 7 dias. 27 Outros estudos realizado mostraram que entre 34% - 56%,apresentaram disfagia pós intubação orotraqueal,com duração de 48 horas. (TOLEP, 1996; AJEMIAN, 2001). FERRARIS (2001), sugeriu-se que entre o momento da extubação pós-cirúrgico é maior risco para disfagia, e as intercorrências em suas definições de intubação orotraqueal prolongada, variam de 24 horas (PARTIK, 2003), ou mais de 8 dias. A predição de resultados nos pacientes com cirurgia cardíaca é um desafio para a literatura (MESSAOUDI et. Al, 2009 ). Foram analisados 27 pacientes que apresentaram disfagia, destes, 16 tiveram parada respiratória, o que exige a reanimação e um longo período de tempo em um ventilador; 12 desenvolveram pneumonia no pós-operatório e 7 tiveram febre pós-operatória. (FERRARIS, 2001), Dentre 20 a 83% estima-se que pacientes que permaneceram em ventilação mecânica por mais de 48 horas apresentaram distúrbios de deglutição. (EL SOLH et al, 2003; DAVIS & STATON, 2004). Com o uso da ventilação mecânica tem identificado várias complicações encontradas nos receptores da base da língua, parede posterior da faringe, epiglote e mucosa da laringe, os quais são fundamentais para que ocorram os reflexos da deglutição (LARMINAT et al, 1995). A falha destes reflexos e a ausência de mobilidade das musculaturas orofaringea e laringea, durante o período de ventilação mecânica prolongada, favorece o risco de aspiração após a extubação (BARQUIST el at, 2001). Dos 42% de pacientes que ficaram em ventilação mecânica no pós-cirurgia cardiaca contribuiu para a maior incidência de disfagia (BLORSER, 1994). Outros estudos realizados após a extubação observaram a base da lingua retraída, ao 28 receber alimentação por via oral. Essas diferenças anatômicas fornecem a justificativa para todos os pacientes em nosso estudo mostrando disfagia, que tiveram comprometimento em todas as quatro fases do processo de deglutição (STEVENSON,1995). Foi observado outro fator agravente por GHERPELLI et al (1998), em que crianças desenvolveram movimentos coreoatetósico e hipotermia após a cirurgia cardíaca com a utilização da circulação extracorpórea. Esses movimentos envolvem primeiramente os membros, musculatura da face e língua levando a disfagia grave com início agudo ou variado. DU PLEISSI (2002), confirmou que 47% tiveram disfunções motoras levando a disfagia. BACKER et al (2002), referiram que alguns tipos de cirurgia são colocados dois anéis vasculares na artéria aorta direita, que pode causar compressão traqueoesofágica, e geralmente as crianças apresentam sintomas de dor e disfagia mais tardiamente. Um estudo realizado por KHOR (2003), corrobora com autor acima, pois dos 7 pacientes no pós operatório, 0,1% apresentaram odinofagia suficientemente grave para justificar o diagnóstico de disfagia. HOGUE et al (1995), propuseram-se a investigar a presença de aspiração silenciosa em pacientes submetidos à cirurgia cardiaca e concluíram que 36% apresentaram disfagia, e destes, 22% apresentaram aspiração silenciosas (HOUGUE et al, 1995 E HARRIGTON et al, 1998). Portanto sugeriram que a principal causa da disfagia faríngea em pacientes pós-cirurgia cardíaca, era de alterações cerebrais transoperatórias. Em uma de suas pesquisas, JASON (2005), reconheceu que a maioria dos pacientes apresentaram várias anormalidades na deglutição, destes, 25% 29 demostraram aspiração sendo que metade destes indivíduos tiveram a aspiração silenciosa; outros 4 pacientes tiveram penetração laríngea e resíduo faríngeo, os quais relataram que um dos principais distúrbios da deglutição fase faríngea foi o atraso na deglutição. No âmbito hospitalar a cirurgia cardíaca pediátrica tem mostrado que existem agravantes que contribuem significadamente para a disfagia tanto durante quanto após cirurgia. 30 6- CONCLUSÃO Nos estudos e pesquisas literárias encontradas, tem demonstrado que pacientes pediátricos submetidos a procedimentos de cirurgia cardíaca, estão em risco significativo para o desenvolvimento de disfagia. Principalmente em crianças com idade inferior a 3 anos que são submetidos um tempo maior de intubação orotraqueal, ventilação mecânica, exames ecocardiograma transesofágico e entre outros procedimentos são fatores de risco para disfagia. Visto que há poucas literaturas pesquisadas em disfagia pediátrica pós-cirurgia cardíaca. 31 7- BIBLIOGRAFIA AHA - American Heart Association. Heart disease and stroke statistics. Disponível em: http://www.americanheart.org/downloadable/heart/ PDF; 2009. AJEMIAN, MS; NIRMUL, GB; ANDERSON, MT; et. al. 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